Doenças exantemáticas na infância Bárbara de Alencar Viana Coordenação: Elisa de Carvalho Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF.

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Transcript Doenças exantemáticas na infância Bárbara de Alencar Viana Coordenação: Elisa de Carvalho Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF.

Doenças exantemáticas na infância

Bárbara de Alencar Viana Coordenação: Elisa de Carvalho Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF

Relato de Caso

Relato de Caso

 Data da GAE: 08/02/06 às 09:53h  Identificação – W.C.A.R., DN: 18/09/2004, 01 ano e 06 meses, masculino, natural, residente e procedente do Riacho Fundo – DF  Queixa principal – Tosse e febre há 01 dia

Relato de Caso

 HDA – O pai relata que a criança começou a apresentar tosse, febre e indisposição há cerca de 1 semana.

Procurou o posto de saúde próximo a sua residência, sendo indicado tratamento sintomático para quadro gripal. Evoluiu com inapetência e surgiram erupções cutâneas pruriginosas em tronco e cabeça há 1 dia. Há 1 dia apresenta-se choroso e gemente, com redução do sono e do apetite. Apresentou febre (39ºC), que não cedia com medicamentos, além de tosse produtiva e coriza, com eliminação de secreção amarelada.

Relato de Caso

 Revisão de sistemas: – Irritabilidade e choro fácil – Apetite reduzido – Sono prejudicado – Diurese normal, evacuações escassas – Mialgias

Relato de Caso

 ANTECEDENTES PESSOAIS – Nascido de parto normal, a termo.

– Peso: 3590g; est: 50cm; PC: 35,5cm – Período neonatal sem intercorrências.

– Desenvolvimento neuropsicomotor sem alterações.

 ANTECEDENTES PATOLÓGICOS – PN há 04 meses tratada em casa; pai nega outras patologias.

– Nega trauma/cirurgias ou internações prévias. Desconhece alergias.

– Imunizações em dia.

Relato de Caso

 ANTECEDENTES FAMILIARES – Pais saudáveis – Avó paterna cardiopata – Irmão teve varicela há cerca de 01 mês  ANTECEDENTES SOCIAIS – Aleitamento materno exclusivo até 6º mês.

– Início do leite de vaca no 6º mês.

– Alimentação variada, incluindo frutas, leite e legumes; não come carne.

– Vive em casa de alvenaria de 03 cômodos com pais e irmão - não tem animais em casa.

Relato de Caso

 AO EXAME – REG, choroso, afebril, desidratado (2+/4+), hipocorado (+/4+), acianótico, anictérico, taquidispnéico, gemente. Eutrófico.

– FC: 127bpm FR: 49irpm T: 37,3ºC – ACV: BNF, RCR 2T sem sopros.

– AR: MV rude, sem ruídos adventícios. Presença de batimento de asa de nariz.

– ABD: plano, flácido, sem VMG, RHA+ – Ext: perfundidas, sem edema – Pele: presença de crostas e vesículas dispersas em cabeça e tronco e parte proximal dos MMII.

Relato de Caso

 Rx de tórax (08/02/2006) – Condensação do lobo superior direito pouco atelectasiante. Pequeno infiltrado no lobo médio. Processo inflamatório.

 HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS – Varicela – Pneumonia por S. aureus ?

Relato de Caso - Evolução

    Evoluiu com esforço respiratório, batimento de asa de nariz, tiragem subcostal e intercostal. Tosse produtiva.

AR: broncofonia em ápice pulmonar direito, murmúrio rude em hemitórax esquerdo.

SatO 2 : 89-97% FR: 40irpm FC: 160bpm CD: – Iniciada cefazolina 100mg/Kg/dia (/3x) – Cateter nasal de O 2 a 2L/min.

Relato de Caso - Evolução

 10/02/2006 - 12/02/2006 – Tosse persiste, porém em menor intensidade – Pico febril de 39ºC – AR: MV diminuído em bases, predominante em pulmão direito.

– Lesão pustulosa única em mão direita. Crostas distribuídas universalmente.

– CD: Suspenso O 2 .

Relato de Caso - Evolução

 13/02/2006 – Tosse pouco produtiva, de escarro amarelo claro.

– Afebril. FR: 32irpm FC: 138bpm – AR: MV diminuído em bases, sem esforço respiratório.

– Presença de crostas distribuídas universalmente.

RX tórax: “À comparação com o exame anterior, mostra reabsorção parcial da condensação de LSD, mantendo-se ainda componente atelectásico e espessamento pleural homolateral.” – CD: Iniciada cefalexina 80mg/Kg/dia.

