Sessão de Anatomia Clínica MORTE MATERNA www.paulomargotto.com.br Brasília, 12 de julho de 2013
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Transcript Sessão de Anatomia Clínica MORTE MATERNA www.paulomargotto.com.br Brasília, 12 de julho de 2013
Sessão de Anatomia Clínica
MORTE MATERNA
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 12 de julho de 2013
Caso clínico
D.L.S.S., 28 anos, procedente de Samambaia-DF
G3P1A1
PN: 7 consultas
Tipagem sanguínea: O +
Sorologias:
1º trim: VDRL , hepatite B, Toxoplasmose,
citomegalovírus, rubéola e chagas = NR
2º trim: HIV NR
Caso clínico
Atendimento: 18/10/2012 às 23h
Motivo da consulta:
Perda de líquido transvaginal desde às 21h de hoje
IG: 37 semanas + 3dias
Ao exame:
AFU 36cm
BCF: 146bpm
DU: fraca
Toque vaginal: colo pérvio 3 cm, bolsa rota, LA claro
Hipótese Diagnóstica:
Gestação de 37semanas
Aminiorrexe prematura
CD: internação
Caso clínico
Evolução durante internação
23h49:
Paciente referindo contrações esparsas e boa movimentação fetal.
Ao exame:
BCF: 142 bpm, rítmico
MF +
DU: 1/10'/30"
Tônus uterino normal
TV: evitado
Conduta:
Monitorização fetal
Iniciada ampicilina
Caso clínico
Evolução durante internação
01h22:
Paciente refere contrações moderadas
Ao exame:
BCF: 150bpm, sem desacelerações antes, durante ou após contrações,
arrítmico?
MF: +
DU: 2/10'/30''
Tônus uterino: normal
TV: colo 90% apagado, pérvio para 4cm, cefálico, -2 De Lee
Conduta:
Observação
Caso clínico
Evolução durante internação
02h35:
Paciente apresentando contrações fugazes
BCF: 115 bpm
DU: 3/10’/30''
TV: Dilatação completa, cefálico, +2 De Lee
Conduta:
Ocitocina
Ausculta do BCF (manteve-se dentro da normalidade para o
período)
Caso clínico
Evolução durante internação
03h:
Assistido parto normal com episiotomia MLD
RN masculino às 02h51, Apgar:0/2, 3400g, LA claro, não chorou ao
nascer, entregue aos cuidados do pediatra
Dequitação completa após 20 minutos à Baudelocque-shultze
Episiorrafia por planos anatômicos
Útero contraído
Lóquios fisiológicos
Em outros registros: relato de manobra de Kristeller e de período
expulsivo com duração de 15 minutos
Conduta:
Observar puerpério imediato
Caso clínico
Evolução durante internação
03h:
Paciente com sangramento transvaginal aumentado
Hipótese diagnóstica:
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
03h:
Paciente com sangramento transvaginal aumentado
Hipótese diagnóstica:
Sangramento pós-parto
Trabalho de parto precipitado
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
03h:
Paciente com sangramento transvaginal aumentado
Hipótese diagnóstica:
Sangramento pós-parto
Trabalho de parto precipitado
Conduta:
2 acessos venosos 16G
Ringer Lactato em gotejamento rápido
02 ampolas de ocitocina EV em SG % (?) em gotejamento rápido
Caso clínico
Evolução durante internação
Registro 03h22:
Avaliação da paciente:
Mal-estar
PA inaudível
Palidez
Sudorese
Hipótese diagnóstica:
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registro 03h22:
Avaliação da paciente:
Mal-estar
PA inaudível
Palidez
Sudorese
Hipótese diagnóstica:
Sangramento pós-parto
Choque hemorrágico
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registro 03h22:
Avaliação da paciente:
Mal-estar
PA inaudível
Palidez
Sudorese
Hipótese diagnóstica:
Choque hemorrágico
Conduta:
O² em cateter nasal
2 acessos venosos 16G
Ringer Lactato gotejamento rápido
Ocitocina EV em Ringer Lactato gotejamento rápido
Methergim IM
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros 04h04 / 4h16:
Paciente apresentando:
Palidez mucosa, taquipnéia e taquicardia
Sangramento vaginal moderado
Útero não permanece contraído
Hipótese Diagnóstica:
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros 04h04 / 4h16:
Paciente apresentando:
