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MODERNISMO BRASILEIRO
SÍNTESE
SITUAÇÃO HISTÓRICA EM 1922:
 Comemoração do Centenário da Independência do

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

Brasil
Realização da Semana de Arte Moderna (SP)
Fundação do Partido Comunista
Rebelião dos tenentes (Tenentismo)
Brasil se modernizando com o crescimento da
indústria e a imigração
Mudança de velhos hábitos
1º PERÍODO MODERNISTA
1922 a 1930
 (FASE HERÓICA) – Fase de afirmação dos valores
estéticos do movimento:
 No Teatro Municipal de São Paulo – eventos da
Semana de Arte Moderna (13, 15 e 17 de fevereiro) –
Amostra das idéias modernistas através de
manifestos, poemas, quadros, esculturas, músicas,
debaixo de muitas vaias.
 Comissão organizadora do evento: Graça Aranha,
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Vítor
Brecheret, Villa Lobos, Menotti Del Picchia, Ronald
de Carvalho, Guilherme de Almeida, Anita Malfatti,
Di Cavalcante e outros.
1º PERÍODO MODERNISTA
1922 a 1930
 Após a semana: Publicação do livro de poesias
“Paulicéia Desvairada” de Mário de Andrade
(poesia urbana – retrata São Paulo – antirromântica,
sintética). Na prosa, publicação de “Os Condenados”
de Oswald de Andrade.
 Revistas do Modernismo: Klaxon e Revista de
Antropofagia – defendiam os ideais modernistas.
 As correntes modernistas: Movimento Pau-Brasil,
Movimento
Verde-amarelo,
Movimento
Antropofágico.
CARACTERÍSTICAS DO 1º MOMENTO
MODERNISTA
 Período de buscas e definições, de manifestos e