Relato de Caso - Evolução

 14/02/2006 – 3 picos febris (39ºC, 37ºC, 37ºC) em 24h – Tosse produtiva.

– Lesões crostosas somente.

– AR: MV diminuído em bases, ainda rude em hemitórax direito.

RX de tórax: “Derrame pleural pequeno a direita, com discreta melhora do processo inflamatório.” – CD: Reiniciada ATB venosa com ampicilina + sulbactam (190g/Kg/dia).

Relato de Caso - Evolução

 20/02/2006 – D 11 – D 6 de antibioticoterapia de ampicilina + sulbactam – Melhora da pneumonia e das lesões.

– Após 72 horas afebril, recebeu alta com orientação de tratamento domiciliar com ampicilina + sulbactam 50mg/Kg para completar esquema de 10 dias.

Relato de Caso - Exames

08/02 14/02 Hemácias Hemoglobina Hematócrito VCM HCM CHCM Plaquetas Leucócitos Segmentados Bastões Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos

3,61 9,2 28,4% 78,8 25,3 32,2 238.000

19.200

65 12 21 01 01 00 3,64 9,1 28,1% 77,3 25,0 32,4 829.000

27.700

69 01 28 02 00 00

Relato de Caso - Exames

08/02/2006 50mm 14/02/2006 VHS PCR Uréia Creatinina TGO TGP 27 0,9 57 25 15,69mg/dl

Doenças Exantemáticas

Doenças exantemáticas

   Em geral infecto-contagiosas Diagnóstico essencialmente clínico Exantema é variável, de acordo com tipo de afecção: – Macular – Papular – Vesicular – Pustuloso – Purpúrico

Doenças exantemáticas

           Varicela Sarampo Rubéola Exantema súbito ou roséola infantum Eritema infeccioso Escarlatina Enterovirose Mononucleose Dengue Herpes simples Doença de Kawasaki

Varicela

    Vírus

Herpesvirus varicellae

Faixa etária – 2-8 anos – Rara em <3 meses – proteção materna?

Período de incubação – 14-21 dias Maior incidência em primavera e inverno

Varicela

 Pródromos – 1-2 dias – Discretos – febre, cefaléia, mialgia  Exantema – 1ª manifestação – 8-10 dias – Pápulas, vesículas, pústulas e crostas (últimas não contém vírus viáveis).

– Prurido.

Varicela

Varicela

 Período de contágio – 1-2 dias antes do exantema até última crosta – Alta contagiosidade – Transmissão – contato direto (gotículas), vias indiretas (mãos e roupas).

Varicela

 Características – Lesões centrípetas, evolução em surtos – Polimorfismo regional – Atinge mucosas e couro cabeludo – Imunidade geralmente permanente – Lesões restritas à pele ou acometendo diferentes renais).

órgãos (esôfago, – Não deixa cicatrizes residuais.

fígado, pâncreas, rins, ureteres, útero e supra-

Varicela

 Complicações – Infecção bacteriana secundária  Contaminação por Estafilococos ou Estreptococos  Impetigo, erisipela, celulite, septicemia – Pneumonia  Manifestação clínica – tosse, dispnéia, cianose, hemoptise    1ª semana da doença Ausculta pobre e quadro radiológico com infiltrado nodular difuso em ambos campos pulmonares.

Mais freqüente em adultos.

Varicela

 Complicações – Encefalite   03-08 dias após exantema Ataxia cerebelar – benigna e freqüente, podendo ser a 1ª manifestação da doença (normalmente pós-infecciosa).

– Manifestações hemorrágicas   Trombocitopenia – 1-2 semanas após início do exantema CIVD – Pacientes com deficiência imunológica    Curso prolongado, com erupções hemorrágicas muito extensas.

Complica-se com pneumonia Alta mortalidade.

Varicela

 Tratamento – Sintomático na maioria dos casos.

– Isolamento respiratório – Prurido – anti-histamínicos via oral.

– Pacientes em uso de corticosteróide – reduzir a dose a níveis fisiológicos (20-50 mg de cortisona/m 2 /dia).

– Tratar     Imunocomprometidos Adolescentes > 13 anos e adultos Contactante infectado do caso índice, sendo este grave Neonato infectado (<1 mês)

Varicela

  Crianças que tiveram varicela com menos de 01 ano de idade podem desenvolver herpes zoster, pois não houve memória.

Se varicela quando > 01 ano de idade, procurar outras causas (imunocomprometimento)

Varicela

Sarampo

    Faixa etária – pré-escolar e escolar Período de incubação – 7-14 dias Pródromos – 3-5 dias – Febre alta, rinorréia, conjuntivite Exantema – 5-7 dias – Maculopapular, generalizado, crânio-caudal – Descamação leve, nunca em mãos e pés

Sarampo

  Período de contágio – Do 6º dia da incubação ao 5º dia do exantema – Alta contagiosidade.

