Transcript Metabolismo dos Lípidos e Doenças dos Lisossomas Faculdade de Medicina da
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Bioquímica I
Rute Pereira Sabrina Magueta Sandrine Dias Sara Gomes Sara Petronilho Sara Margarida Fernandes Sara Melissa Silva
Metabolismo dos Lípidos e Doenças dos Lisossomas
Seminário Orientado 20
Objectivos
Lípidos estruturais constituintes de membranas biológicas; Lípidos derivados de membrana utilizados como moléculas sinalizadoras; Vias metabólicas de catabolismos destes lípidos: papel de enzimas lisossomais; Disfunções e patologias associadas a disfunções destas enzimas.
Lípidos
Definição: Moléculas orgânicas insolúveis na água e solúveis em solventes apolares;
Elementos estruturais e funcionais das membranas biológicas; Permitem a formação de substâncias biologicamente activas de características lipídicas; Reserva nutritiva.
Os Lípidos na Membrana Biológica
Os lípidos membranares são moléculas anfipáticas, formando espontaneamente bicamadas em meio aquoso; Estrutura em folha; Formadas fundamentalmente por lípidos e proteínas (podendo ambos estar associados a glícidos); São estruturas assimétricas; São estruturas fluidas.
Lípidos constituintes das membranas biológicas
Fosfolípidos Glicerofosfolípidos Esfingolípidos Glicolípidos Colesterol
Lípidos constituintes das membranas biológicas
Colesterol
Lípidos como Moléculas Sinalizadoras
Esteróides; Eicosanóides; Esfingolipidos; Alguns metabolitos de fosfolípidos.
Hormonas Mediadores Mensageiros Secundários
São os principais constituintes das bainhas de mielina dos neurónios; Sintetizados no Complexo de Golgi; Degradados nos lisossomas;
Constituição:
ÁCIDO GORDO P RADICAL
OU
ÁCIDO GORDO
Açucares
Funções Relevantes
Reconhecimento e sinalização da superfície celular; Protecção ambientais da membrana prejudiciais, celular contra formando factores complexos mecanicamente estáveis e quimicamente resistentes; Determinam o grupo sanguíneo; “Isoladores” do impulso nervoso.
Grupos Substituintes
Os esfingolipidos podem dividir-se em 2 classes:
Esfingomielinas
Glicoesfingolípidos
• • •
Cerebrósidos Globósidos Gangliósidos
Ceramida
• Unidade estrutural e fundamental comum a todos os esfingolípidos; • É formada como intermediário-chave na biossíntese de esfingolípidos complexos; • Influencia a apoptose, crescimento, adesão e diferenciação celulares; • Base esfingóide (esfingosina) ligada a um ácido gordo (C-2) e a um grupo hidroxilo (1-H em C-3).
Cabeça Polar na Ceramida
Substituição do terminal hidroxilo;
Esfingomielina
(ligada a fosfocolina) Consequente formação de esfingolípidos complexos
Cerebrósido e Globósido
(ligada a glicose ou galactose)
Gangliósido
(ligada a resíduos de ácido siálico)
Colesterol
• Esterol, encontrado nas membranas celulares de todos os tecidos do corpo humano, de fórmula química C 27 H 46 O; • É transportado no plasma sanguíneo de todos os animais; • É excretado do fígado na bílis e é reabsorvido no intestino delgado; • A estrutura química do colesterol é arranjada em quatro anéis A, B, C e D, assemelhando-se às estruturas químicas das hormonas que origina: progesterona, testosterona e cortisol.
Funções
Construção e manutenção das membranas celulares; Regulação da fluidez da membrana Reduz a permeabilidade da membrana plasmática aos iões de hidrogénio e sódio; Recentemente, o colesterol também tem sido relacionado a processos de sinalização celular.
