HISTORIA - PROF. FERNANDO - Economia e sociedade canavieira

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Transcript HISTORIA - PROF. FERNANDO - Economia e sociedade canavieira

Economia e sociedade
canavieira
América Portuguesa
Introdução:
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Durante toda a fase colonial brasileira, houve sempre um
produto principal em torno do qual se organizava a maior
parte da economia exportadora. Ele era produzido em
grandes quantidades, tornando-se, assim, responsável pela
maior parte dos lucros que a metrópole obtinha com a
colonização. De certa forma, a ideia de uma única cultura
ser explorada pela maior parte dos colonos fazia parte da
política econômica colonial, que buscava, assim, exercer
um controle desse produto. A classe dominante colonial,
assim como a Coroa Portuguesa, dirigia-se sempre para o
comércio internacional e, quando um produto começava a
gerar mais lucros que outro, boa parte dos esforços se
voltava para a obtenção ou produção desse bem.
Introdução:
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Esse mecanismo aparentemente repetitivo levou muitos
historiadores a usarem a ideia de ciclo econômico para
estudar o período colonial. Haveria, dessa forma, uma
história do Brasil dividida da seguinte maneira: o ciclo do
pau-brasil ( século XVI), o da cana-de-açúcar (séculos XVI
e XVII) e mais tarde o da mineração (século XVIII).
É importante, contudo, observar que essa é uma maneira
simplificada de entender a história econômica da América
portuguesa, e não a história da América portuguesa como
um todo: ficando de lado tanto as outras atividades
agrícolas quanto a dimensão cultural e social do “novo
mundo”. Na realidade, mesmo quando uma determinada
atividade econômica deixava de ser mais lucrativa (e mais
explorada), ela não chegava a desaparecer completamente.
Foi isso que ocorreu com o pau-brasil, por exemplo,
figurando com destaque nas exportações da América
portuguesa até a segunda metade do século XIX.
Introdução:
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Não foi diferente com a economia da cana-deaçúcar. Mesmo durante o século XVIII, quando a
mineração passou a ser a atividade econômica
mais lucrativa, ela continuou existindo. Além
disso, na época em que a cana-de-açúcar era a
principal atividade econômica, cultivavam-se
também no Brasil o algodão e o fumo,
fundamentais para a manutenção de parte
significativa das relações comerciais da colônia
portuguesa (o fumo, por exemplo, era principal
produto no comércio com a África, de onde se
trazia mão-de-obra escrava).
A cana-de-açúcar
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A decisão pelo plantio da cana-de-açúcar na
América portuguesa obedecia ao plano do
governo de efetivar a colonização dessas terras e
evitar os ataques estrangeiros.
O plantio da cana-de-açúcar, nesse contexto, foi
escolhido por preencher dois requisitos
principais: 1- atendia às necessidades de
ocupação das terras americanas. 2- sendo um
produto caro, e de grande aceitação na Europa,
possibilitava grandes lucros a Portugal, que se
encontrava em grande crise econômica e não
tinha, por isso, como sustentar seu projeto
colonizador na América.
Cana-de-açúcar:
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A produção do açúcar era
uma novidade complexa,
que envolvia um grande
volume de recursos. Não
bastava plantar as mudas
de cana trazidas da Ásia e
da África, colher e enviálas a Portugal depois de
cultivadas. Inúmeras
atividades exigiam a
aplicação de imensos
capitais, tanto para a
compra de escravos como
para a compra dos
equipamentos dos
engenhos, onde se moía a
cana e se fabricava o
açúcar.
Cana-de-açúcar:
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Por compará-la com a extração do pau-brasil, atividade
econômica que a precedeu, muitos historiadores passaram
a denominar “empresa açucareira” a nova atividade
econômica. O cultivo de cana constituía uma espécie de
investimento, que não produzia lucros rapidamente: era
necessário esperar o período de plantio, da colheita, da
moagem e, finalmente, do fabrico do açúcar, para só então
obter algum retorno financeiro com a exportação do
produto para a Europa.
