03 Concílio Vaticano II (Pe. Nei – Bragança Paulista
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Transcript 03 Concílio Vaticano II (Pe. Nei – Bragança Paulista
CONCÍLIO VATICANO II
UM CONCÍLIO
PREVALENTEMENTE PASTORAL
JOÃO XXIII – PRIMEIRA SESSÃO
“Uma é a substância da antiga doutrina do
depositum fidei e outra é a formulação
que a reveste, e é disto que se deve ter
em conta... Sempre a Igreja se opôs aos
erros, muitas vezes até condenou com
maior severidade..Nos nossos dias porém
prefere
mais
o
remédio
da
misericórdia...deseja
mostrar-se
mãe
amorosa de todos.”
PAULO VI – SEGUNDA SESSÃO
“... a doutrina católica não deve ser
somente verdade a ser explorada pela
razão sob a luz da fé, mas sim palavra
geradora de vida e de ação... que torne
fecunda a fé: ‘As palavras que eu vos
disse são espírito e vida’ (Jo 6,63)”
Quatro condições necessárias para que um
Concílio seja pastoral
(Emilio Guerry – pe. Conciliar)
a) na origem: a doutrina seja revificada
nas fontes da fé: Bíblia, Tradição e Vida
da Igreja;
b) na expressão e formulação:a doutrina
seja apresentada em linguagem clara,
simples, suscetível de ser compreendida
pelos homens do nosso tempo, adaptada
à mentalidade moderna;
c) na extensão: deve a doutrina estenderse aos problemas reais, e que são
preocupação
constante,
não
raro
angustiante, dos homens de hoje;
d) na finalidade: que a apresentação
doutrinária seja de fato missionária,
dominada pelo cuidado apostólico da
evangelização do mundo
I. CONSTITUIÇÃO PASTORAL
“GAUDIUM ET SPES”
1. Diálogo entre a Igreja, o mundo e os homens
de hoje: privilegiar o que é comum e não o que
se separa (ex. ateísmo, marxismo)
- “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos
pobres e daqueles que sofrem, são também as
alegrias e as esperanças, as tristezas e angústias
dos discípulos de Cristo... a Igreja sente-se real
e intimamente ligado ao gênero humano e a sua
história” (GS n. 1)
2. “Sinais dos tempos” como autêntico
lugar teológico
- “O povo de Deus, levado pela fé, com que
acredita ser conduzido pelo Espírito do
Senhor, o qual enche o universo, esforçase por discernir nos acontecimentos, nas
exigências e aspirações, em que participa
juntamente com os homens de hoje, quais
são os verdadeiros sinais da presença ou
da vontade de Deus...
Porque a fé ilumina todas as coisas com
uma luz nova e faz conhecer o desígnio
divino acerca a vocação integral do
homem e, dessa forma, orienta o espírito
para soluções plenamente humanas”.
(GS n. 11);
- “Para levar a cabo esta missão, é dever
da Igreja investigar a todo momento os
sinais dos tempos, e interpretá-los à luz
do Evangelho, para que possa responder
de modo adaptado a cada geração
(GS n.4)
3.Aggiornamento num mundo de rápidas
e profundas mudanças estruturais
- “A humanidade vive hoje uma nova fase
da sua história, na qual profundas e
rápidas transformações se estendem
progressivamente a toda a terra.
Provocadas pela inteligência e atividade
criadora do homem, elas reincidem sobre
o mesmo homem... sobre seus modos de
agir e de pensar” (GS n. 4)
4. Cristo o ponto de chegada da GS
- Na realidade, o mistério do
homem, só no mistério do Verbo
encarnado
se
esclarece
verdadeiramente...já que, nele, a
natureza humana foi assumida, e
não destruída...trabalhou com mãos
humanas,
pensou
com
uma
inteligência humana, agiu com a
vontade humana, amou com um
coração humano.” (GS n. 22)
5. A Igreja servidora da família humana
- “A Igreja tem a missão de manifestar o
mistério de Deus, fim último do homem,
ela descobre ao mesmo tempo ao homem
o sentido de sua existência, a verdade
profunda acerca dele mesmo. A Igreja
sabe que só Deus pode responder às
aspirações mais profundas do coração do
homem. Sabe também que o homem
sempre desejará saber qual o significado
da sua vida, da sua atividade e de sua
morte. O Evangelho é quem pode
salvaguardar a dignidade e a liberdade
pessoal do homem”. (GS n. 41)
II. O Planejamento Pastoral
na Igreja do Brasil
A Igreja no Brasil foi fortemente
enriquecida por Movimentos renovadores
nas décadas que precederam o Concílio:
Movimento Litúrgico e Bíblico, Ação
Católica e os Movimentos Familiares, a
abertura para as questões sociais e as
iniciativas de renovação a Vida Religiosa e
do Ministério Presbiteral.
