TRAUMATISMO EM DENTES DECÍDUOS Departamento de Odontopediatria e Ortodontia
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Transcript TRAUMATISMO EM DENTES DECÍDUOS Departamento de Odontopediatria e Ortodontia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS/FO
TRAUMATISMO EM DENTES
DECÍDUOS
Departamento de Odontopediatria e Ortodontia
Profa. Dra Patrícia Zarzar
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO
DENTIÇÃO DECÍDUA
Autor
Ano
Amostra Idade/Prevalência
Mestrinho
et al.
1998
1853
Zembruski
et al.
2002
1545
Zarzar et
2008
al, in press
519
1-5 anos
30,0%
0-6 anos
35,5%
1-3 anos
41,6%
FATORES DE RISCOS
FATORES ETIOLÓGICOS
Lesões de cárie
Overjet >3mmm
Proteção labial
Obesidade
Quedas
Acidentes automobilísticos
Acidentes nos esportes
Violência
FATORES DE RISCO:
(Kramer, Feldens, 2005)
PROTOCOLO PARA ATENDIMENTO DE CRIANÇAS COM DENTES
DECÍDUOS TRAUMATIZADOS
CRIANÇA E PAIS: MEDO/ DOR/ ANGÚSTIA/ ESTRESSE/ ANSIEDADE
Confiança/ Tranqüilidade:
Comunicação com os pais
Idade da criança /separação dos pais
Medo do barulho
Dizer, mostrar, fazer
Consultas curtas
Distração
Sugestão
Reforço positivo
Contenção/ Termo de consentimento
PROTOCOLO PARA ATENDIMENTO DE CRIANÇAS COM
DENTES DECÍDUOS TRAUMATIZADOS
IDENTIFICAÇÃO
HISTÓRIA MÉDICA
HISTÓRIA DO TRAUMATISMO
LIMPEZA DAS ÁREAS LESADAS
EXAME EXTRA E INTRABUCAL
EXAME DOS TECIDOS MOLES
EXAME DOS DENTES E ESTRUTURAS ÓSSEAS
EXAMES COMPLEMENTARES
CONTROLE DA DOR
SUTURAS DA MUCOSA
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO
HISTÓRIA MÉDICA
Cardiopatias, distúrbios sangüíneos, alergias, uso
de medicamentos, profilaxia antitetânica e saúde geral da
criança.
HISTÓRIA DO TRAUMATISMO
Traumatismos anteriores
Como, onde e quando? Ex. impacto no mento.
Outros sintomas: alterações neurológicas
Mastigação? Intrusão? Avulsão? Alimentação?
EXAME CLÍNICO
EXAME EXTRA BUCAL
Posição joelho a joelho/ Colo do responsável
(KRAMER; FELDENS, 2005)
EXAME CLÍNICO
EXAME EXTRA BUCAL
Limpeza das áreas lesadas
(KRAMER; FELDENS, 2005)
LESÕES DOS TECIDOS MOLES
ABRASÃO
(KRAMER; FELDENS, 2005)
Lavagem da área (sabonete anti-séptico + soro
fisiológico)
Remoção de corpos estranhos
Tecidos moles(lábios e face)
(Walter, 1996)
Laceração
(KRAMER; FELDENS, 2005)
Limpeza, anestesia da região, debridamento,
hemostasia e sutura.
Laserterapia:
2 a 4J/cm2 sobre a lesão; diminuição de edema; efeito analgésico e
antiinflamatório; estimula a reparação tecidual
EXAME EXTRA BUCAL
Feridas profundas no mento (fraturas
condilares e fraturas em dentes posteriores)
(KRAMER; FELDENS, 2005)
ATM
Limitação de abertura e fechamento
Fratura condilar, da maxila ou mandibula e
luxações da mandibula
TESTE DE MOBILIDADE DENTÁRIA E ÓSSEA
Fraturas do processo alveolar
Fratura radicular
Ruptura das fibras periodontais
REAÇÃO A PERCUSSÃO
Lesões no ligamento periodontal
TESTE DE VITALIDADE
QUESTIONÁVEL (Idade/Cooperação; Resposta
alterada (rizogênese ou rizólise); Estímulo nocivo a
polpa
EXAMES COMPLEMENTARES
Transiluminação
(KRAMER; FELDENS, 2005)
EXAME RADIOGRÁFICO
Auxiliar no diagnóstico, auxiliar no controle, valor Legal
RADIOGRAFIAS OCLUSAIS
Intrusão, deslocamentos dentários, fraturas apicais e coronárias,
fraturas alveolares
CRIANÇAS MAIORES: Feixe de radiação/ponta do nariz/
filme nº. 2 / angulação 55 a 65 graus,
tempo de exposição – 0,4seg.
(WALTER; FERELLE; ISSAO, 1996)
RADIOGRAFIAS OCLUSAIS
CRIANÇAS MENORES:
(WALTER; FERELLE; ISSAO, 1996)
INTRUSÃO:
Imagem encurtada do decíduo intruído – distante ao folículo
Imagem alongada do decíduo intruído – Próximo ao folículo
(Zarzar, 2007)
(ANDREASEN; ANDREASEN, 2000)
RADIOGRAFIAS LATERAIS
INTRUSÃO
(Filme nº 2, exposição – 8 a 10s., Cone de RX – ponta
do nariz e lábio superior).
