Transcript 3SERIE01

Pré – Modernismo
(1902)
O Pré – Modernismo não é
Um movimento literário. É
Apenas o nome dado aos
primeiros anos do Séc. XX
Contexto Histórico:
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O progresso e a ciencia prometem, no ínico do século,
um destino feliz para a humanidade. Os povos
saúdam as novas invenções: o automóvel, o cinema, o
avião. Essa fé no progresso gera um otimismo que
caracteriza a “belle époque”. O entusiasmo logo seria
abalado pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, é o momento da chamada política do cafécom-leite. O centro econômico e cultural desloca-se
para o sudeste do país. SP urbaniza-se rapidamente e
o RJ passa por um processo de saneamento e beleza.
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Vários focos de agitação abalam o país: Guerra
dos Canudos, a Revolta da Chibata, além do
fenômeno do cangaço, no nordeste.
REVOLTAS E REBELIÕES RESGATADAS
PELA LITERATURA:
Revolta da Armada – 1893, RJ, em Triste
Fim de Policarpo Quaresma.
Revolta de Canudos – 1897, Bahia, em Os
Sertões.
Obra inicial do Pré-Modernismo
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Os Sertões, de Euclides da Cunha;
Canaã, de Graça Aranha.
AUTORES DO PRÉ-MODERNISMO
Euclides da Cunha (1866-1909):
OBRAS: Contrastes e Confrontos; Peru X
Bolívia; Os Sertões.
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Os Sertões:
Fruto das reportagens escritas para O Estado de SP no
término da campanha de canudos, Os Sertões
publicaram-se pela primeira vez em 1902. divide-se
em três partes: A TERRA (calcada na erudição
científica em voga no tempo, consta de um apanhado
geral da zona das secas e suas causas possíveis); O
HOMEM (com base na idéia do condicionamento do
meio e da herança, estuda-se a gênese do jagunço e,
principalmente, de Antônio Conselheiro); A LUTA
(narram-se os sucessivos combates que levaram ao
extermínio dos jagunços pelas tropas federais).
Trecho de:“Os Sertões”
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“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a
história resistiu até ao esgotamento completo.
Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do
termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram
os seus últimos defensores, que todos morreram.
Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e
uma criança, na frente dos quais rugiam
raivosamente 5 mil soldados.”
Cadáver de Antônio Conselheiro
Encontrado sob as ruínas da Igreja
Nova.
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Lima Barreto (1881-1922): procurou registrar de
forma crítica os abusos que a classe dominadora exercia, em
sua época, sobre os mais desafortunados.
OBRAS: Clara dos Anjos; Recordação do Escrivão Isaías
Caminha; Triste Fim de Policarpo Quaresma.
Triste Fim de Policarpo Quaresma: Encontramos a história
de Policarpo Quaresma, um brasileiro nato que incorpora
ideais de patriotismo exageradamente: escreve um ofício em
tupi-guarani e idealiza esta língua como oficial, escuta e
aprende só música brasileira, alimenta-se com a culinária
nacional, e mantém, em sua biblioteca, apenas títulos e autores
nacionais. Estes comportamentos o levam ao hospício. Saindo
do hospício, resolve morar num sítio fora
do RJ. Com o inicio da Revolta da Armada, Major Quaresma,
sub-secretário do Arsenal de Guerra da Marinha, alista-se em
defesa do governo. Mas ao saber que os revoltosos foram
maltratados e, alguns fuzilados, escreve indignada carta a
Floriano Peixoto criticando sua atitude. É preso a mando do
próprio governante, aguardando a hora de ser fuzilado.
MONTEIRO LOBATO (1882-1948)
Monteiro Lobato se destacou-se na construção do
conto tradicional, com três livros para adultos:
“Urupês”; “Cidades Mortas” e “Negrinha”.
 Urupês e Cidades Mortas são os dois livros de contos
que se destacam. Em Urupês, Lobato cria a figura de
Jeca Tatu, símbolo de caboclo brasileiro; em Cidades
Mortas, o autor retrata a decadência das cidades
paulistas do vale do Paraíba, do declínio da economia
cafeeira.
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Literatura infantil  todas as narrativas centram-se
num único espaço – o Sítio do Pica-pau-amarelo,
espécie de metáfora do Brasil. É nesse universo que
Lobato cria enredos em que predomina a fantasia.
Monteiro Lobato foi o primeiro autor a encarar
com serenidade a literatura destinada às crianças,
publicando uma série de livros focalizando o universo
infantil. Entre eles, Reinações de Narizinho; O Saci;
O Marquês de Rabicó.
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Augusto dos Anjos ( 1884-1914): poeta
que causou impacto pela temática inusitada e pelo
cientificismo da linguagem associados, diversas
vezes, a expressões coloquiais.
