Diretrizes Nacionais da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
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Transcript Diretrizes Nacionais da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Educação Profissional Técnica de
Nível Médio para a Saúde
A efetivação das diretrizes nacionais da educação profissional
técnica e das redes de atenção à saúde: situação e demandas
para a formação profissional técnica de nível médio
Diretrizes Nacionais da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Francisco Aparecido Cordão
Presidente da CEB/CNE
[email protected]
Estrutura da Educação Nacional
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EDUCAÇÃO INFANTIL
creche
pré-escola
EDUCAÇÃO SUPERIOR
ENSINO FUNDAMENTAL
anos, séries, ciclos etc.
ENSINO
MÉDIO
Inovador
-
Cursos Seqüenciais
Graduação
Pós-Graduação
Extensão
Cursos e exam es: Ensino Fundam ental
Cursos e exam es: Ensino Médio
Nível de
Escolaridade Educação de
Jovens
e Adultos
EDUCAÇÃO BÁSICA
Idade
Técnico de nível m édio
Tecnológico: Graduação e Pós
Observações:
* Emenda Constitucional nº. 59/2009 – torna obrigatório o ensino de 04 a 17 anos.
* Lei nº. 11.741/2008 altera dispositivos sobre educação profissional e tecnológica.
Educação
Profissional*
Form ação inicial e continuada ou qualificação profissional
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Desafio à organização curricular
Dos currículos mínimos (legislação anterior) às Diretrizes Curriculares
Nacionais (LDB – Lei nº. 9.394/1996)
Compromisso com resultados:
Consistência na preparação de currículos interdisciplinares.
Adoção de metodologias de ensino diversificadas.
Educação permanente para docentes e alunos.
Conteúdos curriculares entendidos como meios básicos para:
Organização Curricular centrada no compromisso ético para com
o desenvolvimento de competências profissionais.
desenvolver competências cognitivas e profissionais
desenvolver a capacidade de aprendizagem, para continuar
aprendendo e se adaptar com flexibilidade a novas ocupações.
Aproveitamento de competências já desenvolvidas em outros cursos e
no mundo do trabalho e prática social do cidadão
Promoção da avaliação das atividades de ensino pelos resultados de
aprendizagem e constituição de competências profissionais.
Conceito de Competência
Desenvolvimento da capacidade permanente de mobilizar,
articular e colocar em ação:
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
Valores
Emoções
Objetivo: Desenvolver condições para efetiva resposta aos
novos desafios e requerimentos do dia a dia do cidadão
trabalhador, de modo original e criativo.
Competências Técnicas exigem Conhecimento Tecnológico
e permanente cultivo dos valores da Cultura do Trabalho.
Competência implica poder decidir, sabendo julgar, sentir,
analisar, avaliar, observar, interpretar, correr riscos, corrigir
fazeres, antecipar soluções, escolher, resolver e responder
a desafios, conviver com o incerto e o inusitado.
Atividades de ensino comprometidas
com o zelo pela aprendizagem
Atividades de ensino devem ser avaliadas pelos resultados de
aprendizagem e constituição de competências profissionais.
Currículo e Ensino concebidos não como fins em si mesmos e sim
como meios para desenvolver aprendizagens e competências.
Zelo pela aprendizagem dos alunos:
Desenvolvimento da capacidade de aprendizagem.
Condições para o prosseguimento de Estudos.
Aprendizagem Permanente: continuar aprendendo.
Capacidade de adaptar-se criticamente e com flexibilidade às
novas condições da ocupação ou às exigências de
aperfeiçoamento posteriores.
Desenvolvimento de crescentes graus de autonomia
intelectual, pensamento crítico e consciência civil.
Compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos do
Processo Produtivo e da organização do trabalho.
A Educação Profissional e Tecnológica
Educação Profissional e Tecnológica integrada aos diferentes
níveis e modalidades de Educação e às dimensões do
Trabalho, da Ciência e da Tecnologia.
Os cursos de EPT poderão ser organizados por eixos
tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes
itinerários formativos.
EPT desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por
diferentes estratégias de Educação Continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho.