Tão dispendioso eram os gastos com a instalação dos
engenhos e com a compra de escravos que os colonos
portugueses associaram-se, por intermédio da própria
Coroa Portuguesa, aos comerciantes e investidores
holandeses. Esses holandeses financiavam a instalação da
“empresa açucareira” na colônia, em troca do direito de
comercialização do açúcar na Europa. Apesar dessa relação
de dependência entre o capital holandês e as primeiras
propriedades açucareiras, a América portuguesa
permanecia sujeita aos laços do pacto colonial com sua
metrópole, sendo toda a produção comercializada sob o
controle da Coroa portuguesa.
Uma produção voltada para fora:
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Toda a economia colonial buscava servir aos
interesses da metrópole, produzindo aquilo que
fosse mais rentável, nas maiores quantidades
possíveis. Por isso, o cultivo da cana-de-açúcar,
que foi a primeira experiência agrícola colonial a
servir a esse propósito, desenvolveu-se nas
imensas propriedades originadas das sesmarias
distribuídas pelos donatários e governadoresgerais. Por outro lado, o lugar onde a cana-deaçúcar encontrou ambiente mais favorável á sua
exploração comercial foi na região que hoje
identificamos como Nordeste brasileiro,
principalmente nas capitanias de Pernambuco e
Bahia. Ali, a cana-de-açúcar foi produzida pelo
sistema denominado plantation (latifúndio).
Uma produção voltada para fora:
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Um dos principais fatores
que contribuíram para a
transformação do Nordeste
da América portuguesa no
principal pólo açucareiro
foi o solo da região,
denominado massapê: solo
argiloso, muito propício ao
cultivo da cana, comum
em toda a faixa litorânea e
nas margens dos rios
daquela região.
Uma produção voltada para fora:
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As plantações de cana ocupavam extensas áreas
desmatadas. O núcleo central da propriedade era
a casa-grande, onde residia o proprietário e sua
família e onde se concentravam todas as
atividades administrativas. Nas proximidades da
casa-grande era construído o engenho, onde a
cana-de-açúcar era moída e o açúcar, produzido,
e a senzala, onde eram alojados os escravos. Em
meio a essas construções ficava a capela,
simbolizando a presença do poder católico na
colônia. Vários outros itens agrícolas essenciais
para a subsistência, como mandioca, milho,
feijão, etc., eram também cultivados: uma
pequena parte das terras, entretanto, era
destinada a essas atividades.
Uma produção voltada para fora:
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O engenho propriamente dito, onde se fabricava
o açúcar, era composto pela moenda, a casa das
caldeiras e a casa de purgar. Na moenda, a cana
era esmagada, extraindo-se o caldo; na casa das
caldeiras, esse caldo era engrossado ao fogo em
grandes tachos; finalmente, na casa de purgar, o
melaço de cana era colocado em formas de barro
para secar e alcançar o “ponto de açúcar”. Após
algum tempo, esses blocos eram desenformados
dando origem aos “pães de açúcar”, blocos duros
e escuros, semelhantes ao que hoje chamaríamos
de rapadura. Os “pães de açúcar” eram
quebrados e então encaixotados e enviados para
Portugal e, de lá, para a Holanda, onde passavam
por um processo de refino, ficando então pronto
o açúcar para a comercialização e consumo.
Auge da cana-de-açúcar:
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Durante o século XVI
e XVII, o Brasil
tornou-se o maior
produtor de açúcar do
mundo, gerando
imensas riquezas para
os senhores de
engenho, para
Portugal e, também,
para os holandeses.
Auge da cana-de-açúcar:
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Com os sucesso da atividade açucareira na
América portuguesa, a classe colonial dos
senhores de engenho do Nordeste passou a ter
mais capital, podendo importar da Europa desde
roupas e alimentos até louças e uma série de
objetos de decoração. Boa parte do capital
resultante da “empresa açucareira” era também
utilizada na importação de escravos, e parte
significativa dos lucros era partilhada entre
holandeses e portugueses, que comercializavam
o açúcar. Dessa maneira, quase toda a riqueza
gerada foi sendo transferida da colônia para as
áreas metropolitanas, como resultado das
condições impostas pelo pacto colonial.
As atividades complementares da
economia açucareira:
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A economia colonial se
voltava sobretudo para a
produção de bens exportáveis
para o comércio internacional
europeu. Havia, entretanto,
algumas outras atividades
produtivas, realizadas para
complementar as
necessidades da população,
muitas vezes denominadas de
“atividades secundárias”. Tais
atividades eram
desenvolvidas dentro do
próprio engenho, constituindo
uma pequena produção de
bens utilizados no consumo
interno da colônia.
