03 Concílio Vaticano II (Pe. Nei – Bragança Paulista

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CONCÍLIO VATICANO II
UM CONCÍLIO
PREVALENTEMENTE PASTORAL
JOÃO XXIII – PRIMEIRA SESSÃO
“Uma é a substância da antiga doutrina do
depositum fidei e outra é a formulação
que a reveste, e é disto que se deve ter
em conta... Sempre a Igreja se opôs aos
erros, muitas vezes até condenou com
maior severidade..Nos nossos dias porém
prefere
mais
o
remédio
da
misericórdia...deseja
mostrar-se
mãe
amorosa de todos.”
PAULO VI – SEGUNDA SESSÃO

“... a doutrina católica não deve ser
somente verdade a ser explorada pela
razão sob a luz da fé, mas sim palavra
geradora de vida e de ação... que torne
fecunda a fé: ‘As palavras que eu vos
disse são espírito e vida’ (Jo 6,63)”
Quatro condições necessárias para que um
Concílio seja pastoral
(Emilio Guerry – pe. Conciliar)


a) na origem: a doutrina seja revificada
nas fontes da fé: Bíblia, Tradição e Vida
da Igreja;
b) na expressão e formulação:a doutrina
seja apresentada em linguagem clara,
simples, suscetível de ser compreendida
pelos homens do nosso tempo, adaptada
à mentalidade moderna;


c) na extensão: deve a doutrina estenderse aos problemas reais, e que são
preocupação
constante,
não
raro
angustiante, dos homens de hoje;
d) na finalidade: que a apresentação
doutrinária seja de fato missionária,
dominada pelo cuidado apostólico da
evangelização do mundo
I. CONSTITUIÇÃO PASTORAL
“GAUDIUM ET SPES”
1. Diálogo entre a Igreja, o mundo e os homens
de hoje: privilegiar o que é comum e não o que
se separa (ex. ateísmo, marxismo)
- “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos
pobres e daqueles que sofrem, são também as
alegrias e as esperanças, as tristezas e angústias
dos discípulos de Cristo... a Igreja sente-se real
e intimamente ligado ao gênero humano e a sua
história” (GS n. 1)

2. “Sinais dos tempos” como autêntico
lugar teológico
- “O povo de Deus, levado pela fé, com que
acredita ser conduzido pelo Espírito do
Senhor, o qual enche o universo, esforçase por discernir nos acontecimentos, nas
exigências e aspirações, em que participa
juntamente com os homens de hoje, quais
são os verdadeiros sinais da presença ou
da vontade de Deus...
Porque a fé ilumina todas as coisas com
uma luz nova e faz conhecer o desígnio
divino acerca a vocação integral do
homem e, dessa forma, orienta o espírito
para soluções plenamente humanas”.
(GS n. 11);
- “Para levar a cabo esta missão, é dever
da Igreja investigar a todo momento os
sinais dos tempos, e interpretá-los à luz
do Evangelho, para que possa responder
de modo adaptado a cada geração
(GS n.4)
3.Aggiornamento num mundo de rápidas
e profundas mudanças estruturais
- “A humanidade vive hoje uma nova fase
da sua história, na qual profundas e
rápidas transformações se estendem
progressivamente a toda a terra.
Provocadas pela inteligência e atividade
criadora do homem, elas reincidem sobre
o mesmo homem... sobre seus modos de
agir e de pensar” (GS n. 4)
4. Cristo o ponto de chegada da GS
- Na realidade, o mistério do
homem, só no mistério do Verbo
encarnado
se
esclarece
verdadeiramente...já que, nele, a
natureza humana foi assumida, e
não destruída...trabalhou com mãos
humanas,
pensou
com
uma
inteligência humana, agiu com a
vontade humana, amou com um
coração humano.” (GS n. 22)
5. A Igreja servidora da família humana
- “A Igreja tem a missão de manifestar o
mistério de Deus, fim último do homem,
ela descobre ao mesmo tempo ao homem
o sentido de sua existência, a verdade
profunda acerca dele mesmo. A Igreja
sabe que só Deus pode responder às
aspirações mais profundas do coração do
homem. Sabe também que o homem
sempre desejará saber qual o significado
da sua vida, da sua atividade e de sua
morte. O Evangelho é quem pode
salvaguardar a dignidade e a liberdade
pessoal do homem”. (GS n. 41)
II. O Planejamento Pastoral
na Igreja do Brasil
A Igreja no Brasil foi fortemente
enriquecida por Movimentos renovadores
nas décadas que precederam o Concílio:
Movimento Litúrgico e Bíblico, Ação
Católica e os Movimentos Familiares, a
abertura para as questões sociais e as
iniciativas de renovação a Vida Religiosa e
do Ministério Presbiteral.


