Cartilha para Educadores Material de Apoio Didático Introdução • O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de divulgação, ilustradas por cases de.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 13
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 15
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 17
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 18
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 21
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 22
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 23
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 26
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 28
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 2
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 3
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 4
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 5
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 6
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 7
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 21
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
Slide 26
Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.
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Cartilha para
Educadores
Material de Apoio Didático
Introdução
• O objetivo deste material oferecido pelo SESI é dar dicas de
divulgação, ilustradas por cases de sucesso da indústria brasileira.
• Empreendedores de destaque usam a criatividade, buscam inovar,
antecipar tendências e mostram como souberam juntar a
imaginação e a economia.
• São 26 casos de sucesso que apresentam iniciativas originais,
sustentáveis, econômicas e lucrativas de empresários brasileiros em
diversas regiões do país.
• Os segmentos de negócios variam de moda a transportes passando
por cosméticos, alimentação, utilidades, arquitetura e design.
Allê Design
• A Allê, empresa especializada em transformar design em uso, enxergou a
sensibilidade para estreitar a relação entre a infância e o universo
artístico. Assim, buscou referência num tradicional brinquedo para criar
um desenho industrial: o Gioco.
• Gioco é um cavalinho de metacrilato, bem leve e moderno criado a partir
do imaginário infantil. Mas o Gioco não é só um brinquedo para crianças.
A Allê também pensou em modelos maiores para adultos. Além de ser um
objeto decorativo sofisticado e premiado: a peça venceu concursos de
design, entre eles os prêmios do Museu da Casa Brasileira (MCB) e da
IDEA Brasil em 2010.
• A empresa também tem a preocupação com o reaproveitamento de
matéria-prima para que o índice de desperdício seja nulo. Assim, o que foi
dispensado na montagem do cavalo passou a fazer parte de algum outro
produto igualmente surpreendente.
Aperam
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O ferro é um mineral essencial para o ser humano, tanto para o nosso
organismo como também para o funcionamento do planeta.
Pensando nisso, os chineses criaram o alto-forno para tornar esse importante
elemento mais leve e maleável. Mas há um preço a ser pago por esse
facilitador da vida cotidiana: consumo de carvão mineral e emissão de gases
poluentes, principalmente o CO2, o que contribui para o aquecimento global.
A Aperam, empresa global dedicada ao aço, interrompeu as importações de
resíduos do carvão mineral usado na fabricação para enfrentar o desafio da
sustentabilidade. Os resíduos foram trocados pelo carvão vegetal produzido
pela própria siderúrgica, a partir de florestas particulares renováveis,
plantadas com essa finalidade.
O controle total dos custos e a redução de 50% na liberação de CO2 na
atmosfera resultam dessa mudança. Um jeito criativo de trocar o mal
necessário pela proteção do meio ambiente.
Athos Bulcão
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Há quem diga que só existe uma única utilidade para as cerâmicas. Mas basta
pesquisar a utilidade em cada canto do mundo que logo percebe-se a
disseminação de tal objeto: na China, foi instrumental de combate; no Egito,
serviu para o embelezamento dos faraós, como óleos, perfumes e vinho. Nos
museus espalhados por todo o mundo, a cerâmica funciona como registro dos
hábitos de nossos ancestrais, até mesmo de povos que já não existem.
E um olhar atento sobre a cronologia da cerâmica leva a entender mais uma
característica do material: a relação direta com a beleza e a estética. Prova
disso são os famosos azulejos lusitanos.
Em Brasília, o carioca Athos Bulcão, aprendiz de Cândido Portinari, ajudou
Oscar Niemeyer a compor a paisagem futurista que transformou a capital
federal em modelo arquitetônico. Para isso, ele usou azulejos. Até hoje, Bulcão
é contratado para criar painéis e muros que levam a estética candanga para
diversas construções, por intermédio da Fundação Athos Bulcão.
