RISCOS E PASSIVOS AMBIENTAIS Professora: M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga

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RISCOS E PASSIVOS
AMBIENTAIS
Professora: M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga
Módulo IV
Passivos ambientais
Definições
Passivos Ambientais
Passivos ambientais são deposições antigas e sítios
contaminados que apresentam riscos para o bem estar da
coletividade, segundo a avaliação tecnicamente respaldada das
autoridades competentes (SCHIANETZ, 1999).
Passivo ambiental pode ser entendido, em um sentido mais
restrito, como o valor monetário necessário para custear a
reparação do acúmulo de danos ambientais causados por um
empreendimento, ao longo de sua operação. Todavia, o termo
passivo ambiental tem sido empregado, com freqüência, para
conotar, de uma forma mais ampla, não apenas o custo
monetário, mas a totalidade dos custos decorrentes do acúmulo
de danos ambientais, incluindo os custos financeiros,
econômicos e sociais (CETESB, 2009).
 Normalmente os passivos ambientais não podem
ser identificados a olho nu. Muitos casos de danos
desaparecem no subsolo sem serem notados;
 Em quase todos os casos são descobertos apenas
os efeitos, por exemplo: a redução da qualidade da
água, os danos sofridos pela vegetação, surgimento
de doenças ou a morte de pessoas em casos mais
graves;
 Exemplos de passivos ambientais:
• Aterros sanitários legais;
• Lixões;
• Áreas industriais abandonadas.
Áreas industriais abandonadas
O terreno de um milhão de m2, da falida mineradora Companhia Mercantil e Industrial Ingá, na Ilha da
Madeira, no Município de Itaguaí, Rio de Janeiro, é um dos maiores passivos ambientais do estado, sendo
a principal fonte poluidora da Baía de Sepetiba. No terreno da mineradora, que faliu em 1998, foram
abandonados 390 mil m³ de efluentes líquidos, formando um “lago” tóxico com 260 mil m². Parte vazou,
contaminando as águas da Baía de Sepetiba.
Fonte: http://www.ambiente.rj.gov.br/pages/outros_projetos/outrosproj_ingamercantil.html
Puerto Madero – Buenos Aires
Deposições antigas
 São aterros ou deposições abandonadas, nas quais foram
colocados resíduos;
 São sistemas abertos visto que raramente estão isoladas do
subsolo, do lençol freático e da atmosfera;
 Todas as ocorrências em deposições antigas estão em relação
de reciprocidade com seu ambiente e duram, teoricamente, até o
estabelecimento de um equilíbrio físico-químico;
 As substâncias nocivas são emitidas por vias distintas, sendo a
via básica das emissões o transporte das substâncias dissolvidas
no chorume para o subsolo;
 As deposições antigas contêm um potencial de riscos a longo
prazo.
 É muito difícil a realização de busca sistemática de substâncias
nocivas.
Sítios contaminados
 São em geral áreas utilizadas no passado para atividades
industriais ou comerciais, fechadas ou abandonadas, nas quais
foram usadas substâncias potencialmente nocivas ao meio
ambiente e/ou saúde humana.
 Em geral apresenta locais com disposições específicas de
plantas produtivas, sistema de dutos e canais, locais de carga e
descarga de materiais, entrepostos de materiais;
 É possível a realização de busca sistemática de substâncias
nocivas;
 Cada ramo da indústria utiliza substâncias nocivas específicas
das suas atividades. Estes dados podem ser aproveitados na
identificação do respectivo sítio contaminado.
Áreas suspeitas de contaminação
 São deposições antigas e áreas
industriais ainda em operação ou
fechadas onde há a suspeita de que
possam apresentar riscos para o
bem estar da coletividade;
Substâncias nocivas
 São substâncias perigosas que apresentam uma ou mais
características físico-químicas ou tóxicas ao organismo humano e
ao meio ambiente. Exemplos:
Explosivas;
Propagadoras de incêndio;
Inflamáveis ou facilmente inflamáveis;
Irritantes;
Mutagênicas;
Ecotóxicas;
Nocivas à saúde;
Venenosas / tóxicas;
Cancerígenas;
Causticas;
Infecciosas;
Liberadoras de gases venenosos / tóxicos.
Vias de transferências de substâncias nocivas:
Contato direto;
Inalação;
Água subterrânea;
Água de superfície;
Plantas;
Alimentação e forragem;
Solo;
Construções;
Fogo e explosão.
Exposição
 O modo como seres humanos, bens a serem
protegidos e ambientes naturais entram em
contato com as substâncias nocivas;
 A dimensão da exposição, as características
tóxicas das substâncias e a sensibilidade dos
elementos expostos ou atingidos é de
fundamental importância para o conhecimento
dos possíveis efeitos danosos.
Área Contaminada
Área onde há comprovadamente poluição causada por quaisquer
substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, e que
determina impactos negativos sobre os bens a proteger.
≠
Área Degradada
Área onde há a ocorrência de alterações negativas das suas
propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau de
compacidade, a perda de matéria devido à erosão e a alteração
de características químicas, devido a processos como a
salinização, lixiviação, deposição ácida e a introdução de
poluentes.
Áreas contaminadas críticas
São aquelas que, em função dos danos
causados ou dos riscos que oferecem, geram
inquietação na população ou conflitos entre
os atores envolvidos, havendo a necessidade
de um procedimento de gerenciamento
diferenciado que contemple a definição de
estratégias de intervenção, de comunicação
de risco e de gestão da informação.
