Literatura e Interdisciplinaridade

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Transcript Literatura e Interdisciplinaridade

CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
PARA O PROGRAMA ESCOLAS
INTERCULTURAIS DE FRONTEIRA
BELA VISTA / BELLA VISTA NORTE
Literatura e interdisciplinaridade
Profa. Elizabeth Bilange
II Módulo
Introdução à literatura infantil e à
interculturalidade
Educação Intercultural: a literatura
infantil como aproximadora de
culturas
O Programa Escolas Interculturais de Fronteira
(PEIF) tem como objetivo principal a
integração regional dos habitantes de
fronteira, por meio de uma educação
intercultural que desenvolva
atividades
relacionadas à cultura, história e tradições
comuns ao contexto, além de desenvolver
discussões sobre diversidade étnica, memória,
identidade e pertencimento.
Objetivo geral
Capacitar professores do Ensino Básico para
atuarem em Escolas Interculturais de
Fronteira, com vistas na utilização da
literatura infantil produzida no contexto
brasileiro e boliviano, como aproximadora de
culturas.
Objetivos específicos
Oportunizar aos participantes estudos e
reflexões quanto à necessidade de
desenvolver práticas pedagógicas com
efeito de interação e de diálogo
intercultural entre os grupos envolvidos e
em sintonia com o PEIF.
1
.
.
Objetivos específicos
Compreender a função social da
aprendizagem proposta no PEIF, para que o
trabalho docente possa gerar uma atitude
positiva entre os alunos e a comunidade.
Objetivos específicos
Proporcionar atividades teórico-práticas
investigativas e reflexivas na realidade das
escolas das fronteiras: BRASIL- PARAGUAI.
Objetivos específicos
Proporcionar
atividades
teórico-práticas
investigativas e reflexivas na realidade das
escolas das fronteiras: BRASIL- PARAGUAI.
Objetivos específicos
Sensibilizar os participantes quanto à
importância do PEIF no contexto educativo,
para o fortalecimento identitário da
comunidade escolar e das comunidades do
entorno.
Objetivos específicos
Apresentar a literatura infantil produzida no
Brasil e no PARAGUAI.
Desenvolver ações para instrumentalizar a
literatura enquanto ferramenta pedagógica.
Objetivos específicos
Apresentar a literatura infantil produzida no
Brasil e no Paraguai.
Porque trabalhar com projetos
interdisciplinares?
Mudanças dos Paradigmas na
educação século XX
• ANTES: ênfase no conteúdo.
• DEPOIS: ênfase no aprender
como objeto do aprender.
• ATUAL: ênfase na construção
coletiva do aprendizado.
• Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ:
Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação século XX
.
• ANTES: aprendizado como produto
• DEPOIS: aprendizado como processo
• ATUAL: aprendizado como processo
de um trabalho grupal, mais do que
individual.
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação século XX
.
• ANTES: Relação hierárquica e
autoritária.
• DEPOIS: Relação igualitária,
Sinceridade e divergência permitidas.
• ATUAL: Relação de reconhecimento
do outro e de suas contribuições.
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação
. determinado.
• ANTES: currículo
• DEPOIS: caminhos alternativos.
• ATUAL: caminhos aleatórios.
• Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ:
Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação
• ANTES: Desencorajamento
de dúvidas e
.
pensamentos divergentes.
• DEPOIS: Estímulo às dúvidas e
divergências em função da criatividade;
• ATUAL: Estímulo às reflexões e às
descobertas advindas da p´ropria vida.
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação
• ANTES: ênfase no pensamento
analítico linear
.
• DEPOIS: ênfase na confluência e fusão do
pensamento linear e do não linear.
• ATUAL: ênfase no pensamento explorador e
criativo.
• ( podem ser usados recursos do pensamento
linear, não linear e do caótico)
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação
• ANTES: Uso do lado
. esquerdo do
cérebro.
• DEPOIS: Uso dos dois lados do
cérebro.
• ATUAL: Uso de diversas formas de
inteligência.
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação século XX
• ANTES: Preocupação
. com as normas.
• DEPOIS: Ocupação com a realização
do potencial.
• ATUAL: Criação de situações para o
surgimento e desabrochar dos
potenciais individuais.
