AULA cânone literário - PÓS UCP-IPETEC - 10.2014

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Transcript AULA cânone literário - PÓS UCP-IPETEC - 10.2014

Universidade Católica de Petrópolis – UCP / Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPETEC

Pós-Graduação lato sensu Cultura Afro-Brasileira e Indígena

Oralidade e Desterritorialização. Indagações sobre os cânones literários

Prof. Ricardo Riso

Pseudônimo de Ricardo Silva Ramos de Souza (1974). Mestrando de Relações Etnicorraciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET/RJ. Bolsista CAPES.

Pesquisador do Estudos cabo-verdianos: literatura e cultura – Universidade de São Paulo (USP); Integrante do grupo de pesquisa GELITE/UEMA; Coorganizador do livro Afro-rizomas na diáspora negra: as literaturas africanas na encruzilhada brasileira (2013). Blog – ricardoriso.blogspot.com

– E-mail: [email protected]

Comerciais da Caixa Econômica Federal com Machado de Assis

https://www.youtube.com/watch?v=2sN2DQX5MNI

Comercial refeito

https://www.youtube.com/watch?v=GczgFMEM6Sg

CÂNONE

O que é? Para que serve? A quem serve?

[o] cânone de uma literatura nacional é o conjunto dos seus textos consagrados, considerados clássicos e ensinados em todas as escolas do país. O termo “cânone” tem origem religiosa, e não é empregado por alusão gratuita, mas porque conota a natureza “sagrada” atribuída a certos textos e autores, que assumem caráter paradigmático e são considerados píncaros do “espírito nacional” e recolhidos num “panteão de imortais”. Há uma redução da produção literária de um território a alguns autores, destes a poucos textos, e destes a determinados trechos; essa seleção segue critérios de conveniência estrutural, como se os fragmentos fossem fonemas de uma frase cujo sentido permanece ininteligível para quem os ouve isoladamente. Conjugam significados que formam uma mentalidade, num espectro que permanece inexpresso, mas que é tanto mais eficaz quanto menos for conscientizado.

A pretensão implícita em todo cânone é ser indubitável e absoluto: isso pertence à sua natureza, na medida em que ele é o poder em forma de texto. O cânone é formado por textos elevados à categoria de discurso, no sentido de que nele se tem a palavra institucionalizada pelo poder. O cânone não pretende ter uma estrutura, mas ser simplesmente a condensação dos textos selecionados da tradição e pela tradição, por causa de sua qualidade artística superior: o fundamento de sua poética é, no entanto, política. Embora esteja em todos os conteúdos manifestos, a estrutura do cânone não se “mostra”, não é visível a quem está engolfado nela. A estrutura do cânone somente é visível ao olhar distanciado do “herege” (grifos do autor) (KHOTE, 2003, p. 108)

EXEGESE CANÔNICA – é a interpretação do cânone que se torna canônica: parâmetro para todos os livros didáticos, artigos de revistas e jornais, aulas dos professores de português e de literatura. (...) serve para delimitar um elenco de textos considerados imprescindíveis ao ensino, porque “indubitavelmente consagrados”. Ainda que os autores apresentem algumas divergências menores e erros maiores, constitui aquilo que todos acabam dizendo. Todos repetem o que nelas se diz. São consagradas porque consagram o que o sistema quer que seja consagrado (KHOTE, 2003, p. 111).

EXEGESE CANONIZANTE – é formada por milhares e milhares de variações em torno dos ditados da interpretação canônica: cada qual a querer consagrar-se repetindo os consagradores dos já consagrados. Não há maior senso crítico, ainda que se faça crítica. É uma crítica sem suficiente senso crítico, incapaz de questionar os textos em seus fundamentos. Faz parte da ideologia oficial, ainda que seus autores imaginem ser de esquerda ou vendam essa imagem para fora. É o stablishment literário. Tem condições espirituais e materiais para a produção e a divulgação cultural, é capaz de produzir um discurso com certo grau de dignidade, coerência e até profundidade, mas sempre tem um limite, um non plus ultra, um ponto onde é incapaz de pensar, sentir e escrever adiante do seu tapa-olho (KHOTE, 2003, p. 112, grifos do autor).