(KRAMER; FELDENS, 2005)
REAÇÕES DO DENTE DECÍDUO AO TRAUMATISMO
Hemorragia Pulpar
(Kramer, Feldens, 2005)
6 meses após
(Kramer, Feldens, 2005)
REAÇÕES DO DENTE DECÍDUO AO TRAUMATISMO
Reabsorção Dentinária Interna
(Kramer, Feldens, 2005)
(Kramer, Feldens, 2005)
REAÇÕES DO DENTE DECÍDUO AO TRAUMATISMO
Alteração de cor da coroa
Obliteração pulpar
Reabsorção Externa
(Kramer, Feldens, 2005)
REAÇÕES DO DENTE DECÍDUO AO TRAUMATISMO
Necrose Pulpar
Fìstula
Edema/supuração
(Kramer; Feldens, 2005)
REPERCUSSÕES DO TRAUMATISMO EM DENTES
DECÍDUOS NOS DENTES PERMANENTES
Hipoplasia de esmalte
(KRAMER; FELDENS, 2005)
Duplicação Radicular
Dilaceração radicular
(KRAMER; FELDENS, 2005)
(CORRÊA, 1999)
REPERCUSSÕES DO TRAUMATISMO EM DENTES
DECÍDUOS NOS DENTES PERMANENTES
Suspensão parcial ou total da raiz
(FELDENS, FARACO JÚNIOR, KRAMER, 2005)
Má-formação semelhante a odontoma
(Zarzar, 2008)
TRINCAS DE ESMALTE
CAMPANHAMENTO CLÍNICO E RADIORÁFICO
(Acompanhamento
1 semana, 3/3 meses , 6 /6 meses,
1 ano, exfoliação)
TRATAMENTO DE LESÕES DE TECIDO DURO
FRATURA DE ESMALTE
(CORRÊA, 1999)
POLIMENTO DAS BORDAS +
APLICAÇÃO TÓPICA DE FLÚOR (ATF)
(CORRÊA, 1999)
FRATURA DE ESMALTE
Comprometimento pulpar?
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO/RX
(Ramos-Jorge, 2007)
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA
Restauração com resina composta/ ionômero
Proteção do complexo dentina polpa
Colagem do fragmento
(CORRÊA, 1999)
de vidro
FRATURA CORONÁRIA ESMALTE/
DENTINA/ POLPA
Manutenção da vitalidade pulpar
Extensão da exposição
Tempo decorrido
Severidade das lesões associadas ao
periodonto
Idade do paciente
FRATURA CORONÁRIA COMPLICADA (ESMALTE/ DENTINA/
POLPA) RIZOGÊNESE INCOMPLETA:
Capeamento pulpar direto –
Tempo de exposição: - 24hs, exposição pequena,
hemostasia, contaminação, sinais de vitalidade,
idade do paciente.
(Hidróxido de cálcio PA + Cimento de Hidróxido de cálcio +
restauração).
Pulpotomia –
Tempo de exposição: + de 24hs, pólipo pulpar, hemostasia,
grandes exposições, sinais de vitalidade, idade do
paciente).
(Hidróxido de cálcio, Pasta de Guedes Pinto, MTA, Cimento
de Portland, Formocresol,etc.).
CONTROLE E MANUTENÇÃO
FRATURA ESMALTE/ DENTINA E POLPA
RIZOGÊNESE INCOMPLETA:
Sinais clínicos e radiográficos de alteração pulpar
irreversível (lesão periapical, edema, fístula):
TRATAMENTO PULPAR RADICAL + TRATAMENTO RESTAURADOR.
MATERIAIS OBTURADORES:
Pasta L&C - Hidróxido de cálcio
Pasta Guedes-Pinto – Rifocort + iodoformio +
PMCC
Pasta Vitapex – Hidróxido de cálcio + iodofórmio
RIZOGÊNESE COMPLETA:
Pulpectomia + Restauração com resina
composta/ Ionômero de vidro.
Exodontia: exfoliação
Controle e manutenção
Pulpectomia com Hidróxido de calcio:
Isolamento absoluto;
Abertura coronária – Broca esférica – acesso aos
canáis - endo Z – visualização dos canais;
Instrumentação + irrigação ( Limas Keer- 1 +4/
Hipoclorito de sódio 0,5%)
Secagem(cones de papel);
Obturação Hidróxido de cálcio (PA/ L&C) +
Dycal/Guta-Persha + Ionômero de Vidro
FRATURA CORONO-RADICULAR
Sem envolvimento pulpar: proteção
dentino-pulpar + restauração/ colagem do
fragmento ( Até 2mm além do limite gengival).