Dois
grandes
organismos
eclesiais
nasceram antes do Concílio e contribuíram
muito para a sua aplicação: a CNBB
(1952) e a CRB (1954).
A CNBB encontrou no planejamento
pastoral o instrumento para animar e
articular a ação pastoral em nível nacional
e regional a partir das Igrejas locais,
garantindo presença da Igreja na
sociedade em transformação.

A experiência do planejamento pastoral no
Brasil teve início com o “Plano de
Emergência” (1962), simples, porém com
quatro metas ambiciosas: renovação da
paróquia, do ministério presbiteral, da
escola católica,e a promoção da Igreja no
campo sócio-econômico.

1.
2.
3.
4.
5.
6.
1966/ 1970 – Plano da Pastoral de Conjunto (PPC): seu
objeto era “criar meios e condições para que a Igreja
do Brasil se ajuste à imagem de Igreja do Vaticano II”.
Criou-se seis linhas de trabalho:
uma sempre maior unidade visível no seio da Igreja
Católica (Lumen Gentium);
a ação missionária (Ad Gentes);
a ação catequética, o aprofundamento doutrinal e a
reflexão teológica (Dei Verbum).
a ação litúrgica (Sacrosanctum Concilium)
a ação ecumênica ( Unitatis Redintegratio e Nostra
Aetate).
a melhor inserção do Povo de Deus como fermento na
construção de um mundo segundo os desígnio de Deus
(Gaudium et Spes).

O sínodo dos Bispos (1974) e os
documentos
pontifícios
“Evangelii
Nuntiandi”(1975)
e
“Redemptoris
Missio”(1990) e as Conferências Latinoamericano vão levando a missão da Igreja
a ser entendida mais claramente como
serviço do Evangelho, tendo como centro
Jesus Cristo e seu Reino.


O PPC iluminou, por quinze anos, o projeto de
renovação da Igreja. Em 1975 buscou-se a
unidade em nível nacional através das
“Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no
Brasil”, deixando os planos para as Regionais e
as Dioceses.
As diretrizes do período 1979/82 expressam bem
o momento histórico, conservados em 1983/82 e
1987/90, durante mais de um decênio
iluminaram o trabalho pastoral da Igreja do
Brasil organizando ao redor de amplo projeto de
“evangelização libertadora”.


As diretrizes de 1991/94 abordam a questão da
modernidade (individualismo- valorização da
pessoa; pluralismo, vivência comunitária e
contradições sociais presença na sociedade).
As diretrizes 1995 a 1998 estavam no horizonte
do Jubileu e os 500 anos, olhando para o
passado sinalizando a necessidade do perdão e
da penitência e da conversão. Foi aprovado o
projeto de evangelização Rumo ao Novo Milênio
a partir do apelo do Papa em sua carta
Apostólica Tertio Millennio Adveniente, e o
COMLA5.


As “Diretrizes 1999/2002, na vígilia do
grande jubileu, foram atualizadas pelas
conclusões do Sínodo para a América,
levando em conta as mudanças sócioculturais;
Enfatizam
as
exigências
de
uma
evangelização inculturada no serviço e
solidariedade, no diálogo e cooperação
ecumênica, no anúncio e testemunho.


Na renovada consciência de missão
recebida de Jesus Cristo na celebração do
Jubileu do ano 2000, as “diretrizes 20032006”, em continuidade com as diretrizes
anteriores renovam o objetivo de
evangelizar (a Igreja existe para
evangelizar);
Desta vezes seguindo o método dos
âmbitos
da
evangelização:
pessoa,
comunidade e sociedade.