Cachaça Poesia
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Desde 1994, a cachaça é patrimônio da identidade cultural brasileira. A invenção
surgida na senzala do Brasil Colônia é hoje um símbolo do país. Nossos
antepassados já eram usuários do etanol, quando ingeriam alimentos com
validade vencida, cuja fermentação liberava álcool.
A dose que tem a cara do Brasil surgiu em 1530, no litoral paulista. O nome vem
do espanhol cachaza, espuma do melaço de cana. O produto começava a
concorrer com o vinho português.
Em doses moderadas, a cachaça provoca sensações tão agradáveis que chega a ser
fonte de inspiração literária. Não é à toa que uma delas ganhou o nome “Poesia na
Serra da Mantiqueira”.
O escritor Paulo Resende fez um poema e enviou ao fabricante Anselmo Bueno.
Em agradecimento, este mandou uma garrafa de Poesia para o poeta. A troca de
gentilezas continuou. Paulo escreveu seis contos sobre a cachaça. O regalo ganhou
mais páginas e virou parceria: um livro lançado para divulgar a bebida em mais
uma manifestação cultural. Nas palavras do autor: “Prepare logo o seu paladar
para entrar num universo onde o gole é como um verso: faz sua alma declamar”.
CBPAK
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As embalagens têm funções como guardar, conservar, organizar, transportar. E
hoje, elas não só facilitam a vida prática, como ajudam a preservar a natureza.
Muito antigamente, as embalagens eram feitas de conchas, peles, ossos, argila,
fibras naturais e gesso. Mais adiante descobriu-se as garrafas de vidro surgindo
então a comida enlatada. Outra invenção fundamental para a elaboração das
embalagens foi o papel, alumínio e plástico.
E como tudo que evolui com o tempo, as embalagens também entraram na onda
da sustentabilidade, com a ajuda de um produto bem brasileiro: a mandioca. O
amido tirado da macaxeira é matéria-prima para a fabricação de isopor ecológico.
Ideia que Cláudio Rocha, da CBPAK, teve há uma década, com a ajuda de
estudantes da USP. As embalagens feitas dessa fonte renovável nacional são
biodegradáveis. Funciona assim: a mandioca é plantada, tirada da terra,
transformada em fécula ou amido usado para fabricar diversos tipos de invólucros
que, ao serem descartados, se decompõem naturalmente.
O exemplo das embalagens de mandioca é uma nova forma brasileira e
empreendedora de proteger o mundo e contribuir para o desenvolvimento
econômico do país.
Danubio
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Por mais que seja o mesmo produto, o sabor varia bastante. Tal variação depende
do local, da cultura, dos hábitos alimentares, seja puro ou combinado com outras
guloseimas. O queijo tem uma produção mundial que rende mais de 18 bilhões de
quilos por ano. No Brasil , o consumo médio anual é de três quilos por pessoa.
Anos atrás, na Suméria, usava-se o limão para transformar o leite em sólido. Os
romanos melhoraram a receita e a aparência do alimento. Na Dinamarca, criou-se
o queijo prato. O roquefort francês surpreendia pela repugnância do odor.
Atualmente, na França são mais de 700 sabores. Também derivado desse laticínio
é o fondue, criado pelos suíços.
O queijo brasileiro surgiu mais tarde. Minas Gerais é um estado conhecido pela
relação com o produto. O requeijão é invenção mineira, de Poços de Caldas, e
virou mania nacional. Bastou chegar ao Brasil que o queijo incorporou o clima:
uniu-se então com uma coleção de embalagens inspiradas na moda.
A Danubio, fabricante de queijos e derivados lácteos, convidou o estilista
Alexandre Herchcovitch para criar estampas para os copos de requeijão. O objetivo
da empresa foi usar o conceito de bem-estar associado aos hábitos de comer,
vestir e colecionar.
Decameron Design
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Os sofás existem desde o período Neolítico, quando o homem se tornou
sedentário. Entretanto, a mobília que surgiu por razões práticas passou de
utilidade doméstica a símbolo de status social. Além de demonstrar o grau de
poder aquisitivo, os móveis também indicam se há bom gosto.
