Métodos de Alfabetização

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Métodos de alfabetização
Rita de Cássia Carvalho CME/Goiânia
Pedagoga, Esp. Em Metodologia do Ensino
Superior e Mestre em Educação Brasileira
[email protected]
Qual seria o melhor método
para alfabetizar?
O que é método?

Caminho para se chegar a um fim;

Modo ordenado de fazer as coisas;

Conjunto de procedimentos técnicos e
científicos.
MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO
Um conjunto de princípios teórico-procedimentais que
organizam o trabalho pedagógico em torno da
alfabetização.
Um conjunto de saberes práticos ou de princípios
organizadores do processo de alfabetização,
(re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico.
ALFABETIZAR


Ensinar a ler e escrever. Tornar o
indivíduo capaz de ler e escrever
alfabet
+
Alfa(primeira letra do alfabeto grego)
+
Beta(segunda letra do alfabeto grego)
izar
Sufixo indica:
tornar, fazer com que.
ALFABETIZAÇÃO


Ação de alfabetizar, de tornar
“alfabeto”.
alfabet + izar + ção
-ção: sufixo que forma substantivos
indica: ação. Ex.: traição: ação de trair.
TEORIA CONDUTISTA
X
PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA
X
PERSPECTIVA SÓCIOINTERACIONISTA
Teoria Condutista



A melhor idade para se começar a instrução
da leitura e da escrita seria aos 6/7 anos.
(não se poderia alfabetizar antes)
Seria necessário preparar a criança para a
aprendizagem,
exercitando-a
em
prérequisitos – prontidão.
A aprendizagem era vista como um subproduto ou um resultado do método
instrucional.
Métodos de Alfabetização – Perspectiva Condutista
SINTÉTICOS
ANALÍTICOS
Método Alfabético
(Soletração)
Palavração


Sentenciação

Método Fônico

Global de Contos/Textos

Método Silábico

MÉTODOS SINTÉTICOS





Partem de elementos menores que a palavra.
Insistem na correspondência entre o oral e o
escrito. Entre o som e a grafia.
Estabelecem correspondência a partir dos
elementos mínimos, num processo que
consiste ir das partes para o todo.
1º Passo: a leitura mecânica (decodificação
do texto)
Estratégia perceptiva utilizada: Audição
Exemplos:
•Juntando as letras: Soletração –
Carta do ABC
•Ba-be-bi-bo-bu: Silabação – Cartilha
da Infância
•Métodos Fônicos: A Abelhinha; A
Casinha Feliz
Método Castilho - 1853
1876
1890 – 1ª ed.; Este exemplar é de 1924
1895 – 1ª ed.
1945- 48 ed.
1911- 1ª ed.
1938 – 49 ed.
Representam o
método mais
tradicional e antigo de
alfabetização
conhecido como
método sintético.
Apresenta primeiro as
letras do Alfabeto
(maiúsculas e
minúsculas ); (de
imprensa e
manuscritas).
Depois apresenta
segmentos de um,
dois e três caracteres
em ordem alfabética:
a,e,i,o,u
ba,be,bi,bo,bu, ai,ei
oi,ui,
- bai,bei,boi,bui.
MÉTODO ALFABÉTICO
(SINTÉTICO)

1º Passo: Memorização do nome das letras;

2º Passo: Representação gráfica;

3º Passo: Representação famílias silábicas (b+a=ba;
b+e=be, b+i=bi)

4º Passo: Monossílabos, dissílabos, trissílabos e sílabas
não canônicas.

5º Passo: Textos segmentados (a ca sa a ma re la na flo
res ta)
MÉTODO FÔNICO
(SINTÉTICO)







1º passo: Vogais: nome e som das letras são
iguais;
2º passo: palavras formadas apenas por vogais;
3º passo: apresentação os fonemas regulares (d, b,
f, j,m,n...) de forma isolada e, processualmente, os
irregulares;
4º passo: junção dos fonemas regulares e,
processualmente os irregulares, com as vogais,
formando sílabas;
5º passo: formação de palavras;
6º passo: formação de frases;
7º passo: formação de textos.
MÉTODO SILÁBICO
(SINTÉTICO)