Principal precursor para a síntese de vitamina D, várias hormonas esteróides e sais biliares ; Importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K);
Via de Catabolismo dos
Gangliósido G M1 β-galactosidae
Esfingolípidos
Gangliósido G M2 hexosaminidase A Gangliósido G M3 neuraminidase Globotriaosilceramida α-galactosidase Glucosilceramida β-glucosidase esfingomielinase Ceramida β-galactosidase Esfingomielina Galactosilceramida Esfingosina + Ácido Gordo arisulfatase A Sulfogalactosilceramida
Doenças associadas a enzimas Lisossomais
Doença Deficiência enzimática Metabolito acumulado Doença de Tay-Sachs
Hexosaminidase A Doença de Fabry
Leucodistrofia metacromática
α-Galactosidase Arisulfatase A Doença de Krabbe’s
Doença de Gaucher
β-galactosidase β-glucosidase
Doença de Niemann-Pick
Esfingomielinase Doença de Farber Ceramidase Gangliósido G M2 Globotriaosilceramida Sulfogalactosilceramida Galactosilceramida Glucosilceramida Esfingomielina Ceramida
Principais sintomas
Atraso mental, fraqueza muscular Erupção da pele, falência do rim Atraso mental e distúrbios psicológicos Atraso mental, perda de mielina Hepato e esplenomegalia Hepato e esplenomegalia Dermatites, atraso mental, deformação nas articulações
Doença de Tay-Sachs
Consequência de uma mutação recessiva no cromossoma 15 Alteração nos lisossomas provocada pela Ausência de uma enzima: hexosaminidase A provoca Aumento da concentração de um lípido GM2 gangliósido afecta particularmente Células nervosas do cérebro
Sintomas
As crianças desenvolvem-se normalmente nos primeiros meses de vida, contudo… Antes do 1º Ano: • Distensão das células nervosas, levando a uma deterioração das capacidades físicas e mentais Por volta dos 2 Anos de idade: • Paralisia muscular • Estados de demência • Convulsões • Incapacidade de engolir • Sobressaltos perante ruídos, culminando em surdez total • Cegueira e mancha vermelha na retina.
Por volta dos 3 Anos de idade: Morte da Criança
Diagnóstico
.
Durante o desenvolvimento fetal Depois de a criança nascer Análise do líquido amniótico obtido por
amniocentese
, para se testar a actividade da
hexosaminidase A
-N-acetil
Testes Neurológicos Testes Físicos Testes Bioquímicos
à urina, soro e leucócitos, que demonstrarão a redução ou a ineficiência da enzima
Terapêutica
Qualquer tratamento aplicado tem um carácter paliativo.
Anticonvulsivantes Técnicas para manter as vias respiratórias abertas Tubos para alimentação Nutrição e alimentação apropriadas Transplante de medula óssea, que permite a introdução de células normais no organismo, produzindo-se enzimas funcionais
Investigação
Estão em curso testes para um medicamento que reduza a concentração de substrato da enzima hex-A; Também tem sido alvo de investigação processos de repor a enzima em falta no organismo, mas apresentam sérios obstáculos; Terapia génica e células estaminais são também potenciais formas de tratamento.
Células Germinais Terapias Génicas Estratégias Promissoras
Leucodistrofia metacromática
Deficiência ou ausência de Arilsulfatase A Converte sulfatídeo a cerebrósido Acumulação de sulfatídio Principais células afectadas:
tecidos do córtex cerebral e da medula espinhal arisulfatase A
Sintomas
Sintomas:
• • • • • • • Instabilidade na marcha Hipotonia ou fraqueza Perda progressiva da força muscular Perda da linguagem Cegueira Surdez Convulsões
Diagnóstico
Exames de diagnóstico:
• • • • • Ressonância Magnética Electroneuromiografia Punção Medular Dosagem da Arilsulfatase A Exame de urina O diagnóstico pré-natal faz-se através da análise de células do líquido amniótico ou células das vilosidades coriónicas.
