A MARCHA DA COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA.

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A MARCHA DA COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA.

Como se deu o processo de alargamento das fronteiras da colônia portuguesa.

O

AVANÇO DA COLONIZAÇÃO

  Até o final do século XVI, o portugueses ocupavam apenas o litoral da América portuguesa, visto que era difícil a penetração ao interior e à resistência indígena.

Fatores da colonização: a ação dos soldados para garantir a Portugal as terras da América; as expedições bandeirantes; a atuação dos jesuítas e dos criadores de gado.

S

OLDADOS E OS FORTES

   Havia vários povos que se aliavam aos índios para explorar as riquezas da América. Esses piratas e corsários eram combatidos pelos soldados portugueses ao longo do litoral, donde foram sendo construídos fortes e ao redor se originaram cidades, como: Natal, João Pessoa e Belém.

A cidade de Belém deu início à colonização portuguesa da região do rio Amazonas.

A cidade de São Luís, Maranhão, foi fundada por franceses (França Equinocial) e depois conquistada pelos soldados portugueses e espanhóis – 1615.

Desde o início da colonização portuguesa, o governo português preocupou-se em organizar entradas – expedições oficiais que, partindo do litoral brasileiro, entravam pelo sertão à procura de ouro e pedras preciosas.

Bandeiras –

eram expedições organizadas por particulares que partiam geralmente de São Paulo com o objetivo de capturar indígenas e achar ouro e pedras preciosas.

S

ÃO

P

AULO

,

A CAPITAL BANDEIRANTE

    Fundada por jesuítas em 1554.

Cidade pobre e pouco povoada.

Jovens brancos creiam nas expedições como forma e enriquecer.

Organizam as bandeiras para o sertão com apoio dos mais velhos e experientes bandeirantes.

  As bandeiras eram formadas por um ou dois sertanistas experientes, alguns jovens brancos, vários mamelucos e centenas de índios escravizados. Os índios eram usados como guias, cozinheiros, guerreiros e carregadores.

3 tipos de bandeirantismo: caça ao índio, procura de ouro e diamante e sertanismo de contrato.

B

ANDEIRA DE CAÇA AO ÍNDIO

  Os paulistas buscavam aprisionar índios para usá los como escravos nas fazendas do planalto paulista, principalmente no cultivo do trigo, que era vendido dentro do mercado interno e para Portugal.

Além de se embrenhar pelo interior – sertão – os bandeirantes atacavam os aldeamentos em busca da mão-de-obra indígena.

  As missões jesuíticas de Guaíra (PR), Itatim (MS) e Tape (RS) foram destruídas por Raposo Tavares (1628/1638).

Acreditava-se que a maioria dos índios aprisionados eram vendidos para a Bahia e Rio de Janeiro, que sofriam com a escassez de mão-de-obra africana escrava, mas hoje se sabe que era uma minoria. A maior parte dos índios eram escravizados nas fazendas de trigo de São Paulo.

Os negros da terra ou bugres – como eram chamados os indígenas – não aceitaram a escravidão pacificamente. Reagiam basicamente de três formas: revolta, fuga ou suicídio.

Os bandeirantes venceram importantes batalhas contra grupos indígenas, mas também foram derrotados por índios, como os Guaianã e Guarulho, que contavam com o apoio dos jesuítas.

Durante à caça aos índios, os bandeirantes foram encontrando pequenas quantidades de ouro em rios. Essa notícia animava novas bandeiras e o governo português, que se via com pouco dinheiro após o fim do domínio espanhol.

1672 – Fernão Dias Paes recebe poderes da Coroa Portuguesa para chefiar expedição ao sertão em busca de riquezas minerais.

Morre no retorno, acreditando ter encontrado esmeraldas, mas eram turmalinas.

_    A trilha aberta pela bandeira de Fernão Dias serviu de caminho para outros bandeirantes: Antônio Rodrigues Arzão encontrou ouro em Sabará (Minas Gerais), provavelmente em 1693 Pascoal Moreira Cabral, em Cuiabá (Mato Grosso), em 1719   Bartolomeu Bueno da Silva, em Vila Boa, no atual estado de Goiás, por volta de 1725.

O registro oficial de ouro em Minas Gerais se dá em 1696 com a fundação da Vila de Nossa Senhora do Carmo, atual cidade de Mariana.

Expedições comerciais que seguiam de canoa pelos rios para vender alimentos, roupas e instrumentos de trabalho nos novos povoados das regiões mineradoras.

Obs> monções também são consideradas bandeiras que usavam os cursos dos rios como guia na captura de negros da terra.

* Também são as chuvas que ocorrem no sudeste asiático. Monções de inverno e de verão.

Interiorização do território português.

Bandeiras de 1610 a 1716.

Os bandeirantes eram contratados por senhores de engenhos, criadores de gado e autoridades para combater índios e negros rebelados contra a escravidão. A mais conhecida bandeira de sertanismo de contrato foi a de Domingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo de Palmares, em 1694.

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S JESUÍTAS

   Os jesuítas fundaram vários colégios, donde, posteriormente surgiram cidades em torno, como Salvador, São Paulo, Olinda.