Os sofás fazem parte de todo esse conjunto de elementos capazes de identificar
características muito particulares dos donos.
De origem árabe, com o nome süffah, designava o trono real. Depois, entre os
romanos, sob a alcunha de triclinium, era usado com dois fins: a refeição e a
siesta. A versão mais parecida com a atual surgiu na época do Renascimento:
acolchoado, com apoio para braços e pernas. A partir daí, a diversificação: o divã, o
canapé, a namoradeira para acomodar damas de vestidos volumosos.
A ideia de beleza e arte dos móveis está diretamente ligada à noção de design, que
traz a expressão, a identidade e o diferencial. Tal definição é de Marcus Ferreira,
fundador da Decameron Design, fabricante de produtos voltados para o mobiliário
de residências. O objetivo é sempre unir função, forma e conforto, além das
emoções que combinam com o lugar de cada móvel.
FIAT
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No Egito Antigo, o burro era um meio de transporte tão importante que recebia
reverências junto com os faraós. O camelo também era eficaz na função de
deslocar pessoas e bagagens na África. Os cavalos, por sua vez, começaram a ser
domesticados para esse fim na Ucrânia.
Aos poucos, animais disputavam lugares com uma invenção humana fundamental
na evolução dos transportes. A roda logo passou a ser usada para levar matériaprima. Associada ao uso de quatro cavalos, compunha um veículo que se chamava
quadriga, usado nos campos de batalha dos romanos.
O primeiro carro movido a gasolina foi obra de Henry Ford, em 1893. Na década
seguinte, o empresário iniciou a produção em série de automóveis, e vendeu mais
de 15 milhões de unidades do Ford T (ou Ford de Bigode no Brasil).
A FIAT foi a primeira montadora a entrar no negócio.
O Uno Ecology, movido a álcool, é um modelo atual da FIAT que segue uma linha
de consciência ambiental, até mesmo nos revestimentos. O plástico reforçado com
bagaço de cana tomou o lugar da fibra de vidro. O tecido é feito com material de
garrafa pet reciclada. Esse automóvel sustentável de construção 100% brasileira é
um carro-conceito. Significa que ele é testado em laboratório para que a
tecnologia usada seja, em breve, aplicada nas linhas de produção comercial.
Absolutamente Necessaire
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A mochila pode nos acompanhar desde os primeiros passos até as primeiras
viagens. Carrega objetos que ajudam a buscar soluções práticas, conhecimento,
experiência, desenvolvimento, emoção. Na vida jovem ou adulta, ela é símbolo de
aventura. Em qualquer idade, sinônimo de utilidade.
Está documentado em pinturas rupestres africanas que esse acessório tão
presente no dia-a-dia existe há muito tempo. Na Idade do Ferro, as mulheres já
usavam bolsas de couro para transportar alimentos. Na Europa, a história da
mochila está ligada à descoberta de uma múmia conhecida como Ötzi. Há mais de
cinco mil anos, Ötzi colocava uma bagagem nas costas para levar mantimentos
durante as caminhadas nos Alpes.
A ideia do mochileiro viajante surgiu depois, no século XVIII. A partir da Segunda
Guerra Mundial a mochila fazia parte dos equipamentos dos soldados nos fronts.
Para quem gosta de economizar em viagens, a novidade é um produto “2 em 1”:
mochila e rede com mosquiteiro, ideal para acampamento. A Relax Pack pertence
à fábrica de bolsas Absolutamente Necessaire e foi ideia do desginer croata Marko
Bajovic com André Poppovic, dono da empresa. Prática e econômica.
Santa Constância
• Desde a descoberta, o Brasil encantou forasteiros pela beleza e
originalidade. Ao pisar em solo tupiniquim, Pero Vaz de Caminha se
apressou em mandar notícias a Dom Manuel: “Dali avistamos homens que
andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas”.