Tratamento
• Não há cura: tratamento faz-se através do controlo dos sintomas e preservação máxima da qualidade de vida dos doentes.
da Actualmente há investigação no sentido de encontrar soluções para combater mais eficazmente a doença: • Terapia génica – manipulação de genes para sintetizar a arisulfatase A em falta; • Terapia por substituição enzimática A enzima em falha (Arilsulfatase-A) é substituída por uma enzima criada em laboratório, injectada posteriormente no paciente portador de MLD; •
Terapia por redução do substrato
produzida pelo organismo ; – redução do substrato: reduzir a quantidade de sulfatídeos •
Terapia por reposição de células
- Transplante de medula óssea ou de células estaminais - Transplante de sangue do cordão umbilical
Doença de Gaucher
Doença hereditária autossómica recessiva Deficiência da enzima glucocerebrosidase Acumulação de glucocerebrosideos nos lisossomas dos macrófagos Apresenta várias formas, consoante o grau de deficiência enzimática.
Tipos
Doença de Gaucher
Tipo 1 – Forma não neuropática ou crónica do adulto
(mais comum).
Tipo 2 – Forma neuropática aguda ou infantil:
Fatal até 3 primeiros anos de vida.
Tipo 3 – Forma neuropática subaguda ou juvenil:
Crianças que sobrevivam até à adolescência podem viver muitos anos.
Sintomas
•
Tipo 1:
complicações de fígado, baço e ossos; Hepatoesplenomegalia.
•
Tipo 2:
Hepatoesplenomegalia; anormalidades cerebrais e é usualmente fatal durante os 3 primeiros anos de vida; •
Tipo 3:
ataxia, degeneração mental e ataques mioclónicos (convulsões) , demência, espasmicidade.
Diagnóstico
• Exame físico • Testes genéticos • Punção medular • Biópsia do baço • Exame sanguíneo • Raio-X ao esqueleto • Ressonância magnética
Tratamento
• • • • • Terapia de reposição enzimática Terapia de redução do substrato Controlo de sintomas Transplante de medula (casos mais severos) Apoio psicológico
Doença de Niemann-Pick
Doença hereditária recessiva Deficiência da enzima Esfingomielinase Apresenta várias formas, consoante o grau de deficiência enzimática.
Tipos da Doença
Tipos A e B
Deficiência ou ausência de esfingomielinase Acumulação de esfingomielina nas células Ausência de síntese de mielina
Sintomas
Tipo A
– aumento importante de baço e fígado (hepatoesplenomegalia) – atraso do desenvolvimento psicomotor.
– Geralmente não sobrevivem após a infância
Tipo B
– Infecções pulmonares frequentes – hepatoesplenomegalia – Vulgarmente atingem a idade adulta
Tipo C
Erro no transporte de colesterol exógeno Acumulação intracelular de colesterol não esterificado
Sintomas
• • Afecta principalmente baço, fígado, medula óssea e sistema nervoso; Normalmente atingem a idade adulta .
Diagnóstico
• Pré-Natal: amniocentese ou amostras de vilosidades coriónicas • Após nascimento: - biopsia da medula óssea - fígado (extracção de tecido e respectiva análise microscópica) para testar o colesterol que é processado nas células
Tratamento
Não há cura o doente tende a morrer por infecção ou disfunção progressiva do sistema nervoso central Actualmente há investigação no sentido de encontrar soluções para combater mais eficazmente a doença: - Terapia Génica
Bibliografia
• • • • • Lehninger Principles of Biochemistry (D.L. Nelson, M. M. Cox), 5ª Edição, W. H. Freeman, 2008 Biochemistry (J. M. Berg, J. L. Tymoczko, L. Stryer), 6ª Edição, W. H. Freeman, 2006 ALBERTS et al, Molecular Biology of the Cell; 5th Edition, Garland Science KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; Robbins and Cotran – Pathologic Basis of Disease, 7th Edition, Elsevier, 2005 2ª edição, Color Atlas of Biochemistry, (J. Koolman, K. H. Roehm), Thieme, 2005
Webgrafia
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