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Empurrão para o ENEM
Literatura
Professor: Diogo Mendes
06/06/2014
1. Leia o trecho abaixo, retirado da canção “Índios”, de Renato Russo:
Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
(...)
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
É só maldade, então, deixar um Deus tão triste
(...)
Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.
Nele, estão presentes alguns aspectos característicos da relação estabelecida entre os
colonizadores europeus e as tribos indígenas que habitavam a costa do Brasil, dentre os quais
podemos destacar:
a) a cordialidade e a tolerância religiosa.
b) a exploração abusiva dos recursos naturais e a tolerância religiosa.
c) a imposição religiosa e a exploração abusiva.
d) a preservação dos recursos naturais e a imposição religiosa.
e) o contato com o diferente e a tolerância cultural.
2. Alguns textos pertencentes ao Quinhentismo – mais especificamente à chamada literatura
informativa – também se ocupam em descrever o contato entre índios e portugueses. Ao
comparar o modo como tal tema é abordado nesses textos com o modo como é trabalhado na
canção “Índios”, de Renato Russo, podemos afirmar que:
a) a canção “Índios” se distancia dos textos informativos quinhentistas, pois põe em destaque
o lado negativo da colonização portuguesa.
b) a canção “Índios” se aproxima dos textos informativos quinhentistas, pois expõe o ponto de
vista do índio acerca da colonização portuguesa.
c) a canção “Índios” se aproxima dos textos informativos quinhentistas, pois lança uma visão
crítica à colonização portuguesa.
d) a canção “Índios” se distancia dos textos informativos quinhentistas, pois se preocupa com
a descrição imparcial da colonização portuguesa.
e) a canção “Índios” se aproxima dos textos informativos quinhentistas, pois coloca em xeque
a visão eurocêntrica existente na colonização portuguesa.
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Empurrão para o ENEM
Literatura
Professor: Diogo Mendes
06/06/2014
Texto para as questões 3 e 4.
Andar com Fé
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá...
Que a fé tá na mulher
A fé tá na cobra coral
Ô! Ô!
Num pedaço de pão...
A fé tá na maré
Na lâmina de um punhal
Ô! Ô!
Na luz, na escuridão...
(...)
A fé tá na manhã
A fé tá no anoitecer
Ô! Ô!
No calor do verão...
A fé tá viva e sã
A fé também tá pra morrer
Ô! Ô!
Triste na solidão...
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Ô Minina!
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá...
(...)
Certo ou errado até
A fé vai onde quer que eu vá
Ô! Ô!
A pé ou de avião...
Mesmo a quem não tem fé
A fé costuma acompanhar
Ô! Ô!
Pelo sim, pelo não...
(Gilberto Gil. Disponível em: http://letras.mus.br/gilberto-gil/46184/.
Acesso em 26 de janeiro de 2014.)
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06/06/2014
3. A estética barroca foi diretamente influenciada pela religião católica. Por conta disso, uma das
características mais marcantes desse estilo de época é justamente a religiosidade. Embora a
música de Gilberto Gil se aproxime da arte barroca ao pôr em foco a questão da fé, há outros
elementos que a distanciam da mesma, como:
a) a crença de que a fé não necessariamente precisa estar vinculada à doutrina cristã.
b) a fé depositada na figura feminina, que precisa de salvação.
c) a crença na possibilidade de a fé ser infalível.
d) o fato de a fé estar sempre relacionada a elementos luminosos.
e) o fato de o eu lírico ser movido pela razão, que se sobrepõe à fé.
4. As manifestações artísticas barrocas são marcadas por um acentuado jogo de oposições.
Levando-se em conta essa afirmação, não podem ser identificados como versos com ecos
barrocos:
a) “A fé tá na manhã/ A fé tá no anoitecer”
b) “A fé tá viva e sã/ A fé também tá pra morrer”
c) “Que a fé tá na mulher/ A fé tá na cobra coral”
d) “A fé vai onde quer que eu vá/ Ô! Ô!/ A pé ou de avião...”
e) “A fé costuma acompanhar/ Ô! Ô!/ Pelo sim, pelo não...”
5. (UFRRJ)
Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol as Inconstâncias dos bens do Mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém. se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(GUERRA, Gregório de Matos. Antologia poética. Rio, Ediouro, 1991. p.84.)
O texto de Gregório de Matos possui muitas antíteses, que são usadas nos textos barrocos para
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a)
b)
c)
d)
e)
traduzir o conflito humano.
rejeitar o vocabulário popular.
personificar seres inanimados.
marcar a presença do onírico.
detalhar a arte poética.
6. (FATEC) Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas palavras, especialmente nas que eram
ditas com fé. No entanto, todas as palavras que ele dissera, nos púlpitos, na salas de aula, nas
reuniões, nas catequeses, nos corredores, nos ouvidos dos reis, clérigos, inquisidores, duques,
marqueses, ouvidores, governadores, ministros, presidentes, rainhas, príncipes, indígenas,
desses milhões de palavras ditas com esforço de pensamento, poucas - ou nenhuma delas havia surtido efeito. O mundo continuava exatamente o de sempre. O homem, igual a si mesmo.
(Ana Miranda, Boca do Inferno.)
“...milhões de palavras ditas com esforço de pensamento.”
Essa passagem do texto faz referência a um traço da linguagem barroca presente na obra de
Vieira. Trata-se do:
a) gongorismo, caracterizado pelo jogo de ideias.
b) cultismo, caracterizado pela exploração da sonoridade das palavras.
c) cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé e razão.
d) conceptismo, caracterizado pelo vocabulário preciosista e pela exploração de aliterações.
e) conceptismo, caracterizado pela exploração das relações lógicas, da argumentação.