Dois
grandes
organismos
eclesiais
nasceram antes do Concílio e contribuíram
muito para a sua aplicação: a CNBB
(1952) e a CRB (1954).
A CNBB encontrou no planejamento
pastoral o instrumento para animar e
articular a ação pastoral em nível nacional
e regional a partir das Igrejas locais,
garantindo presença da Igreja na
sociedade em transformação.
A experiência do planejamento pastoral no
Brasil teve início com o “Plano de
Emergência” (1962), simples, porém com
quatro metas ambiciosas: renovação da
paróquia, do ministério presbiteral, da
escola católica,e a promoção da Igreja no
campo sócio-econômico.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
1966/ 1970 – Plano da Pastoral de Conjunto (PPC): seu
objeto era “criar meios e condições para que a Igreja
do Brasil se ajuste à imagem de Igreja do Vaticano II”.
Criou-se seis linhas de trabalho:
uma sempre maior unidade visível no seio da Igreja
Católica (Lumen Gentium);
a ação missionária (Ad Gentes);
a ação catequética, o aprofundamento doutrinal e a
reflexão teológica (Dei Verbum).
a ação litúrgica (Sacrosanctum Concilium)
a ação ecumênica ( Unitatis Redintegratio e Nostra
Aetate).
a melhor inserção do Povo de Deus como fermento na
construção de um mundo segundo os desígnio de Deus
(Gaudium et Spes).
O sínodo dos Bispos (1974) e os
documentos
pontifícios
“Evangelii
Nuntiandi”(1975)
e
“Redemptoris
Missio”(1990) e as Conferências Latinoamericano vão levando a missão da Igreja
a ser entendida mais claramente como
serviço do Evangelho, tendo como centro
Jesus Cristo e seu Reino.
O PPC iluminou, por quinze anos, o projeto de
renovação da Igreja. Em 1975 buscou-se a
unidade em nível nacional através das
“Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no
Brasil”, deixando os planos para as Regionais e
as Dioceses.
As diretrizes do período 1979/82 expressam bem
o momento histórico, conservados em 1983/82 e
1987/90, durante mais de um decênio
iluminaram o trabalho pastoral da Igreja do
Brasil organizando ao redor de amplo projeto de
“evangelização libertadora”.
As diretrizes de 1991/94 abordam a questão da
modernidade (individualismo- valorização da
pessoa; pluralismo, vivência comunitária e
contradições sociais presença na sociedade).
As diretrizes 1995 a 1998 estavam no horizonte
do Jubileu e os 500 anos, olhando para o
passado sinalizando a necessidade do perdão e
da penitência e da conversão. Foi aprovado o
projeto de evangelização Rumo ao Novo Milênio
a partir do apelo do Papa em sua carta
Apostólica Tertio Millennio Adveniente, e o
COMLA5.
As “Diretrizes 1999/2002, na vígilia do
grande jubileu, foram atualizadas pelas
conclusões do Sínodo para a América,
levando em conta as mudanças sócioculturais;
Enfatizam
as
exigências
de
uma
evangelização inculturada no serviço e
solidariedade, no diálogo e cooperação
ecumênica, no anúncio e testemunho.
Na renovada consciência de missão
recebida de Jesus Cristo na celebração do
Jubileu do ano 2000, as “diretrizes 20032006”, em continuidade com as diretrizes
anteriores renovam o objetivo de
evangelizar (a Igreja existe para
evangelizar);
Desta vezes seguindo o método dos
âmbitos
da
evangelização:
pessoa,
comunidade e sociedade.
As “diretrizes 2008-2010”, trazem as
alegrias de discípulos missionários da
Conferência de Aparecida na atualização
da leitura da realidade, da Igreja em
estado permanente de missão (nas
exigências,nos âmbitos e no tríplice
munus), valorizando a espiritualidade e a
formação.
