CERVICALGIA Arielle Cristina Silva Graduanda em Fisioterapia

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CERVICALGIA
Arielle Cristina Silva
Graduanda em Fisioterapia
1 - Introdução
• Uma das condições álgicas mais prevalentes
• 55% da população
• 12% das mulheres e 9% dos homens -> cervicalgia
•
•
crônica.
Idosos, trabalhadores braçais, indivíduos tensos,
atividades com vícios posturais.
Não – miofascial é mais comum com a progressão da
idade -> espondilose cervical.
2 - Anatomia
• Função de sustentação,
•
•
•
proteção e
movimentação
7 vertebras, 5 discos e
vários ligamentos.
Proximal ou rostral
(occipito – atlanto- axial)
->flexão/
extensão/rotação
Caudal (C3 a C7)
-> flexão/extensão
/lateralização
Ligamento longitudinal
anterior à frente dos
corpos vertebrais.
Ligamento
supraespinhal
atrás das
espinhas.
Ligamento longitudinal
posterior atrás dos
corpos vertebrais.
Ligamento flavo
(ou amarelo)
entre duas
laminas.
Disco
Intervertebral
Ligamento interespinhal
entre duas espinhas
Ligamento
intertransversario entre
os processos
transversos.
• Músculos
•
•
Flexores da cabeça:
- Reto curto anterior e lateral;
- Longo da cabeça.
Extensores da cabeça:
- Reto posterior maior e menor;
- Oblíquo superior e inferior;
- Longuíssimo da cabeça;
- Esplênio da cabeça;
- Semi espinhal da cabeça.
•
•
•
•
Flexores da cervical:
- Escaleno anterior, médio e posterior
Extensores da cervical:
- Esplênio cervical;
- Semi espinhoso cervical;
- Loguíssimo cervical.
Rotação ipsolateral do pescoço:
- Os 3 últimos;
- Esternocleidomastóideo.
Movimentação Cervical e do Ombro:
- Infra-espinhoso;
- Elevador da escápula;
- Trapézio;
- Multífido.
• Plexos
•
•
*
As divisões anteriores primárias dos 4 nervos rostrais
-> Plexo cervical
Caudais -> Plexo braquial (C5 a T1)
Esôfago, laringe, glândula tireóide, traquéia,artérias
carótidas e vertebrais, veias jugulares -> causam dor
na cervical quando acometidas por alguma patologia.
3 – Exame dos doentes com
Cervicalgia
* Condições traumáticas, funcionais, infecciosas,
inflamatórias, tumorais, degenerativas e endocrinológicas,
podem causar cervicalgia. A síndrome dolorosa miofascial
(SDM) é a causa mais comum da cervicalgia crônica.
• Incluir dados da historia presente e pregressa,
•
antecedentes individuais e familiares, hábitos e elementos
do exame físico, incluindo os do aparelho locomotor e do
sistema nervoso.
Localização, intensidade, distribuição, irradiação, fatores
de melhora e de piora da dor.
Exame Clínico de Rotina
1 – Exame local do pescoço, com exames neurológicos e
vasculares dos MMSS
INSPEÇÃO
Contornos osseos: deformidade?
Contornos dos tecidos moles
Coloração e textura da pele
Cicatrizes ou sinuosidades
MOVIMENTOS
Flexão-extensão
Flexão Lateral
Rotação
? Dor nos movimentos
? Crepitação nos movimentos
PALPAÇÃO
Temperatura da pele
Contornos do osso
Contornos dos tecidos moles
Sensibilidade local
CONDIÇÃO
NEUROLÓGICA DO MS
Sistema muscular, Sensorial
Sudorese
Reflexos
CONDIÇÃO VASCULAR DO MS
Coloração, Temperatura, Pulsações
2 – Exame de causas extrínsicas potenciais dos sintomas
do pescoço
Sintomas sugestivos de desarranjos do pescoço podem surgir nos
ouvidos ou garganta. Sintomas do membro superior sugerindo distúrbio
cervical com envolvimento do plexo braquial podem surgir no ombro,
cotovelo ou troncos nervosos no seu trajeto periférico.
3 – Exame Geral
Inspeção geral de outras partes do corpo. Os sintomas cervicais
podem ser apenas uma manifestação de uma doença mais
disseminada.
4 – Afecções músculo-esqueléticas
Os
traumatismos,
anormalidades
degenerativas
e/ou
inflamatórias primárias da coluna cervical, atividades ocupacionais,
posturas anormais, estresses psíquicos, ansiedade e depressão são
as causas mais comuns de SDMs cervicais. A SDM pode
acompanhar também outras afecções como hérnias discais,
traumatismos, tumores, infecções regionais e/ou sistêmicas. Isso
significa que seu diagnóstico como entidade isolada requer o
descartar de várias entidades regionais.
