Felizmente Há Luar!

Download Report

Transcript Felizmente Há Luar!

Contextualização Histórica da Obra
FELIZMENTE HÁ LUAR!
de Luís de Sttau Monteiro
Introdução
“Felizmente
Há Luar!” tem como cenário o
ambiente político dos inícios do século XIX: em
1817, uma conspiração, encabeçada por Gomes
Freire de Andrade, que pretendia o regresso do
Brasil do rei D. João VI e que se manifestava
contrária à presença inglesa dirigida pelo General
Beresford, foi descoberta e reprimida com muita
severidade: os conspiradores, acusados de traição à
pátria, foram queimados publicamente após a
morte e Lisboa foi convidada a assistir.
Introdução
Luís de Sttau Monteiro marca uma posição, pelo
conteúdo fortemente ideológico, e denuncia a opressão
vivida na época em que escreve a obra, em 1961,
precisamente sob a ditadura de Salazar. Sttau Monteiro,
também ele perseguido pela PIDE, denuncia assim a
situação portuguesa, durante o regime de Salazar. O
recurso à distanciação histórica e à descrição das
injustiças praticadas no século XIX em que decorre a
acção permitiu-lhe, assim, colocar também em destaque
as injustiças do seu tempo e a necessidade de lutar pela
liberdade. Em “Felizmente Há Luar!” percebe-se,
facilmente, que a História serve de pretexto para uma
reflexão sobre os anos 60, do século XX.
Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60
Tempo da História
- século XIX – 1817;
Tempo da escrita
- século XX – 1961;
- Agitação social que levou à
Revolução Liberal de 1820 –
conspirações internas;
- Revolta contra a presença da
Corte no Brasil e influência do
exército britânico;
- Agitação social dos anos 60 –
conspirações internas; início da
guerra colonial;
- Regime absolutista e tirânico;
- Regime ditatorial de Salazar;
Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60
Tempo da História
- Classes sociais
hierarquizadas;
Tempo da escrita
fortemente
Maior
desigualdade
abastados e pobres;
entre
- Classes dominantes com medo
de perder privilégios;
- Classes exploradas, com reforço
do seu poder;
- Povo oprimido e resignado;
- Povo reprimido e explorado;
- A “miséria,
ignorância”;
o
medo
e
a
- Miséria, medo e analfabetismo;
Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60
Tempo da História
Tempo da escrita
- Obscurantismo, mas “felizmente
há luar”;
- Obscurantismo, mas crença
nas mudanças;
- Luta contra a opressão do
regime absolutista que dá lugar ao
regime liberal;
- Luta contra o regime totalitário e
ditatorial, que dá lugar à
democracia;
- Manuel, “o mais consciente dos
populares”, denuncia a opressão
e a miséria;
- Agitação social e política com
militares
antifascistas
a
protestarem;
- Perseguições dos agentes de
Beresford;
- Perseguições da PIDE;
Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60
Tempo da História
Tempo da escrita
- As denúncias de Vicente,
Andrade
Corvo
e
Morais
Sarmento - hipócritas e sem
escrúpulos;
- Censura à imprensa;
- Censura;
Severa
repressão
conspiradores;
Denúncias
dos
chamados
“bufos”, que surgem na sombra e
se
disfarçam,
para
colher
informações e denunciar;
dos
- Prisão e duras medidas de
repressão e de tortura;
- Processos sumários e pena de
morte;
- Condenação em processos
sem provas;
- Execução do General
Gomes Freire entre outros.
- Assassínio de Humberto
Delgado.
Conclusão
Com este trabalho concluímos que a história desta peça
passa-se após a revolução francesa, em 1789.
Em “Felizmente Há Luar!” há um paralelismo metafórico. É um
texto entre dois contextos, relativo a dois tempos - o passado e o
presente- estando aquele ao serviço deste. Trata-se de uma
metáfora, no sentido em que muitas das situações apresentadas
no seu contexto oitocentista se podem transpor para o tempo da
escrita e da representação, as décadas de 50 e 60 do século XX.
Pode ser considerado uma metáfora do seu próprio tempo,
metáfora didáctica que apela à razão para que através desta se
atinja uma consciência social e política, uma vez que o dramaturgo
pretendia denunciar a opressão vivida em ambos os regimes com
o objectivo de atingir a liberdade e a democracia.
Trabalho elaborado
por:
•Filipa R.
•Joana C.
•Tiago G.
•Vanessa B.