Perspectivas da Informática para o Deficiente Visual Instituto Benjamin Constant O Deficiente Visual na Era da Informática José Antonio Borges Projeto DOSVOX NCE/UFRJ - maio/2004
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Perspectivas da
Informática para o
Deficiente Visual
Instituto Benjamin Constant
O Deficiente Visual
na Era da Informática
José Antonio Borges
Projeto DOSVOX
NCE/UFRJ - maio/2004
Slide 2
Uso de computadores por DVs
• Leitura e escrita foram tornadas, entre
videntes e cegos, razoavelmente
compatíveis e acessíveis
• Revolução cultural
– Integração do estudante
– Acesso a muito mais materiais didáticos
– Produção cultural dos cegos facilitada
Slide 3
No Brasil alguns softwares são os
mais importantes
• Dosvox
– hoje mais de 8000 usuários
– democratizou o acesso à informática aos DV
• Virtual Vision
– síntese de voz de qualidade profissional
– acesso amplo ao Windows
• Outros softwares
– Jaws, Braille Fácil, HPR...
Slide 4
Algumas áreas beneficiadas
• Estudo
– alfabetização, nível médio, superior, pós...
• Atividades profissionais
– suporte às profissões já existentes
– atividades com uso direto do computador
• Telemarketing
– capacidade, criatividade, garra dos DVs
começam a ser reconhecida
Slide 5
Escrita Tátil
• Nunca foi tão fácil produzir Braille -> leiase Braille Fácil
– Técnicas baratas para coisas sofisticadas
• ex. Desenho automatizado
– Possibilidade de produção por gente menos
especializada
Slide 6
Escrita tátil computadorizada
• Novos desenvolvimentos, as antigas
técnicas revisitadas e renovadas...
– a escrita musical, as ilustrações, desenhos e
fotografias, e os textos referentes a ciências
exatas, entre as quais se destacam a física, a
química e a matemática, enfatizando-se a
escrita de suas fórmulas e produção de gráficos
Slide 7
Qualidade da Escrita do cego
• Maior parte das pessoas, hoje (incluindo
cegos), lêem pouco
• Problema é pior nos cegos
– pouca disponibilidade de literatura em Braille
• Qualidade da escrita é ruim
– ortografia: se usar gravador ou computador
para ler não
Slide 8
As fragilidades se expõem...
• Cegos que não sabem Braille o suficiente
para ler de verdade
– gravador e computador são mais práticos
• Custo de produção do Braille
computadorizado
– Custo das impressoras e do papel
– Custo dos painéis braille para leitura direta
– Instituições não produzem qualquer coisa
Slide 9
Cego sendo obrigado a escrever
mais
• Comunicação por Internet
• Correio eletrônico envolvendo pessoas fora
da “comunidade DV”.
• Chat
– Adoção dos dialetos de chat “onde vc tc?”
mesmo fora do bate-papo
Slide 10
Não basta escrever, tem que
diagramar
• Cego tem que produzir “texto bonito”
graficamente falando
• Acesso pleno aos utilitários não basta para
diagramar
• Uso de “modelos preprogramados”
– Ex. DOSVOX: gerador de homepages
– Gerador de relatórios padronizados
Slide 11
Minorando o problema
• Verificador ortográfico
– Digitou errado, o computador apita
– Verificação de todo o texto
– Sugestão de grafias alternativas
• Dicionário online
– Tirando dúvidas sobre significados
Slide 12
OCR
• Reconhecimento ótico de caracteres
• Transcrição de textos escritos para forma
digital é rápido e bastante correto
• Cego pode operar scanner sem dificuldade
– pelo menos ler livros ficou mais simples
• Tecnologia não é perfeita
– transcrição de matemática e música
– já há evolução
Slide 13
OCR, sonhando...
• Projetos em desenvolvimento incluem
dispositivo portátil com OCR
– cego usará como se fosse óculos
– leitura de cartazes, livros
• Reconhecimento de pessoas e ambientes ?