Características – Manchas de Köplik – Imunidade duradoura.

Sarampo

Sarampo

Sarampo

Rubéola

    Faixa etária – 5-14 anos Período de incubação – 14-21 dias Pródromos – geralmente não há Exantema – Macular discreto – Sem confluência – Sem descamação

Rubéola

  Período de contágio – 7 dias antes a 7 dias depois do exantema.

– Pouco contagiosa.

Características – Conseqüências danosas para o feto.

– Linfadenopatia retroauricular cervical posterior – Petéquias no palato – Imunidade duradoura e

Rubéola

Exantema súbito ou Roseola Infantum

    Faixa etária – 06 meses a 03 anos Período de incubação – 10-14 dias Pródromos – 3-4 dias – Febre alta, irritabilidade Exantema – 1-3 dias ou horas – Macular, fugaz, início no tronco, sem descamação

Exantema súbito ou Roseola Infantum

  Período de contágio – Desconhecido – Baixa contagiosidade Características – Erupção surge quando cai a febre, em crise.

– Pode ser recorrente.

Exantema súbito ou Roseola Infantum

Eritema infeccioso

    Faixa etária – 5-12 anos Período de incubação – 6-14 dias Pródromos – Geralmente ausentes Exantema – 7-21 dias – Macular recorrente, sem descamação

Eritema infeccioso

  Período de contágio – Desconhecido – Intradomiciliar ou na escola Características – Exantema facial em forma de borboleta – Palidez perioral

Eritema infeccioso

Escarlatina

    Faixa etária – 3-12 anos Período de incubação – 2-4 dias Pródromos – 12 horas a 2 dias – Febre, faringite, tosse, vômitos Exantema – Eritematoso e punctiforme – Início nas zonas de flexão – Generalização – Descamação tardia de mãos e pés

Escarlatina

  Período de contágio – 1-2 dias após início do exantema Características – Palidez perioral (Filatov) – Lesões mais intensas em pregas cutâneas (Pastia) – Língua em framboesa

Escarlatina

Enteroviroses

    Faixa etária – menos de 2 anos Período de incubação – 4-7 dias Pródromos – Geralmente ausentes – Às vezes, febre e faringite Exantema – Eritema maculopapular discreto, às vezes urticariforme ou petequial

Enteroviroses

  Período de contágio – Variável Características – Isolamento de vírus em fezes, sangue, faringe e líquor – “Síndrome mão-pé-boca”

Enteroviroses

Mononucleose

    Faixa etária – acima de 2 anos e adolescentes Período de incubação – 30-50 dias Pródromos – 1-2 semanas – Mal-estar, fadiga, cefaléia, dor abdominal Exantema – 2-7 dias – Maculopapuloso difuso

Mononucleose

  Período de contágio – Indeterminado – Baixa contagiosidade Características – Tríade – faringite exsudativa + adenomegalia + febre prolongada – Linfocitose atípica

Mononucleose

Dengue

    Faixa etária – qualquer Período de incubação – 2-7 dias Pródromos – 1-5 dias – Febre, rinite, dores articulares Exantema – 3-5 dias, recrudescente – Descamação fina ou furfurácea – Purpúrico, com petéquias no 2º ataque

Dengue

  Período de contágio – Necessita de vetor Características – Imunidade tipo-específica – Atinge regiões palmares e plantares

Dengue

Herpes simples

    Faixa etária – qualquer Período de incubação – 2-12 dias Pródromos – 1-2 dias – Febre, às vezes Exantema – 8-10 dias – Vesicular, localizado, às vezes disseminado

Herpes simples

  Período de contágio – Dos pródromos ao desaparecimento das lesões Características – Não confere imunidade – É recorrente – Fatores desencadeantes menstruação, exposição ao sol – stress,

Herpes simples

Doença de Kawasaki

   Faixa etária – 6 meses a 5 anos Período de incubação Pródromos – Febre alta, prolongada – Exantema. Edema palmo-plantar – Conjuntivite, linfadenopatia, artrite, alterações cardiovasculares, trombocitose – VHS, MUCO e proteína C elevados

Doença de Kawasaki

   Exantema – Polimorfo generalizado – maculopapular ou escarlatiniforme Período de contágio morbiliforme, Características – Diagnóstico clínico – possível comprometimento coronariano (aneurismas) – Alterações multissistêmicas – Leucocitose com DE, eosinofilia e plaquetose

Doença de Kawasaki

Doença de Kawasaki

Obrigada!