propostas;
Profundo nacionalismo;
Procura de uma língua nacional e liberdade formal;
Reescritura de textos do passado na forma de
paródia (visão cômica e satírica);
Concepção crítica da realidade do país;
Poemas-piada, falta de atenção quanto às regras
gramaticais, verso livre e fala popular.
2º PERÍODO MODERNISTA
1930 a 1945
 (FASE CONSTRUTIVA) – Fase de
estabilização das conquistas e de
preocupação social.
 O Brasil vivia a Ditadura de Vargas e
as tensões sociais originadas pela
crise econômica em decorrência do
Crack da Bolsa de Nova York (1929).
CARACTERÍSTICAS NA POESIA:
 Preocupação social
 Poesia de versos livres
 Poesia de questionamento: da
existência humana, do
sentimento do “estar-no-mundo”,
das inquietações social, religiosa,
filosófica, amorosa.
OS POETAS
 Poetas:
 Carlos Drummond de Andrade – o poeta
da escavação do real.
 Murilo Mendes – o poeta surrealista
 Jorge de Lima – o poeta profeta
 Cecília Meireles, - a poeta de essências
delicadas e sutis
 Vinícius de Moraes – o poeta de eros.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 1ª FASE: FASE GAUCHE - Contradições ente o
EU e o Mundo – pessimismo, individualismo,
isolamento, reflexão existencial, ironia e
metalinguagem.
 2ª FASE: FASE SOCIAL – interesse pelos
problemas da vida social, em vez do isolamento
da 1ª fase, tenta unir POESIA e VIDA, numa
tentativa de transformar o mundo.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 3ª FASE: FASE DA MATURIDADE HUMANA E
POÉTICA
 Poesia reflexiva, filosófica e metafísica [A ROSA DO
POVO]
 Poesia nominal com tendências ao Concretismo –
preocupação com os recursos fônicos, visuais e gráficos
do texto.
 ÚLTIMA FASE: Tempo de memória – infância, Itabira, o
pai, a família, a piada,, o humor cotidiano, a autoironia.
CARACTERÍSTICAS NA PROSA
O ROMANCE DE 30
 Romance
regionalista (criticar para
denunciar uma questão social, contribuindo,
assim, para a sua solução, em uma
determinada região).
 Situação dos proletários rurais – denúncia
da situação miserável em que vivia o homem
do campo
 Linguagem próxima da fala
CARACTERÍSTICAS NA PROSA
O ROMANCE DE 30
 Regionalismos – a miséria da fome e do
flagelo da seca entravam em cena na
literatura neo-realista dos anos 30.
 Principais autores:
 Rachel de Queiroz: [O Quinze] a saga da
seca
 Graciliano Ramos [Vidas Secas, São
Bernardo] a prosa nua
CARACTERÍSTICAS NA PROSA
O ROMANCE DE 30
 José Lins do Rego: [Fogo Morto] memória
e ficção no engenho
 Jorge Amado:[Jubiabá, Tieta, Capitães da
Areia....] lirismo e militância na Bahia
 Érico Veríssimo: [Fantoches, Olhai os
Lírios do Campo] resgate histórico e
crítica.
3º PERÍODO MODERNISTA
1945 a 1985
 (FASE DE REFLEXÃO) – Fase de reflexão sobre
a linguagem e retorno a alguns modelos
estilísticos tradicionais.
 Queda de Getúlio Vargas,
 Juscelino Kubitschek assume a presidência
(1956),
 Jânio Quadros, João Goulart (1961),
 período de autoritarismo (1964 a 1984) com
Castelo Branco a João Baptista Figueiredo.
CARACTERÍSTICAS NA POESIA:
 Rigor da forma – desejou-se a perfeição verbal.
 Experimentações poéticas diferentes – poesia
formalista, poesia participante e poesia voltada para
as tensões sociais do mundo contemporâneo.
 Abandono do Poema-piada
 Poesia de participação social
 Principais poetas: João Cabral de Melo Neto, Mário
Quintana, Paulo Mendes Campos, Thiago de Melo,
Ferreira Gullar, José Paulo Paes, Adélia Prado e
outros.
CARACTERÍSTICAS NA PROSA:
 Rompimento com as narrativas tradicionais ligadas
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
a acontecimentos e em ordem cronológica;
Narrativas centradas em momentos de vivência
interior das personagens (fluxo da consciência)
Narrativas confidenciais em primeira pessoa
Narrativas que aproximam a prosa da poesia.
Principais escritores:
 Clarice Lispector – a sondagem do mundo interior
 Guimarães Rosa – o criador de palavras
VANGUARDAS DA POESIA
MODERNISTA NO BRASIL
POESIA CONCRETA
POESIA PRÁXIS
POESIA SOCIAL
POESIA MARGINAL
CONCRETISMO (1952)
 Principal veículo de divulgação da poesia
concreta: revista Noigandres (antídoto
contra o tédio)
 1956 – Exposição de Arte Concreta, no
Museu de Arte Moderna de São Paulo,
realizada pelos irmãos Augusto e Haroldo
de Campos e por Décio Pignatari.
CARACTERÍSTICAS DO CONCRETISMO
 Rompimento com os recursos poéticos tradicionais
 Desintegração do verso e máxima valorização da

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

palavra
Rejeição do lirismo e valorização do som e da forma
visual
Possibilidade de múltiplas leituras (VERTICAL,
HORIZONTAL, DIAGONAL etc.)
Utilização de ideogramas
Influência na propaganda comercial
POESIA CONCRETA
POESIA CONCRETA
POESIA PRÁXIS
 Lançada a partir de 1961 com o Manifesto Didático,