OBRAS: “Eu” – livro de poemas, destacou-se na
literatura, anos depois de sua publicação, pela
temática apresentada. Augusto dos Anjos explorou a
podridão da vida, o pessimismo, a decomposição, a
morte, o sofrimento e os pavores da noite. Em seus
versos encontram-se os doentes, os marginais e o
“eu” que filosofa.
Psicologia de um Vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come e à vida em geral de clara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos.
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Simões Lopes Neto (1865-1916): a tematica gauchesca
predomina em sua obra que privilegia o relato curto: o conto, o caso, a
lenda. Sua fonte de inspiração é o folclore, imprimindo riqueza poética
à linguagem do cancioneiro popular e densidade humana aos tipos
regionais.
OBRAS: Contos Gauchescos; Lendas do Sul; Casos Romualdo; Terra
Gaúcha.
Contos Gauchescos é sua obra mais significativa. Composta por
dezenove histórias e por uma apresentação de Blau Nunes, o vaqueano,
“genuíno tipo – crioulo rio-grandense, com oitenta e oito anos, todos os
dentes, vista aguda e ouvido fino”, Simões preocupa-se em registrar de
maneira verossímil alguns momentos históricos e suas personalidades
políticas na formação ideológica do Estado do Rio Grande do Sul,
dentro daquilo que se convencionou chamar de regionalismo riograndense.
Graça Aranha (1868-1931):
OBRAS: “Canaã”, considerado romance de tese, essa obra recupera a
história de dois imigrantes alemães que chegam ao Brasil.
MODERNISMO (1922)
Contexto Histórico:
As duas primeiras décadas do século XX são marcadas por
grandes transformações.
 A crise do capitalismo;
 Nascimento da democracia de massas;
 Revolução socialista;
 Revolução científica e crença no progresso (telégrafo,
automóvel...)
Esse início de século recebeu o nome de BELLE ÉPOQUE,
mas a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) gerou
descontentamento, descrença e questionamento sobre os
valores da época. Onze anos depois, o mundo enfrentará a
crise de 1929, da qual resultará a Segunda Guerra Mundial.
A guerra fez surgir a incerteza no espírito humano e, nesses
“anos loucos” em que se busca viver freneticamente o
presente, surgem manifestações artísticas de ruptura com o
passado, pregando idéias radicalmente novas.
Vanguardas Artísticas:
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Vanguarda é o nome que se dá a uma
tendência ou ao conjunto de tendências, que,
num determinado momento histórico, se opõe
às tendências vigentes, principalmente no
campo das artes.
Cinco vanguardas surgidas na Europa foram de
extrema importância para o Modernismo
brasileiro: Futurismo; Cubismo; Dadaísmo;
Surrealismo e Expressionismo.
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FUTURISMO:
Pregava a destruição da sintaxe, o uso do verbo no infinitivo, a abolição do
adjetivo e do advérbio e a anulação da pontuação.
Manifesto do Futurismo.
1- Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.
2- Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a
revolta.
3- Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o
sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o
passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco.
4- Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza
nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida (...) é mais belo
que a Vitória de Semotrácia.
5- Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter
agressivo. A poesia deve ser um assalto violento contra as forças
desconhecidas, para intimá-las a deitar-se diante do homem.
6- Para que olhar para trás, no momento em que é preciso arrombar as
misteriosas portas do impossível?
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Cubismo:
Surgiu na pintura e propõem o fracionamento
da realidade e remontagem por planos
geométricos.
Na Literatura utiliza: verso livre, humor,
abolição da sintaxe, invenção de palavras,
lggen caótica e disposição gráfica do poema.
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Dadaísmo:
Surgiu em 1916, criado por Tristan Tzana.
Propunha o aniquilamento da linguagem literária e a criação
do poema dadaísta.
Expressionismo:
Surgiu na Alemanha em 1910;
Registrava a expressão do mundo;
Influenciou a Literatura, pois seus poemas refletiam as
sensações.
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Surrealismo:
É cronologicamente o último movimento das
vanguardas européias. Sua base de
significações é o sonho, a fantasia, a
imaginação e a loucura.
Os escritores usavam uma tecnica denominada
“automatismo psíquico.”
O Modernismo no Brasil
O ano de 1922 é o marco do modernismo brasileiro, e
o panorama do País pode ser assim delineado:
1911- Greves operárias;
1912- Guerra do Contestado em SC;
1913- Revolução em Juazeiro do Norte;
1914- Eleito Venceslau Brás, retorna a política cafécom-leite.
1916- Greves operárias em todo o país contra carestia.
1922- Fundação do partido Comunista Brasileiro.
A Semana da Arte Moderna:
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Por sugestão de Di Cavalcanti e contando com a adesão de
pessoal de destaque da alta sociedade paulistana, realizou-se
nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal
de São Paulo, o evento que marcou o início do Modernismo no
Brasil: a Semana da Arte Moderna.