Com a ida dos índios expulsos do litoral para o interior, os jesuítas também fizeram o mesmo, com o objetivo de catequizar um número maior de indígenas. Reuniam os índios em grandes aldeamentos, as missões. As principais missões jesuíticas localizavam-se na Amazônia e na região Sul.

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OTIDIANO NAS MISSÕES

  Os indígenas dedicavam-se a diferentes atividades, como o trabalho na lavoura e nas oficinas, o lazer, a oração e estudo. Extraíam da floresta as drogas do sertão: cacau, baunilha, guaraná, plantas medicinais, madeiras e óleos. Eram exportados para a Europa com lucro. Produziam tecidos, objetos em couro e esculturas. Cultivavam cereais, frutas e erva-mate.

O jesuíta Antônio Vieira conseguiu, em 1680, que Portugal proibisse a escravidão indígena no Brasil. Várias protesto aconteceram por parte dos colonos que usavam a mão-de-obra escrava indígena. No Maranhão ocorreu a Revolta dos Beckman.

Uma das missões na região dos Sete Povos das Missões, área de conflito no atual Rio Grande do Sul entre portugueses e espanhóis.

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EVOLTA DOS BECKMAN

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  A região do estado do Grão Pará e Maranhão tinha com fonte de renda a extração das drogas do sertão e a agricultura de algodão, usando mão-de-obra indígena escravizada. Com a proibição em 1680 a situação agravou-se.

Para solucionar o problema, Portugal criou a Companhia de Comércio do Maranhão, em 1682, que se comprometia a vender 500 escravos africanos por ano a preço reduzido, mas teria, por 20 anos, a exclusividade de comércio com a região.

   Mas a companhia não cumpriu o acordo. Não trazia a quantidade suficiente de escravos, comprava a preço reduzido os produtos locais e vendia a preço alto mercadorias ruins.

Liderados por Manuel Beckman, os colonos invadiram e saquearam os armazéns da Companhia e o colégio dos jesuítas em São Luís.

A revolta foi contida por soldados portugueses e o líder condenado à morte. As exigências, porém, foram atendidas: extinguiu a Companhia de Comércio do Maranhão e voltou a permitir a escravização dos indígenas.

Introduzido no nordeste para mover a moenda dos engenhos e transportar cana, sendo criado no próprio engenho.

Como o gado pisoteava a plantação de cana e ocupava espaço que podia produzir mais cana-de açúcar, foi deslocado para as áreas vizinhas, o que facilitou a interiorização da colonização.

O gado também era fonte alimentar e de couro.

E

XPANSÃO DO GADO

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  Em 1701, o rei de Portugal assinou um decreto que proibia a criação de gado no litoral, incentivando a interiorização da atividade.

Essa interiorização não foi pacífica. Houve violentas e sangrentas batalhas contra os indígenas (Guerra dos Bárbaros – 1687/1720).

  A expansão das fazendas acompanhou geralmente o curso dos rios nordestinos. Dois desses rios se destacaram na quantidade de currais erguidos nas suas margens – rio São Francisco e rio Parnaíba.

Essa atividade exigia pouco investimento e reduzida mão-de-obra.

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GADO NA REGIÃO SUL

  Gado proveniente das missões destruídas pelos bandeirantes, se espalharam pelas planícies férteis da região.

Esse rebanho sem dono foi sendo caçado pelos moradores de várias regiões, como São Paulo, Desterro e Laguna. Eles consumiam a carne e exportavam o couro.

  Em 1680, o rei de Portugal decidiu fundar a colônia de Sacramento, ao sul, às margens do rio da Prata, para consolidar seu domínio na região.

Com o início da atividade mineradora na região das Minas Gerais, foi-se necessário o gado, mulas e cavalos desta região para o transporte dos metais preciosos. A “terra de ninguém” começou a ter donos.

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EIRA DE

S

OROCABA

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CHARQUE E MÃO

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DE

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OBRA NA PECUÁRIA

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   Feira de Sorocaba: local donde os colonos do sul negociavam muares para região mineradora.

Charque: carne-seca.

Carne salgava e secada para conserva se por mais tempo e ser vendida no mercado interno, principalmente Minas Gerais.

  Havia mão-de-obra escrava africana, em pequena quantidade, nas áreas de criação de gado.

Ao lado dos escravos trabalhavam libertos, mestiços livres e brancos pobres.

O Tratado de Tordesilhas foi descumprido tanto por Portugal, que avançou em terras espanholas na América, quanto pelos espanhóis, que avançou por terras portuguesas no Oriente.

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RATADOS

:   Utrecht – 1713: entre Portugal e França. Estabelecia que o rio Oiapoque, no norte, limitaria a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa.

Madri – 1750: entre Portugal e Espanha. Estabelecia que a colônia de Sacramento pertencia a Espanha e Portugal recebia as terras dos Sete Povos das Missões (aldeamentos de jesuítas espanhóis com índios guaranis, que não aceitaram ter de sair desta terras e resistiram por 17 anos, na chamada Guerra Guaranítica).

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RATADOS

:   Santo Ildefonso – 1777: entre Portugal e Espanha. Estabelecia que os espanhóis obtinham o território de Sete Povos das Missões e da Colônia de Sacramento e devolviam terras do atual RS.

Badajós – 1801: entre Portugal e Espanha. Os portugueses ficavam como o território dos Sete Povos das Missões e a Espanha com a colônia de Sacramento.