1º passo: Apresenta-se as vogais, com ajuda de
ilustrações e palavras como “o” de OVO; “e” de
ELEFANTE;
2º passo: Apresentam-se as sílabas simples, utilizando
palavras e ilustrações e destacando a sílaba na palavra:
“ma” de macaco, “na” de navio, “pa” de panela;
3º passo: Famílias silábicas da sílaba em destaque na
palavra;
4º passo: Formação de palavras;
5º passo: Formação de frases;
6º passo: Formação de pequenos textos.
MÉTODOS SINTÉTICOS
(alfabético, silábico, fônico)
PROPOSTA
ENFOQUE
VANTAGENS
LIMITAÇÕES
Progressão de
unidades
menores (letra,
fonema, sílaba) a
unidades mais
complexas
(palavra, frase,
texto).
Processos de
decodificação,
análise
fonológica,
relações entre
fonemas (sons) e
grafemas (letras)
Possibilita a análise
das relações entre
fonemas (sons ou
unidades sonoras) e
grafemas (letras ou
grupo de letras)
Desconsidera os usos e
funções sociais da
escrita.
Promove o
desenvolvimento da
consciência fonológica
e os processos de
codificação e
decodificação.
Em algum momento, o
aprendiz tem que se
desvincular da fala para
codificar (escrever) e
decodificar (ler)
palavras, frases e textos,
já que em alguns casos
a escrita não representa
os sons da fala.
MÉTODOS ANALÍTICOS




Partem de unidades maiores (palavra)
para unidades menores;
A leitura é um ato global e ideovisual;
Reconhecimento global das palavras e
das frases;
Estratégia perceptiva: visual.
1909 – 1 ed.
1955 – 63 ed.
1916 – 1ª ed.
1955 – 185 ed.
1917 – 1ª ed.
1955 – 196 ed.
1996 – 2230 ed.
1908 – 1ª ed.
1919 - 9 ed.
1924 – 2ª ed.
Primeira cartilha
dirigida para
adultos
1926 – 1ªed.
1928 – 1ª ed.
1939 – 116 ed.
1932 – 1ª ed.
1957 – 40 ed.
1939 – 1ª ed.
1978 – 39 ed.
1940 – 1ª ed.
1989 – 273 ed.
1948 – 1ª ed.
1965 – 68 ed.
1980 foi
modificada
Fenômeno de
vendas no
Brasil – 40
milhões de
exemplares
PALAVRAÇÃO (ANALÍTICO)







1º passo: Apresentação de palavras ilustradas que
fazem parte do universo infantil;
2º passo: Memorização (leitura e escrita da
palavra);
3º passo: divisão silábica das palavras;
4º passo: formação de novas palavras com as
sílabas estudadas;
5º passo: estudo e análise de grafemas/fonemas;
6º passo: formação de frases;
7º passo: formação de textos.
SENTENCIAÇÃO (ANALÍTICO)






1º passo: Apresentação de frases que fazem parte
do universo infantil;
2º passo: Memorização (leitura e escrita da frase);
3º passo: Observação de palavras semelhantes
dentro da sentença;
4º passo: Formação de grupo de palavras;
5º passo: Isolamento de elementos conhecidos
dentro da palavra (sílaba);
6º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas.
GLOBAL /TEXTOS/CONTOS (ANALÍTICO)







1º passo: Apresentação de partes do texto com
sentido completo, em cartazes;
2º passo: Memorização - leitura e escrita do texto;
3º passo: Decomposição do texto estudado em
frases, (iniciando-se o estudo do 2º cartaz);
4º passo: Decomposição das frases em palavras;
5º passo: Decomposição das palavras em sílabas;
6º passo: Formação de novas palavras com as
sílabas estudadas;
7º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas.
MÉTODOS ANALÍTICOS
(palavração, sentenciação, global contos/textos)
PROPOSTA
Progressão de
unidades de
sentido mais
amplas (palavra,
frase, texto) a
unidades
menores
(sílabas).
ENFOQUE
VANTAGENS
Compreensão
de sentidos e
aprendizagem
ideovisual
(reconhecimento global
pela silhueta
da palavra,
frase ou texto).
Reconhecimento
global e mais
rápido das
palavras,
possibilitando a
leitura de
unidades com
sentido desde o
início da
escolarização.
LIMITAÇÕES
Se não houver uma correta
orientação do professor:
Pode dificultar a leitura com
sentido quando o texto apresentar palavras completamente
novas.
Se não houver uma orientação
correta para a decodificação,
corre-se o risco do aluno utilizar
do recurso da memorização sem
observar que as palavras são
compostas de unidades menores.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
(equilíbrio e articulação)