Entre os nomes que participaram do evento, destacam-se:
Na música: Heitor Villa Lobos;
Na pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Rego Monteiro;
Na literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald
de Carvalho, Graça Aranha.
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13/02 – Graça Aranha inaugurou os trabalhos com a
conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”.
15/02 – Menotti del Picchia falou sobre arte e estética
citando poemas de Oswald, Mário de Andrade e
Plínio Salgado.
15/02 – Ronald de Carvalho declama o poema
satírico “Os Sapos” e Manuel Bandeira, parodiando
“Profissão de Fé” de Olavo Bilac.
17/02 – Villa Lobos apresentou-se de casaca e
chinelos provocando incômodo na platéia.
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Um dos objetivos declarados da Semana era “assustar a
burguesia que cochila na glória de seus lucros”. Sem dúvida,
esse objetivo foi alcançado: a platéia reagiu à Semana com
assovios, vaias e agressões.
Pode-se dizer, porém, que, apesar das críticas e obstáculos, o
evento conseguiu seu objetivo maior: a divulgação da idéia de
renovação da arte brasileira, o desejo de atualizar nossa arte,
de colocá-la em dia com o que se estava fazendo na Europa.
A Semana da Arte Moderna foi, assim, uma tomada e posição
coletiva da nova geração contra o culto do passado, os
preconceitos artísticos e a submissão a normas impostas pela
tradição.
Mário de Andrade lança “Paulicéia Desvairada” – síntese do
projeto modernista com poemas urbanos, anti-românticos,
sintéticos e fragmentários.
Divulgação das idéias da Semana:
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Através de manifestos, revistas e grupos formados
por todo o país, divulgaram-se as idéias da Semana:
Revista KLAXON (1922) – publicava crônicas,
poemas, gravura e anúncios.
A REVISTA (1925)
Revista TERRA ROXA E OUTRAS TERRAS
(1926).
Revista FESTA (1927) – tentou imprimir um caráter
espiritualista ao modernismo.
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Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) – Foi
porta-voz do grupo de Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral
e Alcântara Machado. Apresenta uma visão primitivista,
buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do mundo e do
Brasil. Exalta o progresso, o presente e combate a linguagem
retórica e vazia.
Movimento Verde-Amarelo (1925) – Surgiu
como oposição ao primitivismo do Pau-Brasil, por considerálo “afrancesado”. Exaltando o nacionalismo, teve como líderes
Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado e
Guilherme de Almeida. O nacionalismo ufanista do grupo, que
elegeu a anta como símbolo nacional, rejeitava toda e qualquer
influência européia. Em 1926, o movimento converteu-se no
chamado GRUPO DA ANTA, que seguiu uma linha de
orientação política nitidamente de direita, da qual sairia, na
década de 30, o Integralismo, de Plínio Salgado.
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Manifesto Antropófago (1928) –
Desdobramento do primitivismo Pau-Brasil e
uma reação ao nacionalismo Verde-Amarelo,
foi lançado por Tarsila do Amaral, Oswald de
Andrade e Alcântara Machado, entre outros.
Propunha “devoração da cultura e das técnicas
importadas e sua reelaboração com autonomia
transformando o produto importável em
exportável”.
Fases do Modernismo:
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Costuma-se dividir o modernismo em duas fases:
1922-1930 – Período de “destruição”. Preocupados em
difundir novas idéias, em conquistar espaço no cenário
nacional, os modernistas enfrentam a crítica agressiva da
literatura tradicionalista.
1930-1945 – Período de “construção”. Ocorre a consolidação
modernista, através de obras de talento e de visão de mundo
amadurecida.
1ª FASE: A poesia foi a forma de expressão
predominantemente nesta fase, caracterizando-se pela:
Utilização do verso livre;
Livre associação de idéias;
Atitude combativa;
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Valorização do cotidiano;
Humor;
Aproximação com a linguagem da prosa;
Linguagem coloquial;
Metalinguagem;
Incorporação do presente.
A prosa com menos inovações, caracterizou-se por:
Emprego de períodos curtos;
Utilização da fala coloquial;
Aproximação com a linguagem da poesia.
Autores
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Oswald de Andrade (1890-1954):
produziu uma obra poética original, renovando a
linguagem literária nacional. Utilizou-se do humor,
da paródia, dos versos curtos, da linguagem
coloquial, explorando ao máximo a pesquisa estética,
buscando novas formas de expressão.
OBRAS:
Pau-Brasil (poesias);
Memórias Sentimentais de João Miramar (prosa);
Serafim Ponte Grande (prosa);
O homem e o cavalo (teatro).
Erro de português
“Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português”
Oswald de Andrade.
Memórias Sentimentais de João Miramar
É o primeiro grande romance da prosa modernista
brasileira;
 Seu enredo estrutura-se em 163 blocos de linguagem
telegráfica;
 Relata a história de um brasileiro rico, João Miramar,
narrando sua infância, casamento, desquite, viagem à
Europa, vida literária e as dificuldades financeiras.