As “diretrizes 2008-2010”, trazem as
alegrias de discípulos missionários da
Conferência de Aparecida na atualização
da leitura da realidade, da Igreja em
estado permanente de missão (nas
exigências,nos âmbitos e no tríplice
munus), valorizando a espiritualidade e a
formação.
III. DOCUMENTO DE
APARECIDA
“Discípulos e Missionários de
Jesus Cristo, para que nossos
povos tenham vida n’Ele”

Iluminações Teológico-Pastorais a
partir do Documento de Aparecida
Introdução

Partir de Cristo: Somos chamados a repensar
profundamente e a relançar com fidelidade e
audácia nossa missão nesta época de constantes
mudanças,
confirmando,
renovando
e
revitalizando a novidade do Evangelho,
arraigada em nossa história, a partir de um
encontro pessoal e comunitário com Jesus
Cristo, que desperte discípulos missionários. Isso
não depende tanto de programas e estruturas,
mas de homens e mulheres novos (11).
 Na
convivência
com
Jesus
descobrimos que, foi Cristo quem
nos escolheu, para estar com Ele:
“para que estivessem com Ele e
para enviá-los a pregar” (Mc
3,14) (129-131).

Ser Igreja:
“povo reunido pela
unidade do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”, vivida em Cristo, “como
sacramento ou sinal e instrumento da
íntima união com Deus e da unidade
de todo gênero humano”. A
comunhão dos fiéis e das Igrejas
locais do Povo de Deus se
sustenta
na
comunhão
da
Trindade. (155).

Diante da tentação de ser cristãos sem
Igreja e das novas buscas espirituais
individualistas, afirmamos que a fé em
Jesus Cristo nos chegou através da
comunidade eclesial, e ela nos dá uma
família, a família universal de Deus na
Igreja Católica. É constitutivo do cristão
pertencer a uma comunidade concreta.
(156). Todos os batizados somos
chamados a viver e a transmitir a
comunhão com a Trindade (157)

A comunhão da Igreja se nutre com o Pão
da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo
de Cristo. A Eucaristia, participação de
todos no mesmo Pão da Vida e do mesmo
Cálice da Salvação, nos faz membros do
mesmo Corpo (cf. 1Cor 10,17). Ela é a
fonte e o ponto mais alto da vida cristã
(LG 11).

A Igreja cresce, não por proselitismo, mas
por atração, “testemunhar o amor para
irradiar Cristo, arrebanhar ovelhas
será conseqüência disto”. Como Cristo
que atrai tudo para si com a força do seu
amor. A Igreja atrai quando vive a
comunhão.

Constatamos que em nossa Igreja existem
numerosos católicos que expressam sua fé
e sua pertença de forma esporádica.
Convidamos esses a aprofundarem sua fé
e participarem de forma mais plenamente
na vida da Igreja. A comunhão é
missionária e a missão é para comunhão.
(159-163)
Comunhão e Missão na Diocese

o amadurecimento no seguimento de Jesus e a
paixão para anunciá-lo requerem que a diocese
se renove constantemente seu ardor missionário
(167). A Diocese, presidida pelo bispo, é o
primeiro espaço da comunhão e da missão. Ela
deve estimular e conduzir uma ação pastoral
orgânica, renovada e vigorosa, de maneira que
a variedade de ministérios, carismas, serviços e
organizações se orientem no mesmo projeto
missionário para comunicar vida no próprio
território... cada comunidade é chamada a
participar de modo harmônico e integrado do
projeto pastoral da Diocese. (169)
A Renovação da Paróquia
 As
paróquias são células vivas da
Igreja e o lugar privilegiado no
qual a maioria dos fiéis tem uma
experiência concreta de Cristo e
da comunhão eclesial. São
chamadas a ser casa e escola de
comunhão

“espaços de iniciação cristã, de
educação e celebração da fé, aberta à
diversidade de carismas, serviços, e
ministérios, organizados de modo
comunitário e responsável,
integradoras de movimentos de
apostolados já existentes, atenta à
diversidade cultural de seus
habitantes, abertas aos projetos
pastorais e supra-paroquiais e às
realidades circundantes” (EAm 41)
(170)

Uma paróquia, comunidade de discípulos
missionários, requer organismos que
superem qualquer tipo de burocracia. Os
Conselhos Pastorais Paróquias terão
de estar formados por discípulos
missionários constantemente preocupados
em chegar a todos. O Conselho de
Assuntos Econômicos junto a toda
comunidade paroquial, trabalhara para
obter recursos necessários, de maneira
que a missão avance e se faça realidade
em todos os ambientes. (203)
Bispo

“como pastores e guias espirituais das
comunidades a nós encomendadas, somos
chamados a fazer da Igreja uma casa e
escola da comunhão. Como animadores
da comunhão, temos a missão de acolher,
discernir e animar carismas, ministérios e
serviços da Igreja...