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação século XX
• ANTES: Busca em estabelecer
limites.
.
• DEPOIS: Busca em superar limites.
• ATUAL: Busca constante do
autoconhecimento e superação das
dificuldades individuais.
•
Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Mudanças dos Paradigmas na
educação
. rígida.
• ANTES: estrutura
• DEPOIS: estrutura flexível.
• ATUAL: Estruturas diversas
incluindo as circulares e as em
rede.
• Ferguson, Marilyn. A conspiração aquariana. RJ: Record,1980
Substituição de perguntas no ensino
como processo grupal
•
•
•
•
O que devo ensinar?
Como poderei ensinar todos os conteúdos?
Devem ser substituídas por
Quais são os conteúdos prioritários em termos
de compreensão dos alunos?
• Como eles estão compreendendo este conteúdo?
• Quais as expectativas dos alunos em relação às
aulas e à disciplina como um todo?
Malévola
- mudança dos paradigmas dos
contos de fada
Complexidade e
interdisciplinaridade
Porque literatura e
interdisciplinaridade
• “A gente vem para a escola para aprender a
ler o mundo. Começa aprendendo ler o texto,
compreender o texto. Mas é para aprender a
ler o mundo.”
• Leitura, compreensão, entendimento,
expressão se busca na escola. Mas....
• ... O
mundo não é disciplinar,
mas a escola é dividida em
disciplinas.
Função da escola:
• Criar condições para ler e compreender os
fenômenos do mundo.
• Fazer a ponte entre o disciplinar o
transdisciplinar.
Ciências
Língua
Portuguesa
Educação
Física
Geografia
Artes
Matemática
História
Meio para quê?
• Para descobrir o para quê é que se tem que ir
além das disciplinas...e é ai que entra a
interdisciplinaridade.
Interdisciplinaridade e
transversalidade
Porque literatura?
“Ainda acabo fazendo livros onde nossas
crianças possam morar”
Monteiro Lobato
Literatura: ferramenta metodológica?
Literatura: matéria educativa que serve tanto
para ensinar a ler e a escrever quanto para
formar culturalmente um indivíduo.
Literatura infantil: partícipe fundamental na
interculturalidade ao oferecer janelas que se
abrem para o outro e funcionam, ao mesmo
tempo, como espelho.
• As crianças tem um mundo próprio, povoado
de sonhos e fantasias, mas vivem em nosso
mundo. Isso gera o eterno conflito entre esses
dois mundos: o da realidade e o da fantasia, o
da razão e o da imaginação. 0 grande papel da
literatura infantil é justamente oferecer
alimento para esse mundo da fantasia,
possibilita à criança navegar na aventura da
criação.
Literatura Infantil
• O livro de literatura infantil é um suporte que
envolve crenças, ideologias, estereótipos e
conceitos dos mais variados. O mesmo livro
que diverte e instiga com seu texto e suas
ilustrações envolventes é também um
instrumento relevante para ensinar, passar
conhecimentos
que
a
criança
vai
acrescentando à sua bagagem cultural e, dessa
forma, compreendendo e (re)elaborando o
mundo em que vive.
Literatura Infantil: possibilidades
• Formação de leitores/escritores competentes.
transmitir aos outros os elementos através das
ilustrações;
• Transformar um texto numa narrativa prazerosa
a quem lê ou ouve;
• Ensinar a ler o que não está escrito;
Literatura Infantil: possibilidades
• Apreender vários sentidos atribuídos a um texto;
imaginar e criar.
• Mostrar caminho para a criança desenvolver
todas as inteligências.
• Releitura do mundo
Uso correto da Literatura Infantil
• Ajudar desenvolver conteúdos do plano de
ensino, APENAS para criar situações que
despertem o interesse e a curiosidade do
aluno.
• Para enriquecer, complementar o assunto da
aula, para fazer relações com outros tipos de
produção ao escrita ou obra literária.
• A Literatura infantil é, antes de tudo,
literatura, ou melhor, é arte: fenômeno de
criatividade que representa o Mundo, o
Homem, a Vida, através da palavra. Funde os
sonhos e a vida prática; o imaginário e o real;
os ideais e sua possível/impossível realização.