As atividades complementares da
economia açucareira:
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Dessa maneira, alguns lavradores, pequenos
proprietários de terras ou arrendatários, que
viviam numa relação de dependência com o
senhor de engenho, plantavam milho e mandioca
para a alimentação dos escravos nas terras não
utilizadas para a plantação de cana. Apenas
quando o preço do açúcar baixava muito no
mercado internacional é que uma maior parte das
terras do senhor era utilizada para a produção de
subsistência: nessas ocasiões, os senhores de
engenho deixavam de comprar a cana-de-açúcar
de pequenos roceiros, tornando inúteis seus
esforços.
As atividades complementares da
economia açucareira:
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Além disso, mesmo durante os períodos de exportação
normal, uma pequena parte da cana-de-açúcar plantada na
propriedade era utilizada para a produção de geribita, a
aguardente de cana, e rapadura, produtos utilizados
principalmente como “moeda de troca” entre as pessoas
dentro da colônia e mesmo na África, na troca por
escravos. Nesse sentido, em algumas regiões, como na
capitania do Rio de Janeiro, boa parte da produção de
cana-de-açúcar se voltou para a produção, em larga escala,
de aguardente.
Ao mesmo tempo, iniciou-se a criação de gado no
Nordeste, desenvolvida principalmente nas regiões
próximas aos engenhos, penetrando depois para o interior.
A criação de gado era, inicialmente, apenas atividade
complementar da atividade açucareira.
Pecuária:
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Além de força motriz para as moendas e os arados, assim
como para transportar o açúcar, o gado era uma importante
fonte de alimentação na colônia, e ainda fornecia o couro
usado na confecção de roupas, calçados, móveis e outros
utensílios. Por isso, inicialmente, a pecuária foi uma
atividade desenvolvida dentro dos engenhos, voltada às
suas necessidades internas. À medida que essa atividade
foi se tornando importante e os rebanhos passaram a
adquirir dimensões maiores, ficando impossível de serem
criados no espaço das propriedades do engenho, ela foi
transferida para regiões mais distantes, contribuindo para a
expansão das fronteiras coloniais. Dessa maneira, a
pecuária, de “atividade complementar” passou a ser
realizada independentemente dos engenhos, dando
ocupação e trabalho para toda uma população de
“sertanejos”, responsáveis pelos cuidados com o rebanho.
Pecuária:
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As criações de gado penetraram pelo interior,
alcançando, já no século XVII, as regiões dos
atuais Estado do Maranhão e do Ceará, ao norte;
mais ao sul, as margens do rio São Francisco.
Criado de forma extensiva, ou seja, solto nas
terras, o gado originou diversas fazendas no
interior, o que acabou levando ao desbravamento
de quase toda a atual região Nordeste. As
pessoas que se dedicavam à criação de gado, os
vaqueiros, eram indivíduos livres de origem
negra, branca, indígena ou descendentes deles.
Subsistência, fumo e algodão:
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Além do cultivo de alguns produtos agrícolas para
subsistência também se produziam fumo ou
tabaco, largamente utilizados como moeda de
troca para obtenção de escravos na costa
africana.n sua produção desenvolveu-se mais
intensamente na região dos atuais estados da
Bahia e Alagoas.
Já o cultivo de algodão desenvolveu-se mais no
Maranhão e visava apenas à produção de tecidos
rústicos usados na confecção das roupas dos
escravos, já que, para os senhores de engenho e
suas famílias, as vestimentas vinham da Europa.
A produção de artigos manufaturados na colônia
era controlado pela metrópole portuguesa, a
quem interessava assegurar a venda de tecidos
produzidos na Europa, lucrando mais com essa
atividade.
O negro escravizado:
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Durante as primeiras
décadas de colonização da
América pelos
portugueses, os índios
foram amplamente
utilizados como mão-deobra, o que continuou
acontecendo, em menor
intensidade, pelo menos
até o século XVIII,
principalmente no sul da
colônia, na capitania de
São Vicente.