Toda competência desenvolvida e conhecimento adquiridos em
cursos e, inclusive, no trabalho poderá ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certificação, para fins de continuidade ou
conclusão de estudos.
As instituições de EPT, além dos seus cursos regulares,
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade.
A Educação Profissional na atual LDB
Educação Profissional colocada na confluência de dois direitos
fundamentais do cidadão: o Direito à Educação e o Direito ao
Trabalho (direito à profissionalização – Artigo 227 da CF).
Compromisso com a capacidade de aprender e, ao aprender,
aprender a aprender, para continuar aprendendo, com crescentes
graus de autonomia intelectual em relação aos objetos do saber.
Permanente desenvolvimento do pensamento critico e da
capacidade de adaptar-se com flexibilidade às novas condições
das ocupações e às exigências posteriores de aperfeiçoamento e
de especialização (aprendizagem permanente).
Atividades de ensino avaliadas pelos resultados, em termos de
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem e de
constituição de competências profissionais (o perfil profissional de
conclusão é o compromisso ético da escola para com seus alunos
e, de modo geral: trabalhadores, empregadores e sociedade).
A EPT exige como pré-requisito básico, sólida Educação Básica.
A Educação Profissional e Tecnológica na
LDB, com a redação da Lei nº. 11.741/2008
Formação inicial e continuada ou
qualificação profissional
Educação Profissional Técnica de Nível
Médio
Educação Profissional Tecnológica, de
graduação e de pós-graduação
Formação Inicial e Continuada ou
Qualificação Profissional
Preferencialmente organizada de forma integrada
com a EJA – Educação de Jovens e Adultos (§ 3º do
Art. 37 da LDB – novo – Lei nº 11.741/2008)
Organização segundo Itinerários Formativos,
possibilitando contínuo e articulado aproveitamento
de estudos e elevação do nível de profissionalização
Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na modalidade
de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA
O conhecimento adquirido na Educação Profissional e
Tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto
de contínua avaliação, reconhecimento e certificação,
para prosseguimento ou conclusão de estudos.
Alternativas para a articulação da Educação
Profissional Técnica com o Ensino Médio
Educação Profissional Técnica de Nível Médio realizada na forma
integrada com o Ensino Médio, na modalidade Ensino Regular:
Ampliação da carga horária total do curso: mínimos de 3.000, ou
3.100, ou 3.200 horas, dependendo da habilitação profissional.
Educação Profissional Técnica de Nível Médio realizada na forma
integrada com o Ensino Médio, na modalidade de EJA – PROEJA:
Mínimo de 1.200 horas para a educação geral em EJA;
Mínimo de 800, ou 1.000, ou 1.200 horas para a educação profissional.
Educação Profissional Técnica de Nível Médio realizada na forma
concomitante com o Ensino Médio, na mesma instituição de ensino ou
em instituições educacionais distintas:
Aproveitamento de oportunidades educacionais disponíveis.
Educação Profissional Técnica de Nível Médio oferecida na forma
subseqüente ao Ensino Médio, realizado nas modalidades de ensino
regular ou de EJA (antigo curso seqüencial):
Exige conclusão do Ensino Médio como pré-requisito para a matrícula
na Educação Profissional Técnica de Nível Médio.
Carga horária mínima de 800, ou 1.000, ou 1.200 horas de Educação
Profissional, dependendo da habilitação profissional cursada.
Educação Profissional Tecnológica, de
graduação e de pós-graduação
Os cursos de Educação Profissional Tecnológica de
graduação e de pós-graduação organizar-se-ão, no que
concerne objetivos, características e duração, de acordo
com as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Educação (§3º do Art. 39 da
LDB – redação dada pela Lei nº.11.741/2008)
Pareceres CNE/CES nº. 436/2001 e CNE/CP nº.29/2002
Resolução CNE/CP nº 03/2002
Decreto nº. 5.773/2006 institui Catálogo Nacional de
Cursos Superiores de Tecnologia
Parecer CNE/CES nº. 277/2006 define nova forma de
organização da Educação Profissional e Tecnológica.