Slide 14
Computação portátil
• Notebooks são leves para carregar
– estudante e seu laptop na aula inclusiva
– custo
• Palmtops: o computador na mão
– dificuldade: entrada de dados
• entradas de dados alternativos
• teclados portáteis
• Sonho próximo de acontecer: o PalmVox
Slide 15
Localização física do cego
• Tecnologia GPS
– fornece coordenada XY no mundo
– triangulação por satélite: resolução de 1 m
– uso corrente: carros, mapa no painel
• Alguns palmtops já têm embutido
– Você informa onde quer ir, palmtop mostra o
caminho na tela (hoje realidade nas grandes
cidades americanas)
– Orientador espacial com voz: sonho próximo
Slide 16
Internet
• Virtualização da comunicação
– você pode se plugar no mundo sem sair de casa
• Programas para o cego ter acesso
– Dosvox provê inúmeras ferramentas
• correio, bate papo, telnet, navegador, intercâmbio de
arquivos
– Leitores de tela e navegadores convencionais
• Virtual Vision, Jaws, etc... com excelente interface
– Telefonia por Internet
Slide 17
Internet: dificuldades
• Homepages não são acessíveis
– gráficos sem legendas
– computação gráfica e animação
– forma gráfica inadequada
• Movimento pró-acessibilidade
– lei nos Estados Unidos, provavelmente no
Brasil também
Slide 18
O cego e as ciências com base
matemática
• Dificuldades
– leitura e escrita de materiais matemáticos
– leitura e escrita de gráficos
– leitura de resultados de experimentos nos
aparelhos atuais
• Dependência grande de terceiros
Slide 19
Leitura e escrita de materiais
matemáticos
• Dificuldade: OCR não funciona bem para
transcrever textos matemáticos
– escrita é bidimensional e usa símbolos não
convencionais
• A solução para os cegos: uso de LaTeX
– linguagem para escrita de textos científicos,
totalmente acessível
– textos produzidos tem qualidade total
– sistemas adaptativos para escrever e ler LaTeX
Slide 20
Leitura e escrita de gráficos
• Tatibilização de gráficos
– Minipintor do Braille Fácil, transcreve para
pontinhos qualquer forma gráfica escaneada
– permite acesso parcial
• Geração de gráficos automatizados
– diversos programas (Excel, MathLab)
– Desenvox 2.0 - cego pode imprimir em tinta e
na forma tátil
– Maquetes táteis computadorizadas
Slide 21
Manipulação de aparelhos
científicos
• Ainda poucos aparelhos falam
– mas aumenta o número de dispositivos falantes
• Tecnologias de leitura externa
– conexão do equipamento gerando forma digital
– acessível a um computador comum
• Operação: importante marcações táteis
– com Braille possivelmente
Slide 22
Uso de scripts e programas
adaptativos
• O que a pessoa, sem ver, não consegue
fazer, um script faz
– clicar em pontos específicos
– localizar coisas na tela
• Timidamente se inicia um processo em que
os deficientes visuais se preocupam também
em produzir para outros deficientes visuais
Slide 23
Música computadorizada
• Braille já se preocupava com isso
– descaso com esta tecnologia: raros cegos sabem
ler Braille musical
– resgate: projeto MusiBraille (Dolores Thomé)
• Composição e escrita musical
– com leitores de tela é possível acesso (ainda
restrito) a programas usados por músicos
comuns
• Cakewalk, Encore, Finale
Slide 24
Gravações radiofônicas
• Cegos já participam da radiodifusão
– locutores, produtores
• Possibilidades novas
– editores - operação de sistemas de edição de
áudio profissional (Sound Forge)
– programação e operação da Rádio (Raduga)
• Emissora de Rádio é totalmente operada pela Katia
• Rádio Dosvox
Slide 25
Democratização do uso do
computador
• Computador não é coisa barata
– Tecnologia não é coisa barata
• Computadores podem ser tornados
acessíveis à população brasileira deficiente?