O negro escravizado:
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Porém, quando começaram a entrar em
atividade, na região do Nordeste, as primeiras
grandes propriedades açucareiras, o indígena foi
rapidamente substituído pelo negro como mãode-obra, tanto na plantação e cultivo da cana-deaçúcar quanto em todos os processos de
beneficiamento e transporte.
Muitos historiadores, no passado, explicaram
essa mudança dizendo que os índios eram
“preguiçosos e indolentes”, e por isso nãos e
adaptavam ao trabalho exigido nos engenhos. Na
verdade, essa explicação manifesta um
preconceito com relação aos povos indígenas e
esconde a verdadeira causa da escravidão
africana.
Escravidão:
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Logo no início da colonização portuguesa na América, as
missões jesuíticas passaram a catequizar os índios
americanos. No intento de proteger seu novo “rebanho”, os
jesuítas lutavam contra a escravização do indígena, num
confronto direto com os senhores de engenho e
principalmente os comerciantes dessa mão-de-obra. Além
disso, é preciso considerar o enorme declínio da população
indígena, especialmente no litoral, depois da chegada dos
portugueses, fosse pelo extermínio das populações mais
guerreiras ou pelas epidemias de gripe e outras doenças
européias, às quais os índios não eram imunes. Acrescentese o quadro cultural dos indígenas que viviam segundo um
ritmo equilibrado com a natureza, não havendo sentido
para eles extrair tanto pau-brasil, plantar tanta cana,
produzir mais e mais visando à acumulação de riquezas.
Escravidão:
Neste contexto, a mão-de-obra negra africana,q eu já era utilizada
pelos portugueses, desde o século XV, nas fazendas dos
arquipélagos de cabo verde e da Madeira, nas costas da África,
surgiu como uma alternativa à mão-de-obra indígena. O tráfico de
escravos para várias regiões do mundo era, além disso, uma
empresa muito lucrativa, aos comerciantes e à Coroa,
independentemente das questões práticas envolvidas com a
instalação da “empresa açucareira” na América. Assim, a opção
pela escravidão negra atendeu a vários interesses: amenizando os
conflitos entre os senhores e os missionários jesuítas; solucionando
o problema da mão-de-obra para as novas atividades econômicas e
garantindo mais uma fonte de lucro para metrópole.
Os negros africanos eram, inicialmente, caçados como bichos pelos
brancos portugueses: sua principal atividade de defesa era fuga
para o interior da África. Buscando tornar mais eficiente e rápida a
obtenção de suas “presas”, os comerciantes passaram a estimular
guerras entre os próprios africanos, comprando os negros
prisioneiros dos chefes das tribos vencedoras. Os chefes tribais,
seduzidos pelos produtos europeus, negociavam com os
portugueses por meio do escambo, trocando negros cativos por
tabaco, tecidos, cachaça (geribita), armas, jóias, vidros, etc.
Navios tumbeiros:
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O transporte de escravos
da África até a América
portuguesa era feito de
uma maneira desumana,
em navios chamados de
tumbeiros, também
conhecidos por navios
negreiros, numa viagem
que durava cerca de dois
meses. Amontoados nos
porões, perto de um terço
deles morria devido às
péssimas condições de
higiene e alimentação,
além dos maus-tratos que
recebiam.
O negro escravizado:
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Os prisioneiros que
chegavam vivos na costa
brasileira eram
desembarcados e vendidos
nos principais portos da
colônia, como Salvador,
Recife e Rio de Janeiro.
Completava-se, assim, a
ligação entre o centro
fornecedor de mão-deobra (África) e o centro
colonial produtor de açúcar
(América portuguesa),
integrados na empresa de
colonização e no
enriquecimento dos
núcleos metropolitanos.
O negro escravizado:
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Comprados como mercadoria pelos senhores de
engenho, os negros africanos eram geralmente
separados dos membros de sua comunidade,
assim como de suas famílias. Levados para os
engenhos, os escravos trabalhavam sob rígido
controle do feitor, que os castigava casos e
recusassem a trabalhar ou desobedecessem as
ordens de seus senhores, açoitando-os com o
“bacalhau” (chicote de couro cru) ou prendendoos no “vira-mundo” (algemas de ferro que
prendiam mãos e pés), dois dos aparelhos de
tortura mais utilizados.
