No século XVI, a maioria das obras escritas no Brasil não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes, chamada.

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Transcript No século XVI, a maioria das obras escritas no Brasil não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes, chamada.

No século XVI, a maioria das obras escritas no Brasil não
foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes,
chamada Literatura de Informação ou de Viagem. A esta
literatura soma-se outra chamada Literatura Jesuítica, relato
das incursões religiosas para catequização dos índios.
Então o Quinhentismo divide-se em:
•Lit. Informativa - conquista material para o governo português
•Lit. Jesuítica - conquista espiritual, num movimento resultante da Contra-Reforma
Referências históricas
•capitalismo mercantil e grandes navegações
•auge do Renascimento
•ruptura na Igreja (Reforma, Contra-Reforma e Inquisição)
•colonização no BR a partir de 1530
•lit. jesuítica a partir de 1549
Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os
outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do
achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta
navegação achou, não deixarei de também dar disso
minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder,
ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que
todos fazer!
E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo,
até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21
dias de abril, topamos alguns sinais de terra, estando da
dita Ilha -- os quais eram muita quantidade de ervas
compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim
mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E
quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que
chamam furabuchos.
Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista
de terra! A saber, primeiramente de um grande monte,
muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas
ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao
qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte
Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!
E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns
sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos
que chegaram primeiro.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com
suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau
Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os
pousaram.
Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de
proveito.
Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave,
compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e
pardas como de papagaio.
A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-
feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem
estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e
nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.
Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos
neles seus ossos brancos e verdadeiros, de
comprimento
Neste dia, enquanto ali andaram, dançaram e
bailaram sempre com os nossos, ao som dum
tamboril dos nossos, em maneira que são muito
mais nossos amigos que nós seus.
Se lhes homem acenava se queriam vir às naus,
faziam-se logo prestes para isso,
em tal maneira que, se a gente todos quisera
convidar, todos vieram.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer,
me parece que será salvar esta gente. E esta
deve ser a principal semente que Vossa Alteza
em ela deve lançar.
E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza
do que nesta vossa terra vi. E, se algum pouco me
alonguei, Ela me perdoe, que o desejo que tinha, de
Vos tudo dizer, mo fez assim pôr pelo miúdo.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz,
hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
Ora que a competir com teu cabelo
outro brunhido ao sol reluz em vão
e com desprezo, no relvoso chão,
vê tua branca fronte o lírio branco
ora que ao lábio teu, para colhê-lo
se olha mais do que ao cravo temporão
e ora que triunfa com desdém loução
teu colo do cristal, que luz com zelo
colo, cabelo, fronte, lábio ardente
goza, enquanto o que foi na ora
dourada
ouro, lírio, cristal, cravo luzente
Não só em prato ou viola cortada
se torna, mas tu e isso juntamente
em terra, em fumo, em sombra, em
nada.
(Góngora y Argote, Luis de. Poemas de
A PROPÓSITO DO TEXTO
1. Que aspectos físicos da mulher são destacados no
texto?
2. Em uma leitura atenta e criteriosa do poema, procure
identificar que imagem o eu-lírico faz da mulher descrita
no poema.
3. Que procedimento o poeta adota ao longo da terceira
estrofe do poema.
4. Retire da última estrofe do poema uma gradação.
5. Indique de que maneira essa gradação contribui para a
síntese de tudo aquilo que foi dito ao longo de todo
o poema.
6. De que maneira o poema de Góngora busca atingir o
leitor? Justifique sua resposta com passagem do
texto.
7. A partir do tema da efemeridade, recurso muito usado
no Barroco, o eu-lírico faz uma advertência à sua musa.
Identifique-a.
A PROPÓSITO DO TEXTO - RESOLUÇÃO
1. Que aspectos físicos da mulher são destacados no
texto?
O loiro do cabelo, cujo brilho é incomparável; a brancura de sua
fronte, mais bela que a do lírio; o vermelho dos lábios, mais atrativo
que o cravo e o colo, que sobrepuja até o cristal.
2. Em uma leitura atenta e criteriosa do poema, procure
identificar que imagem o eu-lírico faz da mulher descrita
no poema.
A mulher é retratada como um ser capaz de maravilhar todos os
sentidos.
3. Que procedimento o poeta adota ao longo da terceira
estrofe do poema.
Como nas duas primeiras estrofes, o poeta espalha os elementos que
compõem a beleza de sua musa, na terceira, ele utiliza o
procedimento de “recolha” desses elementos, enumerando-os.
A PROPÓSITO DO TEXTO - RESOLUÇÃO
4. Retire da última estrofe do poema uma gradação.
A gradação é “em terra, em fumo, em sombra, em nada”.
5. Indique de que maneira essa gradação contribui para a
síntese de tudo aquilo que foi dito ao longo de todo
o poema.
Essa gradação procura transmitir ao leitor a idéia da
degradação gradual do corpo, provocada pela idade.
6. De que maneira o poema de Góngora busca atingir o
leitor? Justifique sua resposta com passagem do
texto.
O poeta procura atingir a sensibilidade do leitor por meio do
apelo sensorial. Sobretudo no que diz respeitos aos aspectos
táteis e visuais, como atestam as duas primeiras estrofes do
soneto.
7. A partir do tema da efemeridade, recurso muito usado
no Barroco, o eu-lírico faz uma advertência à sua musa.
Identifique-a.
O soneto adverte que a beleza e a juventude são passageiras.
Razão pela qual devem ser vivenciadas e aproveitadas
enquanto delas se dispõe.