Segunda Aula - PROCEU Conhecimento
Download
Report
Transcript Segunda Aula - PROCEU Conhecimento
LITERATURA
Segunda Aula
MÉTRICA / TROVADORISMO
E HUMANISMO
Proceu
05 de abril de 2013
Revisão
Gêneros Literários
- Quais são?
(FUVEST- SP) Qual a diferença mais significativa entre
a poesia lírica e a épica: O tipo de verso
empregado ou o conteúdo? Justifique sua resposta.
(FUVEST- SP) Em que diferem essencialmente o
teatro e o romance quanto à forma de composição,
uma vez que o mesmo assunto pode ser utilizado
pro ambos?
Noções de versificação ou
metrificação
Poema/ Poesia
Versos/ Estrofes
Rimas
Versos Regulares – obedecem à regras
clássicas de métrica e ritimo, com rimas
em intervalos iguais.
Verso Branco – não possui rima.
Enscansão – técnica de decompor os
versos – separação de sílaba poética.
Faz-se a escansão pela contagem dos sons
dos versos (diferente das sílabas normais), até a
última sílaba tônica.
Minha terra tem palmeiras
1
2
3 4 5
6 7
Mi / nha / ter / ra / tem / pal / mei / ras – 7 sílabas
Quando em um verso uma palavra terminar por
vogal átona e a palavra seguinte começar por
vogal ou H pode ocorrer uma elisão – as duas
aparentes sílabas são contadas como uma só.
Exemplo:
Onde canta o sabiá
On / de / can / ta o / sa/ bi / á
Tradicionalmente os versos tem de uma a
doze sílabas.
Métrica: verso monossílabo, dissílabo,
trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo(ou
redondilho menor), hexassílabo,
heptassílabo (ou redondilho maior),
octossílabo, eneassílabo, decassílabo,
hendecassílabo, dodecassílabo (ou
alexandrno).
Era Medieval
Trovadorismo
Contexto
Em Portugal do séc. XII ao XIV
Início da formação de Portugal como reino
independente
Combate aos mouros pelos cristãos – cruzadas
Poder espiritual: Clero católico
Poder Político: Descentralizado, feudalismo
decadente
Pensamento Teocêntrico
“... O feudalismo engendra uma
forma de pensar feudal, como
hoje o capitalismo engendra
uma
forma
de
pensar
capitalista.” (FERREIRA, Maria
Ema T. )
Lírica trovadoresca: galego-português
De amor
Líricas
De amigo
Cantigas
De escárnio
Satíricas
De mal dizer
Cantigas de Amor – “Eu-lírico”
masculino / Ambiente palaciano
/Mulher idealizada, e inatingível
(superior socialmente) →Trovador
submisso,
expressa
sua
coita
→sentimento de sofrimento pelo amor
inalcançável / Origem Provençal
"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
Se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me a Deus,
se non dade me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
Cantigas de Amigo - "Eu-lírico"
feminino
/
Ambiente
popular,
cotidiano familiar e rural / Estrutura
simples – paralelismo e refrão / Amor
possível entre pares / Origem galega
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
Cantigas de Escárnio Sátira sutil / Ironia e na
ambigüidade / Sem nomear
ou individualizar
Rei queimado morreu con amor.
Em seus cantares, por Santa Maria
por una dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lh'ela non quis [o]benfazer
fez-s'el en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...
Tradução:
Rei queimado morreu com amor.
Em seus cantares, por Santa Maria
por uma senhora a quen amava
e por aparecer um melhor trovador,
porque lhe ela não lhe quis bem-fazer
fez-se ele em seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao terceiro dia! ...
Cantiga de Maldizer - Sátira
direta / Palavras de baixo
calão
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!
Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Prosa
- Novelas de Cavalaria - Narrativas orais
de cunho guerreiro; Cruzadas
Humanismo
O Nascimento de Vênus - Sandro Botticelli, 1483.
HUMANISMO (Quatrocentismo ou PréRenascimentismo)
Século XV – XVI (1434 – 1527)
Contexto Geral:
Transição do Feudalismo para o Renascimento;
Avanço das técnicas agrícolas;
Crescimento demográfico;
Epidemias, fome;
Revoltas camponesas;
Renascimento comercial, movimento comunal
Reforma Protestante;
Bifrontismo (teocentrismo x antropocentrismo)
Contexto específico de Portugal
Revolução de Avis (1383-1385) -D. João I
Burguesia contra união com Castela
Projeto político e econômico da
burguesia atividade marítima e pesquisa
náutica.
Expansão marítima e comercial formação
do império colonial.
Língua portuguesa como língua
independente.
Poesia palaciana – Cancioneiro Geral (1516), de Garcia Resende/ Poesia
recitada nos palácios de reis e senhores feudais/ Rompe com a música;
versos curtos redondilhas
Prosa Historiográfica – crônicas de Fernão Lopes (vida dos reis)/
aproxima-se da epopéia;
Teatro de Gil Vicente
Surge a historiografia portuguesa, desenvolve-se um teatro
de caráter popular e a poesia ganha novas características –
Um momento fértil para as artes.
Na Pintura:
Giotto
(1266 – 1337)
Arte e Ciência –Leonardo
Da Vinci (1452-1519)
Fernão Lopes (1390? – 1460?) historiador e
artista. Fundador da historiografia portuguesa.
Obras:
Crônica de El-Rei D. Pedro;
Crônica de El-Rei D. Fernando
Crônica de El-Rei D. João.
Investigação crítica das fontes
Concepção Regiocêntrica da História (influência
medieval)
Qualidade artística- dinamismo das novelas
Teatro de Gil Vicente
Teatro medieval e popular de Gil Vicente – Visão medieval do
mundo renascentista; Influenciado por encenações litúgicas que se
faziam nas igrejas (mistérios, milagres e moralidades) e as populares,
que se faziam nas praças ou na corte. / Características: Protagonismo
do texto literário sobre a cenografia do espetáculo; sátira social e
moralidade; teatro alegórico.
Gil Vicente: (1466 – 1536) Responsável pela organização dos
eventos palacianos. Protegido de Dona Leonor, viúva de João II. Sua
Primeira peça encenada foi o Auto do vaqueiro, em honra ao
nascimento de João III . São conhecidas do autor 36 peças, escritas
entre 1502 e 1536
Gil Vicente na
corte de D.
Manuel I.
Ilustração de
Alfredo
Roque
Gameiro
Características estéticas do
teatro popular:
Teatro alegórico – personagens
representam idéias abstratas
Teatro de tipos – caracteres marcantes da
classe
Teatro de quadros – sucessão de cenas
Ruptura linear do tempo e
despreocupação com verossimelhança
Teatro cômico e satírico – comédias de
costume.