Muitos músculos da região cervical podem ser sede de SDMs. A
dor ocorre, geralmente, em doentes que são propensos a lesões
traumáticas cervicais, lesão em chicote ocupacionais ou não, e
costuma ser precipitada por fadiga ou estresses psicológicos e
outros fatores. A SDM tem origem localizada; desencadeada por
fatores como trauma e isquemia musculares; gera dor em locais
chamados ponto – gatilho.
• Músculo Trapézio
•
•
•
•
Manuseio ou transporte de objetos pesados em um ombro.
Execução de atividades que impliquem na elevação dos
MMSS.
Estress emocionais.
Dor referida na face postero-lateral do pescoço.
• Músculo Esternocleidomastóideo
•
•
Dor referida no esterno, região occipital, frontal, na órbita,
no pavilhão auricular e na região clavicular.
Os PGs podem ser palpados ao longo do músculo, que pode
ser examinado com pressão digital ou pinçamento entre os
dedos.
• Músculo Elevador da Escápula e
Infraespinhal
•
•
É um dos músculos mais envolvidos na ocorrência de SDM
cervical, porque a elevação da escápula é habitual em
situações de tensão emocional ou de posturas inadequadas.
A dor, nestes casos, é referida na face postero-lateral do
pescoço, na região interescapular e no ângulo do pescoço.
• Músculo Escalenos
•
•
•
O acometimento dos músculos escalenos decorre de vícios
posturais e de anormalidades respiratórias.
A SDM dos escalenos pode simular infarto do miocárdio.
A contração dos escalenos pode causar síndrome do
desfiladeiro torácico, pois o plexo braquial transita entre o
músculo escaleno anterior e médio.
*
Outros, quando acometidos, resistem ao movimento antagonista
O tratamento da SDM baseia-se na eliminação das causas,
e no controle da dor com analgésicos, antiinflamatórios não
hormonais (AAINHs), opióides, relaxantes musculares,
antidepressivos, neurolépticos, inativação dos PGs, reabilitação
muscular e na remoção dos fatores perpetuantes ou agravantes
(anormalidades psicológicas e posturais, afecções associadas).
Exercícios, alongamentos, acupuntura, medidas fisiátricas,
estimulação transcutânea, técnica de relaxamento e de suporte
psicológico são necessários nesses casos. A inativação dos PGs
cervicais deve ser realizada com cuidado, pois vários orgãos
digestivos ou não, estruturas nervosas e respiratórias podem
ser traumatizados durante o agulhamento ou infiltração.
Geralmente injeta anestésicos locais, mais estes tem muitas
desvantagens. A Acupuntura é muito indicada. Há a inativação
de fibras nervosas A gama, que estimula os interneurônios
inibitórios localizados no corno posterior da medula, mediado
por peptídios opióides, que bloqueiam os impulsos aferentes
dos nociceptores C dos PGs.
• Fibromialgia
•
Dor nos músculos suboccipitais, processos transversos de
C5 a C7, borda superior do trapézio, músculo supra
espinhoso.
• Traumatismos
•
•
•
Lesões por hiperflexão e hiperextensão, como ocorre em
acidentes automobilísticos com lesão em chicote, mesmo
sem fraturas, podem causar micro-hemorragias, edema,
estiramento e lacerações das estruturas do aparelho
locomotor, dor e espasmo múscular.
Além das lesões nas partes moles, podem ocorrer fraturas
vertebrais,
deslocamento
das
facetas
articulares,
compressão e irritação de estruturas nervosas.
O diagnóstico baseia-se na história do traumatismo e no
exame clínico
• Disfunções Intervertebrais
•
•
•
São decorrentes da degeneração do disco intervertebral, fenômeno
decorrente do avanço da idade ou de traumatismos que reduzem a
capacidade amortecedora discal e causa sobrecarga do corpo vertebral e
facetas articulares. Como conseqüência, instalam-se osteófitos
reacionais ou hérnias discais. Estas anormalidades podem resultar em
compressão da medula espinhal ou das raízes nervosas.
A espondilose cervical não associada à compressão radicular não causa
cervicalgia. Havendo compressão de raiz nervosa, pode ocorrer
radiculopatia.
A cervicalgia geralmente instala-se insidiosamente, sem causa aparente.
Raramente a instalação é súbita. É relacionada aos movimentos bruscos
do pescoço, longa permanência em posições inadequadas, esforços
físicos ou traumatismos. Melhora com o repouso e exacerba-se com o
aumento da pressão liquórica ou compressão das apófises espinhosas.