Com envolvimento pulpar: Tratamento
endodôntico/ restauração (matrizes plásticas)/
colagem do fragmento (até 2mm além do limite gengival)
FRATURA CORONO-RADICULAR COMPLICADA
Impossibilidade de selamento dente/rest.: exodontia
(4 a 5mm abaixo da margem gengival)
(ZARZAR, 2006)
FRATURA RADICULARES
Exame clínico:
Dente levemente extruído/ deslocamento para palatino/ lingual;
Dor ao tocar no dente;
Sangramento no sulco gengival.
Radiografias
Várias tomadas radiográficas em diferentes angulações
Repetir as radiografias 30 dias após o trauma ( 1, 3, 6, 12, 24
meses – exfoliação)
FRATURAS RADICULARES
DIREÇÃO DAS FRATURAS
Longitudinal/Vertical (EXODONTIA)
Transversa/Horizontal (+ freqüente) –
Terço cervical (EXODONTIA)
Terço apical e
médio/Deslocamento/Tempo de
atendimento odontológico.
FRATURA RADICULAR
TRANSVERSAL
(ANDREASEN; ANDREASEN, 2001)
FRATURA RADICULAR
OBLÍQUA
FRATURA RADICULAR LONGITUDINAL
(ZARZAR, 2007)
FRATURA RADICULARES TRANSVERSAIS
Terço cervical: exodontia.
Terço médio c/ pequena mobilidade:
Reposicionamento + imobilização semi-rígida por 15 a 21
+ alívio oclusal (hábitos???). Necrose pulpar – exodontia
do fragmento coronário.
(ZARZAR, 2006)
SUCESSO CLÍNICO E
RADIOGRÁFICO
19/10/06
06/11/07
06/11/07
(ZARZAR, 2007)
FRATURA RADICULARES OBLÍQUAS
Oblíqua (EXODONTIA)
TRATAMENTO CONSERVADOR
Tempo de atendimento (até 2 horas);
Risólise e Rizogênese;
Redução + conteção (15 a 21 dias).
(CORRÊA, 1999)
TRAUMATISMOS AOS TECIDOS DE
SUSTÊNTAÇÃO
CONCUSSÃO:
Alívio da oclusão /retirar a chupeta/ mamadeira/
hábitos de sucção
Limpeza com clorexidina 0,12%
Dieta leve/ temperatura tépida/ ingestão de líquidos por
2 semanas
Controle clínico / radiográfico (4 semanas/ 3 a 4 meses/ 12 e
24 meses/ esfoliação)
SUBLUXAÇÃO:
Nenhum tratamento/ Alívio da oclusão/ remoção da
chupeta (pequena mobilidade)/ Limpeza com clorexidina
0,12%
Trat. Imediato: contenção/ 10 a 15 dias
Dieta leve/ temperatura tépida/ ingestão de líquidos por
2 semanas/ Controle clínico / radiográfico (15 dias/ 1 mês/
3 meses/ anual/ esfoliação do dente).
Grande mobilidade: exodontia
LUXAÇÃO INTRUSIVA:
Nenhum tratamento (raiz por vestibular); controle: 1 semana, 1
mês, 2 em 2 meses, 6 meses; 15/15 dias, 3/3meses, 6 meses.
Exodontia + mantenedor de espaço + antibióticos ?: raiz por
palatino/ atingir o folículo/ radiolucidez/ fratura óssea/ abscesso/
exudato no sulco gengival/ febre.
Orientação sobre limpeza da área.
LUXAÇÃO LATERAL:
Observação: reposicionamento espontâneo/língua,
Reposicionamento e imobilização por 15 a 21 dias: mínima
mobilidade: atendimento imediato e sem risco para o permanente.
Nenhum tratamento: mínima mobilidade + atendimento tardio (+
de 3hs). Remoção de hábitos.
Exodontia: Grande mobilidade, risco para o permanente.
Controle clínico / radiográfico
Imobilização semi-rígida (Fio de nylon 0,8/ fio de aço 0,5 + Resina)
Reposicionamento e imobilização
LUXAÇÃO EXTRUSIVA:
CONTROLE: Se não interferir com a oclusão.
REPOSICIONAMENTO E IMOBILIZAÇÃO SEMI-RIGIDA:
Atendimento imediato, deslocamento mínimo.
EXODONTIA: atendimento tardio e interferência na oclusão.
Controle clínico / radiográfico ( 7 a 10 dias remoção da
contenção/ 1 mês/ semestralmente/ esfoliação do dente).
(KRAMER; FELDENS, 2005)
AVULSÃO
Não reimplantar (anquilose, necrose, danos ao
sucessor, adequação comportamental)
Manutenção do espaço
Controle clínico e radiográfico
INSTRUÇÕES AOS PAIS/ RESPONSÁVEIS
Oferecer dieta macia por 15 dias;
Escovar/ limpar os dentes após cada refeição com
gaze;
escova macia ou
Uso de clorexidina tópica 2 vezes ao dia por uma semana;
Informar possíveis complicações do tratamento:
- Presença de fístula
- Mudança de cor do dente
- Presença de abscesso
Evitar uso de chupetas e mamadeiras.
(Flores, 2002)
Kramer, P.F.; Feldens, C.A. Traumatismos na dentição decídua –
Prevenção, Diagnóstico e Tratamento. São Paulo: Santos, 2005. 311p