III. DOCUMENTO DE
APARECIDA
“Discípulos e Missionários de
Jesus Cristo, para que nossos
povos tenham vida n’Ele”
Iluminações Teológico-Pastorais a
partir do Documento de Aparecida
Introdução
Partir de Cristo: Somos chamados a repensar
profundamente e a relançar com fidelidade e
audácia nossa missão nesta época de constantes
mudanças,
confirmando,
renovando
e
revitalizando a novidade do Evangelho,
arraigada em nossa história, a partir de um
encontro pessoal e comunitário com Jesus
Cristo, que desperte discípulos missionários. Isso
não depende tanto de programas e estruturas,
mas de homens e mulheres novos (11).
Na
convivência
com
Jesus
descobrimos que, foi Cristo quem
nos escolheu, para estar com Ele:
“para que estivessem com Ele e
para enviá-los a pregar” (Mc
3,14) (129-131).
Ser Igreja:
“povo reunido pela
unidade do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”, vivida em Cristo, “como
sacramento ou sinal e instrumento da
íntima união com Deus e da unidade
de todo gênero humano”. A
comunhão dos fiéis e das Igrejas
locais do Povo de Deus se
sustenta
na
comunhão
da
Trindade. (155).
Diante da tentação de ser cristãos sem
Igreja e das novas buscas espirituais
individualistas, afirmamos que a fé em
Jesus Cristo nos chegou através da
comunidade eclesial, e ela nos dá uma
família, a família universal de Deus na
Igreja Católica. É constitutivo do cristão
pertencer a uma comunidade concreta.
(156). Todos os batizados somos
chamados a viver e a transmitir a
comunhão com a Trindade (157)
A comunhão da Igreja se nutre com o Pão
da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo
de Cristo. A Eucaristia, participação de
todos no mesmo Pão da Vida e do mesmo
Cálice da Salvação, nos faz membros do
mesmo Corpo (cf. 1Cor 10,17). Ela é a
fonte e o ponto mais alto da vida cristã
(LG 11).
A Igreja cresce, não por proselitismo, mas
por atração, “testemunhar o amor para
irradiar Cristo, arrebanhar ovelhas
será conseqüência disto”. Como Cristo
que atrai tudo para si com a força do seu
amor. A Igreja atrai quando vive a
comunhão.
Constatamos que em nossa Igreja existem
numerosos católicos que expressam sua fé
e sua pertença de forma esporádica.
Convidamos esses a aprofundarem sua fé
e participarem de forma mais plenamente
na vida da Igreja. A comunhão é
missionária e a missão é para comunhão.
(159-163)
Comunhão e Missão na Diocese
o amadurecimento no seguimento de Jesus e a
paixão para anunciá-lo requerem que a diocese
se renove constantemente seu ardor missionário
(167). A Diocese, presidida pelo bispo, é o
primeiro espaço da comunhão e da missão. Ela
deve estimular e conduzir uma ação pastoral
orgânica, renovada e vigorosa, de maneira que
a variedade de ministérios, carismas, serviços e
organizações se orientem no mesmo projeto
missionário para comunicar vida no próprio
território... cada comunidade é chamada a
participar de modo harmônico e integrado do
projeto pastoral da Diocese. (169)
A Renovação da Paróquia
As
paróquias são células vivas da
Igreja e o lugar privilegiado no
qual a maioria dos fiéis tem uma
experiência concreta de Cristo e
da comunhão eclesial. São
chamadas a ser casa e escola de
comunhão
“espaços de iniciação cristã, de
educação e celebração da fé, aberta à
diversidade de carismas, serviços, e
ministérios, organizados de modo
comunitário e responsável,
integradoras de movimentos de
apostolados já existentes, atenta à
diversidade cultural de seus
habitantes, abertas aos projetos
pastorais e supra-paroquiais e às
realidades circundantes” (EAm 41)
(170)
Uma paróquia, comunidade de discípulos
missionários, requer organismos que
superem qualquer tipo de burocracia. Os
Conselhos Pastorais Paróquias terão
de estar formados por discípulos
missionários constantemente preocupados
em chegar a todos. O Conselho de
Assuntos Econômicos junto a toda
comunidade paroquial, trabalhara para
obter recursos necessários, de maneira
que a missão avance e se faça realidade
em todos os ambientes. (203)
Bispo
“como pastores e guias espirituais das
comunidades a nós encomendadas, somos
chamados a fazer da Igreja uma casa e
escola da comunhão. Como animadores
da comunhão, temos a missão de acolher,
discernir e animar carismas, ministérios e
serviços da Igreja...