 Os capítulos são “flashs” e há muitos neologismos.
EX: verbo CRACKAR baseado em “crack” quebra da
bolsa de valores, ou “azular” – fugir.
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Mário de Andrade (1893-1945): É a
partir de seu segundo livro, Paulicéia Desvairada, que
se vê a originalidade, o poder criativo de Mário de
Andrade. Ao longo de toda sua produção, o autor
incorpora o cotidiano, o folclore, os costumes, a
diversidade cultural do país e especialmente de SP,
referência constante em seus poemas.
OBRAS: “Há uma gota de sangue em cada poema”;
“Paulicéia Desvairada”; “Macunaíma”; “Primeiro
Andar”; “Contos novos”.
O romance “Amar, verbo intransitivo” (1927) é o
retrato da sociedade burguesa paulistana da época,
que Mário procura desmascarar através da história de
um rico industrial que contrata uma governanta para a
iniciação sexual do filho mais velho.
Em Paulicéia Desvairada o
autor critica o comportamento
da burguesia paulistana.
Usa a composição futurista
através dos substantivos
compostos: “BURGUÊS –
NÍQUEL”; “BURGUÊSBURGUÊS” e na agressão
verbal ridicularizando o
burguês.
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Macunaíma (1928) é a obra mais importante do autor. Nela,
recria-se um vasto painel da cultura brasileira, através de um
personagem central: o indígena que nasce preto e, num passe
de mágica, torna-se branco. O texto é construído a partir de
uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios
e anedotas. O enredo é o seguinte: Macunaíma ganha de sua
mulher, Ci, um amuleto ( a muiraquitã), o qual é perdido e fica
em poder do gigante Piaimã, em SP. Na tentativa de reaver o
amuleto, Macunaíma e seus irmãos Jiguê e Maanape vivem
várias aventuras na cidade grande. Recuperada a muiraquitã,
mortos os irmãos e enganado por Uiara (divindade dos rios e
lagos), perde novamente o amuleto. Desiludido, resolve
abandonar este mundo e subir aos céus, onde é transformado
na constelação Ursa Maior.
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Manuel Bandeira (1886-1968) –
Destacou-se por equilibrar a poética tradicional com
as novas técnicas de composição do verso.
Incorporou em sua obra temas como: cotidiano,
preocupação com a morte, infância, humor, paixão
pela vida.
Sua poesia apresenta características como: fusão
prosa/poesia, versos brancos, versos livres, dialogo,
humor negro.
OBRAS: “A Cinza das Horas”; “Libertinagem”;
“Estrela da Manhã”; “Lira dos Cinqüent’anos”.
Em “Cinza das Horas”, encontramos a influencia parnasiana
e a simbolista, acrescidas de algumas novidades na expressão,
como o tom irônico e a busca do cotidiano.
 Em “Libertinagem”, o poeta explora com maior desenvoltura
o lirismo, trabalhando com o diálogo dentro da poesia,
opondo-se, diversas vezes, à gramática. Afasta-se em alguns
poemas de seu nostálgico individualismo para aproximar-se e
enfatizar o coletivo.
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
[...]
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Em “Estrela da Manhã”, tem-se um trabalho mais
direcionado a duas temáticas específicas: o amor e a morte. O
amor sensual, erótico, recuperando os aspectos carnais que
envolvem o sentimento, como as orgias e como o tom
obsceno, algumas vezes. A morte é vista como o fim amargo
de tudo, atribuindo à vida o sofrimento.
Trucidaram o Rio
Prendei o rio
Maltratai o rio
Trucidai o rio
A água não morre
A água que é feita
De gotas inermes
Que um dia serão
Maiores que o rio
Grandes como o oceano
Fortes como os gelos
Os gelos polares
Que tudo arrebentam.
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Escreveu o poema “Os Sapos”, considerado o hino dos modernistas,
criticando a poesia dos parnasianos.
Outros Modernistas de 22:
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Cassiano Ricardo (1895-1974) – Na efervescência do
modernismo ligou-se ao “verde-amarelismo” ou “Grupo da
Anta”.
As obras “Dentro da noite” e a “A frauta de Pâ” têm forte
influencia parnasiana.
Sua obra marcante é “Martim-Cererê” (1928).
Técnicas usadas em sua obra: verso livre, poemas curtos,
repetição, parodia, humor...
OBRAS: “Vamos Caçar Papagaios, “Martim-Cererê”.
Plinio Salgado (1901-1975) – Procurou, no romance O
Estrangeiro, mostrar cenas da vida de SP, articulando ritmo solto e
utilizando a síncope. Participou com Menotti del Picchia e Cassiano
Ricardo do Movimento Verde-Amarelo.
