Metodologias_para_Restauracao_Ambiental_2010

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METODOLOGIAS PARA
RESTAURAÇÃO AMBIENTAL
Prof. D.Sc. Marcos Vinicius Winckler Caldeira
Silvicultura - DEF/CCA/UFES
[email protected]
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº
17 DE 06 DE DEZEMBRO DE
2006
Finalidade
instituir
Termo
de
Referência com objetivo de estabelecer
critérios técnicos básicos, fornecendo
subsídios necessários para a elaboração
de Planos de Recuperação de Áreas
Degradadas – PRAD, voltados a projetos
de restauração e conservação da
diversidade biológica
Área degradada - áreas que sofreram
interferências capaz de modificar as
condições
ambientais
naturais,
eliminando ou não os meios bióticos de
regeneração
Recuperação - restituição de um
ecossistema ou de uma população
silvestre degradada a uma condição não
degradada, que pode ser diferente de
sua condição original
Reabilitação - conjunto de tratamentos
que buscam a recuperação de uma ou
mais funções do ecossistema, que
podem ser econômicas e/ou ambientais
Restauração - restituição de um
ecossistema ou de uma população
silvestre degradada o mais próximo
possível da sua condição original, em
fisionomia, composição, estrutura e
funcionamento
Definição da Metodologia
Antes
de definir
utilizada, deve-se:
a
metodologia
a) proceder à avaliação dos fatores de
degradação
e
do
potencial
autoregenerativo das áreas,
obtido
pelo
histórico
de
uso
proximidade da fonte de propágulos
e
Escolha do
Modelo de
Restauração
Grau de
Degradação
Histórico da
Área
Objetivo da
Restauração
Plântulas de
Espécies
Pioneiras
Recursos
Financeiros
Disponibilidade
de Sementes e
Mudas
Máquinas e
Implementos
Agrícolas
Banco de
Sementes no
Local
A restauração deve ter como base os processos
naturais de recuperação e regeneração natural
Sistemas de
Restauração
Condução da
Regeneração
Plantio por
Sementes
Natural
Adensamento
Plantio de Ilhas
Eu uma área
podem ser
Enriquecimento
Implantação/
Reflorestamento
Nativas
Usados Sistemas
Diferentes
Condução da Regeneração Natural
Locais pouco perturbados
Ambientes alterados que mantêm
suas características bióticas (flora e
fauna) – condições de autoperpetuação
banco de sementes
banco de plântulas
chuva de sementes
rebrota
A
existência
de
remanescentes
florestais próximos a esses locais é
obrigatória
Presença
de
dispersores
(insetos,
aves); boas condições edáficas e
microclimáticas são fundamentais para
o estabelecimento de plântulas
As áreas devem ser isoladas dos
possíveis
fatores
de
perturbação
(construção de cercas e aceiros)
para que os processos naturais de
sucessão possam continuar atuando,
recuperando e mantendo a condição de
floresta madura
Área
ocupadas
por
gramíneas
agressivas (colonião, brachuiária, etc)
apresentam
baixo
potencial
de
regeneração natural
Processo mais econômico, porém o mais lento
na restauração de áreas degradadas
Forte presença de cipós, que devem ser manejados para
condução da regeneração natural. Fonte: São Paulo, SMA
(2004).
Plantio por Sementes
Indicado para áreas montanhosas, de
difícil acesso ou qualquer intervenção no
solo seja problemática
Plantio com espécies pioneiras em
áreas degradadas em SP (semeadura
direta),
em diferentes tipos de solos
mostrou viável, sendo uma alternativa
econômica de recuperação
Grande benefício dessa estratégia – baixo
custo
Percentual de recrutamento de mudas 10 a
15% do total semeado
O plantio de sementes pode ser utilizado
a)introduzir espécies pioneiras e secundárias
iniciais em áreas sem cobertura florestal
b)introduzir
espécies
não
pioneiras
(secundárias tardias e climácicas) no
enriquecimento de florestas secundárias
Para a semeadura direta podem ser utilizadas
sementes peletizadas, ou seja, recobertas por um
material (adesivos, fungos micorrízicos, bactérias
fixadoras de N, etc)
Enriquecimento
Deve ser usado em áreas que estão
num
estádio
intermediário
de
perturbação, ainda mantendo algumas
das
características
das
formações
florestais típicas daquela situação
Consiste em acrescentar mudas de
espécies secundárias e tardias para
acelerar a recuperação de áreas de
capoeira
enriquecimento em faixas
enriquecimento
em
ilhas
de
diversidade
Plantio de enriquecimento mediante
abertura manual de covas. Fonte: São
Paulo, SMA (2004).