Como pais e centro de unidade, nos
esforçamos para apresentar ao
mundo o rosto de uma Igreja na qual
todos se sintam acolhidos, como em
sua própria casa. Por todo o Povo de
Deus, em especial aos presbíteros,
procuramos ser pais, amigos e
irmãos,
sempre
abertos
ao
diálogo”.(188)
Padre
 deve
ser um dom para a
comunidade, pela unção do
Espírito e por sua especial união
com Cristo. O presbítero é
chamado a conhecê-la para
semear nela a semente do
Evangelho.
 Tenha
uma vida espiritual intensa
fundada na caridade pastoral, que
se nutre na experiência pessoal
com Deus e na comunhão com os
irmãos; cultive de relações
fraternas com o bispo, com os
demais presbíteros da diocese e
com os leigos.
O
presbítero, à imagem do Bom
Pastor, é chamado a ser homem
de misericórdia e compaixão,
próximo a seu povo e servidor de
todos, particularmente dos que
sofrem grandes necessidades.
(193-198)
Leigos numa Igreja em estado
permanente de missão

“O espaço próprio de sua atividade
evangelizadora é o mundo vasto e
complexo da política, da realidade social e
da economia... e outras realidades abertas
à Evangelização, como o amor a família, a
educação das crianças e adolescentes, o
trabalho profissional e o sofrimento”.
(211).
A vida consagrada

é elemento decisivo na missão da Igreja.
Expressa-se
na
vida
monástica,
contemplativa e ativa, como caminho
especial no seguimento de Cristo (216). O
DA também faz referência aos que
deixaram a Igreja e ao diálogo ecumênico
e interreligioso.
O caminho de formação dos
discípulos missionários:

“Não se começa a ser cristão por
uma decisão ética, ou uma
grande idéia, mas através do
encontro com um acontecimento,
com uma Pessoa, que dá um
novo horizonte à vida e, com
isso, uma orientação decisiva”
(243).
 Encontramos
Jesus na Sagrada
Escritura, lida na Igreja. A
Sagrada Escritura é, com a
Tradição, fonte de vida para a
Igreja e alma para sua ação
evangelizadora. Desconhecer a
Escritura é desconhecer Jesus
Cristo e renunciar a anunciá-lo
(247).

Encontramos Jesus Cristo, de modo
admirável, na Sagrada Liturgia. Ao
vivê-la, celebrando o mistério pascal,
os discípulos de Cristo penetram mais
nos mistérios do Reino. (250)
O
sacramento da reconciliação é
o
lugar
onde
o
pecador
experimenta de maneira singular
o encontro com Jesus Cristo, que
se compadece de nós e nos dá o
seu perdão misericordioso. (254)

A oração pessoal e comunitária é o lugar
onde o discípulo, alimentado pela Palavra
de Deus e pela Eucaristia, cultiva uma
relação de profunda amizade com Jesus
Cristo. (255). Também o encontramos de
modo especial nos pobres, aflitos e
enfermos... como dimensão constitutiva
da fé.(257). Também é constitutivo da
formação: a piedade popular e a devoção
mariana; a catequese de iniciação cristã e
a catequese permanente.
Família

Para que a família seja “escola da fé” e
possa ajudar os pais a serem os primeiros
catequistas de seus filhos, a pastoral
familiar deve oferecer espaços de
formação,
materiais
catequéticos,
momentos
celebrativos,
que
lhes
permitam cumprir a missão educativa.
(302)
 “Visto
que a família é o valor mais
querido por nossos povos, cremos
que
se
deve
assumir
a
preocupação por ela como um
dos eixos transversais de toda
ação evangelizadora da Igreja.
Em toda diocese se requer uma
pastoral
familiar
intensa
e
vigorosa” (DI 5).
Jovens
 Privilegiar
na
Pastoral
da
Juventude (no setor Juventude)
processos
de
educação
e
amadurecimento na fé como
resposta de sentido e orientação
da
vida,
e
garantia
de
compromisso missionário. (446).
Conversão pastoral

Esta firme decisão missionária deve
impregnar
todas
as
estruturas
eclesiais e todos os planos pastorais
de dioceses, paróquias, comunidades
religiosas, movimentos e de qualquer
instituição da Igreja. (365)

A conversão dos pastores leva-nos
também a viver e promover uma
espiritualidade de comunhão e
participação.... Hoje, mais do que
nunca, o testemunho da comunhão
eclesial e de santidade de vida são
uma
urgência
pastoral.
A
programação pastoral há de se
inspirar no mandamento novo do
amor (cf. Jo 13,35).