7. (UFRRJ)
Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar a cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos Mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
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E eis aqui a cidade da Bahia.
(MATOS, Gregório de. In: BARBOSA, F. (org.)
"Clássicos da Poesia Brasileira." RJ: Klick Editora, 1998, p.24/25.)
A crítica à incapacidade dos portugueses de governar o Brasil e a consequente pobreza do povo
são temas presentes nesse poema barroco de Gregório de Matos e representam uma
característica retomada, mais tarde, pelo Romantismo.
Essa característica é
a) o sentimento nativista.
b) a preferência pelo soneto.
c) a denúncia da escravidão.
d) a tendência regionalista.
e) a volta ao passado histórico.
Textos para a questão 8 e 9.
Texto I
“Quanto mais gente, melhor”
Com a experiência de quem já visitou e estudou quase todas as grandes metrópoles do
mundo, entre elas São Paulo, o economista americano Edward Glaeser, 44 anos, se baseia em
cálculos e estatísticas para provar que o mais desejável para o ser humano é viver nas cidades.
“Sem elas, a evolução humana jamais teria sido possível. E é também nelas que está o futuro da
nossa espécie”, afirma. Professor da Universidade de Havard, onde dirige um centro de pesquisas
e assessoria em políticas públicas, Glaeser é autor do best-seller Os Centros Urbanos: a Maior
Invenção da Humanidade, em que demole a visão idílica do campo e aponta os benefícios da vida
nas grandes concentrações de gente das metrópoles. Glaeser participa nesta semana como
palestrante do Arq.Futuro, o concorrido encontro dos maiores arquitetos do mundo realizado no
Rio de Janeiro.
Como o senhor rebate a turma que o considera um idealista do indefensável, a qualidade de vida
nas grandes cidades?
Ao contrário desses que se se deixam levar por uma visão romanceada da vida longe das
zonas urbanas, eu prefiro olhar os números. Eles mostram claramente que, sob diversos aspectos
essenciais para a existência humana, não há lugar melhor para viver do que em uma grande
cidade. Pois é justamente em ambientes de enormes aglomerações que os mais variados talentos
podem conviver e aprender entre si, potencializando ao máximo sua capacidade criativa e
inovadora. Aumentam assim, exponencialmente, as chances de ascender, ganhar mais e ter
acesso ao que há de mais avançado.
(Veja. 28 de mar. de 2012.)
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Texto II
Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus úmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:
Varrendo os ares o sutil nordeste
Os torna azuis: as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor celeste;
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!
(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. O delírio amoroso e outros poemas.
Porto Alegre: L&PM, 2004. P. 27)
8. O pensamento do economista Edward Glaeser se contrapõe nitidamente aos valores artísticoculturais disseminados por inúmeros artistas, como o poeta português Bocage, e filósofos do
século XVIII, como Jean Jacques Rousseau, defensor da tese de que o ser humano é bom por
natureza, mas é corrompido pela civilização. Dentre os lemas apresentados pela arte desse
período, aquele que se opõe à opinião do economista é:
a) Ora et labora (reza e trabalha) – divisão do tempo entre a oração e o trabalho, quer seja
manual ou intelectual.
b) Locus horrendus (gosto pelo grotesco) – valorização de elementos macabros.
c) Inutilia truncat (cortar o inútil) – contra os exageros, o rebuscamento, a extravagância do
Barroco.
d) Carpe diem (aproveita o dia) – desejo de fruição dos prazeres da vida.
e) Locus amoenus (lugar ameno) – a natureza aprazível e dedicada, único lugar onde o
homem poderia ser feliz.
9. Um lema também muito difundido pela arte do século XVIII foi o aurea mediocritas, que
pregava uma vida medíocre materialmente, mas rica em realizações espirituais. Ou seja:
representava a idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e
triste na cidade. Dentre as opções abaixo, todas extraídas de poemas da época em questão, a
sequência de versos que se opõe ao ideal de ascensão social buscado nas grandes metrópoles e
defendido pelo economista Edward Glaeser, em entrevista concedida à revista Veja é:
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a) a)“Quando cheios de gosto, e de alegria / Estes campos diviso florescente, / Então me vêm
as lágrimas ardentes / Com mais ânsia, mais dor, mais agonia” (Cláudio Manuel da Costa)
b) “Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro / fui honrado pastor da tua aldeia; / vestia finas lãs e
tinha sempre / a minha choça do preciso cheia.” (Tomás Antônio Gonzaga)
c) “De que servirão tantas / tão saudáveis leis, sábias e santas, / se, em vez de executadas, /
forem por mãos sacrílegas frustradas?” (Alvarenga Peixoto)
d) “Se o bem desta choupana pode tanto, / Que chega a ter mais preço, e mais valia, / Que da
cidade o lisonjeiro encanto;” (Cláudio Manuel da Costa)
e) “Neste bosque alegre e rindo / Sou amante afortunado, / E desejo ser mudado / No mais
lindo Beija-flor.” (Silva Alvarenga)
10. (ENEM - Adaptada)
Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
(BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967)
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de
elementos do cotidiano. O texto acima, apesar de pertencer à modernidade artística, apresenta,
em sua abordagem, algumas aproximações com a proposta de vida bucólica, desenvolvida pelo
Arcadismo. No poema “Estrada”, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta
para
a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua
nostalgia com relação à cidade.
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia
da vida rural.
c) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua
juventude.
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.
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Gabarito
1. C
2. A
3. A
4. C
5. A
6. E
7. A
8. E
9. D
10. B
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