Plantio
de Croton urucurana com
característica de copa rala pode exigir
plantio
de
adensamento
ou
enriquecimento. Fonte: São Paulo,
SMA (2004).
Final do ciclo de vida das espécies pioneiras, com alta
reinfestação de gramínea dominando o sub-bosque,
pode exigir plantio de enriquecimento. Fonte: São
Paulo, SMA (2004).
Enriquecimento
Passiveis
de
exploração
controlada (nativas/exóticas)
frutíferas perenes
madeireiras
medicinais
resiníferas
melíferas
Enriquecimento
Caracteriza
como
um
tipo
de
implantação,
porém,
sem
definir
espaçamento e alinhamemto
As
mudas
em
regeneração
e
introduzidas devem receber tratos
culturais (controle de formiga, plantas
invasoras)
Plantio de enriquecimento – plantio de mudas entre vegetação já
existente.
Adensamento versus Plantio
Adensado
Adensamento – plantio de mudas das
mesmas espécies já existentes na floresta,
aumentando apenas a quantidade de
indivíduos que a compõem
Plantio Adensado – indicado para
recuperar de áreas muito degradadas com
infestação de gramíneas agressivas
linhas de espécies pioneiras e não
pioneiras
Plantio
de
Croton
urucurana
com
característica de copa
rala pode exigir plantio
de
adensamento
ou
enriquecimento. Fonte:
São Paulo, SMA (2004).
 Áreas que não
regeneradas
foram
totalmente
 Geralmente é feito com mudas
 Semeadura direta
Plantio em Ilhas _Formação de
Ilhas de Vegetação
São pequenos fragmentos de árvores
isoladas ou em grupos
Usar espécies que atraem animais, em
especial frugívoros
Importante na expansão da vegetação,
pelo fornecimento de sementes e por
fornecer abrigo e alimentação para a
fauna dispersora de propágulos
Considerações
Representa um modelo de RAD de mais
baixo custo, mas ao mesmo tempo tende
a ser mais lento
 As espécies utilizadas para a formação
dessas ilhas devem apresentar:
a) produção continua de sementes
b) grande quantidade de sementes
c) espécies que sejam atrativas
para a fauna
d)
dispersão
anemocorias
e
zoocóricas
Exemplos
a)Plantio de espécies pioneiras e não
pioneiras, em ilhas
b)Plantio de espécies não pioneiras em
ilhas e espécies pioneiras em área total
Implantação Florestal ou
Reflorestamento Heterogêneo
Plantar espécies segundo suas áreas de
ocorrência
natural
e
plantá-las
respeitando os processos naturais de
sucessão secundária, ou seja,
com uma combinação de grande
número pioneiras e não pioneiras
OBJETIVO
Dar origem à condições que permitam
que a área degradada recupere suas
características
de
floresta
original,
criando
uma
nova
floresta
com
características estruturais e funcionais
próximas as das florestas naturais
Metodologia a ser usado em áreas
fortemente perturbadas
Normalmente usado em áreas cuja
floresta original foi substituída por
alguma
atividade,
por
exemplo,
agropastoril
Utilizado também as áreas mineradas,
em que não apenas a vegetação foi
retirada, mas também o solo ou mesmo
o subsolo, tornando os problemas de
recuperação muito complexos, onerosos
e de difícil solução
Nesse sistema, todas as espécies
florestais são introduzidas de forma
simultânea,
mas
em
proporções
diferentes, em ordem decrescente:
espécies pioneiras
espécies secundárias iniciais
(oportunistas)
espécies secundárias tardias
(tolerantes)
climácicas
Linhas de espécies pioneiras alternadas
com linhas de espécies não pioneiras
Fonte: Crestana (2006).