A
conversão
pastoral
de
nossas
comunidades exige que se vá além de
uma pastoral de mera conservação
para uma pastoral decididamente
missionária...
com
novo
ardor
missionário, fazendo com que a Igreja se
manifeste como mãe que vai ao encontro,
uma casa acolhedora, uma escola
permanente de comunhão missionária.
(370)
Planejamento Pastoral
Diocesano

caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta
consciente e eficaz para atender as exigências
do
mundo
de
hoje
com
“indicações
programáticas concretas, objetivos e métodos
de trabalho, formação e valorização dos agentes
e a procura de meios necessários que permitam
que o anúncio de Cristo chegue às pessoas,
modele as comunidades e incida frontalmente
na sociedade e na cultura mediante testemunho
dos valores evangélicos”. (371)
 Levando
em consideração as
dimensões de nossas paróquias, é
aconselhável a setorização em
unidades territoriais menores,
com
equipes
próprias
de
animação e coordenação que
permitam maior proximidade com
as pessoas e grupos que vivem
na região. (372)
 As
Igrejas Locais têm a missão de
promover renovados esforços para
fortalecer uma Pastoral Social
estruturada, orgânica e integral,
que com a assistência e a
promoção
humana,
se
faça
presente nas novas realidades de
exclusão e marginalização. (401)
IV. DIRETRIZES GERAIS DA
AÇÃO EVANGELIZADORA DA
IGREJA NO BRASIL 2011-2015
documento 94 da cnbb
PERSPECTIVAS DE AÇÃO
Capítulo IV



Eclesiologia de Comunhão e Participação,
despertando criatividade e fornecendo
subsídios às diversas iniciativas de ação;
Promover nas Igrejas Particulares e entre
elas, uma pastoral orgânica e de conjunto
mais eficaz, pois a Igreja é “Igreja de
Igrejas”;
Trata-se de linhas e formas de ação, de
critérios, que cada Igreja Particular
precisará concretizar em processos de
ação pastoral, em seu contexto;
4.1. Igreja em estado permanente
de missão



A própria comunidade cristã precisa ser
ela mesma anúncio, pois o mensageiro é
também mensagem, sendo anúncio nos
ambientes aonde são enviados;
O testemunho não isenta do anúncio
explícito do Evangelho;
Cada comunidade deve saber discernir
quais grupos merecem atenção especial;


As missões populares: visitas sistemáticas
nos locais de trabalho, nas moradias de
estudantes, nas favelas e nos cortiços, nos
alojamentos
de
trabalhadores,
nas
instituições de saúde, nos assentamentos,
nas prisões, nos albergues e junto aos
moradores de rua, entre outros são
testemunho de uma Igreja Samaritana
(pastoral da visitação);
O anúncio deve ser feito também aos
indígenas e afro-brasileiros.




Contradiz
a
dinâmica
do
Reino
comunidades cristãs fechadas em si
mesmas;
Atenção especial merecem os jovens, com
iniciativas pastorais nas diversas instâncias
da ação evangelizadora;
O Documento 85 da CNBB motiva e
norteia projetos em vista disso;
Um dos primeiros desafios é o
Ecumenismo, com gestos concretos da
Igreja
Particular
impulsionando
a
conversão de todos;



Outro desafio é o diálogo inter-religioso, o
encontro fraterno e respeitoso com os
seguidores das religiões não-cristãs e com
todas as pessoas empenhas na justiça e
na fraternidade universal;
Realizar a missão “ad gentes”, dando de
nossa pobreza;
A maturidade eclesial é consequência e
não apenas condição de abertura
missionária;
4.2. Igreja: casa da iniciação à vida
cristã


Catequese de inspiração catecumenal: processo
de iniciação cristã; permanente; com melhor
formação dos responsáveis; assumido pela
Igreja Particular; com formação integral à vida
cristã; com inspiração bíblica, catequética e
litúrgica;
Um processo que conduza ao Encontro pessoal
com Jesus Cristo, mesmo a partir das
manifestações de piedade popular.