Critérios para planejamento, estruturação e
organização de cursos e currículos
O atendimento às demandas dos cidadãos, do mercado de
trabalho e da sociedade.
A conciliação das demandas identificadas com a vocação da
instituição de ensino e as suas reais condições de viabilização.
A identificação de perfis profissionais próprios para cada
curso, em função das demandas identificadas e em sintonia
com as políticas de promoção do desenvolvimento sustentável
do País.
A organização curricular dos cursos e currículos, segundo
Itinerários Formativos, de acordo com os Eixos Tecnológicos,
em função da estrutura sócio-ocupacional e tecnológica.
Organização curricular
A organização curricular será formulada em consonância com o
perfil profissional de conclusão do curso.
o perfil de conclusão define a identidade do curso.
o perfil de conclusão caracteriza o compromisso ético da
escola para com seus alunos, empregadores dos formandos
e a sociedade que se beneficia de seu trabalho.
Organização curricular organizada em etapas ou módulos:
Terminalidade profissional intermediária
Qualificação profissional para o trabalho
Organização curricular segundo Itinerários Formativos por Eixos
Tecnológicos, que conduzam seus alunos à construção de
Itinerários Profissionais no mundo do trabalho.
Educação Profissional voltada para o desenvolvimento, a aplicação,
a administração e a difusão de tecnologias.
Desenvolvimento de competências profissionais sintonizadas com o
respectivo setor produtivo, por Eixo Tecnológico.
Organização Curricular comprometida com o
desenvolvimento de Competências
1º Passo: Definição do Projeto Pedagógico da Escola (Art. 12 e 13 da LDB) –
Institucional e da Unidade de Ensino.
2º Passo: Definição do Perfil Profissional de conclusão do curso, por Itinerários
Formativos, nos respectivos eixos tecnológicos.
3º Passo: Definição clara das competências profissionais a serem desenvolvidas
pelos alunos até o final do curso.
4º Passo: Identificação dos conhecimentos, das habilidades e dos valores
(atitudes e emoções) a serem trabalhados pelas Escolas para o
desenvolvimento das competências profissionais.
5º Passo: Organização curricular, incluindo o Estágio Profissional
Supervisionado e o eventual trabalho de conclusão de curso (disciplinas,
projetos, núcleos temáticos etc.).
6º Passo: Definição de critérios e procedimentos para a avaliação, ao longo do
curso, da aprendizagem e da constituição de competências profissionais
7º Passo: Identificação das reais condições técnicas, tecnológicas, físicas,
financeiras e de pessoal devidamente habilitado para implantar o curso.
8º Passo: Elaboração do Plano de Curso do Projeto Pedagógico do Curso,
encaminhado-o à apreciação dos órgãos educacionais competentes.
9º Passo: Avaliação da execução do Projeto Pedagógico da Instituição e do
Plano de Curso, objetivando o seu contínuo aprimoramento re-estruração.
Construção de Planos de Curso compatíveis com o
desenvolvimento de competências profissionais
Justificativa consistente, construída sobre confiável e ampla base de dados.
Perfil Profissional de Conclusão claramente definido, contemplando o conjunto
de competências que configuram a identidade do profissional a ser formado.
Indicação de que o Perfil Profissional de Conclusão foi construído / identificado
sobre confiável e ampla base de informações do mundo do trabalho.
Organização Curricular efetivamente voltada para o desenvolvimento das
competências, com base na prática profissional, centrada em projetos
relevantes para a comunidade e em conteúdos significativos.
Composição do Quadro de Docentes, prevendo a atuação articulada dos
mesmos, comprometida com o suporte ao desenvolvimento das competências.
Inclusão, no perfil dos Professores, do requisito de exercício concomitante com
a atividade profissional ensinada, associada à efetiva capacitação docente.
Adequação dos ambientes e dos Recursos de Aprendizagem ao
desenvolvimento das Competências profissionais propostas pelo Currículo.
Inclusão de Parcerias ou de busca de parcerias para a manutenção de
recursos tecnológicos continuamente atualizados.
Indicação de que o processo de construção do plano foi coletivo e se apoiou
na contribuição de especialistas do mundo do trabalho.
