2014 Introd Anat Histo Fisiol Citol VRMA
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Transcript 2014 Introd Anat Histo Fisiol Citol VRMA
Citologia Clínica
Prevenção de câncer de colo do
útero e de mama
Vera Regina Medeiros Andrade
2014
Citologia Clínica
O que é um exame citopatológico?
Qual a finalidade desse exame?
Qual o princípio do método citológico?
Qual o padrão ouro do diagnóstico?
Como se colhe o material, como se prepara a lâmina, como é
realizada a coloração e como se faz a leitura do esfregaço?
Revisão de anatomia, histologia, fisiologia e citologia
O que é câncer?
Existe um sinal celular patognomônico?
Quem foi Papanicolaou?
O que é um exame citopatológico?
Preparação de células coradas pela coloração de
Papanicolaou e, exploração microscópica dessas células
de forma individualizada.
Qual a finalidade desse exame citológico?
Diagnóstico precoce de doenças, especialmente o
câncer e as alterações celulares do tipo reativas,
degenerativas, regenerativas, inflamatórias e neoplásicas
Qual o princípio do método citológico?
O estudo compreende memorizar células e tecidos normais e depois,
as alterações morfológicas encontradas em distúrbios hormonais, nas
infecções e nos estágios pré-malignos e no câncer
Qual o princípio do método
citológico?
Trata-se de comparar a imagem observada ao
microscópio com a imagem normal gravada na mente
do observador
Este constata: (a) semelhança das imagens (esfregaço
normal); (b) discordância (esfregaço patológico) que
deve ser analisado minuciosamente
É importante familiarizar-se com as estruturas normais
das células, antes de tentar o diagnóstico citológico
das anormalidades
Qual o padrão ouro do diagnóstico?
Um resultado negativo, não significa que o tecido seja normal, assim
como um resultado positivo, significa que células anormais apareceram
e este resultado positivo não prova que exista um câncer, nem mesmo
displasia, é necessário o exame de COLPOSCOPIA e HISTOPATOLOGIA
(biópsia)
Como se colhe o material,
como se prepara a lâmina,
como é realizada a
coloração e como se faz a
leitura do esfregaço?
Como se colhe o material?
Colo de útero – colheita de material citológico cervice-vaginal
com espátula de Ayre e escova citológica endocervical
Como se colhe o material?
Mama – por secreção do mamilo, por punção aspirativa por
agulha fina (PAAF), só realizado se houver lesão suspeita
Preparo do exame citológico
O material deve ser distribuído na lâmina de
extremidade fosca previamente limpa e
identificada;
A identificação deve ser realizada no momento da
colheita, na extremidade fosca da lâmina com lápis
(o grafite resiste as etapas de fixação e coloração);
O material deve ser espalhado sobre a lâmina de
modo regular, com boa espessura.
Fixação do material
O objetivo da fixação é preservar o estado
morfológico e manter as características
citomorfológicas e os elementos citoquímicos das
células;
deve ser imediata.
Fixadores
Álcool etílico em solução de 70 a 90%;
Álcool isopropílico em solução de 70 a 90%;
Atomizador com álcool isopropílico e polietileno glicol
(Carbowax), forma uma película de proteção, pode
ser em gotas (4 gotas sobre o esfregaço).
Coloração
Colorações foram desenvolvidas para visualizar
componentes das células e dos tecidos
baseadas no princípio ácido-base.
A hematoxilina é uma base, cora componentes ácidos
da célula em uma cor azulada – núcleo (DNA e RNA);
A eosina é um ácido que cora componentes básicos
da célula em róseo – citoplasma.
A coloração de Papanicolaou é universalmente
utilizada em citologia genital.
Leitura dos esfregaços
Após a colheita, fixação e coloração, a leitura da lâmina
deve seguir certas regras bem estabelecidas;
A observação ou varredura da lâmina deve ser
sistemática e os campos sucessivos serão parcialmente
revistos para não perder nenhuma área;
A varredura deve ser realizada com aumento pequeno
com ocular de 10x e objetiva de 10x (100x);
As células ou zonas atípicas são submetidas à exame
minucioso com maior aumento de 40x
Escrutínio da lâmina por 5 a 7 min
Leitura dos esfregaços
Três tipos de
varredura (screening)
O mais
recomendado é o
tipo vertical;
3o tipo é usado em
revisão de lâminas
previamente
negativas (rescreening), pelo
menos 30 campos
por 1 a 2 min
Leitura dos esfregaços
Anatomia, Histologia,
Citologia e Fisiologia do
Sistema Genital Feminino
Aparelho genital feminino
Compreende a vulva, a vagina, o útero formado pelo colo e corpo, as tubas
uterinas e os ovários.