Antônio de Alcântara (1901-1935) – Colaborador da Revista
TERRA ROXA e OUTRAS TERRAS e REVISTA DE
ANTROPOFAGIA. Em Brás, Bexiga e Barra Funda, livro de contos, o
autor registra o pitoresco e o lado proletário dos bairros de SP, explorando
a brevidade dos relatos.
Modernismo-Segunda Fase
(1930-1945)
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CONTEXTO HISTÓRICO:
Quebra da Bolsa de Nova York;
Início da Guerra Civil Espanhola;
Queda do preço do Café;
Manifestações de apoio a Getúlio;
Promulgação da nova Constituição Brasileira;
Nessa fase predominou a prosa. A poesia, por sua vez,
não apresenta mais o caráter experimental e irreverente do
primeiro momento. não havia mais necessidade de chocar o
público e a nova maneira de expressar-se, inaugurada pelos
modernistas da primeira fase, já havia sido aceita por boa parte
dos leitores.
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Os autores surgidos nesta segunda fase recusam o poemapiada e voltam a temas e técnicas mais elaborados e que
exigiam maior profundidade de pensamento.
Considera-se como marco inicial dessa segunda fase poética o
livro “Alguma poesia”, de Carlos Drummond de Andrade
(1930), que viria a se tornar o nosso mais importante poeta de
todos os tempos.
AUTORES E OBRAS:
Carlos Drummond de Andrade(1902-1987)
– É conhecido como poeta “Gauche” (torto).
Sua poesia questiona sobre o mundo e o indivíduo. Registra o
passado: a infância, a família, as lembranças e fala sobre a
solidão humana.
OBRAS: “Alguma poesia”; “Sentimento do mundo”; “A rosa
do povo”...
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... As janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
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Murilo Mendes (1901-1975) – Suas
obras têm como
características: humor e ironia; religiosidade, poemas de
assuntos diversos, de participação política e com alguma
relação surrealista.
OBRAS: “Tempo e Eternidade”; “História do Brasil”; “Tempo
e Eternidade”.
Homo Brasiliensis
O homem
É o único animal que joga no bicho.
(“História do Brasil”, de Murilo Mendes)
Carta de Pero Vaz
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oito
Tem goiabadas, melancias,
Banana que nem chuchu.
[...]
(“História do Brasil”, de Murilo Mendes)

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Jorge de Lima (1893-1953) – Sua
fase modernista prende-se a Temática
Religiosa e a Poesia Social (onde se destacam também os poemas
relacionados à cultura negra.
OBRAS: “XIV Alexandrinos”; “Poemas”; Poemas Negros”; “A Mulher
Obscura”.
Essa Negra Fulô
Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma nega bonitinha
chamada negra Fulô.
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
Vai forrar a minha cama,
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
Essa negra Fulô!
[...]
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Vinícius de Moraes (1913-1980) – Sua
obra têm como características a religiosidade, o
misticismo, a mulher, o amor, o cotidiano, e a
reflexão política. Ela divide-se em duas fases:
1ªFase: Entre o corpo e a alma. Angústia religiosa e
existencial, o poeta deseja alcançar a
“transcendência”.
2ª Fase: Entre a mulher e o amor. Linguagem enxuta
e simples, descreve cenas corriqueiras.
OBRAS: “O Caminho para a Distância”; “Poemas,
Sonetos e Baladas”; “O Amor dos Homens”;
“Epitáfio”, “ A rosa de Hiroxima”.
Epitáfio
Aqui jaz o Sol
Que criou a aurora
E deu a luz ao dia
E apascentou a tarde.
O mágico pastor
De mãos luminosas
Que fecundou as rosas
E as despetalou.
Aqui jaz o Sol
O andrógino meigo
E violento, que
Possuiu a forma
De todas as mulheres
E morreu no mar.
(Vinicius de Moraes).
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Cecília Meireles (1901-1964) –
Era adepta da corrente espiritualista do grupo
“Festa”.
Filosofava sobre a dor e a solidão humana;
Em 1919 publicou “Espectros” – 17 sonetos
com forte influência parnasiana;
Sua poesia é mística e sensorial;
Escreveu poesias, prosa poética e crônicas.
OBRAS: “Espectros”; “Viagem”; “Giroflê,
Giroflá”.
Viagem
“Repara na canção tardia
que nitidamente se eleva,
num arrulho de fonte fria.
O orvalho treme sobre a treva
e o sonho da noite procura
a voz que o vento abraça e leva.”
(Cecília Meireles)
Modernismo: Segunda Fase (Prosa)
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Na prosa modernista da segunda fase, distinguimos três
tendências: Prosa regionalista, Prosa Urbana e Prosa Intimista.
AUTORES E OBRAS:
Graciliano Ramos (1892-1953) – Principal autor
do chamado romance regionalista da segunda fase modernista.
Sua obra focaliza não só o drama social do Nordeste como
também o mundo psicológico das personagens.