Palidez mucosa, taquipnéia e taquicardia
Sangramento vaginal moderado
Útero não permanece contraído
Hipótese Diagnóstica:
Choque hemorrágico
Atonia uterina
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros 04h04 / 4h16:
Paciente apresentando:
Palidez mucosa, taquipnéia e taquicardia
Sangramento vaginal moderado
Útero não permanece contraído
HD:
Choque hemorrágico
Atonia uterina
Conduta:
O² em cateter nasal
2 acessos venosos 16G
Ringer Lactato gotejamento rápido
Ocitocina EV em Ringer Lactato gotejamento rápido
Methergim IM
Concentrado de hemácias 600ml com urgência
Misoprostol 800mcg via retal
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h30:
Paciente recebendo hemotransfusão e medidas relatadas
Agitada, mucosas muito hipocoradas, pulso fraco
Palpação abdominal: impossível definir se o útero está contraído devido a
agitação da paciente
Inspeção perineal: sangramento de pequeno volume no forro
TV: Ausência de coágulos, saída de sangue pelos genitais externos
Perda de acesso venoso
Hipótese Diagnóstica:
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h30:
Paciente recebendo hemotransfusão e medidas relatadas
Agitada, mucosas hipocoradas ++++/4+, pulso fraco
Palpação abdominal: impossível definir se o útero está contraído devido a
agitação da paciente
Inspeção perineal: sangramento de pequeno volume no forro
TV: Ausência de coágulos, saída de sangue pelos genitais externos
Perda de acesso venoso
Hipótese Diagnóstica:
Choque hipovolêmico
Atonia uterina
Laceração de colo.
Distúrbio de coagulação
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h30:
Paciente recebendo hemotransfusão e medidas relatadas
Agitada, mucosas hipocoradas ++++/4+, pulso fraco
Palpação abdominal: impossível definir se o útero está contraído devido a
agitação da paciente
Inspeção perineal: sangramento de pequeno volume no forro
TV: Ausência de coágulos, saída de sangue pelos genitais externos
Perda de acesso venoso
Hipótese Diagnóstica:
Choque hipovolêmico
Atonia uterina
Laceração de colo.
Distúrbio de coagulação
Conduta:
Paciente encaminhada para o centro cirúrgico
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema esteve inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h35:
Realizada revisão do colo do útero
Não foi observada laceração em colo do útero, observado sangramento
proveniente de dentro do colo, que aumentava a compressão do abdome
Útero ao nível da cicatriz umbilical, amolecido
Hipótese Diagnóstica:
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema esteve inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h35:
Realizada revisão do colo do útero
Não foi observada laceração em colo do útero, observado sangramento
proveniente de dentro do útero, que aumentava a compressão do abdome
Útero ao nível da cicatriz umbilical, amolecido
Hipótese Diagnóstica:
Choque hipovolêmico
Atonia uterina
Ruptura uterina
Distúrbio de coagulação
Conduta:
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema esteve inoperante durante a madrugada)
Evolução das 4h35:
Realizada revisão do colo do útero
Não foi observada laceração em colo do útero, observado sangramento
proveniente de dentro do útero, que aumentava a compressão do abdome
Útero ao nível da cicatriz umbilical, amolecido
Hipótese Diagnóstica:
Choque hipovolêmico
Atonia uterina
Ruptura uterina
Distúrbio de coagulação
Conduta:
Indicada laparotomia
Caso clínico
Evolução durante internação
Registros às 07h40 (sistema estava inoperante
durante a madrugada)
Início da cirurgia: 4h45
Paciente com parada cardíaca aproximadamente 10
minutos após o início da cirurgia
Óbito declarado às 5h45
OBS: Houve solicitação de mais concentrado de hemácias e
plasma fresco congelado que não chegaram a ser instalados.