– Maioria é pobre
– Maioria tem cultura baixa
– Importância das ações políticas
Slide 26
Conclusões
• Cego tem seu poder brutalmente aumentado
• Arsenal de ferramentas aumenta a cada dia
• Dificuldade: não perder o que ganhou
– batalha constante
– apoio aos grupos de pesquisa
– ações de governo
Perspectivas da
Informática para o
Deficiente Visual
Instituto Benjamin Constant
O Deficiente Visual
na Era da Informática
José Antonio Borges
Projeto DOSVOX
NCE/UFRJ - maio/2004
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Uso de computadores por DVs
• Leitura e escrita foram tornadas, entre
videntes e cegos, razoavelmente
compatíveis e acessíveis
• Revolução cultural
– Integração do estudante
– Acesso a muito mais materiais didáticos
– Produção cultural dos cegos facilitada
Slide 3
No Brasil alguns softwares são os
mais importantes
• Dosvox
– hoje mais de 8000 usuários
– democratizou o acesso à informática aos DV
• Virtual Vision
– síntese de voz de qualidade profissional
– acesso amplo ao Windows
• Outros softwares
– Jaws, Braille Fácil, HPR...
Slide 4
Algumas áreas beneficiadas
• Estudo
– alfabetização, nível médio, superior, pós...
• Atividades profissionais
– suporte às profissões já existentes
– atividades com uso direto do computador
• Telemarketing
– capacidade, criatividade, garra dos DVs
começam a ser reconhecida
Slide 5
Escrita Tátil
• Nunca foi tão fácil produzir Braille -> leiase Braille Fácil
– Técnicas baratas para coisas sofisticadas
• ex. Desenho automatizado
– Possibilidade de produção por gente menos
especializada
Slide 6
Escrita tátil computadorizada
• Novos desenvolvimentos, as antigas
técnicas revisitadas e renovadas...
– a escrita musical, as ilustrações, desenhos e
fotografias, e os textos referentes a ciências
exatas, entre as quais se destacam a física, a
química e a matemática, enfatizando-se a
escrita de suas fórmulas e produção de gráficos
Slide 7
Qualidade da Escrita do cego
• Maior parte das pessoas, hoje (incluindo
cegos), lêem pouco
• Problema é pior nos cegos
– pouca disponibilidade de literatura em Braille
• Qualidade da escrita é ruim
– ortografia: se usar gravador ou computador
para ler não
Slide 8
As fragilidades se expõem...
• Cegos que não sabem Braille o suficiente
para ler de verdade
– gravador e computador são mais práticos
• Custo de produção do Braille
computadorizado
– Custo das impressoras e do papel
– Custo dos painéis braille para leitura direta
– Instituições não produzem qualquer coisa
Slide 9
Cego sendo obrigado a escrever
mais
• Comunicação por Internet
• Correio eletrônico envolvendo pessoas fora
da “comunidade DV”.
• Chat
– Adoção dos dialetos de chat “onde vc tc?”
mesmo fora do bate-papo
Slide 10
Não basta escrever, tem que
diagramar
• Cego tem que produzir “texto bonito”
graficamente falando
• Acesso pleno aos utilitários não basta para
diagramar
• Uso de “modelos preprogramados”
– Ex. DOSVOX: gerador de homepages
– Gerador de relatórios padronizados
Slide 11
Minorando o problema
• Verificador ortográfico
– Digitou errado, o computador apita
– Verificação de todo o texto
– Sugestão de grafias alternativas
• Dicionário online
– Tirando dúvidas sobre significados
Slide 12
OCR
• Reconhecimento ótico de caracteres
• Transcrição de textos escritos para forma
digital é rápido e bastante correto
• Cego pode operar scanner sem dificuldade
– pelo menos ler livros ficou mais simples
• Tecnologia não é perfeita
– transcrição de matemática e música
– já há evolução
Slide 13
OCR, sonhando...
• Projetos em desenvolvimento incluem
dispositivo portátil com OCR
– cego usará como se fosse óculos
– leitura de cartazes, livros
• Reconhecimento de pessoas e ambientes ?