Espécies pioneiras e espécies não
pioneiras alternadas na mesma linha
Fonte: Crestana (2006).
Espécies pioneiras (de copa densa e copa
rala), secundárias (mais e menos
exigentes em luz) e clímax
Fonte: Crestana (2006).
Linhas de preenchimento e linhas de
diversidade
Fonte: Crestana (2006).
Plantio com dois anos. Fonte: São
Paulo, SMA (2004).
Plantio com dois anos. Roçadas
mecanizadas nas ruas e capina
manual na linha. Fonte: São Paulo,
SMA (2004).
Plantio aleatório (sem alinhamento entre grupos sucessionais)
considerando 50% pioneiras, 25% secundárias e 25% climácicas,
com preparo mecanizado. Gradagem (incorporação de palha), mudas
em tubetes. Fonte: São Paulo, SMA (2004).
Situação antes das operações de
roçada e coroamentos. Fonte: São
Paulo, SMA (2004).
Muda com competição com gramíneas.
Fonte: São Paulo, SMA (2004).
Equipe de manutenção realizando
roçada manual com equipamento
motorizado. São Paulo, SMA (2004).
Necessidade
de
coroamento
e
adubação
de
cobertura.
Folhas
indicam falta de nitrogênio. Fonte:
São Paulo, SMA (2004).
Necessidade
de
adubação
cobertura. Fonte: São Paulo,
(2004).
de
SMA
Plantio com dois anos e meio. Inicio de
regeneração entre as linhas de plantio.
Fonte: São Paulo, SMA (2004).
Fechamento das copas; destaque para alta
diversidade no plantio. Fonte: São Paulo,
SMA (2004)
Plantio do Projeto Floresta de USP (parceria USP/
Fundação Florestal), Ribeirão Preto. Destaque da
produção de serapilheira. Fonte: São Paulo, SMA (2004).
Materiais Geotêxteis
Proporcionando melhores condições de fixação
dos elementos da revegetação (principalmente
sementes),
formando uma camada com condições
semelhantes às da camada superficial do solo,
promovendo
proteção
e
maior
estabilização da superfície a ser recuperada
São utilizados como suporte de substrato (fertilizantes e
matéria orgânica) e sementes, sendo fixado nos taludes
Os sacos permitem a revegetação em condições de taludes
cuja área é desprovida de propágulos, solo e cuja superfície é
bastante inclinada desfavorecendo o estabelecimento e o
desenvolvimento da vegetação
Telas vegetais: são fabricadas a partir de fibras vegetais,
palha agrícola, fibra de coco e fibras sintéticas
As telas vegetais protegem imediatamente o solo, até que a
revegetação se estabeleça
Geralmente são empregadas em taludes com declividade muito
acentuada, onde a revegetação por meio de mudas ou semeadura
direta é impraticável
A semeadura pode ser feita antes da colocação das telas vegetais,
que irá funcionar como fixador de sementes sobre a superfície da
área.
Camadas de ramos ou vassouras
São o ramos podados intercalados
entre camadas de solo
Objetivo- diminuir a velocidade de
escoamento da encosta
PRAD’s versus Gargalhos
1) qualidade das consultorias (?) apesar de ter
quantidades (se limitam ao planejamento,
ficando apenas visando o lucro fácil nas
dificuldades dos infratores desinformados);
2) ausência de profissionalismo para a execução
em campo (planejamento + execução +
monitoramento);
3) dificuldade em manejar ambiente com uso
antrópico
consolidado,
dificuldades
Legais
(APP), taludes mal dimensionados, falta de
conhecimento técnico em bioengenharia, etc;
4) as espécies que normalmente são utilizadas
com poucos critérios (Ecossistemas associados e
Fitofisionomias);
5) material genético (pouco estudado - falta
incentivo da pesquisa, acadêmica e da iniciativa
privada);
Obrigado!
Prof. D.Sc. Marcos Vinicius Winckler Caldeira
Silvicultura - DEF/CCA/UFES
[email protected]