• Em busca do fortalecimento de uma identidade nacional, as artes
ganharam mais brasilidade: na pintura, o Abaporu de Anita Malfati, na
literatura, as peripécias do anti-herói Macunaíma. O modernismo foi
inaugurado em 1922 pela Semana de Arte Moderna, sob a influência de
movimentos estrangeiros como o cubismo, o expressionismo e o
futurismo, mas com um toque regional.
• O tom brasileiro que se destacou nas artes foi transportado para o mundo
fashion e tem feito sucesso. A estilista Constanza Pascolato colocou
marcas do Brasil no vestuário ao dar um tratamento estético especial e
sofisticado à fauna e à flora nacionais, nas coleções da linha Estampa
Brasileira, da grife Santa Constância.
Sibrape Piscinas
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Atividade tão antiga quanto os tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Tecnicamente, os termos são crawl, costas, borboleta. O famoso cachorrinho
rende deboche, mas evita o afogamento. O espaço para a natação também varia:
lago, mar, contra a corrente e em sentidos figurados como nadar em lágrimas.
E se não há águas naturais, ninguém recusa uma piscina. Os primeiros tanques
públicos para natação e banho surgiram na Roma Antiga. Na Grécia, Platão
recomendava o nado como prática educativa para os jovens.
A popularização aconteceu no século XIX. Foi com o nado a peito que o capitão
britânico Matthew Webb atravessou o Canal da Mancha pela primeira vez, em
1875. Vinte anos depois, a natação foi oficializada como modalidade esportiva nos
Jogos Olímpicos modernos.
O uso do vinil, mais barato para a construção, possibilitou que ela deixasse de ser
um artigo de luxo restrito apenas às classes mais altas. Para melhorar o efeito, um
pouco de arte pode enfeitar os mergulhos. A partir da maleabilidade do vinil, que
permite diversos formatos, a Sibrape Piscinas buscou ideias nas ondas da cultura
pernambucana para fugir das ultrapassadas pastilhas.
Skol
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O carnaval é patrimônio nacional, a festa mais brasileira de todos os tempos. Vestir
a fantasia, levar confetes nos bolsos, esse é o carnaval.
No século XIX, apareceram os blocos e desfiles de rua. O pioneiro da folia foi o
sapateiro português Zé Pereira, que saiu a tocar bumbo pelas ruas do Rio de
Janeiro. Para completar, um adorno musical especial: a marcha. A compositora
Chiquinha Gonzaga inaugurou a tradição em 1899, com a famosa Ó abre alas.
Nos anos 30, um bloco de rua começou a ensaiar na porta de um colégio do bairro
Estácio de Sá, uma das primeiras escolas de samba cariocas.
No mesmo ano, em Olinda, os bonecões de três metros de altura ganharam as
ladeiras definitivamente. No Recife, o Galo da Madrugada dá partida às cinco da
manhã com a dança típica cheia de malabarismos e melodia ritmada: o frevo.
Ainda no Nordeste, a ideia dos baianos Dodô e Osmar para agitar os foliões foi
subir em um Ford com o som bem alto, seguidos pelos pedestres festeiros. Com a
entrada de mais um amigo no comando da farra, nascia o trio elétrico.
Para acompanhar o grito de carnaval, a cerveja também ganhou fantasia, com as
embalagens comemorativas. Numa iniciativa da Skol, figuras como o Galo da
Madrugada, o Boneco de Olinda e Dodô e Osmar estampam as latinhas, matam a
sede dos foliões e alegram as prateleiras dos colecionadores.
Suvinil
• As tintas revelam muito sobre o lugar e os hábitos de quem passa ou fica
por ali. Desde as cavernas até os dias de hoje, essa prática tem a ver com a
necessidade do homem de se expressar.
• A tinta chegou antes da palavra, feita com corantes naturais. Durante a
pré-história, desenhos rupestres nas pedras das grutas documentaram
narrativas e hábitos do homem daquela época.
• Na Igreja, o costume da pintura como manifestação cultural invadiu
paredes e tetos dos templos. Michelangelo ficou encarregado da Capela
Sistina, e usou pincel e tinta para ilustrar o Velho Testamento.