Vulva
Lábios maiores, Lábios menores, Clitóris, Glândulas (sebáceas,
Bartolin)
TECIDO EPITELIAL ESCAMOSO ESTRATIFICADO QUERATINIZADO
Histologia
Orifício urinário
Citologia
Glândulas de Bartolin
Orifício genital
Epitélio pavimentoso estratificado NÃO QUERATINIZADO
As mucosas geralmente são umedecidas, revestem a boca, a orofaringe, o esôfago e a
vagina.
Vagina
Canal que liga o colo do útero à vulva, está à frente do reto e atrás da bexiga, formado:
Conjuntiva externa; Muscular lisa mediana; Mucosa interna: TECIDO EPITELIAL ESCAMOSO
ESTRATIFICADO NÃO QUERATINIZADO
Histologia
Citologia
Útero
Forma de um cone cujo vértice é inferior, parte superior é o corpo e a inferior é o
colo. Sua parede possui três túnicas: Membrana serosa; Muscular e Mucosa
endometrial: EPITÉLIO CILÍNDRICO SIMPLES CILIADO E NÃO
CILIADO, formando glândulas tubulares retas com células cilíndricas altas
Histologia
Útero
EPITÉLIO CILÍNDRICO SIMPLES CILIADO E NÃO CILIADO,
Citologia
Mucosa vaginal, ectocervical e endocervical
Junção escamo-colunar
Tubas uterinas: (fímbrias;
ampola; istmo e porção
intersticial)
Sua parede é formada de
Serosa peritoneal
Muscular
Mucosa: EPITÉLIO CILÍNDRICO
SIMPLES CILIADO
Ovários: Forma ovóide,
situados lateralmente na
cavidade abdominal, córtex
e medula, o estroma
ovariano cortical contém
folículos
Síntese de estrogenio e
progesterona
Revestido por: EPITÉLIO
PAVIMENTOSO OU
CÚBICO SIMPLES
Tecidos
Grupos de células similares quanto à
estrutura, função e origem embrionária,
mantidas juntas por quantidade variada
de material intercelular.
Quatro tecidos fundamentais
Tecido epitelial
Tecido conjuntivo
Tecido muscular
Tecido nervoso
Tecido Epitelial
Cobre o corpo por fora e reveste os órgãos por dentro.
Células poliédricas, pouca substância extracelular,
firmemente unidas umas às outras por complexos
juncionais, formando camadas contínuas.
Apoiado em tecido conjuntivo ligado pela membrana basal
(sintetizada pelas células epiteliais).
Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido por difusão
através do tecido conjuntivo.
Duas formas:
Epitélios que cobrem todo o corpo externamente e
revestem o corpo internamente.
Glândulas que se originam das células epiteliais.
Forma da célula
Pavimentosas
Cúbicas
Cilíndricas
Número de camadas
Número de camadas
Simples – uma camada de células
Estratificados – mais e uma camada de células
Classificação dos epitélios
Quanto a forma das células epiteliais
A forma das células varia muito, desde colunares a achatadas
Os núcleos são de formas variadas, geralmente acompanha a forma da célula
https://www.google.com.br/search
Tecido epitelial simples cilíndrico
Epitélio pavimentoso estratificado NÃO queratinizado
Fonte dos tecidos: Atlas eletrônico da PUCRS
Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
Células epiteliais do epitélio
pavimentoso estratificado
Células da camada basal
Células da camada parabasal
Células da camada intermediária
Células da camada superficial
Células epiteliais do epitélio
pavimentoso estratificado
Camada basal
Camada única, é germinativa
Células pequenas, redondas
Núcleo grande hipercromático
Citoplasma escasso cianífilo
Pequenas bolas com bolas
menores
Células da camada basal
Células epiteliais
Camada parabasal
Várias camadas
Célula maior, arredondada
15 a 30 m
Núcleo central discretamente
hipercromático
Citoplasma cianófilo
Ovos onde a gema é o núcleo
Células da camada parabasal
15 a 30
m
Células epiteliais
Camada intermediária
Várias camadas, a espessura varia de acordo
com a fase do ciclo
Citoplasma abundante, delicado e claro
Núcleo redondo, claro e central
Possui alto teor de glicogênio
Almofadas com botões
Células da camada intermediária
Células epiteliais
Camada superficial
Células poligonais, achatadas, núcleo picnótico,
várias camadas, descamam facilmente, o
citoplasma queratinazado reflete o padrão
citológico da atividade estrogênica.