Didaticamente, podemos distinguir duas linhas na prosa de
ficção de Graciliano: a psicológica e a sociopolítica.
Romance psicológico: “Caetés”; “São Bernardo” e
“Angústias”.
Romance sociopolítico: “Vidas Secas”.
OBRAS: “Infância”; “Memórias do Cárcere”; “Viagem”.
Resumo das obras: “São Bernardo” e “Vidas
Secas”.
São Bernardo
Romance narrado em 1ª pessoa, relata a vida de
Paulo Honório: sua infância miserável, a compra da
fazenda São Bernardo e o enriquecimento ilícito – à
custa de algumas desonestidades na marcação dos
limites da terra e da exploração dos empregados -,
seu casamento com Madalena, uma professora com
idéias muito diferentes das suas, as crises de
prepotência e ciúme que levam Madalena ao suicídio.
No final do romance, completamente só, Paulo
Honório escreve a história de sua vida.
Vidas Secas
Escrito em 3ª pessoa, com várias passagens em
discurso indireto livre, a narrativa começa com a
família – Fabiano, sinhá Vitória e os dois filhos –
acompanhada do papagaio e da cachorra Baleia,
fugindo da seca, a caminho do Sul. Pulando de uma
fazenda a outra, trabalhando sempre em caráter
provisório, Fabiano e a família não se fixam em
lugar algum. Assim como começara, o romance
termina com uma fuga, mas desta vez porque
Fabiano se julgara roubado pelo patrão.

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1)
2)
3)
José Lins do Rego (1901-1957) – Em
suas obras retrata a decadência da sociedade
patriarcal, num momento de transição entre o
engenho e a usina. Nota-se ainda a aproximação
com a linguagem coloquial.
O próprio autor classificou seus romances em três
grupos:
Ciclo da Cana-de-açúcar: “Menino de Engenho”;
“Doidinho”, Bangüê”.
Ciclo do Cangaço, misticismo e seca: “Pedra
Bonita” e “Cangaceiros”.
Obras Independentes: “Pureza”; “Riacho Doce”.
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Menino de Engenho: Carlos de Melo, o
protagonista-narrador, conta a sua vivência no
Engenho Santa Rosa, de propriedade de seu avô, o
Coronel José Paulino. A partir deste resgate, o
narrador relembra a figura do avô autoritário, de tia
Sinhazinha, o engenho com seu rio, sua iniciação
sexual e sua tristeza de menino órfão aos oito anos.
Considerado a obra-prima de José Lins do Rego, o
romance Fogo Morto, publicado em 1943, divide-se
em 3 partes:
1ª- “O Mestre José Amaro”
2ª- “O engenho se seu Lula”
3ª “Capitão Vitorino”
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Raquel de Queiroz (1910) – única mulher
a figurar entre os escritores da geração de 1930.
escreveu crônicas em diversos jornais brasileiros até
o fim da vida.
OBRAS: “O Quinze”; “Caminhos de Pedra”;
“Dôra, Doralina”; “Memorial de Maria Moura”.
“O Quinze” descreve a seca do ano de 1915. a
ação se passa no interior do Ceará, na fazenda
Logradouro. Conceição, personagem principal, chega
na fazenda para passar suas férias com sua avó, Mãe
Nácia. A seca castiga a região, e Vicente, primo de
Conceição, luta para não perder o pouco que resta da
fazenda.conceição ama o primo, mas não supera o
preconceito por ele ser interiorano e semi-analfabeto.
Conceição e Mão Nácia deslocam-se para a cidade, e,
lá, Conceição trabalha no “Campo de concentração”.
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Jorge Amado (1913) – Autor baiano,
irreverente e criativo. Suas obras dividem-se em:
Romances do Proletariado: aborda a pobreza, a
miséria e as malandragens. OBRAS: “Capitães da
Areia” e “O país do carnaval”.
Romances do Ciclo do Cacau: denúncia da
exploração das classes trabalhadoras. OBRAS:
“Terras do Sem Fim”.
Crônicas de Costume: o autor cria histórias em que
o povo comum é elevado à categoria de herói com
toques românticos. OBRAS: “Dona Flor e seus dois
maridos”.
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Capitães da Areia: o autor mostra os meninos abandonados
que vivem num trapiche numa praia de Salvador. Moradores
solidários, os meninos lutam pela sobrevivência do dia-a-dia.
A liderança do grupo fica a cargo de Pedro Bala. Outros
personagens que também sonham com um futuro melhor são o
Volta - Seca, o Sem-Pernas, o Gato e Dora.
Terras do Sem Fim: uma das obras mais importantes de Jorge
Amado. Temos o grande cenário de Ilhéus com a disputa das
terras de cacau das matas do Sequeiro Grande – e
conseqüentemente, do poder político – entre duas poderosas
famílias da região: de um lado, a família do coronel Horácio
da Silveira; e de outro, a família de sinhô Badaró.