princípios de decodificação e de organização
do sistema alfabético-ortográfico da escrita;
princípios de compreensão, reconhecimento
global e construção de sentidos em contextos
de usos sociais da escrita e da leitura;
princípios pertinentes à progressão das
capacidades das crianças, com ênfase em
intervenções para avanços.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky
“Mais do que pensar em métodos, é preciso
compreender os processos de aprendizagem
da criança ao tentar reconstruir a
representação do sistema alfabético”.
Perspectiva Construtivista


Apresenta uma nova visão da
aprendizagem, entendendo-a como
um
processo
contínuo
de
desenvolvimento.
As aprendizagens dadas durante o
período dos três aos seis anos
fazem parte do processo de
alfabetização.
Perspectiva Construtivista


A escrita, a leitura e a linguagem
oral
não
se
desenvolvem
separadamente, mas atuam de
maneira interdependente.
A alfabetização inicial não é um
processo abstrato, mas ocorre em
contextos culturais e sociais
determinados.
Perspectiva Construtivista

Dois tipos de conhecimento interativo fazem parte
das primeiras experiências com a linguagem
escrita por natureza:
 Os conhecimentos elaborados pela criança a
partir da interação com os leitores e o material
escrito.

Os conhecimentos socialmente transmitidos
pelos adultos e assimilados pela criança.
Níveis de hipótese de escrita
A interpretação e a produção da leitura e
escrita é definida por Ferreiro; Teberosky
(2000) em níveis, sendo eles:
 1. Nível Pré-silábico;
 2. Nível Silábico restrito;
 3. Nível Silábico evoluído;
 4. Nível Alfabético;
 5. Nível Ortográfico.
Nível Pré-silábico







A escrita não apresenta nenhum tipo de correspondência entre
grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita,
variando os caracteres à vontade.
Ao escrever no nível Pré-silábico o educando poderá utilizar:
Letras,
Números;
Pseudoletras (outros símbolos diferentes de letras) misturados;
Apenas as letras do seu nome;
Muitas letras aleatoriamente.
Ex: MACACO
TJJLANINOPATDOAITOP
Nível silábico restrito:





Escrita em que cada emissão sonora (sílaba)
é representada por uma letra, podendo ser
usada qualquer letra para qualquer sílaba.
Ex:
MACACO
DTA
PATO
TS
CACHORRO
EGT
Nível silábico evoluído:


As letras começam a adquirir valores sonoros
estáveis. A criança usa letras semelhantes para
representar a parte sonora de cada sílaba, ou seja,
para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As
letras não são aleatórias e demonstram a
correspondência sonora, podendo associar cada
sílaba à sua vogal ou à sua consoante.
A passagem para este nível é marcada pela
descoberta de que a escrita representa a fala, o que
significa importante momento na evolução da escrita
e da leitura.
MACACO
AKO
MAO
PATO
PO
CACHORRO
KOR
ou
ou
MKO ou
AO
AXO
COR
Nesta fase a criança entra em conflito quando
escreve:
CACHORRO: KOO, ela não aceita escrever duas
letras iguais ou registrar uma palavra com
apenas uma letra, como PÉ: p.
O registro de palavras monossílabas é um
momento importante de intervenção do professor,
diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma
etapa importante para que o educando reelabore
suas hipóteses de escrita e avance para o nível
seguinte.
Nível Alfabético:


Nesta fase, que corresponde à transição do nível
silábico para o alfabético, a criança começa a
abandonar a hipótese silábica da escrita e a
construir novos esquemas iniciando a análise
alfabética.
A criança utiliza as letras com seus valores
convencionais, com variações de ortografia
compatíveis com o sistema, ainda que nem
sempre correspondam com a escrita padrão.
Ex:
MACACO
PATO
CACHORRO
MAKAKO MAKACO
PATU
KAXORO CAXORRO
U GATU BEBEU U LETI
Nível Ortográfico
Nesta fase o educando já se preocupa em
escrever utilizando a ortografia correta.

O trabalho com a linguagem oral
e escrita se constitui em um dos
espaços de ampliação das
capacidades de comunicação e
expressão e de acesso ao mundo
letrado pelas crianças.

