CNBB * DOC. 104

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DOC. 104
Uma renovação da paróquia em vista de
responder aos desafios do nosso tempo
Memória histórica da renovação da Igreja:
1) As novidades do Concílio Vaticano II (19621965):
 Igreja, povo de Deus – uma nova compreensão
de si mesma;
 Sinal de alegria e esperança para o mundo –
uma nova compreensão da sua missão no
mundo;
 Iluminada pela Palavra(DV), alimentada pela
Eucaristia(SC) e fortalecida pela Caridade(GS).
2) As conferências episcopais latino americanas:
Medelín (68), Puebla (79), Santo Domingo(82) e
Aparecida(2007):
 Igreja, povo de Deus a serviço dos pobres e
oprimidos, a partir das CEBs, aplicando o
método de ação pastoral: ver, julgar e agir;
 Igreja, povo de Deus a serviço dos pobres,
jovens e família, a partir das CEBs, assumindo
como exigências da ação pastoral: a
comunhão, a participação e a missão;
 Igreja, povo de Deus a serviço da vida, em
estado permanente de missão no diálogo com
as novas realidades humanas, comunitárias e
sociais.
CNBB – DOCUMENTO 104
Para reflexão das Igrejas Particulares sobre a
necessidade de renovação da estrutura paroquial
Estrutura do texto:
I
- Perspectiva Bíblica
 II
 III
– Perspectiva Teológica
– Novos contextos: desafios à paróquia
 IV – Perspectiva Pastoral
PONTO DE PARTIDA
A identidade eclesial da paróquia
Aspectos Bíblicos e Teológicos
1) Jesus Cristo é a cabeça da Igreja:
tudo parte Dele e tudo converge
para Ele em vista do Reino definitivo;
2) As primeiras comunidades cristãs
são modelos inspiradores para as
comunidades cristãs:
 A vida das comunidades (At 2,42-47)
 A missão das comunidades (1,8-12);
 Portanto, as comunidades surgem
da missão e do testemunho
heróico dos discípulos e missionários
de Jesus Cristo.
3) A Igreja é prolongamento da missão de Jesus Cristo.
 Como instrumento de salvação, a Igreja, age na graça
do Pai, no amor do Filho e na força do Espírito Santo. A
Trindade Santa é a comunidade perfeita;
 Por meio dela(ministérios) a fé em e de Jesus Cristo é
anunciada (Palavra), é celebrada(Liturgia) e é
testemunhada(Caridade);
 A paróquia expressa-se como tal na comunhão dos
seus membros entre si e com as outras paróquias em
torno do bispo diocesano. A comunhão é o elemento
mais importante da identidade eclesial da paróquia;
 Portanto, ela deve ser casa de oração, casa da
palavra, casa da eucaristia, casa da acolhida e sinal
de transformação para o mundo.
PONTO DE PARADA
A realidade pessoal, comunitária e social
Novos Contextos: desafios à paróquia
1) O nosso tempo é marcado por luzes e
sombras: por um lado, se é surpreendido por
grandes desgraças e, por outro, se é
surpreendido pelas grandes conquistas;
2) O mundo está em rápidas, profundas e
constantes mudanças transformando
fortemente a pessoa, a comunidade e a
sociedade;
3)Por um lado, constata-se uma cultura
marcadamente individualista, consumista,
descartável, imediatista e materialista com
consequências dramáticas para as pessoas, as
comunidades e a sociedade;
4) Por outro lado, constata-se os avanços científicos e
tecnológicos a serviço da vida; a crescente consciência e
luta pelos direitos humanos, defesa do meio
ambiente(sustentabilidade), tolerância frente às diferenças,
trabalho em parceria e rede, visão holística da existência;
fóruns mundiais propondo um novo jeito de estar no mundo.