(Cagneti,1996 p.7)
Primeira fase: 2 a 5 ou 6 anos
• Idade dos livros de gravuras e dos versos
infantis. E uma fase egocêntrica. Acontece a
separação entre o ego e o meio ambiente,
que pode ser ajudada por livros de gravuras
quando
apresentam
objetos
simples,
sozinhos, retirados do meio em que a criança
vive.
Segunda fase: 5 a 8 ou 9 anos
• Idade do conto de fadas.
• Nesta fase a criança e suscetível à fantasia.
Surge uma atraçao pelos cantos de fadas que
representam ambiente familiar.
Terceira fase: 9 a 12 anos
• Considerada a idade das histórias ambientais
ou da leitura fatual.
• A criança ainda se interessa pelos contos de
fadas, mas anseia pelo aventuroso e já
começa a descobrir o mundo real.
Quarta fase:12 a 14 ou 15 anos
• idade da história de aventura .
• Surge a consciência da própria personalidade.
O pré-adolescente interessa-se por livros de
aventuras, de viagem, romances sensacionais,
histórias ordinárias, de um sentimentalismo
barato.
Quinta fase: 14 a 17 anos
• Fase do egocentrismo critico .
• 0 interesse pela leitura está voltada para as
aventuras de conteúdo mais intelectual, livros
de viagem, romances históricos, biografias e
histórias de amor, atualidades, material fatual
que se relacione com preferencias
vocacionais.
• "0 desenvolvimento da sensibilidade atraves
do treino da arte de ouvir, falar, entender e
esperar" (Warschaver, 1994, p. 71) e
condic;:ao basica para a efetivac;:ao de um
trabalho interdisciplinar que tern como pilar
basico o trabalho coletivo e o dialogo.
Cuidado!!!
• literatura infantil não pode ser mero
instrumento utilitário para desenvolver
conteúdos, a produção e compreensão de
textos.
Escolhas equivocadas: interesse e
necessidade do professor
• Escolher um livro de literatura infantil e, a
partir dele, fazer o planejamento.
• Elaborar questionamentos e atividades
voltadas apenas para o livro em si mesmo.
Cuidado!!!
• Não escolher o livro apenas de acordo com
que se precisa desenvolver no plano de
ensino.
• Fazer a leitura aos alunos e alguns
questionamentos referentes ao tema.
• Desenvolver o tema pretendido com outras
atividades soltas.
• É preciso que se crie a relação (inter) entre as
disciplinas de uma maneira mais ampla, mais
rica para ir para o trans, para ir além das
disciplinas.
• Conhecimento disciplinar: apenas para
especialistas, para um fim.
• Exemplo: matemática para o cidadão é para
ajudá-lo a entender o mundo, é um meio....
Paradigmas
• Em dicionário:
Paradigma: modelo, padrão, exemplo.
• Em ciência:
Paradigma: Conjunto de conclusões fundamentais
a respeito a respeito da natureza do mundo.
• Thomas Khun: Um campo do conhecimento só é
ciência se dispor de um Paradigma:
Nosso paradigma no século XX
• Se y é.... , então z é...
• Isso resulta na isenção do observador
Interdisciplinar- antiparadigma
• O interdisciplinar é uma atitude, e, como tal,
só pode estar ancorada no campo das
crenças , valores e ideologia, originária do
campo das ideias e da filosofia....
Projetos interculturais
interdisciplinares
Relação professor-professor e professoraluno: Partilha de responsabilidades
Ser parceiro não significa anular a própria
individualidade. Pelo contrário, no dinamismo da
alteridade, a individualidade caminha para se diferenciar
plenamente. E é através desta diferenciação que o
indivíduo torna-se capaz de considerar a posição do
outro para se relacionar com ele dentro de parceiria.
Cecília Warschauer. A roda e o registro: uma parceria entre professor,
alunos e o conhecimento. São Paulo: Pas e Terra, 1993,p.299.
• Os momentos coletivos organizados na sala de aula
tornam possível o desenvolvimento do diálogo entre o
grupo, momento em que ambos "falam, dão suas
opiniões, discordam ou concordam sabre qualquer
assunto" (Freire, 1983, p. 20).