Dona Flor e seus dois maridos: a história de Florípedes
Guimarães (D. Flor) e Valdomiro dos Santos Guimarães. Num
domingo de carnaval, Vadinho morre. Viúva e ainda jovem, D.
Flor casa-se com Teodoro Madureira, um pacato farmacêutico
de vida exemplar. Entretanto, certa noite, Vadinho aparece nu
no quarto do casal, sendo só visto pela viúva. Mesmo depois
de morto continua a incomodar D. Flor. Morto pela segunda
vez, agora pelos orixás, Vadinho passa a surgir apenas na
memória de D. Flor.
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Érico Veríssimo (1905-1975) – autor gaúcho
renomado internacionalmente.
Sua obra divide-se em:
Romance Urbano: registro da existência e costumes da
sociedade burguesa; linguagem tradicional, sem inovações.
OBRAS: “Clarissa”; “Caminhos Cruzados”.
Romance Histórico: prendem-se a temas históricos do RS,
como a Revolta da Armada.
OBRAS: “O Continente”.
Romance Político: crítica social e de engajamento ideológico ,
são romances que abrangem o universo político nacional.
OBRAS: “Incidente em Antares”.
OBS: A trilogia “O tempo e o vento” é a obra mais importante de Érico Veríssimo.
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Dyonélio Machado (1895-1985) – em
suas obras ele relatou as angustias do homem
comum.
OBRAS: “Um pobre homem”; “Louco do
Cati”; “Os Ratos”.
Os Ratos tem sua ação passada num só dia.
Naziazeno, que busca o dinheiro necessário
para pagar o leiteiro que o ameaça com o corte
do fornecimento na manhã seguinte.
Modernismo – 3ª Fase
(1945-1960)
Contexto Histórico:
EUROPA:
Término da Segunda Guerra Mundial;
Morte de Stalin;
BRASIL:
Deposição de Getúlio Vargas;
Suicídio de Getúlio;
Eleição de JK;
Início da construção de Brasília...
É possível esquematizar didaticamente as tendências da
prosa e da poesia dessa fase da seguinte maneira:
PROSA - foi dividida em:
Prosa Psicológica: torna-se mais profunda, complexa e
elaborada. Clarice Lispector é o autor mais representativo
dessa tendência.
Prosa Urbana: centrada nos conflitos do homem das grandes
cidades, tem em Dalton Trevisan seu mais significativo
representante.
Prosa Regionalista: toma rumos inéditos, não só pelos temas,
mas também pela revolucionária linguagem de seu
representante mais significativo: João Guimarães Rosa.
POESIA – muitos poetas de fases anteriores ainda estavam
em plena produção literária quando um grupo novo, que se
autodenominou “geração de 45”, fez sua estréia literária.
Esse grupo rejeitou alguns valores modernistas da 1ª fase,
como o verso livre, a irreverência e o poema-piada.
 Por defenderem esses princípios, foram chamados de
neoparnasianos.
 A grande inovação em nossa poesia ocorreu por conta da obra
de João Cabral de Melo Neto, que iniciou sua carreira como
membro da geração de 45 mas que permaneceu pouquíssimo
tempo ligado ao grupo.
 AUTORES E OBRAS:
 Clarice Lispector (1925-1977) – trouxe muitas
inovações para a literatura, no que diz respeito à temática, à
estrutura da narrativa e à linguagem.
Características de sua obra: sondagem psicológica, ruptura
com a linearidade da narrativa, monólogo interior.
OBRAS: “A Hora da Estrela”; “Laços de Família”; “Perto do
coração selvagem”.
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Guimarães Rosa (1908-1967) –
suas obras têm como características: conceito
de sertão (o sertão é o mundo); ampliação do
conceito de sertanejo; transformação radical da
linguagem ( emprego de expressões coloquiais
e regionais, recuperação do significado
etimológico, emprego de neologismos e
utilização de figuras de estilo).
OBRAS: “Sagarana”; “Grande Sertão:
Veredas”; “Primeiras Estórias”.
Grande Sertão: veredas é um extenso monólogo do
personagem-narrador, Riboaldo, que se dirige a um
interlocutor ausente narrando suas aventuras de jagunço
empenhado em vingar o assassino do chefe de seu grupo, Joca
Ramiro. Alçado à categoria de chefe, Riboaldo vai fazer um
pacto com o Diabo, prometendo-lhe a alma em troca do
sucesso em sua empreitada: destruir o grupo inimigo,
comandado por Hermógenes.
A narrativa, que não tem seqüência linear, é entremeada
de casos, além da historia da atração estranha que se estabelece
entre Riboaldo e Diadorim, um companheiro de luta. O
profundo conflito de Riboaldo diante de uma atração
supostamente homossexual resolve-se nas últimas páginas da
narrativa, quando se descobre que Diadorim é, na verdade,
Maria Diadorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada de jagunço
para fazer parte do grupo.