Resistência escrava:
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Os negros, contudo, não se submetiam facilmente à
escravidão. Fugas, furtos, incêndios, destruição das
plantações eram algumas das formas que os escravos
encontravam para se rebelar contra os trabalhos forçados e
o excesso de autoridade e de violência praticados pelos
senhores e feitores (que chegavam a vigiar os escravos
noite e dia).
Outro tipo de resistência, mais sutil e silenciosa, era a
recusa ao trabalho. nesse caso, os negros simplesmente se
retiravam para um canto e ali ficavam até a morte. Durante
muito tempo, essa atitude dos escravos foi identificada
como uma doença, o banzo, causada pela “saudade” que os
negros tinham da África. Na verdade, era uma atitude de
resistência.
Quilombos:
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Além das resistências individuais cotidianas,
incluindo até envenenamento de membros
da casa-grande, havia também as fugas em
bando e a formação de quilombos, nome
que se dava aos acampamentos de
escravos fugitivos, bem distantes das
povoações dos brancos, que com o tempo
se transformavam em prósperas aldeias,
com uma vida social e econômica próprias.
O foco mais famoso de resistência negra
contra o escravismo foi o quilombo de
Palmares, que se formou na serra da
barriga, em Alagoas, no seio de uma densa
mata de palmeiras cortada por muitos rios.
Nessa região, de difícil acesso,
desenvolveu-se uma comunidade autosuficiente que produzia milho, banana e
cana-de-açúcar e que, durante um certo
período, chegou a comercializar seus
excedentes com regiões vizinhas.
Quilombo de Palmares:
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Palmares, que começou a se organizar no início do século
XVII, chegou a abrigar mais de 20 mil negros, fugidos das
fazendas canavieiras, desestruturadas com as invasões
holandesas. Dividia-se em povoados menores, chamados
mocambos, que eram liderados pelos mais fortes
guerreiros. Macaco, com suas mil e quinhentas casas, era a
capital do quilombo.
Sobrevivendo por quase cem anos, Palmares, sob a
liderança de Zumbi, conseguiu derrotar diversas expedições
militares organizadas pelos holandeses, pela Coroa
portuguesa e pelos fazendeiros, com o objetivo de
exterminá-lo. Para os senhores de engenho, Palmares
constituía uma ameaça, um exemplo perigoso, pois o
sucesso estimulava o desejo de liberdade e a formação de
outros quilombos. Palmares sucumbiu, em 1695, ás tropas
portuguesas comandadas pelo bandeirante Domingos Jorge
Velho.
Uma sociedade dividida entre senhores e
escravos:
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A sociedade colonial se
caracterizou pela mesma
divisão social existente nas
propriedades canavieiras.
No espaço do engenho, tal
distinção se materializava
na casa-grande e na
senzala, lugares que
refletiam a hierarquia
entre, de um lado, os
brancos colonizadores e,
por outro, seus “braços e
pernas”, os escravos
africanos.
Uma sociedade dividida entre senhores e
escravos:
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A aristocracia canavieira, que habitava as casasgrandes, reproduzia essa mesma prática para
além de suas terras, expandindo-a pelas vilas,
não apenas no cotidiano colonial, mas também
no espaço político das próprias câmaras
municipais.
A sociedade açucareira se organizou de forma a
obedecer quase o mesmo caráter patriarcal que
estruturava a vida no interior das casas-grandes:
a autoridade do senhor de engenho era absoluta,
e os indivíduos da colônia obedeciam-no
incondicionalmente como os membros de uma
família a um patriarca severo, rigoroso e
intransigente.
Uma sociedade dividida entre senhores e
escravos:
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Os escravos formavam a base econômica dessa sociedade.
Os indígenas e, principalmente, os negros africanos eram
responsáveis pela quase totalidade dos trabalhos braçais
executados na colônia. Uma pequena parcela da população,
composta de homens livres, plantadores de cana com
poucos recursos, que não possuíam instalações para
produzir o açúcar (engenhos) e eram obrigados a vender a
cana ou produtos de subsistência a uma senhor de
engenho, formavam o grupo intermediário, que abrigava
também os feitores e capatazes, comerciantes, artesãos,
padres, militares e outros funcionários públicos, moradores
das poucas vilas e cidades da época. Os senhores de
engenho, proprietários das terras, dos escravos e das
instalações do engenho, concentravam a maior parte das
riquezas da colônia portuguesa na América.