Núcleos picnóticos são núcleos puntiformes,
hipercromáticos, opacos, homogênios os
quais não se pode visualizar estrutura em seu
interior
Folha com um feijão como núcleo
Células da camada superficial
CORRELAÇÃO DA HISTOLOGIA
E CITOLOGIA
Células do tecido epitelial
simples cilíndrico
Células colunares, cilíndricas ou glandulares
Célula alongada ou arredondada segundo o plano
pelo qual é vista
Núcleo grande, volumoso, basal
Disposição em favo de mel quando vista
de cima
Paliçada quando vista da face lateral
com altura de 20 a 30 m e diâmetro de
8 a 10 m
Vista de perfil = cerca, paliçada
Vista de cima = favo de mel
Células colunares, cilíndricas ou glandulares em
favo de mel e em paliçada
Outras células
Fisiologia
A célula epitelial é provida de receptores
hormonais (estrogênio e progesterona) que
controlam a sua maturação e diferenciação
As imagens mudanças que ocorrem no
epitélio vaginal fenômenos histofisiológicos
Fisiologia
Ciclo menstrual
Antes de tentar o diagnóstico
citológico de anormalidades, o
citologista deve conhecer todos
os tipos de células normais
encontradas no esfregaço e
familiarizar-se com a estrutura
da célula, só depois conhecer
as alterações celulares
provocadas pelo câncer
O que é câncer?
Câncer
Câncer é uma consequência fenotípica importante da mutação
genética
É uma doença multifatorial, provocada pelo acúmulo de
mutações genéticas em células normais e caracterizado por um
conjunto de manifestações patológicas, tais como:
perda de controle da regulação do ciclo celular
resistência à apoptose
ganho da capacidade de metastatizar
e angiogênese
Acúmulo de mutações genéticas em uma célula
normal
Algumas mutações alteram a atividade de um gene, outras mutações eliminam a
atividade genética
Perda de controle da regulação do ciclo
celular
...resistência à apoptose
Esquema geral para mecanismos de oncogênese pela ativação de proto-oncogene,
mutação ou perda de genes supressores tumorais, ativação de genes anti-apoptóticos
ou perda de genes pró-apoptóticos. Genes gatekeepers – supressores tumorais
regulam a função dos proto-oncogenes; genes caretakes – atuam indiretamente
mantendo a integridade e corrigindo as mutações durante a replicação do DNA e a
divisão celular
Invasão
..., ganho da capacidade
de invadir tecidos
adjacentes e de sofrer
metástases (colonização)
para tecidos distantes
Tumores malignos
Infiltração, invasão,
destruição de tecidos
adjacentes, e formação de
metástases
..., angiogênese
Agentes mutagênicos
Físicos radiações ionizantes (raios X, radiações
alfa, beta e gama), radiação ultravioleta,
temperatura
Químicos colchicina, gás mostarda,
talidomida, alcatrão, benzeno etc
Biológicos vírus (oncovírus), bactérias e alguns
protozoários (toxoplasmas)
Existe um sinal celular patognomônico?
Conjunto de detalhes no esfregaço
Conjunto de detalhes nas diversas células anormais
Conjunto de detalhes em uma única célula anormal
Quem foi Papanicolaou?
George
Papanicolaou
Em 1924, estudando o
ciclo menstrual fez uma
observação acidental.
Descobriu que células
cancerosas derivadas
da cérvice uterina
poderiam ser
observadas em amostras
vaginais.
Em 1928 – publicou um
artigo com detalhes.
Papanicolaou e Traut,
em 1943, publicaram
um artigo sobre o
assunto;
Década de 40, século
XX, exame
citopatológico redução na taxa de
incidência e
mortalidade;
Em 1980 um selo
comemorativo por US
Postal Service em sua
homenagem.