A marca cultural do pluralismo e do
subjetivismo requer grande atenção as
pessoas, com atendimento personalizado;
As pessoas querem se convencer
pessoalmente, para isso será preciso
persuasão
do
interlocutor
pelo
testemunho de vida e por uma
argumentação sincera e rigorosa, que
estimula a busca da verdade;




No anúncio da Boa-Nova, antes do
missionário, sempre chega o Espírito
Santo, protagonista da evangelização;
O lugar da iniciação cristã é a comunidade
eclesial; A comunidade eclesial é o lugar
da educação na fé;
Num processo de encontro com Jesus
Cristo, conversão, discipulado, comunhão
e missão;
A Igreja particular deve realizar a
formação dos leigos e leigas com um
‘projeto orgânico’.
4.3. Igreja: lugar de animação
bíblica da vida e da pastoral


Todos os serviços eclesiais precisam estar
fundamentados na Palavra de Deus e serem por
ela iluminados:
Trata-se de incrementar a animação bíblica de
toda a pastoral, para que a Igreja seja, ainda
mais, “uma escola de interpretação e
conhecimento da Palavra, escola de comunhão e
oração com a Palavra e escola de evangelização
e proclamação da Palavra” (DAp 248)




Sejam criadas equipes de animação bíblica
da pastoral, com retiros, cursos,
encontros,
subsídios
para
leitura
individual, familiar e pequenos grupos da
Palavra de Deus;
Dever reunir grupos de famílias, círculos
bíblicos e pequenas comunidades em
torno da meditação e vivência da Palavra;
Lectio Divina: leitura, meditação, oração,
contemplação e ação.
Formação continuada dos ministros da
Palavra, cuidar dos leitores e da homilia.
4.4. Igreja: comunidade de
comunidades


No interior da comunidade eclesial, o diálogo é o
caminho permanente para a boa convivência e o
aprofundamento da comunhão, na variedade de
vocações, de carismas, espiritualidades e
movimentos;
As paróquias têm um importante papel na
vivência da fé, para a maioria do povo elas são o
único espaço de inserção na Igreja.



Investir na descentralização: passar de
uma paróquia centralizada num único
prédio, onde acontecem todas as
atividades, para uma paróquia em
unidades menores com equipes próprias
de animação e coordenação;
As CEBs são “células iniciais de
estruturação eclesial e foco de fé e
evangelização” (Medellín);
Existem também outras formas válidas de
pequenas comunidades.

a)
b)
c)
d)
Para que uma Igreja seja comunidade de
comunidades será necessário promover:
a diversidade ministerial – abrir espaços
para a participação dos leigos e leigas;
o carisma da vida consagrada, em suas
dimensões apostólicas e contemplativas;
a formação e o funcionamento de
comissões, assembleias pastorais e
conselhos;
pastoral orgânica e de conjunto, para
articular as ações evangelizadoras.
4.5. Igreja a serviço da vida plena
para todos


“A Igreja, em todos os seus grupos,
movimentos e associações, animados por
uma Pastoral Social estruturada, orgânica
e integral, tem a importante missão de
defender, cuidar e promover a vida, em
todas as suas expressões” (DAp 401,402).
O serviço a vida começa pelo respeito à
dignidade da pessoa humana, através:
a)
b)
c)
defender a vida desde a fecundação até
a morte natural;
tratar o ser humano como fim e não
como meio, respeitando-o em tudo o
que lhe é próprio: corpo, espírito e
liberdade;
tratar o ser humano sem preconceito,
nem discriminação, tendo presente as
condições materiais e o contexto
histórico e social.





Pastoral Familiar: um olhar especial
merece a família, lugar e escola de
comunhão;
“um dos eixos transversais de toda ação
evangelizadora” (DAp 435);
Pastoral da Juventude e Pastoral infantojuvenil;
Pastorais e movimentos ligados ao
trabalho; (economia solidária, agricultura
familiar, agroecologia)
Migrantes



Defesa dos direitos humanos (promover
uma
sociedade
que
respeite
as
diferenças), combatendo o preconceito e a
discriminação, efetivando a convivência
pacífica;
Apoio as iniciativas em prol da inclusão
social (populações indígenas e africanas);
Educação para a preservação da natureza
e cuidado com a ecologia, preservação da
água;



Incentivo a participação social e política
dos cristãos leigos e leigas;
Empenho em políticas públicas que
ofereçam condições necessárias ao bemestar das pessoas, famílias e povos,
segundo a Doutrina Social da Igreja;
Formar pensadores e pessoas que estejam
em níveis de decisão, com atenção o
mundo universitário e aos meios de
comunicação e empresários;