Caso clínico
Evolução durante internação
Resumo do centro cirúrgico (anestesista):
Chegada da paciente ao CC às 04h45 com desorientação, palidez cutânea e pulsos periféricos
impalpáveis. Bradiarritimia no ECG (35bpm) com várias ESV, SpO2 e PA indetectáveis.
Posição de Trendelenburg, elevação de MMII, acessos venosos 16G em cada braço, reposição
volêmica vigorosa, O² sob máscara 100% 3L/min, atropina 1mg, sem resposta.
Realizada IOT 7,5 com cuff
imediatamente às 04h45.
Concomitante ao início da cirurgia, piora do quadro com ECG mostrando ESV em salva com
rápida evolução para taquicardia ventricular e assistolia.
Lidocaína 60mg EV, sem resposta.
Iniciada prontamente MCE com VMC O² 100%, adrenalina 1mg, sem resposta.
Cardioversão + MCE + adrenalina 5 vezes em sequência, amiodarona 1 ampola, sem resposta.
Total de cristalóide 4.500ml, concentrado de hemácias 2, solução de amido 2 de 500ml. Total
infusão: 6600ml. Total de adrenalina 6mg.
Após 50 minutos de reanimação sem resposta foi declarado o óbito às 05h45.
VMC com O2 100% 3L/min e iniciada laparotomia exploradora
Recém-Nascido
LUISA CAROLINA MIRANDA MENDONÇA
R3 NEONATOLOGIA – HMIB
PAULO R. MARGOTTO
ID: Filho de Danúbia Simone de Lima Silva – Lucas
Rogerio Lima Bispo
Dia 19/10/2012 - às 02:51 nasce por parto espontâneo
com período expulsivo prolongado, extração
difícil, manobra de Kristeller.
Sexo masculino, em
morte aparente.
Peso de nascimento: 3400g; PC: 34cm; E: 50cm;
Capurro: 39 semanas; Apgar 0/2; TS: A+; CD: +
Foi reanimado, entubado e encaminhado para UTIN
Convulsões na primeira hora de vida, de difícil
controle, iniciado fenobarbital e hidantal
Iniciado medidas neuroprotetoras, suspensas com
72h de vida
CPK: 729 e CKMB: 531.
Ecocardiograma: alteração segmentar da
contratilidade do VE.
Eco cerebral (23/10): normal com IR: 0,72
Recebeu vancomicina e amicacina por 12 dias por
sepse tardia
Dia 26/10 iniciado NPT e evoluiu com PCR, que foi revertida
rapidamente após manobras de reanimação
Extubado dia 02/11 – 14 dias – recebeu um ciclo de dexametasona
CPAP por 3 dias. Hood por 3 dias
ECO cardiograma (02/11): insuficiência mitral e tricúspede.
Eco cerebral (06/11): afastamento da cissura inter-hemisférica.
Leve dilatação biventricular (sequelas de anoxia perinatal)
CT crânio (07/11): Hipodensidade difusa da substância
branca profunda e subcortical, sendo um pouco mais
evidente nos lobos temporais. Acentuação de sulcos,
proeminência de cisternas e dilatação do sistema
ventricular. Tais alterações são compatíveis com sequela de
anoxia perinatal, conforme
história clínica. Cerebelo e fossa posterior sem alterações
evidentes
Dia 12/11: suspenso o hidantal e início do
fenobarbital VO.