Diante de tudo isto verificamos que os maiores desafios para
a eficácia da ação evangelizadora da Igreja hoje passa pela
PESSOA (relacionamento), COMUNIDADE (estrutura) E
SOCIEDADE (ética):
4.1
O desafios no âmbito da PESSOA, na ação
pastoral requer, impreterivelmente:
 Atendimento personalizado: dar atenção a
dimensão afetiva;
 Ajuda para superar o intimismo religioso diante
da tendência de viver a fé separada da
comunidade e sem compromisso social;
 Posicionar frente as novas configurações
familiares, acolhendo indistintamente, sem deixar
de apresentar os ensinamentos da Igreja sobre a
família;
 Propiciar uma experiência pessoal de encontro
com Jesus Cristo crucificado e ressuscitado,
razão da nossa alegria e de nossa esperança;
4.2 O desafio no âmbito da COMUNIDADE, na
ação pastoral e missionária requer:
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Compreender a paróquia como uma comunidade de
comunidades, sem se limitar à territorialidade;
Ocupar os novos espaços, sobretudo, aqueles suscitados
pela comunicação digital(redes sociais);
Atenção à mobilidade das pessoas: são muitas as pessoas
que saem e as que chegam. Hoje as pessoas são
marcadas pela mobilidade e o dinamismo de suas
reações;
Ação pastoral(toda) decididamente missionária, indo além
da pastoral de manutenção;
Autêntica catequese de iniciação à vida cristã em
perspectiva bíblica;
Promover a renovação das estruturas da paróquia a fim
de:
- acolher bem a todos, encantando-os com o nosso
testemunho cristão alegre, feliz, entusiasmado;
- ir ao encontro dos batizadas afastados e dos não
batizados, oportunizando sua iniciação cristã de forma
encantadora;
- defender a causa da vida de forma intransigente e
radical;
- ser espaço organizado de comunhão, participação
e missão para os discípulos e missionários, indo além das
fronteiras da própria paróquia;
- valorizar o protagonismo de agente de pastoral –
discípulo missionário, capacitando e apoderando na
dinâmica da comunhão e da corresponsabilidade;
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Garantir vínculo comunitário as pessoas, grupos,
pastorais e movimentos, superando o anonimato e o
individualismo enfraquecedor da vida de Igreja;
Ampliar a ação evangelizadora, envolvendo todas as
forças vivas(pastoral de conjunto e orgânica) em vista
de proporcionar encontros com Cristo nas comunidades
territoriais e ambientais;
Fortalecimento das pequenas comunidades, suscitando
o surgimento de novas, a fim de que a Igreja se faça
presente, através de seus discípulos missionários, em
toda parte;
Capacitação dos discípulos missionários para agirem
em nome da Igreja com convicção de fé, criatividade
e mística em comunhão entre si e com os pastores.
4.3 – o desafio no âmbito da SOCIEDADE, na ação pastoral
requer de nós:
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Consciência de pertença ao planeta, cultivando uma
concepção ecocêntrica do nosso modo de estar no
mundo;
Superação da concepção mercantilista da vida,
cultivando o sentido e o significado sacramental da
vida humana;
Exorcização do comportamento religioso intimista
baseado numa espiritualidade da prosperidade e da
busca da felicidade desconectada do bem comum;
Diálogo inteligente e consistente para combater a
tendência ao laicismo religioso (negação da
mediação: a sociedade pós-cristã), afirmando a
importância da religião cristã para a vida plena das
pessoas.
 Afirmação
prioritária de busca da verdade e não
do desejo. Não podemos nos conformar com uma
cultura que, prioritariamente, busca o desejável e a
não verdade;
 Fortalecimento da convicção da fé católica.
Diante do pluralismo religioso e social é preciso
firmar a fé cristã católica, como exigência para o
diálogo ecumênico e intereligioso frutuoso;
 Promoção da presença pública da Igreja,
inserindo-se nas atividades humanas e sociais a fim
de defender os valores inalienáveis da condição
humana na terra e para além dela;
 valorização dos eventos de massa para despertar
para uma experiência pessoal e comunitária de
Cristo Jesus, pois apesar de tudo, o ser humana
demonstra muita sede de Deus.
PONTO CRUCIAL
A conversão pastoral
Perspectivas Pastorais
1) A conversão pastoral passa
inevitavelmente pela conversão pessoal,
pois as mudanças espirituais influenciam
nas mudanças estruturais;
2) A conversão pastoral requer
potencializar(recuperar) as bases da vida
das comunidades a partir:
 da escuta da Palavra(círculos bíblicos,
celebração da Palavra, escola da fé;
 Da fração do Pão (Eucaristia), pois “a
Eucaristia é fonte e ápice da vida da
Igreja,”
 Da oração pessoal e comunitária(ofício
divino das comunidades, lectio divina,
retiros, rosário e outras ações);
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Capacitação dos agentes
para acolher e servir bem, a
fim de criar e fortalecer os
laços dos fiéis com a
comunidade.
Portanto, a renovação das
bases da vida paroquial
passa pela organização e
pela dinâmica da formação,
educação, celebração e
vivência da fé cristã;
A paróquia deve ser um
centro forte e atraente de
irradiação da fé em Jesus
Cristo, nosso único Mestre e
Senhor;
3) Convencer das seguintes mudanças:
 Evitar tanto a centralização quanto à uniformidade;
 Estabelecer relações interpessoais para vencer o
anonimato e a solidão das pessoas;
 Acolher todas as pessoas dando razão a cada uma
para viver cristãmente, na comunidade;
 Promover a interatividade e a participação oficial
de agentes através das instâncias representativas
das comunidades e grupos eclesiais;
 Transparência e qualificação da administração dos
bens móveis e imóveis de acordo com as leis civis e
canônicas;
Diante das dificuldades
financeiras das paróquias
mais pobres, desenvolver o
fundo de solidariedade
entre as paróquias;
 Portanto, a renovação da
paróquia , trata-se de inserir
de modo crítico, criativo e
construtivo nessa nova
realidade tudo aquilo que é
precioso na tradição cristã
católica a fim de
comunicar com clareza e
encanto os mistérios da
nossa fé.
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Referências Bibliográficas
Compêndio do Vaticano II
Conferências Latino Americanas
Documento 104 CNBB
Sagrada Escritura