O Conjunto Residencial Barão de Mauá, localizado no Parque São Vicente, no município de Mauá é uma
área contaminada por compostos orgânicos e inorgânicos, alguns deles voláteis, entre eles o benzeno,
clorobenzeno, trimetilbelzeno e decano. Foi implantado em terreno pertencente à empresa de
amortecedores Cofap, o qual havia sido aterrado com resíduos sólidos industriais, predominantemente
areias de fundição. Como não havia controle da área pelos proprietários, outras substâncias tóxicas, de
origem desconhecida, foram ali sendo depositadas inadequadamente.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_contaminadas/areas_criticas/barao_maua/barao_maua.asp
Fundamentos básicos
Quando o chorume altamente concentrado entra no
subsolo e na água subterrânea, ocorre uma
multiplicidade de processos químicos, biológicos e
físicos em função de sua composição.
As alterações na composição das substâncias contidas
na água subterrânea são provocadas pelos seguintes
fatores:
• Diluição;
• Alteração do pH;
• Floculação;
• Filtração;
• Adsorção;
• Troca de íons;
• Reações de degradação química e microbianas.
Biodegradação
A degradação microbiana de substâncias
orgânicas é feita por bactérias, fungos e algas.
Uma degradação em níveis ótimos exige
condições ótimas do meio:
• Temperatura;
• Valor do pH;
• Oferta de nutrientes;
• Oxigênio;
• Umidade;
Relação entre o crescimento de microrganismos e o valor do pH
5
2
3
4
7
6
9
8
10
11
12
FUNGOS
pH abaixo de 5,0
BACTÉRIAS
pH entre 5,5 a 9,0
Fundamentos Hidrogeológicos
No tratamento e avaliação de passivos ambientais é importante conhecer
os mecanismos de propagação de substâncias no subsolo e no sistema
de aqüíferos pois a maioria de todos os danos está relacionada com a
água subterrânea.
Formação e estrutura do subsolo:
a) Curso das águas superficiais e subterrâneas;
b) Fatores hidrogeológicos de escoamento:
• Porosidade (n);
• Permeabilidade dos solos (coeficiente Kf);
• Velocidade do fluxo da água subterrânea;
• Declividade e direção da água subterrânea;
c) Aspectos relevantes no sistema de aqüíferos
• As zonas permeáveis e as impermeáveis;
• Um sistema de águas subterrâneas funciona tanto como reservatórios
quanto como condutores de águas;
• Delimitação das áreas de recarga;
Transporte de substâncias nocivas no subsolo
Fontes de poluição
1) Percolação localmente concentrada de poluentes:
•
•
•
•
Deposições antigas problemáticas;
Aterros sanitários com vazamentos;
Fossas, bacias de decantação;
Áreas industriais (armazenamento e manipulação
impróprias de substâncias perigosas;
• Locais de acidentes no transporte de substâncias
perigosas.
2) Percolação liniforme de substâncias por meio de:
• Infiltração de riachos e rios;
• Infiltração de efluentes líquidos de sistemas de canalização
com vazamento;
• Percolação da água das ruas.
3) Entradas difusas de substâncias em áreas extensas por meio
da percolação, através:
• Da adubação excessiva de áreas agricultáveis;
• Da aplicação imprópria de agrotóxicos e pesticidas;
• De entradas de substâncias da atmosfera, carregadas pela
precipitação.
4) Infiltração de lagoas e bacias de armazenamento.
5) Entrada direta de calor (ou retirada de calor) por meio de
poços.
Classificação resumida das substâncias contidas na água subterrânea
Estado físico
Substâncias dissolvidas (mescláveis)
Substâncias em suspensão (mescláveis)
Substâncias emulsionadas (não-mescláveis)
Comportamento de
deposição e
degradação
Substâncias conservadoras:
• perseverantes
• persistentes
Substâncias degradáveis:
• quimicamente degradáveis
• biodegradáveis
Características
hidrodinâmicas
Substâncias hidrodinamicamente neutras
mescláveis (Tracer)
Substâncias hidrodinamicamente ativas
Substâncias não mescláveis (emulsionadas)
Fontes e entradas de substâncias
Puntiformes:
Emitem para a água subterrânea substâncias nela
contidas de forma localmente concentrada.
Exemplo: deposições antigas;
Liniformes:
Emissões em linha de substâncias.
Exemplo: rios e canais;
Planas:
Emissões superficiais de substâncias.
Exemplo: precipitações pluviais carregam agrotóxicos,
fertilizantes e pesticidas para o subsolo.
 O transporte de substâncias do local da emissão até
o lençol freático ocorre, geralmente, através da zona
não-saturada do subsolo, em direção vertical e sob a
influência da força da gravidade;
 Na zona saturada ocorre a mistura na água
subterrânea. Dependendo do tipo de substâncias e
das condições hidrogeológicas, pode ocorrer uma
mistura vertical mais ou menos forte no aqüífero;
 Em seguida as substâncias são transportadas na
correnteza predominante da água subterrânea por
áreas extensas, em geral na direção horizontal.
BIBLIOGRAFIA
CETESB. Manual de gerenciamento de áreas contaminadas. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_contaminadas/manual.asp>
Acesso em 12 de abril de 2009.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impactos ambientais:
conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
SCHIANETZ, Borjan. Passivos ambientais. Curitiba: SENAI, 1999.
AGRADEÇO A PRESENÇA E A ATENÇÃO!
Professora: M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga