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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Campus de Marília

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

COMÉRCIO INTERNACIONAL 4º ANO – 2011 Prof. Luís Antonio Paulino

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Campus de Marília

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aula 2 Internacionalização: modelos e dimensões teóricas

Tópicos

1.

Evolução do campo teórico 2.

A internacionalização da produção 3.

A natureza das multinacionais 4.

Abordagens teóricas

Evolução do campo teórico de NI e GI

• Predomino de estudos focados em IDE e EMNs. • Insuficiência dos paradigmas construídos.

• Duas correntes de estudo: • Adicionar a dimensão internacional aos estudos de negócios domésticos.

• Tratar das consequências econômicas nos países de origem e destino.

Evolução do campo teórico de NI e GI

• Três âmbitos específicos: • problemas que as empresas enfrentam nas conduções de trocas • problemas que gerentes enfrentam para controlar uma rede internacional • práticas de negócios no exterior • Três tópicos principais • Explicação dos fluxos de IDE (pós-II Guerra) • Existência, estratégia e organização das EMNs (1970-1990) • Desenvolvimento da internacionalização da firma (1980-2000) • A fase atual caracteriza-se pela ausência de uma grande questão empírica • F & A • Gestão do conhecimento • Conceito de globalização • Papel das ONGs • Estudos de determinados países (China , Índia)

Evolução do campo teórico de NI e GI

Três paradigmas • Extensão • Considera negócios internacionais como extensão da atividade da firma através de fronteiras nacionais.

• O foco é ajustamento e adaptação das atividades em virtude das diferenças entre os ambientes dos países de origem e destino das EMNs.

• Enfatiza as limitações culturais dos negócios em outros ambientes (cultura, econômico, legal e político) • A firma é o objeto de análise • As questão que orienta a pesquisa são as da firma doméstica, como finanças e marketing

Evolução do campo teórico de NI e GI

Três paradigmas • Gestão transfronteiras • Está centrado nos problemas causados pelos movimentos de produtos e capitais através de fronteiras nacionais e pela necessidade de monitorar, coordenar e integrar operações e atividades existentes em mais de um país.

• Apresenta negócios internacionais com distintos de negócios nacionais • Aborda o desafio das enfrentado pelas organizações quando operam em diversos países ao mesmo tempo.

• Sugere que a firma como unidade central de análise deve ser substituída por uma visão hierárquica, com múltiplos níveis de análise.

• O fundamental é alterar o foco da investigação da firma para os processos de negócios.

Evolução do campo teórico de NI e GI

Três paradigmas • Interação emergente • NI é apresentado como um processo hierárquico, com múltiplos níveis de análise, resultante da interação de dois ou mais processos de negócios de múltiplos e que estão socialmente enraizados.

• Segundo essa abordagem tanto a disciplina da economia quanto a antropologia, história, economia política e sociologia podem contribuir para a compreensão do fenômeno dos negócios internacionais e também dos processos nacionais de negócios.

• Implicações: • intensifica a natureza multidisciplinar de NI • refuta a visão econômica de negócios separados da sociedade • modifica a relação de NI com outros campos de multidisciplinar para interdisciplinar • envolve múltiplos níveis de análise (suprasocietal, societal, indústrias, firmas, grupos, indivíduos)

Abordagens Teóricas

• Internacionalização da produção pode ocorrer por meio de: • Comércio internacional Internalização da produção • Investimento Externo Direto • Relação contratual Externalização da produção • Deslocamento pessoal dos consumidores e produtores (pessoa natural).

Internacionalização da produção

A natureza das multinacionais

1.

Definição: empresas oligopolísticas cuja propriedade, administração, produção e atividade de comercialização se estendem por várias jurisdições nacionais.

2.

Objetivo principal : garantir a produção ao menor custo de bens destinados aos mercados locais/mundiais, baseando-se na existência de alguma vantagem competitiva com relação às empresas locais.

A natureza das multinacionais

1.

Outros objetivos:      Preempção de mercados Acesso a mercados em expansão e relativamente fechados Acesso a fontes de matérias-primas estratégicas (petróleo, minérios) Acesso a novas tecnologias Explorar economias de escala/escopo

A natureza das multinacionais

1.

Estratégia de localização: aquisição dos locais mais eficientes para suas instalações produtivas ou mediante concessões tributárias dos países hospedeiros.

2.

Financiamento: Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e/ou financiamento do país hospedeiro.

A natureza das multinacionais

Variáveis que afetam as opções de localização (positiva ou negativamente) • • • • • • • • • Recursos específicos do país Qualidade e preço dos insumos Qualidade das infra-estruturas e externalidades (P&D, etc.) Custos de transporte e de comunicação Distância psicológica (língua, cultura, etc.) Política comercial (barreiras tarifárias e não-tarifárias, contingenciamento) Ameaças protecionistas Política industrial, tecnológica, social Subvenções e incentivos para atrair as companhias

A natureza das multinacionais

1.

Tipos mais comuns de IDE:    Investimentos industriais Investimentos nas indústrias extrativas Investimentos no setor de serviços 2.

Fatores de expansão:   Compressão do tempo e do espaço em razão dos aperfeiçoamentos nos transportes e comunicações.

Políticas governamentais favoráveis às multinacionais e ambiente internacional propício.

A natureza das multinacionais

Fonte: L’Altas – Le Monde Diplomatique (2006)

A natureza das multinacionais

Fonte: L’Altas – Le Monde Diplomatique (2006)

Abordagens Teóricas

  Abordagem econômica  enfoca a organização da produção, do investimento e comércio internacional  se concentra em agregados macroeconômicos, organização industrial e fenômenos microeconômicos considerados altamente objetivos Abordagem organizacional   enfoca o comportamento organizacional dentro da firma para enfrentar o mercado internacional.

o comportamento organizacional e o tomador de decisão constituem o enfoque de uma teoria que lida com variáveis mais subjetivas

Abordagens Teóricas

Há um crescente esforço de integração entre as duas visões: • •  a abordagem do comportamento organizacional desenvolve se com grande sucesso, mas carece de uma visão “internacionalista”.

“A função do carteiro é entregar cartas, qualquer que seja a cor de seu uniforme”

o teóricos das teorias econômicas de negócios internacionais percebem a importância de aspectos institucionais e culturais relacionados a práticas gerenciais/operativas para o sucesso do processo de internacionalização da empresa.

    

Abordagens econômicas

Teoria do Investimento em Portfólio (a visão neoclássica).

Teoria do Ciclo do Produto – Raymond Vernon (1966, 1979).

Teoria do Poder de Mercado – Stephen Hymer (1976).

Teoria da internalização – Buckley & Casson com base em Coase (1937) e Willianson (1975).

O quadro de referência eclético OLI de Dunning.

Teoria do Investimento de Portfólio

• Movimentos internacionais de capitais são determinados pelos diferenciais de taxas de juros e rentabilidade.

• Comércio internacional responde a diferenças nos preços relativos dos bens entre países.

• Movimentos internacionais de fatores é determinado por diferenças absolutas nos preços dos fatores.

Teoria do Investimento de Portfólio

• O capital que se movimenta o faz como resposta a diferenças absolutas nas taxas de juros ou de rentabilidade • Investimento internacional é função direta do diferencial de taxas de remuneração do capital entre os países.

Teoria do Ciclo do Produto

• Investimentos horizontalmente integrados • produção do mesmo produto em diversos locais • Todo produto se desenvolve em três fases: 1.

fase de introdução

2.

fase do desenvolvimento

3.

fase madura, da padronização

Teoria do Ciclo do Produto

1.

fase de introdução  produção tende a localizar-se nos países mais avançados industrialmente em razão do grande mercado interno (a demanda) e dos recursos devotados à inovação (oferta).

 as empresas tendem a gozar de uma posição monopolística, decorrente da tecnologia que detêm.

Teoria do Ciclo do Produto

2. fase de desenvolvimento  com o tempo, o crescimento dessa demanda, a difusão da tecnologia utilizada por competidores tornam factível e mesmo necessário produzir no exterior.

 nessa segunda fase, os processos de manufatura continuam a ser aperfeiçoados, o

locus

da produção tende a deslocar se para outros países industrializados.

Teoria do Ciclo do Produto

3. fase de padronização  a padronização do processo industrial possibilita o deslocamento da produção para os países menos desenvolvidos, cuja vantagem comparativa é representada pelo menor custo da mão-de-obra.

 Dessas plataformas de exportação o produto acabado ou os seus componentes são exportados pra os mercados mundiais.

 Esse comércio intra-firma passou a ser uma característica importante da economia mundial contemporânea.

Teoria do Ciclo do Produto

Aspectos importantes que a teoria do ciclo do produto ajuda a explicar    o peso das empresas multinacionais e da competição oligopolista.

O papel do desenvolvimento e da difusão da tecnologia industrial como fatores importantes do comércio e da localização global das atividades econômicas.

Integração do comércio e da produção no exterior na estratégia das empresas.

Teoria do Ciclo do Produto

Mudanças ocorridas que alteram o ciclo do produto:     aceleração das taxas de inovação e difusão tecnológicas aumento da importância competitiva da inovação produção internacional tornou-se elemento importante das estratégias empresariais combinação de produtos e técnicas de produção altamente padronizados com a existência de mão-de-obra relativamente barata fez com as novas economias em desenvolvimento (os chamados mercados emergentes) passassem a ser fonte significativa de produtos industriais e seus componentes.

Teoria do Ciclo do Produto

• Limitações da teoria do ciclo do produto levaram a um esforço para desenvolver uma teoria das multinacionais e do investimento direto externo direto mais ampla e abrangente: a Teoria do Poder de Mercado • O trabalho pioneiro a tese de doutorado de Stephen Hymer no MIT em 1960 (publicada apenas em 1976)

Teoria do Poder de Mercado

 “Fazer negócios no exterior” implica outros custos para a firma além de simplesmente a exportação a partir das suas fábricas instaladas no país.

 Por isso a firma precisa ter alguma “vantagem compensatória específica”, tal como o desenvolvimento da sua capacitação tecnológica ou gerencial ou economias de escala, que lhe permitam obter “renda de monopólio” com as operações no exterior.

Teoria do Poder de Mercado

• Segundo Hymer, as empresas engajam-se em operações externas por três razões: • Vantagens que as firmas do país receptor não têm (vantagem específica).

• Antecipar-se à competição (investimento defensivo) • Reduzir riscos por meio da diversificação em termos de número de mercados em que a firma tem atividades (diversificação geográfica de risco)

Teoria do Poder de Mercado

• Enquanto para a teoria do investimento em portfólio o investimento internacional é determinado pelo diferencial das taxas de retorno, para Hymer, a determinação teórica do investimento externo deve ser tratada não somente em termos de diferenças de atributos entre países (fatores de produção e, portanto, remuneração), mas também, e principalmente, das diferenças existentes entre as empresas dos diferentes países.

• fatores locacionais (fatores produtivos) • fatores específicos à propriedade (tecnologia, escala, etc.)

Teoria do Poder de Mercado

 A expansão da forma vertical de empresa multinacional implicam: • internalização ou integração vertical das várias fases do negócio, para reduzir custos de transação.

• produção e exploração do conhecimento técnico.

• oportunidade de expandir-se no exterior viabilizada pela melhoria das comunicações e dos transportes.

Teoria do Poder de Mercado O resultado da internacionalização do processo produtivo tem sido a rápida expansão do comércio intra firma.

Teoria da Internalização

 O limite de expansão da firma é quando os custos de estruturar mais uma transação dentro da firma se tornam iguais se tornam iguais ao custo de usar as trocas de mercado.

 Se os custos de mercado são maiores do que o custo de organizar outra firma, a escolha para expansão da firma é organizar uma nova firma.

Teoria da Internalização

 Um elemento importante da teoria é a questão da integração vertical e horizontal: • A firma procura a integração vertical para vencer barreiras de entrada e evita incertezas de mercado, e esta é uma reação a preços não-competitivos.

• Ela também procura a integração horizontal para usar economias de escala para gerar novos conhecimentos.

Teoria da Internalização

 A firma (em oposição ao mercado): • • • • ajuda a controlar os custos envolvidos no mecanismo de preços (preços de transferência).

diminui a incerteza dominante no sistema econômico.

permite a divisão do trabalho por meio da supervisão qualificada.

melhora os resultados da experimentação e da

tentativa e erro.

Teoria da Internalização

 A idéia fundamental dessa teoria é que a troca administrada pelo grupo (empresa) envolve custos de transação menores do que a troca de mercado, incrementando a eficiência do grupo.

 Nessa teoria, o arranjo institucional adequado de cooperação entre as partes envolvidas na troca comercial/industrial é o da estrutura organizacional das multinacionais globalmente integradas na qual o controle é centralizado e hierárquico.

Teoria da Internalização

Vantagens decorrentes da internalização • • • • • • • Economia de transação na aquisição dos insumos (inclusive tecnologia) Redução da incerteza Maior proteção da tecnologia Acesso à sinergias próprias das atividades independentes Controle das iniciativas Possibilidade de evitar ou explorar medidas governamentais (especialmente fiscais) Possibilidade de praticar manipulação de preços de transferência, fixação de preços predatórios, etc.

O quadro de referência eclético de Dunning

 O conceito de paradigma eclético foi desenvolvido na década de 1970 por John Dunning, que tinha por objetivo delinear uma explicação ampla para a teoria da produção internacional da firma, com o auxílio de diversos ramos da teoria econômica.

O quadro de referência eclético de Dunning

 Basicamente, o paradigma eclético explica que a firma, quando decide iniciar uma produção internacional, deve possuir alguma vantagem diferencial sobre seus competidores.

 De posse dessa vantagem, a firma ira internalizar a produção se perceber que essa é a melhor solução, em vez de ceder seus direitos a outras firmas.

 Finalmente, deve haver um interesse econômico em localizar a produção em mercados estrangeiros, de modo a capturar os benefícios econômicos existentes em diferentes localidades.

O quadro de referência eclético de Dunning

 Essas são as três colunas do paradigma eclético (OLI): • vantagem específica do proprietário (

ownership specific advantage – O)

• variáveis específicas de localização (

location specific variables – L)

• internalização (

internalization – I)

O quadro de referência eclético de Dunning

• A idéia subjacente ao modelo OLI (

ownership, localization, internalization

) é que a decisão de produção no exterior exercida por um empresa tem sentido em função das economias de localização no exterior e das diferenças entre as empresas estrangeiras e domésticas, havidas antes do investimento.

O quadro de referência eclético de Dunning

Variáveis que afetam as opções de localização (positiva ou negativamente) • • • • • • • • • Recursos específicos do país Qualidade e preço dos insumos Qualidade das infra-estruturas e externalidades (P&D, etc.) Custos de transporte e de comunicação Distância psicológica (língua, cultura, etc.) Política comercial (barreiras tarifárias e não-tarifárias, contingenciamento) Ameaças protecionistas Política industrial, tecnológica, social Subvenções e incentivos para atrair as companhias

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  A escola de Uppsala preconiza que as empresas tendem a internacionalizar para países psiquicamente próximos ao seu país de origem e a adotar uma seqüência de estágios em que vão gradualmente aumentando gradualmente o comprometimento de recursos, isto é, o volume e a irreversibilidade no exterior.

Abordagem organizacional (a escola de Uppsala) Fonte: Hemais, 2004, V.I, p.84

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  Esse modelo enfatiza o aumento da internacionalização por meio da aquisição, integração e uso do conhecimento de mercados externos.

 A firma internacional é uma organização caracterizada por processos baseados em aprendizagem e apresenta uma complexa e difusa estrutura quanto a recursos, competências e influências.

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  O limite de crescimento da firma está associado aos seus recursos humanos e à aquisição de conhecimento coletivo, que seria um processo evolutivo, conseqüência da experiência direta dos funcionários.

 Uma das idéias centrais da teoria comportamental da firma ampliada para os estudos de internacionalização da firma, é a de que os gerentes evitam riscos e não tomam decisões arriscadas voluntariamente.

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  Quanto mais longe da matriz, maior é a incerteza.

 Essa distância não se mede somente em quilômetros, mas também pelas diferenças culturais, econômicas, tecnológicas e educacionais entre os países de origem e os de operação.

 Essa diferença é chamada de psíquica e quanto maior essa diferença, maior a incerteza.

 Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala) O processo de internacionalização da firma se dá em duas etapas:  A primeira ocorre por meio de operações no exterior iniciadas em países próximos; a expansão da operação ocorre de forma gradual para regiões mais distantes.

 A segunda define a entrada no mercado estrangeiro por meio de exportação, raramente começando o processo de internacionalização com a firma implantando unidades de venda no exterior ou subsidiárias. Em geral, o investimento em subsidiárias só ocorre depois de anos exportando para o mesmo local.

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)

O pensamento da Escola de Uppsala evoluiu até chegar na questão de redes de relacionamento (

networks),

seja na esfera industrial ou no relacionamento existente entre firmas e mercados internacionais.

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  Há uma diferença entre o modelo tradicional e esse processo evolutivo de redes de relacionamento: o padrão heterogêneo de oportunidade de entrada.

 modelo tradicional: padronização do modo e dos motivos de internacionalização das firmas.

 modelo evolutivo: a heterogeneidade motivaria a firma a escolher mercados e estratégias de entrada que poderiam ser diferentes do modelo tradicional, e os relacionamentos (pessoais ou de negócios) poderiam ser usados como pontes para entrada em outras

networks.

Abordagem organizacional (a Escola de Uppsala)  Nesse modelo, o processo de internacionalização aceita múltiplos modos de entrada, com exportação, licenciamento, subsidiárias de vendas, subsidiárias de produção, instalação de fábricas, gestão de contratos e

joint-venture.

(heterarquia organizacional).

 As multinacionais organizam suas atividades para influenciar atores políticos nos países estrangeiros (os legisladores, por exemplo), incorporando assim a gestão desses atores externos à

network

dos negócios.

Abordagem Cultural

 Cultura é um mecanismo de diferenciação e integração.

 O caráter multinacional das corporações cria uma complexidade cultural, ocasionando conflitos e confusões que fazem parte da interação entre indivíduos e grupos, e estes não possuem os mesmo códigos culturais.

 A diversidade cultural também pode ser uma vantagem para a corporação.

    

Abordagem Cultural

A multinacionais possuem uma marca cultural, que se refere à sociedade de origem.

Quanto maior o poder econômico dessa sociedade, mais óbvia é a marca.

Corporações com sede em países menores são menos etnocêntricas, e o fluxo de integração cultural pode ser mais simétrico e recíproco.

Os dois modelos – homogeneização e resistência cultural – se interpenetram.

Um organização com cultura própria pode inspirar lealdade e tender à homogeneização das subsidiárias

Abordagem da Barganha

 A área de Negociações Internacionais (que é uma sub área das Relações Internacionais) dedica-se a estudar atividades de negócios que atravessam fronteiras nacionais e, por essa razão, se preocupa com as firmas que realizam esses negócios e com as regulações dos governos nacionais, bem como as regulações internacionais no âmbito de organizações supra-nacionais como a OMC  Em Negociações Internacionais a intervenção do governo deve ser a questão central e, portanto, a relação entre governos e firmas multinacionais.

Vantagens para o país hospedeiro

• Acesso a tecnologias e técnicas de gerenciamento superiores • • Aumento da produção local e geração de empregos Demanda de insumos locais • Economias que possuem grandes mercados locais, um oferta abundante de mão-de-obra qualificada, boa infra-estrutura de comunicações e recursos naturais valiosos e abundantes (como petróleo, por exemplo) estão em melhor condição de barganhar e maximizar as concessões dos investidores estrangeiros do que aquelas cuja única vantagem comparativa é a existência de mão-de-obra barata.

Desvantagens para o país hospedeiro

• Possibilidade de se beneficiar por possuir alguma vantagem diferencial sobre as empresas competidoras locais: • Superioridade tecnológica, gerencial e de marketing • Acesso privilegiado a informações • Acesso privilegiado a determinados insumos sobre os quais tenha domínio na cadeia produtiva mundial • Acesso a maiores volumes de capital • Falta de interesse em transferir para as empresas locais conhecimentos e capacitação tecnológica.

• Falta de interesse em localizar fora dos países de origem as atividades que exijam tecnologia e capacidade gerencial mais avançadas.

Vantagens para o país de origem

• Aumento do lucro de matrizes, que podem ser utilizados para expandir o investimento doméstico em atividades que gerem alto valor agregado e sejam intensivas em tecnologia e capacidade gerencial.

• Acesso a novas tecnologias.