Como pais e centro de unidade, nos
esforçamos para apresentar ao
mundo o rosto de uma Igreja na qual
todos se sintam acolhidos, como em
sua própria casa. Por todo o Povo de
Deus, em especial aos presbíteros,
procuramos ser pais, amigos e
irmãos,
sempre
abertos
ao
diálogo”.(188)
Padre
deve
ser um dom para a
comunidade, pela unção do
Espírito e por sua especial união
com Cristo. O presbítero é
chamado a conhecê-la para
semear nela a semente do
Evangelho.
Tenha
uma vida espiritual intensa
fundada na caridade pastoral, que
se nutre na experiência pessoal
com Deus e na comunhão com os
irmãos; cultive de relações
fraternas com o bispo, com os
demais presbíteros da diocese e
com os leigos.
O
presbítero, à imagem do Bom
Pastor, é chamado a ser homem
de misericórdia e compaixão,
próximo a seu povo e servidor de
todos, particularmente dos que
sofrem grandes necessidades.
(193-198)
Leigos numa Igreja em estado
permanente de missão
“O espaço próprio de sua atividade
evangelizadora é o mundo vasto e
complexo da política, da realidade social e
da economia... e outras realidades abertas
à Evangelização, como o amor a família, a
educação das crianças e adolescentes, o
trabalho profissional e o sofrimento”.
(211).
A vida consagrada
é elemento decisivo na missão da Igreja.
Expressa-se
na
vida
monástica,
contemplativa e ativa, como caminho
especial no seguimento de Cristo (216). O
DA também faz referência aos que
deixaram a Igreja e ao diálogo ecumênico
e interreligioso.
O caminho de formação dos
discípulos missionários:
“Não se começa a ser cristão por
uma decisão ética, ou uma
grande idéia, mas através do
encontro com um acontecimento,
com uma Pessoa, que dá um
novo horizonte à vida e, com
isso, uma orientação decisiva”
(243).
Encontramos
Jesus na Sagrada
Escritura, lida na Igreja. A
Sagrada Escritura é, com a
Tradição, fonte de vida para a
Igreja e alma para sua ação
evangelizadora. Desconhecer a
Escritura é desconhecer Jesus
Cristo e renunciar a anunciá-lo
(247).
Encontramos Jesus Cristo, de modo
admirável, na Sagrada Liturgia. Ao
vivê-la, celebrando o mistério pascal,
os discípulos de Cristo penetram mais
nos mistérios do Reino. (250)
O
sacramento da reconciliação é
o
lugar
onde
o
pecador
experimenta de maneira singular
o encontro com Jesus Cristo, que
se compadece de nós e nos dá o
seu perdão misericordioso. (254)
A oração pessoal e comunitária é o lugar
onde o discípulo, alimentado pela Palavra
de Deus e pela Eucaristia, cultiva uma
relação de profunda amizade com Jesus
Cristo. (255). Também o encontramos de
modo especial nos pobres, aflitos e
enfermos... como dimensão constitutiva
da fé.(257). Também é constitutivo da
formação: a piedade popular e a devoção
mariana; a catequese de iniciação cristã e
a catequese permanente.
Família
Para que a família seja “escola da fé” e
possa ajudar os pais a serem os primeiros
catequistas de seus filhos, a pastoral
familiar deve oferecer espaços de
formação,
materiais
catequéticos,
momentos
celebrativos,
que
lhes
permitam cumprir a missão educativa.
(302)
“Visto
que a família é o valor mais
querido por nossos povos, cremos
que
se
deve
assumir
a
preocupação por ela como um
dos eixos transversais de toda
ação evangelizadora da Igreja.
Em toda diocese se requer uma
pastoral
familiar
intensa
e
vigorosa” (DI 5).
Jovens
Privilegiar
na
Pastoral
da
Juventude (no setor Juventude)
processos
de
educação
e
amadurecimento na fé como
resposta de sentido e orientação
da
vida,
e
garantia
de
compromisso missionário. (446).
Conversão pastoral
Esta firme decisão missionária deve
impregnar
todas
as
estruturas
eclesiais e todos os planos pastorais
de dioceses, paróquias, comunidades
religiosas, movimentos e de qualquer
instituição da Igreja. (365)
A conversão dos pastores leva-nos
também a viver e promover uma
espiritualidade de comunhão e
participação.... Hoje, mais do que
nunca, o testemunho da comunhão
eclesial e de santidade de vida são
uma
urgência
pastoral.