• Nos anos 70 grafiteiros de Nova Iorque picharam prédios com latas de
spray, ao som de hip hop. O grafite começou como forma de protesto, mas
acabou ganhando status de arte. Conquistou galerias, exposições e até
fabricantes de tinta. A Suvinil convidou o grafiteiro Ruy Amaral para criar
embalagens estilizadas para os sprays multiuso da marca.
Usiminas
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A motivação de partir em busca do desconhecido levou o homem a descobrir os
sete mares. Navegar foi importante para saber o que havia do outro lado. Ainda
hoje o transporte marítimo é essencial ao turismo, aos negócios e à economia.
O passeio pelo mar começou há mais de dez mil anos a.C., com a balsa. Depois
construiu-se a canoa. Em seguida, o barco a vela, que evoluiu para os navios.
No século XV, os portugueses construíram as caravelas e rumaram com medo
apenas da fome, da sede e das doenças. Em um erro de percurso rumo às Índias
acabaram os levando às Américas. Assim, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Entretanto, também houve tragédias memoráveis, como a do Titanic,
A Usiminas acompanhou a trajetória da busca por segurança na indústria naval e
importou do Japão a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. A
partir desse método, foi possível fabricar um aço chamado Sincron, ao mesmo
tempo resistente e soldável, características que dificilmente estão juntas nesse
tipo de produto. Com essa vantagem, o material é ideal para o transporte de
cargas como petróleo e minério de ferro, bem como para a construção de
plataformas de extração petrolífera. Agora, usadas no país com forte participação
da siderurgia nacional.
Verde Campo
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O leite é um alimento universal que pode ser retirado de diversas fontes, passando
por animais como a vaca, a cabra, o búfalo e o camelo, até origens vegetais, como
a soja. Um dos derivados mais saudáveis e cheio de curiosidades é o iogurte.
O iogurte surgiu por acaso, numa travessia nômade pelo deserto da Turquia. As
reações químicas alteraram a textura e o sabor do leite, mas a gordura, os sais
minerais e as vitaminas foram preservados.
O biólogo russo Elie Metchnikoff pesquisou e concluiu que a vida longa estava
associada ao consumo do iogurte que, por esse motivo, acabou se espalhando
pelo ocidente.
Com tantas propriedades importantes, o iogurte foi industrializado. Em 1933,
ganhou sabor de frutas. Chegou ao Brasil nos anos 1970, mas os intolerantes a
lactose ficaram fora do grupo de consumidores.
A fábrica de laticínios Verde Campo prestou atenção nesses excluídos que não
digerem bem a lactose, mas adorariam poder comer e beber lácteos. Voltada para
produtos diferenciados como os light e diet, a empresa lançou também a linha Lac
free, livre de lactose, para os alérgicos. Teve retorno satisfatório de clientes em
geral, inclusive os tolerantes.
Vita Derm
• Além de outras vantagens como revigorar as energias, tomar banho pode
ser muito prazeroso, pois deixa a pele cheirosa, graças ao sabonete.
• Evidências indicam que o sabonete é fruto de uma mistura acidental entre
sebo e cinzas da época do Antigo Testamento. Mas até chegar ao sabonete
propriamente dito, muita água rolou: desde a argila para se lavar até
chegar aos diversos tipos de sabonete, seja para cabelos, roupas, rosto.
• Hoje, cada vez mais as empresas privilegiam os produtos de origem
vegetal, para evitar que animais sejam mal tratados em função da
produção. Ainda na linha da proteção ao meio ambiente, a Vita Derm,
indústria de cosméticos, usa substâncias extraídas da natureza. A iniciativa
preserva o planeta, valoriza e incentiva a produtividade em comunidades
rurais, de onde saem os ingredientes. O buriti, fruto da Amazônia, é um
dos itens usados na fabricação de produtos tipicamente brasileiros e
politicamente corretos, com responsabilidade ambiental e social.