Slide 14
Computação portátil
• Notebooks são leves para carregar
– estudante e seu laptop na aula inclusiva
– custo
• Palmtops: o computador na mão
– dificuldade: entrada de dados
• entradas de dados alternativos
• teclados portáteis
• Sonho próximo de acontecer: o PalmVox
Slide 15
Localização física do cego
• Tecnologia GPS
– fornece coordenada XY no mundo
– triangulação por satélite: resolução de 1 m
– uso corrente: carros, mapa no painel
• Alguns palmtops já têm embutido
– Você informa onde quer ir, palmtop mostra o
caminho na tela (hoje realidade nas grandes
cidades americanas)
– Orientador espacial com voz: sonho próximo
Slide 16
Internet
• Virtualização da comunicação
– você pode se plugar no mundo sem sair de casa
• Programas para o cego ter acesso
– Dosvox provê inúmeras ferramentas
• correio, bate papo, telnet, navegador, intercâmbio de
arquivos
– Leitores de tela e navegadores convencionais
• Virtual Vision, Jaws, etc... com excelente interface
– Telefonia por Internet
Slide 17
Internet: dificuldades
• Homepages não são acessíveis
– gráficos sem legendas
– computação gráfica e animação
– forma gráfica inadequada
• Movimento pró-acessibilidade
– lei nos Estados Unidos, provavelmente no
Brasil também
Slide 18
O cego e as ciências com base
matemática
• Dificuldades
– leitura e escrita de materiais matemáticos
– leitura e escrita de gráficos
– leitura de resultados de experimentos nos
aparelhos atuais
• Dependência grande de terceiros
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Leitura e escrita de materiais
matemáticos
• Dificuldade: OCR não funciona bem para
transcrever textos matemáticos
– escrita é bidimensional e usa símbolos não
convencionais
• A solução para os cegos: uso de LaTeX
– linguagem para escrita de textos científicos,
totalmente acessível
– textos produzidos tem qualidade total
– sistemas adaptativos para escrever e ler LaTeX
Slide 20
Leitura e escrita de gráficos
• Tatibilização de gráficos
– Minipintor do Braille Fácil, transcreve para
pontinhos qualquer forma gráfica escaneada
– permite acesso parcial
• Geração de gráficos automatizados
– diversos programas (Excel, MathLab)
– Desenvox 2.0 - cego pode imprimir em tinta e
na forma tátil
– Maquetes táteis computadorizadas
Slide 21
Manipulação de aparelhos
científicos
• Ainda poucos aparelhos falam
– mas aumenta o número de dispositivos falantes
• Tecnologias de leitura externa
– conexão do equipamento gerando forma digital
– acessível a um computador comum
• Operação: importante marcações táteis
– com Braille possivelmente
Slide 22
Uso de scripts e programas
adaptativos
• O que a pessoa, sem ver, não consegue
fazer, um script faz
– clicar em pontos específicos
– localizar coisas na tela
• Timidamente se inicia um processo em que
os deficientes visuais se preocupam também
em produzir para outros deficientes visuais
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Música computadorizada
• Braille já se preocupava com isso
– descaso com esta tecnologia: raros cegos sabem
ler Braille musical
– resgate: projeto MusiBraille (Dolores Thomé)
• Composição e escrita musical
– com leitores de tela é possível acesso (ainda
restrito) a programas usados por músicos
comuns
• Cakewalk, Encore, Finale
Slide 24
Gravações radiofônicas
• Cegos já participam da radiodifusão
– locutores, produtores
• Possibilidades novas
– editores - operação de sistemas de edição de
áudio profissional (Sound Forge)
– programação e operação da Rádio (Raduga)
• Emissora de Rádio é totalmente operada pela Katia
• Rádio Dosvox
Slide 25
Democratização do uso do
computador
• Computador não é coisa barata
– Tecnologia não é coisa barata
• Computadores podem ser tornados
acessíveis à população brasileira deficiente?
– Maioria é pobre
– Maioria tem cultura baixa
– Importância das ações políticas
Slide 26
Conclusões
• Cego tem seu poder brutalmente aumentado
• Arsenal de ferramentas aumenta a cada dia
• Dificuldade: não perder o que ganhou
– batalha constante
– apoio aos grupos de pesquisa
– ações de governo