A educação deve promover
experiências significativas de
aprendizagem da língua,
desenvolvendo habilidades
linguísticas, tais como: falar,
escutar, ler escrever.
As primeiras experiências das
crianças com a Linguagem Escrita

A prática de ler histórias.

A interação com o material impresso e
manuscrito.

A leitura e a escrita em ambientes
informatizados.
A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO SOBRE
A ESCRITA
LINGUAGEM ESCRITA

Para aprender a escrever a criança
terá de lidar com dois processos de
aprendizagem paralelos: o da
natureza do sistema de escrita da
língua – o que a escrita
representa e como – e o das
características da linguagem que se
usa para escrever.
LINGUAGEM ESCRITA

A aprendizagem da linguagem escrita
está intrinsecamente associada ao
contato com textos diversos, para que
as crianças possam construir sua
capacidade de ler, e às práticas de
escrita, para que se possam desenvolver
a capacidade de escrever
autonomamente.
LINGUAGEM ESCRITA

Desde muito pequenas, as crianças
podem usar o lápis e o papel para
imprimir marcas, imitando a escrita
formal, assim como utilizam-se de livros,
revista, jornais, gibis, rótulos, etc. para
“ler” o que está escrito.
LINGUAGEM ESCRITA

Erros construtivos: no processo de
construção da escrita as crianças
cometem erros, que não são vistos como
faltas ou equívocos, eles são esperados,
pois se referem a um momento evolutivo
no processo de aprendizagem das
crianças.
LINGUAGEM ESCRITA

As crianças aprendem a produzir textos
antes mesmo de saber grafá-los de
maneira convencional, como quando uma
criança utiliza o professor como escriba,
ditando-lhe sua história.
AMBIENTE ALFABETIZADOR

Um ambiente é alfabetizador quando
promove um conjunto de situações de usos
reais de leitura e escrita nas quais as
crianças têm a oportunidade de participar
de diversos atos de leitura e de escrita, elas
podem desde cedo, pensar sobre a língua e
seus usos, construindo ideias sobre como se
lê e como se escreve.
ATIVIDADES PERMANENTES
LEITURA
 São organizados de forma atraente,
num ambiente aconchegante, livros de
diversos gêneros, de diferentes
autores, revistas, histórias em
quadrinhos, jornais, suplementos,
trabalhos de outras crianças, etc.
ATIVIDADES PERMANENTES
JOGOS DE ESCRITA
 No ambiente criado para os jogos de
mesa, podem se oferecer jogos
gráficos, como caça palavras, forca,
cruzadinhas, etc. Nesses casos convém
deixar a disposição das crianças
cartelas com letras, letras movéis, etc.
ATIVIDADES PERMANENTES
FAZ-DE-CONTA

A criação de ambientes para brincar no interior ou
fora da sala possibilita a ampliação
contextualizada do universo discursivo,trazendo
para o cotidiano da instituição novas formas de
interação com a linguagem. Esse espaço pode
conter várias caixas previamente organizadas pelo
professor nas quais tenham diversos materiais
gráficos como embalagens, livros de receitas,
blocos para escrever, talões com impressos
diversos, agendas, listas telefônicas, encartes de
supermercado, etc.
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
(Magda Soares, 1998)
O PAPEL DO PROFESSOR É ENSINAR A LER E
ESCREVER NO CONTEXTO DAS PRÁTICAS
SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA, DE MODO
QUE O INDIVÍDUO SE TORNE, AO MESMO
TEMPO, ALFABETIZADO E LETRADO.
LETRAMENTO

Estado ou condição de quem
não apenas sabe ler e
escrever, mas cultiva e exerce
as práticas sociais que usam
a escrita.
LETRAMENTO



Ter-se apropriado da escrita é diferente de ter
aprendido a ler e escrever;
Aprender a ler e escrever significa adquirir
uma tecnologia, a de codificar e de
decodificar a língua escrita;
Apropriar-se da escrita é tornar a escrita
“própria,” ou seja , é assumi-la como sua
“propriedade”.
LETRAMENTO


Resultado da ação de ensinar e aprender as
práticas sociais de leitura e escrita.
O estado ou condição que adquire um grupo
social ou um indivíduo como consequência
de ter-se apropriado da escrita e de suas
práticas sociais.
LEV VYGOTSKY