Ybá
• Nem toda gordura é nociva. A gordura trans, que entope as artérias e
aumenta o colesterol ruim, está nos produtos industrializados. A saturada,
de origem animal, provoca o mesmo efeito e pode causar obesidade. Já a
gordura insaturada é de origem vegetal e faz bem ao organismo. Ela está
presente no azeite de oliva e em outras plantas, como a castanha de baru.
• Consumido pelos índios xavantes desde muito tempo atrás, o baru faz
bem para a pele, tem propriedades afrodisíacas e é cheio de nutrientes.
Em Alto Paraíso (GO), a empresa Ybá utiliza a castanha típica do cerrado
brasileiro como matéria-prima para a fabricação do óleo de baru, usado
nas refeições diárias.
• Rico em ômega 6 e ômega 9, o óleo de baru combate a pressão alta e
mantém os nutrientes quando
• submetido a altas temperaturas na cozinha. Além de proporcionar uma
alimentação mais completa, ele movimenta a economia local, pois a coleta
é feita por moradores da comunidade.
Fleishmann
• O bolo virou figura carimbada nas mesas brasileiras, não só nos
aniversários e casamentos, mas também nas refeições diárias: café da
manhã, lanche da tarde.
• Em 700 a.C., pães e biscoitos doces eram vendidos no Egito. Os romanos
aprimoraram a receita com a técnica da fermentação e o pioneirismo na
arte dos bolos decorados com açúcar glacê, frutas cristalizadas, amêndoas
trituradas. Os bolos em camadas e recheados de creme surgiram no
século XIX. No século XX, começou-se a fazer bolo com recheio à base de
manteiga, como conhecemos e saboreamos hoje.
• Entretanto, nem todo mundo tem tempo ou talento para essa arte. As
misturas prontas foram criadas para facilitar a vida dessas pessoas e evitar
o fracasso do bolo solado. O preparo é simples, basta levar ao forno. Para
deixar o gosto mais brasileiro, a Fleischmann lançou os sabores da nossa
terra em pacote: fubá, milho, aipim, limão. A ideia deu certo, e novos
produtos foram criados.
Frutos do Brasil
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Sorvete com calda de chocolate, pedaços de fruta e cereja, cremoso ou no palito,
ele é uma unanimidade entre crianças e adultos, em qualquer estação. E essa
preferência é antiga. A sobremesa surgiu há quatro mil anos pelos chineses.
De acordo com os ingredientes que a guloseima recebe, as denominações variam:
com ovos, leite e creme, passou a se chamar gelato; com frutas e água congelada,
sorbet; com gelo triturado, granita ou raspadinha.
A sorveteria Frutos do Brasil aposta na tropicalidade gelada, e oferece picolés e
sorvetes de buriti, cupuaçu, tapioca e pequi, entre outros sabores.
A empresa sempre trabalhou com produtos do cerrado e da flora brasileira. A ideia
nasceu na infância do fundador, que não tinha recursos para comprar o sorvete
tradicional e colhia frutos para fazer o picolé em casa. Assim surgiu o negócio que
existe até hoje. A matéria-prima continua sendo retirada do mato, agora por
pequenos produtores rurais e associações de catadores de fruta. Com sabor
tropical do cerrado, o sorvete se revela um bom negócio para empreendedores
com senso de inovação.
Graça Ottoni
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Moda. Do latim modus. Sinônimo de “medida”, “modo”, “maneira”. O nome
associado ao hábito de se vestir é o jeito como cobrimos o corpo para revelar
nossa personalidade e até mesmo papel social. Uma necessidade prática que se
transformou em forma de expressão.
As expressões através do vestuário influenciam os criadores da moda. É o caso da
estilista Graça Ottoni, que desenhou uma coleção inspirada em dois trabalhos com
imagens do Brasil: o filme Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington, e o
ensaio fotográfico O mensageiro (1993), de Pierre Verger.
As paisagens áridas, as roupas rasgadas, as cores neutras, os bordados, a
atmosfera rústica, tudo isso foi explorado na elaboração de peças da alta costura.
Para a dona da marca, um trabalho tão artesanal quanto a escultura, em que o
tecido é a matéria-prima e a roupa é a peça final.