Dia 27/11: alta para a UCIN Externa , já com dieta
total pela mamadeira, acompanhamento pela
terapia ocupacional e neuropediatria
Dia 30/11: alta domiciliar
HD:
1. RNT + AIG
2. PARTO VAGINAL 3. ASFIXIA PERINATAL GRAVE - APGAR 0 e 2
4. Síndrome Hipóxico-Isquêmica - CONVULSÕES
NA PRIMEIRA HORA DE VIDA
5. ISQUEMIA MIOCÁRDICA
6. ICTERÍCIA - MÃE O+ RN A+ CD+(+)
7. SEPSE TARDIA - TRATADA
Óbito Materno
Hipóteses Diagnósticas:
Óbito Materno
Hipóteses Diagnósticas:
Sangramento pós-parto
Choque hipovolêmico
Atonia uterina
Laceração de colo
Rotura uterina
Distúrbio da coagulação
Sangramento pós parto (SPP)
Responsável por 25% das mortes maternas em todo o
mundo
3 – 5 % dos partos vaginais
Definição:
Perda sanguínea > 500ml nas primeiras 24h após o parto
ou > 1000ml após cesariana
Fatores de Risco
Pré Parto
Intraparto
Pré-eclâmpsia
Terceiro período prolongado
Nuliparidade
Gestação múltipla
História anterior de SPP
Cicatriz de cesárea prévia
(> 30 min)
Parada de progressão
Episiotomia
Lacerações: cervical, vaginal,
perineal
Parto assistido: fórcipe,
extração à vácuo
Condução do trabalho de
parto
Trabalho de Parto precipitado
Trabalho de Parto Precipitado
“Evolução do parto e nascimento são excessivamente rápidos”
Diagnóstico: O primeiro e o segundo período se completam
em menos de 3h
Pode levar a rupturas ou lacerações extensas em colo,
vagina ou períneo
Riscos associados:
Embolia de líquido amniótico
Atonia uterina
Trabalho de Parto Precipitado
Causas:
resistência muito baixa dos tecidos moles do canal de
parto
contrações uterinas e abdominais anormalmente
intensas
Pode estar associado a descolamento de placenta,
hemorragia pós parto, consumo de cocaína e APGAR
baixo
Atonia Uterina
Definição: ausência da contração uterina suficiente
para promover o miotamponamento
Causa principal em 70/80% dos sangramentos pós-
parto
Principais causas de Atonia Uterina:
Trabalho de parto precipitado ou prolongado
Sobredistensão uterina: gemelar, polihidrâmnio, feto macrossômico
Anestesia geral no parto / analgesia de parto
Infecção uterina ante parto
Choque hipovolêmico
Após indução por ocitocina
Multíparas
Laceração de trajeto
“Lacerações e/ou hematomas resultantes de traumas do parto”
Complicações imediatas: perda sanguínea, necessidade de sutura
e dor perineal
Fatores de risco associados:
Duração do segundo período do parto
Cicatriz perineal anterior
Infusão de ocitocina
Posição no parto
Puxos dirigidos
Peso e o perímetro cefálico do RN;
Rotura uterina
“É o rompimento parcial ou total do miométrio durante a gravidez
ou o trabalho de parto, ocorrendo comunicação da cavidade uterina
com a abdominal e extrusão do feto e de suas partes”
Fatores de risco:
Cirurgia miometrial
Trauma uterino
Malformação congênita
Secundamento patológico
Multiparidade
Manobra de Kristeller;
Gestação gemelar;
Polidramnia;
Desproporção céfalo-pélvica;
Apresentações anômalas;
Uso de ocitócitos e prostaglandinas na indução ou condução do
parto.