As idéias de Vygotsky sobre a escrita tem pontos em
comum com a teoria de Emília Ferreiro: é a consideração
da escrita como um sistema de representação da
realidade e do processo de alfabetização como domínio
progressivo desse sistema (que começa muito antes do
processo escolar de alfabetização);
Vygotsky tem uma abordagem genética da escrita:
preocupa-se com o processo de sua aquisição, o qual se
inicia antes da entrada da criança na escola e se estende
por muitos anos;
Para compreender o desenvolvimento da escrita na
criança é necessário estudar o que ele chama de “préhistória da linguagem escrita”, isto é, o que se passa com
a criança antes de ser submetida a processos deliberados
de alfabetização.
A principal condição necessária para que uma
criança seja capaz de compreender
adequadamente o funcionamento da língua
escrita é que ela descubra que a Língua Escrita
é um sistema de signos que não tem
significados em si;
Os signos representam outra realidade, isto é,
o que se escreve tem uma função instrumental,
funciona como um suporte para a memória e a
transmissão de idéias e conceitos.
A aquisição da língua escrita, para Vygotsky
é a aquisição de um sistema simbólico de
representação da realidade, também
contribui para esse processo o
desenvolvimento dos gestos, dos
desenhos, e do brinquedo simbólico, pois
são também de caráter representativo, isto
é, utilizam-se de signos para representar
significados.
“(...) desenhar e brincar deveriam ser
estágios preparatórios ao desenvolvimento
da linguagem escrita das crianças. Os
educadores devem organizar todas estas
ações e todo complexo processo de
transição de um tipo de linguagem escrita
para outro. Deve acompanhar esse
processo através de seus momentos
críticos, até o ponto da descoberta de que
se pode desenhar não somente objetos,
mas também a fala.”
“o que se deve fazer é ensinar as crianças a
linguagem escrita e não apenas a escrita de
letras.”
“Na verdade, o segredo do ensino da linguagem
escrita é preparar e organizar adequadamente
essa transição natural. Uma vez que ela é
atingida, a criança passa a dominar o princípio da
linguagem escrita, e resta então, simplesmente
aperfeiçoar esse método.”
Um conceito central para a compreensão das
concepções vygotskyanas sobre o funcionamento
psicológico é o conceito de mediação e de zona
de desenvolvimento proximal.
Se todos os métodos servem para
aprender a ler, tanto faz escolher um ou
outro?
“Não, absolutamente. (...) Exemplo: pessoas
recém-alfabetizadas por métodos sintéticos são
em geral mais atentas à decodificação integral
do texto, que é lido palavra por palavra, sem
omissões ou substituições. Contudo, são menos
preparadas para a tarefa de interpretação”.
CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed. São Paulo:
Ática, p.35-42.
O que deve ser levado em conta no
momento de escolher um método?
Estude o método antes de aplicá-lo. É melhor refletir
antes, do que corrigir depois.
Recomendações:
considere os fundamentos teóricos (...),
as etapas de aplicação (...),
o material necessário (...),
os resultados previsíveis (...)”.
CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed. São Paulo: Ática, p.35-42.
Qual é o melhor método
para ensinar a ler?
“É difícil comprovar a superioridade absoluta
de um método sobre outro.
(..) uma turma x pode obter maiores ou menores
resultados dependendo do que se considera como
“bons resultados” em matéria de leitura: capacidade
de decodificar quaisquer novas combinações de
letras? Leitura oral ou fluente? Interpretação do
significado?”
CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador.4.ed.
São Paulo: Ática, p.35-42
E agora, que critérios observar na
escolha do método de alfabetização?

Qualquer que seja o método escolhido,
deve ser observado um envolvimento
sistemático dos alunos com a escrita e a
leitura em diferentes situações sociais.
REFERÊNCIAS E
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS











CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2003.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o ba, bé, bi, bó, bu. São Paulo : Scipione, 2006.
CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1999. 95p.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emilio a Emilia: a trajetória de alfabetização.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2002.
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. São Paulo, Ática,
2002.
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 2000. 70p.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione 1997. 111p.
RIZZO, Gilda. Alfabetização natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, 336p
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,
1999.124p.
VYGOTSKY, Lev. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.