Essa criatividade focada na cultura brasileira é o que coloca o país em espaço
privilegiado no mundo da moda. O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do
mundo, com faturamento de R$52 bilhões em 2010.
Ibaplac Produtos Recicláveis
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Resguardar o lar do mundo exterior. Está é a principal função do telhado, que no
Brasil Colônia só podia ser feito artesanalmente, pelos escravos. Com o passar do
tempo, o negócio evoluiu e hoje existem diversos tipos de material para o telhado:
amianto para os climas frios, colonial de barro para os ambientes mais secos, de
zinco para galpões e fábricas.
No entanto, a preocupação com o meio ambiente fez com que a fábrica paulista
IBAPLAC PRODUTOS RECICLÁVEIS fosse além. A partir de resíduos de embalagem
longa vida, ela criou a telha ecológica.
A empresa começou fazendo peças para a indústria automobilística, a partir de
restos de produção têxtil. Passou a reciclar pedaços de Tetra Pak, e hoje trabalha
com matéria-prima 100% nacional. O processo de fabricação é estudado em
parceria com universidades federais brasileiras e serve como referência para
fabricantes do ramo no país e no exterior.
O valor do produto reciclado não pode estar só na proteção da natureza, ele
também tem que oferecer outras vantagens. Com criatividade, tudo é possível. Se
cada um fizer a sua parte, desde um indivíduo até as pequenas empresas e
grandes corporações, todos saem no lucro, inclusive o planeta.
Kapeh
• O cultivo de café no Brasil começou em 1727, no Pará, e logo se revelou
um grande negócio. No século XIX, o “ouro negro” havia tomado o lugar da
cana de açúcar como maior produto de exportação. Na primeira década
do século XX, a cada 100 xícaras, 97 eram feitas com o café brasileiro. A
apreciação pela semente, porém, foi além da cozinha.
• Descobriu-se no café propriedades favoráveis à beleza. O “ouro negro”
estimula a renovação celular, a circulação sanguínea e possui flavonóides,
que potencializam o funcionamento do filtro solar.
• A empresa mineira Kapeh usou a matéria-prima na fabricação de mais de
50 cosméticos, entre xampus, sabonetes, esfoliantes e colônias.
• Ainda hoje, o Brasil lidera o ranking dos produtores de café, com 41
milhões de sacas em 2010. Parte dessa produção se transformou em
aliada da beleza. Como diria Pero Vaz de Caminha: nesta terra, “em se
plantando tudo dá”.
Kimberly Clark
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Na antiguidade, folhas e peles de animais eram usadas para cuidar dos nenéns. O
primeiro tecido usado com a mesma finalidade foi feito no Egito, com fibras
vegetais e de madeira. As índias americanas e as esquimós do Alaska usavam
musgo para absorver os líquidos, e trocavam quando o material era sólido.
As assaduras eram comuns pois, no passado, as mães usavam areia fina para
limpar o bumbum do neném. Quando a fralda de pano passou a ser usada,
raramente era substituída por uma limpa.
Até que Maria Donovan criou mais uma solução prática para facilitar a vida das
donas de casa: a fralda descartável. Como toda novidade, tratava-se de um artigo
de luxo na década de 1950. Vinte anos depois, popularizou-se e chegou ao Brasil.
No entanto, a fralda descartável ainda era grossa, pesada e sem fitas adesivas.
Com o tempo, o produto foi aprimorado. Pediatras e ambientalistas foram contra,
mas a indústria respondeu com fraldas biodegradáveis, com maior capacidade de
absorção. A mudança na vida das mães foi radical e as vendas explodiram.
Um dos maiores sucessos foi resultado de uma união, desde 2002, entre a Turma
da Mônica e a Kimberly Clark. Parceiro do imaginário infantil nacional, o produto
costuma ser utilizado como carro-chefe de promoções. Além disso, há também
preocupação ecológica, com a oferta de cintas reutilizáveis por até duas trocas.