A
programação pastoral há de se
inspirar no mandamento novo do
amor (cf. Jo 13,35).
A
conversão
pastoral
de
nossas
comunidades exige que se vá além de
uma pastoral de mera conservação
para uma pastoral decididamente
missionária...
com
novo
ardor
missionário, fazendo com que a Igreja se
manifeste como mãe que vai ao encontro,
uma casa acolhedora, uma escola
permanente de comunhão missionária.
(370)
Planejamento Pastoral
Diocesano
caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta
consciente e eficaz para atender as exigências
do
mundo
de
hoje
com
“indicações
programáticas concretas, objetivos e métodos
de trabalho, formação e valorização dos agentes
e a procura de meios necessários que permitam
que o anúncio de Cristo chegue às pessoas,
modele as comunidades e incida frontalmente
na sociedade e na cultura mediante testemunho
dos valores evangélicos”. (371)
Levando
em consideração as
dimensões de nossas paróquias, é
aconselhável a setorização em
unidades territoriais menores,
com
equipes
próprias
de
animação e coordenação que
permitam maior proximidade com
as pessoas e grupos que vivem
na região. (372)
As
Igrejas Locais têm a missão de
promover renovados esforços para
fortalecer uma Pastoral Social
estruturada, orgânica e integral,
que com a assistência e a
promoção
humana,
se
faça
presente nas novas realidades de
exclusão e marginalização. (401)
IV. DIRETRIZES GERAIS DA
AÇÃO EVANGELIZADORA DA
IGREJA NO BRASIL 2011-2015
documento 94 da cnbb
PERSPECTIVAS DE AÇÃO
Capítulo IV
Eclesiologia de Comunhão e Participação,
despertando criatividade e fornecendo
subsídios às diversas iniciativas de ação;
Promover nas Igrejas Particulares e entre
elas, uma pastoral orgânica e de conjunto
mais eficaz, pois a Igreja é “Igreja de
Igrejas”;
Trata-se de linhas e formas de ação, de
critérios, que cada Igreja Particular
precisará concretizar em processos de
ação pastoral, em seu contexto;
4.1. Igreja em estado permanente
de missão
A própria comunidade cristã precisa ser
ela mesma anúncio, pois o mensageiro é
também mensagem, sendo anúncio nos
ambientes aonde são enviados;
O testemunho não isenta do anúncio
explícito do Evangelho;
Cada comunidade deve saber discernir
quais grupos merecem atenção especial;
As missões populares: visitas sistemáticas
nos locais de trabalho, nas moradias de
estudantes, nas favelas e nos cortiços, nos
alojamentos
de
trabalhadores,
nas
instituições de saúde, nos assentamentos,
nas prisões, nos albergues e junto aos
moradores de rua, entre outros são
testemunho de uma Igreja Samaritana
(pastoral da visitação);
O anúncio deve ser feito também aos
indígenas e afro-brasileiros.
Contradiz
a
dinâmica
do
Reino
comunidades cristãs fechadas em si
mesmas;
Atenção especial merecem os jovens, com
iniciativas pastorais nas diversas instâncias
da ação evangelizadora;
O Documento 85 da CNBB motiva e
norteia projetos em vista disso;
Um dos primeiros desafios é o
Ecumenismo, com gestos concretos da
Igreja
Particular
impulsionando
a
conversão de todos;
Outro desafio é o diálogo inter-religioso, o
encontro fraterno e respeitoso com os
seguidores das religiões não-cristãs e com
todas as pessoas empenhas na justiça e
na fraternidade universal;
Realizar a missão “ad gentes”, dando de
nossa pobreza;
A maturidade eclesial é consequência e
não apenas condição de abertura
missionária;
4.2. Igreja: casa da iniciação à vida
cristã
Catequese de inspiração catecumenal: processo
de iniciação cristã; permanente; com melhor
formação dos responsáveis; assumido pela
Igreja Particular; com formação integral à vida
cristã; com inspiração bíblica, catequética e
litúrgica;
Um processo que conduza ao Encontro pessoal
com Jesus Cristo, mesmo a partir das
manifestações de piedade popular.