• Em uma economia globalizada, empresas multinacionais domésticas podem ser os únicos agentes capazes de sustentar a competição local e internacional na produção de bens de alto valor agregado e conteúdo tecnológico, tanto no mercado externo, quanto no mercado local.

Desvantagens para o país de origem

• Capacidade de mover-se, dentro de certos limites, para locais onde o custo de produção lhes seja mais favorável, o que pode implicar em fechamento de fábricas e dispensa de trabalhadores.

• As desvantagens para os países de origem são muito relativas.

Relações governo-empresa multinacional e diplomacia triangular

• As mudanças na economia global aumentaram a interdependência econômica e alteraram o relacionamento entre Estados e empresas multinacionais: • mudança tecnológica nos transportes e comunicações, permitindo a organização e o gerenciamento global dos sistemas industriais e de distribuição, reduzindo significativamente os custos da globalização dos serviços e dos setores de produção.

• desregulamentação dos mercados financeiros e outros serviços, facilitando o IDE.

Relações governo-empresa multinacional e diplomacia triangular

• mudanças nos métodos de produção e de organização industrial, “fordismo” para o operação das empresas em escala global, por meio de redes de alianças corporativas, como as sub-contratações, licenciamento e os acordos de produção (terceirização da produção).

“toytismo” facilitam o joint-ventures, • num contexto onde a mudança tecnológica se acelerou e os recursos financeiros são mais voláteis, os ativos que atraíam IED para os países em desenvolvimento (matéria prima e mão-de-obra) vão perdendo seu valor.

Relações governo-empresa multinacional e diplomacia triangular

• A maioria dos governos dos países em desenvolvimento entende que, sem atrair IED, será muito difícil obter acesso a capital, tecnologia e mercado internacional.

• Na relação de barganha que se estabelece entre as multinacionais e os governos nacionais, cada lado tenta extrair o máximo de vantagens e concessões da outra parte.

• Há um padrão de negociação chamado “padrão de barganha obsolescente”, em que a empresa se encontra em posição mais forte antes de investir e consegue extrair o máximo de concessões, mas perde esse poder depois do investimento ter sido feito na economia hospedeira.

Relações governo-empresa multinacional e diplomacia triangular

• Estados competem mais por geração de riqueza dentro do próprio território do que por poder no sistema internacional.

• O surgimento de novas formas de competição global influencia a forma como os Estados nacionais competem por riqueza.

• Países pequenos e menos desenvolvidos enfrentam barreiras para ter acesso às indústrias sujeitas à competição global.

• As mudanças anteriores deram origem à “diplomacia triangular”: estados e multinacionais passam a negociar entre si.

• As novas dimensões diplomáticas ampliaram as opções políticas e administrativas tanto dos governos quanto das firmas.

• Tais mudanças mudaram os resultados da nova diplomacia.

Relações governo-empresa multinacional e diplomacia triangular

Fonte: Guedes, A. L. 2007, p.85

Políticas Nacionais e Estratégias das Multinacionais

• Estratégias industriais são planos do governo para alocar recursos, com a intenção de atingir objetivos econômicos nacionais a longo prazo, inclusive crescimento e competitividade internacional.

• A estratégia industrial afeta a estratégia das multinacionais quando faz com que firmas se desviem dos seus critérios estratégicos pré estabelecidos.

Políticas Nacionais e Estratégias das Multinacionais

• Os parâmetros que norteiam as estratégias do governo e das multinacionais são: • a especificidade dos instrumentos utilizados pelos estado (políticas horizontais e verticais) • os graus de liberdade que os governos têm para introduzir políticas consistentes com seus objetivos.

• as escolhas estratégicas das firmas dadas as capacidades do Estado.

Bibliografia

CHESNAIS, F. A Mundialização do Capital. São Paulo: Editora Xama, 1996.

GILPIN, R. A Economia Política das Relações Internacionais. Brasília: Editora UNB, 2002.

GUEDES, A. L. Negócios Internacionais. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

GUEDES, A. L. Negócios intenacionais e gestão internacional:evolução do campo teórico. In OLIVEIRA JÚNIOR, M. A. (ORG.) Multinacionais Brasileiras. Internacionalização, Inovação e Estratégia Global. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 21-38.

HEMAIS, C. (org). O Desafio dos Mercados Externos. Rio de Janeiro: Mauad, 2005.