Distúrbio da coagulação
Aproximadamente 1% dos sangramentos pós-parto
Distúrbios prévios da coagulação
Distúrbios da coagulação associados à doenças do ciclo
gravídico puerperal
Coagulopatia de consumo (choque hemorrágico)
Diagnóstico laboratorial
Caso clínico
Óbito Materno
Principal hipótese diagnóstica
Caso clínico
Óbito Materno
Achados transoperatórios:
Caso clínico
Evolução durante internação
Achados transoperatórios:
Início da cirurgia: 4h45
Ausência de sangramento em cavidade abdominal
Útero aumentado de volume e amolecido
Paciente com parada cardíaca aproximadamente 10 minutos
após o início da cirurgia
Retirada
de instrumental e contenção das estruturas
abdominais com compressa durante a reanimação cardíaca
Óbito declarado às 5h45
Presença de sangue em volume moderado na cavidade
abdominal
Etiologia da SPP: 4 “T”
Tônus (70%)
Trauma (19%)
Tecido (10%)
Trombina (1%)
Sangramento pós parto
Manobras ressuscitativas (ALSO)
Pedir ajuda
Airway (vias aéreas), Breathing (respiração),
Circulation (circulação)
Dois acessos venosos de grande calibre
Oxigênio
Exames: ABO-Rh, Hb, Coagulograma (plaquetas, TAPINR, TTPA, fibrinogênio, produtos de degradação da
fibrina)
Reserva de sangue
Tônus – atonia uterina
Causa mais comum de SPP
Procedimento inicial:
Massagem uterina bimanual e compressão
Agentes ocitócicos
Ocitotina
Metilergonovina
Prostaglandinas
Tamponamento
Abordagem cirúrgica:
Ligaduras arteriais (embolizaçõe seletivas)
Sutura de B-Linch
Histerectomia
Trauma
Inversão uterina
Rotura uterina
Lacerações vaginais ou cervicais
Hematomas
Tratamento:
Revisão e Suturas
Manobra de Taxe e outras
Tecido
Retenção placentária
30 minutos sem dequitação
3% dos partos
Retenção de fragmentos placentários
Acretismo placentário
Tratamento:
Curagem
Curetagem
Histerectomia
Trombina - coagulopatia
Condições pré-existentes
PTI, Síndrome de “von Willebrand”
Comemorativos obstétricos
Hipertensão, Síndrome HELLP
DPP
Perda fetal
Septicemias
Drogas (ex.: aspirina)
Coagulopatia de consumo
Trombina - coagulopatia
Tratamento:
Manter hematócrito > 30%;
Plaquetas > 50000
Fibrinogênio > 100 mg/dl
Trombina - coagulopatia
Sangramento pós parto
Esteja preparado – imprevisível
Abordagem estruturada
Principal causa: atonia uterina
Considerar os 4 “T”:
Tônus, Traumas, Tecido, Trombina
Prevenção:
Pré-natal adequado
Parto hospitalar
Abordagem ativa do terceiro período
Vigilância e intervenção precoces
“1% de mortalidade representa
100% para a família que
perdeu o paciente”
J. C. Goligher
Fontes consultadas
Course Syllabus. ALSO – Advanced Life Support in
Obstetrics - Brasil. The American Academy of Family
Physicians, 2000.
2. Cunningham FG et al. Williams obstetrics. 23 ed., New
York: McGraw-Hill, 2010
3. Prontuário eletrônico. Trakcare - Base de produção.
4. Urgências e Emergências Maternas: gula para diagnóstico
e conduta em situações de risco de morte materna /
Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Saúde
da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2000, 2ª edição.
1.
Dra. Melissa Iole Da Cás Vita
Núcleo de Anatomia Patológica/HMIB
Mulher, D. S.L.S., 28 anos, com história de
sangramento uterino no pós-parto imediato
Ectoscopia:
intensa palidez cutâneo-mucosa
Abdome globoso, com incisão cirúrgica mediana
infraumbilical (12 cm)
Pequena de saída de líquido sanguinolento não
coagulado da incisão
Intensa palidez visceral
Pequena quantidade de sangue não coagulado em recesso
parietocólico esquerdo
Coração: sem sangue ou coágulos, cavidades normais
Pulmões: pálidos e creptantes
Pequenos nódulos brancos subcapsulares (aspecto miliar)
Fígado: pardo-amarelado e amolecido
esparsas petéquias subcapsulares
Baço: íntegro, friável e vinhoso
Pequenos nódulos subcapsulares
Estômago: esparsas petéquias no antro, sem ulcerações.