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João Cabral de Melo Neto (1920) – o
“Engenheiro da forma”, é um poeta que busca a
perfeição da palavra a partir da precisão vocabular.
Trabalha com metáforas, constrói imagens e
temáticas que recuperam o Nordeste, a Espanha e as
Artes.
OBRAS: “O Engenheiro”; “Morte e Vida
Severina”.
“Morte e Vida Severina”
(Esquema)
 Severino (nordestino);
 Caminho do retirante;
 Sertão-litoral-sobreviver;
 Só a morte é possibilidade de vida.
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Ferreira Gullar (1931) – Após
romper com os concretistas, buscou retratar em
sua poesia os problemas mais imediatos da
realidade brasileira.
OBRAS: “Um Rubi no Umbigo”; “Se Correr
o Bicho Pega se Ficar o Bicho Come”.
MEU POVO, MEU POEMA
“Meu povo e meu poema crescem juntos
Como cresce no fruto
A arvore nova
No povo meu poema vai nascendo
Como no canavial
Nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
Como o sol
Na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
Se reflete
Como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
Menos como quem canta
Do que planta.”
(Ferreira Gullar)
Produção Contemporânea
(1960...)
POESIA: Após 45, a poesia apresentou novas
tendências caracterizadas especialmente pela
inovação formal e pela maior proximidade com outras
manifestações artísticas.
 Destacam-se:
Geração de 45
Características: Rejeição ao “verso desleixado
modernista”; Retorno ao rigor formal; Cuidado com a
linguagem poética.
Representantes: Ledo Ivo, Geir Campos, João Cabral
de Melo Neto.
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EX:
Cântico
Do teu corpo nasce um lírio
que se dissolve num lago
onde um cisne de marfim
persegue estrelas e carpas
Onde o sol molha no frio
das águas o rosto ardente
onde os salgueiros mergulham
as pontas na rama verde.
Domingos Silva.
Concretismo (1956)
Características: “Poema-objeto”; Exploração do plano acústico, visual, da
carga semântica, do espaço tipográfico da disposição dos vocábulos na
página; Decomposição do vocábulo.
Representantes: Décio Pignatari, Haroldo de Compôs e Augusto de Campos.
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EX:
Beba coca cola
Babe
cola
Beba cola
Babe cola caco
Caco
Cola
Cloaca
D. Pignatari.
Neoconcretismo (1959)
Características: Reação à poesia concreta; Poesia é
“organismo vivo”; Tentativa de repor o “eu” do poeta
no poema.
Representantes: Ferreira Gullar.

EX:
Açúcar
Algodão
Fogo branca
FRUTA
Escuro prata _____
Fruta_____
Prata
Fruta
Prata
Fruta
Poesia-Práxis (1962)
Características: “Palavra-energia”; Resistência à
aproximação com as artes plásticas; Preocupação com
o dado social e histórico; Valorização do ato racional
de compor.
Representantes: Mário Chamie, Cassiano Ricardo, José
Guilherme de Merquior.
EX:
PINGA
Garrafa de pinga
sem garra na farra da cana caninha
no cano no gole na gula na rixa
cana canícula
o homem sua na cana dura
cana não é na cama
pinga não é garra
cana não é garapa
pinga sumo garra rapa
agarra na pinga pura
dorme o sono e sua
açúcar do sono mole
melado do corpo escorre.
(Antônio Carlos Cabral)
Poema-Processo (1967)
Características: Continuação das últimas
propostas concretistas; Negação da palavra
POESIA, utilização da palavra POEMA;
Produção essencialmente semiórica; União às
artes plásticas.
Representantes: Waldemir Dias Pino, Álvaro
Sá, Ronaldo Werneck e Sebastião Nunes.
Tropicalismo (1968)
Características: Atitude de carnavalização
diante da vida e da arte; Crítica ao mau gosto
(Kitsch)pela utilização crítica do mau gosto;
Crítica aos valores ético-morais-estéticos da
cultura tropical brasileira; manifestação
sensorial da vida.
Representantes: Gilberto Gil, Nélson Mota e
Caetano Veloso
EX:
Sobre a cabeça os aviões
sob os meus pés os caminhões
aponta contra os chapadões
meu nariz
Eu organizo o movimento
eu oriento o carnaval
eu inauguro o monumento
no planalto central do país.
Caetano Veloso.
Poesia Marginal (1973)
Características: Linguagem diversificada;
Temas ligados ao cotidiano; Preocupação com
a expressão dos fatos e dos sentimentos;
Denúncia do clima de medo em que vivia o
país; impressão e distribuição não são feitas
por editoras.
Representantes: Chacal, Cacaso e Paulo
Leminsky.
Ex:
Extensão II
Pus a vida
em minhas mãos
e as mãos no fogo
- A vida ferveu.
Alcides Bussi