• Desenvolvem relações interpessoais que as levarão a
tomar conhecimento do outro.
• No decorrer desse trabalho, o professor atua como
participante e coordenador da conversa.
• É aquele que problematiza questões que surgem,
desafia o grupo a crescer na compreensão dos seus
conflitos.
Exemplo de tema: Primavera
• Escolha da literatura ( não deve ser o único
suporte)
• Buscar textos informativos sobre o tema em
jornais, livros didáticos, revistas, filmes, obras
de arte, convidar especialistas para discutir e
ilustrar o tema. Cada professor envolvido no
projeto interdisciplinar aborda o tema pela
perspectiva de sua disciplina. Exemplos: ???
Tema: Gastronomia
• Partir do princípio que “o valor cultural do ato
de comer é cada vez mais entendido como ato
primordial, pois a comida é tradutora de
povos, nações, civilizações, grupos étnicos,
comunidades, famílias , pessoas”
Vários enfoques da gastronomia
• Cultural: visando uma educação antropológica
e analisando por que o homem se alimenta e
qual a cultura que o rege. Alimentação em
grupos, individuais, em família.
• Histórico- geográfico: origem das festas para
agradecer a colheita, festas para comemorar
o produto alimentício local etc, receitas
surgidas por imposição de personagens
históricas.
Vários enfoques da gastronomia
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Ciências:
Político:
Filosófico:
Econômico:
Fisiológico:
Educação-física:
Todos podem ser mediados pela literatura...
Projeto interdisciplinar: passos
possíveis
• Diálogo com os alunos para descoberta do
tema que que interessam dentro da área de
fronteira
• Diálogo entre professores de disciplinas
passíveis de utilização dos temas; diálogo
entre os professores
É preciso ter humildade para:
• Para aceitar, como professor, seus erros, e
nestes, perceber, sentir e intuir os caminhos
para acertar.
• Aceitar que a vida só tem sentido se conseguir
ser-com- os-outros, não se isolar para que
ninguém possa se aproximar.
É preciso ter humildade para:
• Se colocar inteiro diante dos alunos.
• Trocar experiências e aprender com eles.
• Aproveitar aspectos considerados
“insignificantes”.
• Nas palavras, nos gestos, no sim e no não.
• Para aceitar as diferenças9 em cultura , em
conhecimento
Bibliografia
•
AGUIAR, Vera T. de. Leituras para o 1° grau: criterios de selec;:ao e sugest6es. In:_ (Org). Leitura em crise na
escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. p. 86-105.
•
COLL, C., PALACIOS, J., MARCHESI, A. Desenvolvimento psicol6gico e educa~;ao. Porto Alegre: Artes Medicas,
1995. V.1.
•
FREIRE, Madalena. A paixao de conhecer o mundo: relato de uma professora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
(Educac;:ao e Comunicac;:ao, v. 11).
•
GENARO, Ailson de. Diversificando os textos. A MAE EDUCA~AO. v. 25, n. 232, p. 5-7,1992. POLiTICAS de creche:
Projeto infancia e cria~;ao cultural. Sao Paulo: Secretaria Municipal do Bem Estar Social, 1992. (Caderno 2)
•
SILVA, Adriana V.; JOVER, Ana, GUIMARAES, Camila. Viagem da leitura. Nova Escola, Sao Paulo, n. 112, p. 10-8,
maio 1998. TORRES, Rosa Maria. Que (e como) e necessario aprender? Necessidades basicas de aprendizagem e
conteudos curriculares. Campinas, Papirus, 1995.
•
VASCONCELLOS, Celso dos S. Totalidade: fundamentos epistemol6gicos da interdisciplinaridade. Revista do Grupo
Pitagoras ME. v. 4, n. 33, p. 56-7, jul!ago, 1997.
•
WARSCHEVER, Cecilia. Refletindo sobre a interdisciplinaridade. Ensino em revista, n. 3, p. 69-73, jan/mar, 1995.
•
ZILBERMAN, Regina A literatura infantil na escola. Sao Paulo: Global, 1987.
Toda a vida passa pela palavra.
Até a vista,
Bela Vista
Vista bela
Vista bella, Bella Vista
www.peif.ufms.br
[email protected]
www.bolivarporto.com