liderada por Mário Chamie.
A ideia era construir poemas com base na prática da
vida. Segundo Mário Chamie, os poemas práxis
resultavam de um levantamento de palavras dentro do
campo semântico do tema escolhido para o poema ou
livro.
Segundo eles, a palavra era capaz de gerar outras
palavras e significados.
Nessa concepção a palavra é tida como energia, como
um corpo vivo.
O termo práxis vem do grego e significa ação.
POESIA PRÁXIS
Agiotagem
Um
Dois
Três
o juro: o prazo
o pôr / o cento/ o mês/ o ágio
porcentágio
POESIA PRÁXIS
dez
cem
mil
o lucro: o dízimo
o ágio/ a moral/ a monta em péssimo
e m p r é s t i m o.
POESIA PRÁXIS
Muito
Nada
Tudo
a quebra: a sobra
a monta/ o pé/ o cento/ a quota
hajanota
agiota.
Mário Chamie
POESIA SOCIAL
 Poesia social: movimento de reação contra a
poesia concreta por poetas que a considerava
exagerada em formalismo.
 Propunham a volta dos versos, a linguagem
simples e a visão da poesia como instrumento de
expressão social e política. São ilustradores
dessa perspectiva: Ferreira Gullar, Affonso Ávila,
Thiago de Melo, José Paulo Paes e Jamil Haddad.
POESIA SOCIAL
Não há vagas
O preço do feijão não cabe no poema.
O preço do arroz não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite
da carne do açúcar do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos
POESIA SOCIAL
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,está fechado:“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores, não fede nem cheira.
Ferreira Gullar
POESIA MARGINAL DOS ANOS 70
 Foi uma prática poética marcada pelo artesanal,
por poetas que queriam se expressar livremente
em época de ditadura, buscando caminhos
alternativos para distribuir poesia e revelar
novas vozes poéticas.
 Poetas, universitários e cabeludos eram caras que
imprimiam no álcool do mimeógrafo as suas
poesias originais. Foram poemas instigantes,
carregados de coloquialidade e objetividade.
POESIA MARGINAL DOS ANOS 70
 A poesia foi levada para as ruas, praças e
bares como alternativa de publicação,
alternativa que estivesse longe do alvo da
censura. Tudo era considerado suporte para
a expressão e impressão das poesias, fosse
um folheto, uma camiseta, xerox,
apresentações em calçadas, etc.
POESIA MARGINAL DOS ANOS 70
O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintática era do tipo sujeito
inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular
com paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas:
sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um
aposto.
POESIA MARGINAL DOS ANOS 70
Casou com a regência.
Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.E ela era
bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.Não deu. Acharam um artigo indefinido
em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Paulo Leminski
O MODERNISMO NA MÚSICA
 Tropicalismo: movimento musical dos anos 67 e 68,
que contribuiu para a literatura com a visão de
aproveitamento de qualquer estética literária, sem
preconceitos. Essa manifestação resultou em certo
anarquismo, porém rigorosamente censurado.
OUTRAS FORMAS POÉTICAS
 O tropicalismo inovou também em possibilitar um
sincretismo entre vários estilos musicais como, por
exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre
outros.
 As letras das músicas possuíam um tom poético,
elaborando críticas sociais e abordando temas do
cotidiano de uma forma inovadora e criativa.
 Os principais representantes do tropicalismo
foram:
- Caetano Veloso - Gilberto Gil - Os Mutantes - Torquato
Neto - Tom Zé - Jorge Bem - Gal Gosta - Maria Bethânia
Alegria, Alegria [Caetano Veloso]
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...
O MODERNISMO NO TEATRO
 O teatro é o gênero menos desenvolvido ao
longo do período modernista.
 O desencadeamento deste gênero ocorreu
durante a 2ª guerra mundial, onde
profissionais do teatro estrangeiro chegaram
ao Brasil provocando mudanças.
PRINCIPAIS AUTORES BRASILEIROS
Nelson Rodrigues (A mulher sem pecado, 1939),
Jorge Andrade (Pedreira das Almas, 1958),
Chico Buarque (Calabar, 1973)
Ariano Suassuna (Auto da Compadecida, 1959). Um exemplo
é a obra o Auto da Compadecida, a peça retoma com diálogos
simples e vivos, o famoso “jeitinho brasileiro”.
 Abordando temas universais como a avareza humana e suas
amargas conseqüências, por meio de personagens populares,
Suassuna sempre prepara o espectador para um desfecho
moralizante conforme os preceitos do cristianismo católico,
como é o caso também de O Santo e a Porca.
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