Mãe Terra
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O mundialmente conhecido snack recebeu aqui no Brasil um apelido carinhoso: o
salgadinho. São quitutes para todos os gostos: pastel, coxinha, cachorro quente,
quibe, mas principalmente, a batata.
A batatinha é o petisco universal, seja ela assada, cozida, gratinada ou frita. Pode
ser em espiral, zig zag, xadrez e até a batata chips, fina como uma folha de papel.
Em 1920, a invenção do descascador mecânico de batatas facilitou a
transformação desse tubérculo no segundo alimento mais consumido do mundo.
Pouco tempo depois, surgiu o snack à base de milho e trigo, vendido em saquinhos
com diferentes sabores – pizza, presunto, bacon, queijo. Além do sódio e
conservantes que foram incluídos na receita para aumentar o prazo de validade. O
salgadinho tornou-se o junk food campeão de vendas.
Entretanto, nutricionistas alertam para o risco de obesidade, colesterol e pressão
alta. Sabendo disso, a Mãe Terra, empresa fabricante de produtos naturais,
encontrou a solução: o snack saudável feito de arroz e milho integrais e orgânicos;
além do moinho de pedra para preservar as propriedades nutricionais dos grãos.
Ao invés de fritos, os produtos são assados. O açúcar refinado é substituído pelo
mascavo.
Mary Design
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Joias e bijus deixaram de ser simples acessórios, elas se tornaram indispensáveis
para qualquer mulher.
De acordo com pesquisadores, a capacidade de fazer joias foi o primeiro sinal de
cultura da humanidade. A tradição começou como ato diplomático em tribos
africanas. A política da boa vizinhança entre grupos de amigos era selada com a
entrega de colares de conchas embrulhados para presente.
Quem não podia ter acessórios dourados caros e originais recorria a alternativas
como a cerâmica. Em cores variadas, ela foi usada na produção de anéis e
pulseiras. No século XVIII, também usou-se as opções mais baratas em relação às
pedras preciosas para despistar ladrões, com réplicas de joias. As cópias eram tão
perfeitas que se transformaram em possibilidade de enfeite para os menos
abastados. Assim, as bijuterias tornaram-se artigos comuns.
A designer Mary Arantes aprendeu essa arte durante a infância, no Vale do
Jequitinhonha, com as sobras do trabalho do pai alfaiate. Ela começou vendendo
para amigas, depois lojas, até abrir a própria empresa, a Mary Design. Ela lança
linhas temáticas focadas na brasilidade, para que os consumidores escolham as
peças com as quais se identificam. Bordado, crochê e retalhos já foram
transformados em acessórios para a grife.
Oré Mobiliário
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Refeições, reuniões, decisões e comemorações são feitas à mesa. Com o tempo,
além de funcional, ela também se transformou em peça de decoração da casa, e
segue tendências, estilos, formatos e tamanhos variados.
A função ritualística apareceu logo, em cerimônias como a Santa Ceia, em que
Jesus Cristo dividiu a refeição com os doze apóstolos. As primeiras mesas eram
feitas de tábuas apoiadas sobre cavaletes. A mesa passou a ser usada para
encontros em família, cujo significado variava conforme o lugar e cultura.
Vários momentos históricos foram definidos à mesa, como a criação da ONU, em
1945, e as assinaturas das Convenções de Genebra. O móvel também esteve
presente em narrativas lendárias, como as histórias do britânico Rei Arthur e os
Cavaleiros da Távola Redonda.
No Brasil, a aviação inspirou Paulo Foggiato, da Oré Mobiliário. A mesa Demoiselle
foi projetada com base no formato das asas dos aviões antigos, e ganhou esse
nome para homenagear um dos modelos criados por Santos Dumont. O objetivo
do designer, apaixonado por aeronaves, era criar um móvel dentro da proposta da
empresa, de desenvolver produtos com matéria-prima nacional (oré em tupiguarani significa nosso). Assim, escolheu o bambu: altamente renovável, resistente
e flexível, o que permite trabalhar com vários formatos.