Pedagogia da Pesquisa-Ação Colaborativa

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Pedagogia da pesquisaação
Maria Amélia Santoro Franco
PUC-SP
Abril/2008
Objetivos
• Explicitar o processo de reconfiguração
do sentido da pesquisa-ação como
pesquisa crítico-colaborativa, a partir de
duas
pesquisas
coordenadas
pela
autora.
• Discutir seu potencial de impacto na
formação e atuação docente e seus
desdobramentos para políticas públicas
de educação.
Primeira pesquisa: A didática na
licenciatura – um estudo dos
efeitos de um programa de curso
na atividade docente de alunos
egressos da licenciatura
• Até que ponto o ensino da disciplina didática
tem significado para a atividade docente dos
professores em suas realidades de trabalho em
escolas públicas?
• E,
num
movimento
contrário,
qual
a
contribuição das atividades práticas dos
docentes para a revisão dos cursos de didática
e para a ressignificação da teoria didática?
• Sujeitos: um professor de geografia e uma
professora de língua portuguesa atuando escolas
públicas ex-alunos do curso e didática da USP.
• Instrumentos
utilizados:
entrevistas,
questionários e observações semi-estruturadas e
abertos, história de vida e gravações em vídeos e
fitas cassete.
• Papel dos pesquisadores: orientação dos
professores sempre que solicitados, reflexão
conjunta (pesquisadores e pesquisados) com
base em subsídios teóricos e instrumentais
fornecidos pelos pesquisadores
Pesquisa prático-interpretativa
ou pesquisa-ação?
O objetivo não era o de avaliar os
professores,
mas
verificar
como
mobilizavam seus saberes para tomar
decisões na escola e na sala de aula com
os alunos para dar respostas às questões
propostas pelas diversas situações com as
quais estariam lidando.
• As pesquisadoras não se resumiam a
coletar dados, refletiam e orientavam os
professores sempre que estes solicitavam,
formando
com
eles
uma
pequena
comunidade de análise e reflexão.
• A partir da percepção de como o professor
trabalha as questões na relação ensinoaprendizagem, as pesquisadoras deveriam
ajudá-lo a refletir sobre a própria prática,
problematizar as situações, refletindo
sobre o porquê de ele ter tomado
determinada decisão, promovendo uma
apropriação de seu saber.
• As pesquisadoras atuaram como
observadoras-participantes.
• Características
da
pesquisa-ação
presentes: autoformação e práxis
docente situadas nos contextos mais
amplos da organização das escolas e
da comunidades nas quais se
inserem.
• Concluiu-se que a pesquisa era
pesquisa-ação.
Segunda pesquisa:Qualificação do
ensino público e formação de
professores
Teve por objetivo analisar as
mudanças nas práticas e nas
teorizações pedagógicas da equipe
escolar
(professores
e
coordenadores) num processo de
intervenção
pedagógica
que
enfatizava a construção coletiva de
saberes no local de trabalho (numa
escola pública estadual).
• Sujeitos: 24 docentes do Centro
Específico de Formação de
Professores
” Prof. Ayres de Moura “ – CEFAM.
• Instrumentos:
• Papel dos pesquisadores:
adentrar na realidade a ser estudada
e se integrar nos modos de produção
da existência da realidade que foi
criada pelos sujeitos que serão
investigados
•A
metodologia
utilizada
foi
a
pesquisa colaborativa .
• No decorrer do processo, configurouse como uma pesquisa-ação crítico
colaborativa
(Thiollent,
1994;
Kincheloe, 1997).
Por que pesquisa colaborativa?
Porque entende-se que esta tem
por objetivo criar nas escolas uma
cultura de análise das práticas que
são realizadas, a fim de possibilitar
que os seus professores, auxiliados
pelos professores da universidade,
transformem suas ações e as
práticas institucionais (Zeichner,
1993).
Algumas Características da
pesquisa-ação presentes nesta
pesquisa segundo Thiollent
(1994)
• Contínua
intervenção
no
sistema
pesquisado; envolvimento dos sujeitos da
pesquisa na mesma; mudanças seguidas
de ação, a partir da reflexão.
• Objetivo prático, objetivo de conhecimento
(ou de tomada de consciência), objetivo
de produzir e socializar conhecimento.
Caminhando para a
caracterização de uma pesquisaação crítico colaborativa
• A busca da transformação solicitada pelos
grupo de referência à equipe de
pesquisadores
é
percebida
como
necessária a partir dos trabalhos iniciais
dos
pesquisadores,
sustentada
pela
reflexão crítica coletiva com vistas à
emancipação dos sujeitos e das condições
que o coletivo considera opressivas
(Franco, 2004).
• Mergulho na práxis do grupo social
em estudo, de onde se extraem as
perspectivas latentes, o oculto, o não
familiar que sustentam as práticas, e
as mudanças serão negociadas e
geridas no coletivo (Franco, 2004).
• Os pesquisadores críticos da ação
tentam descobrir aqueles aspectos
da ordem social dominante que
minam
nossos
esforços
para
perseguir objetivos emancipatórios
(Kincheloe, 1997).
• A metodologia se organiza pelas
situações relevantes que emergem
do processo.
• Ênfase no caráter formativo, pois o
sujeito deve tomar consciência das
transformações que vão ocorrendo
em si próprio e no processo.
ação crítico-colaborativa à
formação de professores
percebidas nesta pesquisa
Os professores
•desenvolveram habilidades de pesquisa;
•ampliam os espaços de atuação coletiva;
•efetivam práticas de análises dos problemas
da escola, criando nela uma cultura de
análise;
•Apresentaram propostas e executaram
projetos que resultaram em melhoria do
ensino nas aulas;
• Instauraram práticas democráticas
de discussão com os alunos;
• Ensaiaram novas práticas de ensinar
com resultados efetivos de melhoria
da aprendizagem;
• Ampliaram suas competências no
que se refere aos conteúdos
específico e pedagógico.