A marca cultural do pluralismo e do
subjetivismo requer grande atenção as
pessoas, com atendimento personalizado;
As pessoas querem se convencer
pessoalmente, para isso será preciso
persuasão
do
interlocutor
pelo
testemunho de vida e por uma
argumentação sincera e rigorosa, que
estimula a busca da verdade;
No anúncio da Boa-Nova, antes do
missionário, sempre chega o Espírito
Santo, protagonista da evangelização;
O lugar da iniciação cristã é a comunidade
eclesial; A comunidade eclesial é o lugar
da educação na fé;
Num processo de encontro com Jesus
Cristo, conversão, discipulado, comunhão
e missão;
A Igreja particular deve realizar a
formação dos leigos e leigas com um
‘projeto orgânico’.
4.3. Igreja: lugar de animação
bíblica da vida e da pastoral
Todos os serviços eclesiais precisam estar
fundamentados na Palavra de Deus e serem por
ela iluminados:
Trata-se de incrementar a animação bíblica de
toda a pastoral, para que a Igreja seja, ainda
mais, “uma escola de interpretação e
conhecimento da Palavra, escola de comunhão e
oração com a Palavra e escola de evangelização
e proclamação da Palavra” (DAp 248)
Sejam criadas equipes de animação bíblica
da pastoral, com retiros, cursos,
encontros,
subsídios
para
leitura
individual, familiar e pequenos grupos da
Palavra de Deus;
Dever reunir grupos de famílias, círculos
bíblicos e pequenas comunidades em
torno da meditação e vivência da Palavra;
Lectio Divina: leitura, meditação, oração,
contemplação e ação.
Formação continuada dos ministros da
Palavra, cuidar dos leitores e da homilia.
4.4. Igreja: comunidade de
comunidades
No interior da comunidade eclesial, o diálogo é o
caminho permanente para a boa convivência e o
aprofundamento da comunhão, na variedade de
vocações, de carismas, espiritualidades e
movimentos;
As paróquias têm um importante papel na
vivência da fé, para a maioria do povo elas são o
único espaço de inserção na Igreja.
Investir na descentralização: passar de
uma paróquia centralizada num único
prédio, onde acontecem todas as
atividades, para uma paróquia em
unidades menores com equipes próprias
de animação e coordenação;
As CEBs são “células iniciais de
estruturação eclesial e foco de fé e
evangelização” (Medellín);
Existem também outras formas válidas de
pequenas comunidades.
a)
b)
c)
d)
Para que uma Igreja seja comunidade de
comunidades será necessário promover:
a diversidade ministerial – abrir espaços
para a participação dos leigos e leigas;
o carisma da vida consagrada, em suas
dimensões apostólicas e contemplativas;
a formação e o funcionamento de
comissões, assembleias pastorais e
conselhos;
pastoral orgânica e de conjunto, para
articular as ações evangelizadoras.
4.5. Igreja a serviço da vida plena
para todos
“A Igreja, em todos os seus grupos,
movimentos e associações, animados por
uma Pastoral Social estruturada, orgânica
e integral, tem a importante missão de
defender, cuidar e promover a vida, em
todas as suas expressões” (DAp 401,402).
O serviço a vida começa pelo respeito à
dignidade da pessoa humana, através:
a)
b)
c)
defender a vida desde a fecundação até
a morte natural;
tratar o ser humano como fim e não
como meio, respeitando-o em tudo o
que lhe é próprio: corpo, espírito e
liberdade;
tratar o ser humano sem preconceito,
nem discriminação, tendo presente as
condições materiais e o contexto
histórico e social.
Pastoral Familiar: um olhar especial
merece a família, lugar e escola de
comunhão;
“um dos eixos transversais de toda ação
evangelizadora” (DAp 435);
Pastoral da Juventude e Pastoral infantojuvenil;
Pastorais e movimentos ligados ao
trabalho; (economia solidária, agricultura
familiar, agroecologia)
Migrantes
Defesa dos direitos humanos (promover
uma
sociedade
que
respeite
as
diferenças), combatendo o preconceito e a
discriminação, efetivando a convivência
pacífica;
Apoio as iniciativas em prol da inclusão
social (populações indígenas e africanas);
Educação para a preservação da natureza
e cuidado com a ecologia, preservação da
água;
Incentivo a participação social e política
dos cristãos leigos e leigas;
Empenho em políticas públicas que
ofereçam condições necessárias ao bemestar das pessoas, famílias e povos,
segundo a Doutrina Social da Igreja;
Formar pensadores e pessoas que estejam
em níveis de decisão, com atenção o
mundo universitário e aos meios de
comunicação e empresários;