Freqüentemente associa-se à contratura muscular e à ocorrência de
PGs. O comprometimento radicular causa anormalidades sensitivas e
motoras.
•
•
Os espaços discais mais acometidos são C5 – C6 e C6 – C7.
•
Manobra de Spurling -> Agrava a cervicobraquialgia preexistente
ou induz seu apareciento.
•
As manobras que aumentam a pressão
cefalorraquidiano (Valsalva) agravam a dor.
•
Cervicalgia, hiper-reflexia de MMII, marcha espástica e outros
sinais de comprometimento do neurônio motor superior podem
sugerir compressão medular por hérnia discal, canal estreito ou
outras anormalidades decorrentes da espondilose cervical. A
sintomatologia é aguda em casos de hérnias de evolução brusca
ou de origem traumática e geralmente insidiosa, em caso de
osteófitos ou de hérnias de crescimento alentecido.
•
O complexo disco – osteofitário anterior pode causar disfagia
quando há compressão extrínseca do esôfago.
As anormalidades sensitivas mais comuns residem principalmente
na irradiação da dor cervical para o membro superior e/ou tórax.
do
líquido
• Luxação pós - Laminectomia
•
•
Após a remoção cirúrgica de lâminas, facetas, ligamentos e
outras estruturas que estabilizam a coluna vertebral.
Dor cervical, espasmos musculares e déficits neurológicos
são observados em casos mais graves.
• Tumores
•
•
Tumores ósseos, tumores extra-durais ou intramedulares
causam cervicalgia insidiosa, às vezes mal localizada, que
se acentua durante a noite ou ao amanhecer, ou durante a
execução de atividades físicas.
Associadamente, podem ocorrer fraturas patológicas e
anormalidades neurológicas motoras, sensitivas e/ou
neurovegetativas.
• Doenças Infecciosas
•
•
•
Infecções das estruturas músculo-esqueléticas cervicais
cursam com dor.
Osteomielite, tuberculose.
Provas de atividade inflamatória alteradas nestes casos
• Afecções Endocrinológicas e Metabolicas
•
Hiperparatireoidismo, raquitismo, alterações metabólicas
decorrentes do metabolismo anormal do cálcio da vitamina
D ou da insuficiência renal, podem causar perda de massa
óssea, fraturas e dor cervical.
• Processos Inflamatórios
•
Lúpus eritematoso, artrite reumatóide, espondilite
anquilosante e polimiosite podem causar quadros álgicos
devido ao comprometimento das articulações, ligamentos,
músculos e/ou vísceras cervicais.
• Artrite Reumatóide
•
•
•
Na região cervical, acomete a articulação occipito – C1 e
atlanto – occipital.
Dor cervical, as vezes referida nas têmporas e na região
retro-orbitária, é expressão freqüente do acometimento
vertebral.
Anormalidades neurológicas (Paresia sensitivo-motora dos
MMSS e/ou MMII, vertigem, nistagmo) podem ocorrer em
tais casos.
• Espondilite Anquilosante
•
•
•
Atropatia inflamatória que predomina no esqueleto axial.
Pode causar cervicalgia e rigidez de nuca matinal.
Imobilidade cervical e redução da expansibilidade torácica
são comuns.
5 - Neuropatias
• Casos como acidente vascular encefálico e medular e
algumas neuralgias também podem causar dor cervical.
Dentre as neuralgias, destacam-se as neuralgias do
nervo glossofaríngeo, trigêmio, laríngeo superior e do
nervo occipital e a dor facial atípica.
6 – Dor Visceral Cervical
• É decorrente do comprometimento tireodiano, esofágico,
laríngeo e/ou traqueal por infecções inflamatórias,
tumorais e/ou infecciosas, causando dor cervical.
7 - Conclusão
Várias são as causas da cervicalgia. A síndromes dolorosas
miofasciais são as mais prevalentes. Devido à riqueza da inervação das
estruturas da região cervical e da grande quantidade de estruturas aí
localizadas, é necessário um diagnóstico preciso, para que intervenções
terapêuticas mais apropriadas sejam aplicadas aos doentes que padecem
deste quadro álgico. Os elementos da história clínica e dos exames físicos
são mais importantes que os dados de exames complementares, para o
estabelecimento das razões da ocorrência de cervicalgia. Como afecções
degenerativas da coluna vertebral são de elevada prevalência na
comunidade e freqüentemente assintomáticas, os achados de exames de
imagem devem ser validados apenas quando houver correlação com os
elementos da semiologia. O tratamento da cervicalgia fundamenta-se na
remoção das causas, no uso de medidas farmacológicas, medicina física
e reabilitação, psicoterapia e, quando necessário, de procedimentos
ortopédicos, neurocirúrgicos e/ou neurocirúrgicos funcionais.