Eixo Tecnológico
Linha central de estruturação de um curso,
definida por uma matriz tecnológica, que dá a
direção para o seu projeto pedagógico e que
perpassa transversalmente a organização
curricular do curso, dando-lhe identidade e
sustentáculo.
O Eixo Tecnológico curricular orienta a definição
dos componentes essenciais e complementares
do currículo, expressa a trajetória do itinerário
formativo, direciona a ação educativa e
estabelece as exigências pedagógicas.
Catálogos Nacionais de
Cursos Técnicos e de Cursos Tecnológicos
Estrutura do Catálogo dos Cursos Técnicos de Nível Médio
Breve descritor do Eixo Tecnológico do Curso Técnico
Nomes das habilitações profissionais ou cursos técnicos de nível médio por eixo
tecnológico
Breves descritores dos cursos técnicos de nível médio e respectivas cargas
horárias mínimas
Possibilidades de temas a serem abordados
Possibilidades de atuação profissional
Infra-estrutura recomendada
Normas do Conselho Nacional de Educação
Parecer CNE/CES nº.227/2006 – Nova Organização da Graduação Tecnológica
Parecer CNE/CEB nº. 11/2008 e Resolução CNE/CEB nº. 03/2008
Manutenção de Pareceres e Resoluções anteriores, que definiram as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio
(Parecer CNE/CEB nº. 16/1999 e Resolução CNE/CEB nº. 04/1999; Parecer
CNE/CEB nº. 39/2004 e Resolução nº. 01/2005) e da Graduação Tecnológica
(Parecer CNE/CES nº.436/2001, Parecer CNE/CP nº.29/2002 e Resolução
CNE/CP 03/2002).
Atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais em processo de reformulação.
Resumindo ...
A atual LDB (Lei nº. 9.394/1996, modificada pela Lei nº. 11.741/2008) coloca a
Educação Profissional na confluência de dois direitos fundamentais do
cidadão: direito à educação e direito ao trabalho.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional a orientam
para o compromisso com o desenvolvimento de competências profissionais.
A Educação Profissional não concorre com o Ensino Médio. Ela
complementa a Educação Básica do cidadão trabalhador, propiciando-lhe
habilitações profissionais especificas para o mundo do trabalho.
A Educação Profissional ocorre de maneira articulada com todos os níveis de
escolaridade do cidadão trabalhador, desde a formação inicial até os níveis
mais elevados de educação continuada e aprendizagem permanente.
A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, organizada por Eixos
Tecnológicos, pode ser desenvolvida nas formas integrada, concomitante ou
subseqüente ao Ensino Médio, na mesma ou em outra Escola.
A Educação Profissional Tecnológica, organizada conforme Catálogo
Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, por Eixos Tecnológicos se
dará em cursos e programas de graduação e de pós-graduação.
UNESCO e OIT: Os pilares da educação na
sociedade do conhecimento
UNESCO:Relatório Jaques Delors
Aprender a conhecer
Aprender a fazer
Aprender a conviver
Aprender a ser
OIT: Resolução nº 195/2004 (compromissos a serem
assumidos por governos, empresários e trabalhadores
para desenvolvimento das pessoas)
Capacidade de aprendizagem permanente
Compromissos com a qualificação para o trabalho e com o
desenvolvimento de competências profissionais;
Educação Básica de qualidade, formação profissional inicial e
capacidade de aprendizagem permanente.
Concluindo ...
“O
principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer novas
coisas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram – pessoas
criativas, inventivas e descobridores.
O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam ser críticas,
possam verificar e não aceitar o que lhes é oferecido. O maior perigo, hoje, é
o dos slogans, opiniões coletivas, tendências de pensamento ready made.
Temos que estar aptos a resistir individualmente, a criticar, a distinguir entre
o que está provado e o que ainda não está.
Portanto, precisamos de discípulos ativos, que aprendam cedo a encontrar
as coisas por si mesmos, em parte por sua atividade espontânea e, em parte,
pelo material que preparamos para eles; que aprendam cedo a dizer o que é
verificável e o que é simplesmente a primeira idéia que lhes veio.”
Piaget