Rins: pálidos, realce do limite córtico-medular (NTA)
Útero:
Corpo: Globoso, com superfície íntegra, sem roturas
Cavidade uterina: dilatada (puerperal), sem sangue ou
coágulos. Sem revestimento endometrial ou tecido
vilositário residual
Colo: dilatado, vinhoso, com pequenas lacerações
Cérebro: palidez, leve redução dos giros
Colo uterino:
Pequenas fissuras na mucosa
Hemorragia aguda e congestão vascular
predominantemente em localização submucosa
Ausência de granulomas ou micro-organismos
Exame de rotina: hematoxilina e eosina
Outros exames realizados:
IHQ: panqueratina, CD31
Colorações especiais:
Alcian Blue, PAS e Groccot
Rim:
Necrose coagulativa de túbulos renais proximais
Degeneração acidófila e degradação parcial do núcleo e
citoplasma da células tubular renal
Edema intersticial
SNC
Necrose coagulativa de neurônios
Neurônios retraídos, pequenos e hipercromáticos
Edema intersticial
Pulmão:
Edema alveolar
Congestão vascular focal
Focos (aspecto miliar) de processo inflamatório crônico
granulomatoso, com necrose central
Células epitelióides e gigantes multinucleadas
Fibrose periférica
Necrose central não caseosa, com debris celulares
Fígado:
Leve a moderado infiltrado linfocitário periportal
Focos (aspecto miliar) de processo inflamatório crônico
granulomatoso, com necrose central (semelhante ao
observado no pulmão)
Baço e Linfonodos:
Focos (aspecto miliar) de processo inflamatório crônico
granulomatoso, com necrose central (semelhante ao
observado no pulmão)
Depleção linfocítica
Pulmão, fígado, baço e linfonodos:
Às colorações especiais (Grocott e PAS), foram
evidenciadas estruturas fúngicas dimórficas pequenas,
morfologicamente semelhantes ao Histoplasma
capsulatum
A84-12: Diagnósticos anatomopatológicos finais
Hemorragia uterina pósparto
Choque hipovolêmico
hemorrágico
Palidez cutâneo-mucosa e visceral
intensa
Encefalopatia hipóxico-isquêmica
Rim de choque
Edema pulmonar
Depleção linfocítica e hemorragia
esplênica
Micose sistêmica
(Histoplasmose)
?
Pneumonia granulomatosa
Linfadenite granulomatosa
Hepatite granulomatosa
Esplenite granulomatosa
Outros achados:
Hiperplasia multinodular coloide da tireóide
Estruturas funcionais nos ovários (corpo lúteo e cistos foliculares)
HISTOPLASMOSE
Dr. Felipe Teixeira
Infectologista do HRAS/HMIB
Histoplasmose
Micose sistêmica causada por fungo dimórfico
Histoplasma capsulatum var capsulatum
Histoplasma capsulatum var duboisii (africano)
Encontrado no solo e em fezes de aves e morcegos
Descrito na forma de surtos de doença pulmonar e em
pacientes imunossuprimidos
Fisiopatogenia
Fonte: CDC
Forma pulmonar aguda
Usualmente auto-limitada
Mais comum na criança e no adulto jovem
Varia de mal-estar e febre a insuficiência respiratória
(depende do inóculo)
Forma pulmonar crônica
Doença progressiva que resulta em necrose e fibrose
Sintomas similares a tuberculose
Comum em homens idosos
Associada a DPOC ou outra doença pulmonar crônica
Forma disseminada
Doença progressiva em pacientes com imunidade
celular diminuída
HIV, transplantados, cirrose, linfoma, outros
Aguda, pode ser fatal
Crônica em pacientes que os macrófagos não
conseguem eliminar o H. capsulatum
Pode acometer o sistema nervoso central
Diagnóstico
Sinais e sintomas inespecíficos
Pesquisa e cultura para fungos em fluídos e tecido
Sorologia
Pesquisa de antígeno – sangue e urina
Tratamento
Anfotericina B desoxicolato ou lipossomal
Itraconazol
Relato
1º Relato de meningite em gestante de 1986
Relato de 3 casos com transmissão transplacental -
2004
ARCH INTERN MED/VOL 164, FEB 23, 2004
Casos em gestantes
Redução da imunidade celular do tipo Th1
Menor regulação dos linfócitos T CD4
Menor ação dos macrófagos
Maior resposta do tipo Th 2
Maior suscetibilidade da gestantes a micoses
sistêmicas – Coccidioides immitis entre outras