LINGUAGEM

Dominar a linguagem e a sua forma escrita é uma forma de manutenção de poder e de consagração de um saber assim determinado por um grupo social hegemônico, que impõe o seu discurso, pois “o domínio da norma culta serve como fator de exclusão e há quem se beneficie com isso. Aqueles que valorizam a si próprios por saberem usar a norma culta da língua, não têm interesse em desvalorizar essa vantagem, conquistada, com muito esforço” (DALCASTAGNÈ, 2012, p. 9) às vezes, A literatura consolida a hegemonia das elites letradas, o seu lugar de superioridade e de separação social, por conseguinte, tornando o discurso de sua classe como discurso de toda a sociedade (REIS, 1992, p. 69). Essas elites letradas são responsáveis para escalar pessoas autorizadas a selecionar (logo, excluir) obras literárias de acordo com seus interesses. Dentro dessa perspectiva, o uso correto da norma culta da língua passa a ser um marcador diferencial e obrigatório para que determinada obra seja aceita, desprezando-se assim outras formas de produção textual (REIS, 1992; KHOTE, 2003; DALCASTAGNÈ, 2013).

AUTOR(IA)

A partir dessa autoridade (e autor), não é mera coincidência o fato da etimologia do latim auctor, “termo que, na Idade Média, designava o escritor cujas palavras impunham respeito e credibilidade” (REIS, 1992, p. 73-74). Com isso, podemos perceber uma gama de exclusões que envolvem grupos subalternizados por critérios de gênero, raça, geográficos, etários etc.

QUESTIONAR O CÂNONE

Homogeneidade do cânone

Hierarquia social

Promover ruptura com os códigos de valores e ordens hierárquicas estabelecidas

A não concordância com as regras implica avançar sobre o campo alheio, o que gera tensão e conflito, quase sempre, muito bem disfarçados. Por isso, a necessidade de refletir sobre como a literatura brasileira contemporânea, e os estudos literários, situam-se dentro desse jogo de forças, observando o modo como se elabora (ou não se elabora, contribuindo para o disfarce) a tensão resultante do embate entre os que não estão dispostos a ficar em seu “devido lugar” e aqueles que querem manter seu espaço descontaminado (DALCASTAGNÈ, 2012, p. 7).

LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: UM TERRITÓRIO CONTESTADO, Regina Dalcastagnè

Pesquisa com 258 romances publicados de 1990 a 2004 pelas editoras Companhia das Letras , Record e Rocco .

EU QUERO ESCREVER UM LIVRO SOBRE LITERATURA BRASILEIRA, infográfico baseado na pesquisa de Regina Dalcastagnè.

http://pontoeletronico.me/2013/02/18/eu quero-escrever-um-livro-sobre-literatura brasileira/

Literatura Negro-Brasileira como rasura do cânone

Por menos que conte a história Não te esqueço meu povo Se Palmares não vive mais Faremos Palmares de novo

(José Carlos Limeira)

“A nossa escrevivência não pode ser lida como histórias para “ninar os da casa grande” e sim para incomodá-los em seus sonos injustos.”

(Conceição Evaristo)

O CONCEITO

Negro ou Afro não é tanto faz

Literatura Negra

Literatura Afro-Brasileira

Literatura Afrodescendente

Literatura Negro-Brasileira

Características

segundo Eduardo de Assis Duarte

A Temática

A Autoria

O Ponto de Vista

A Linguagem

O Público

Silêncio da crítica nacional: brasilianistas que abordam a questão da autoria e da personagens negras na literatura brasileira. são os casos de Roger Bastide (1943) , Raymond Sayers (1958) e Gregory Rabassa (1965), e David Brookshaw (1983)

Série Cadernos Negros

Coletivos literários Negros

Antologias

Livros de ensaios e Encontro de Escritores Negros

Livros, Antologias, Ensaios, Coletivos Literários

A Literatura Negro-Brasileira legítimos contestadores da palavra insurreta negra

“nasce na e da população negra que se formou fora da África, e de sua experiência no Brasil. A singularidade é negra e, ao mesmo tempo, brasileira, pois a palavra “negro” aponta para um processo de luta participativa nos destinos da nação e não se presta ao reducionismo contribucionista a uma pretensa brancura que a englobaria como um todo a receber, daqui e dali, elementos negros e indígenas para se fortalecer. Por se tratar de participação na vida nacional, o realce a essa vertente literária deve estar referenciado à sua gênese social ativa. O que há de manifestação reivindicatória apoia-se na palavra ‘negra’.” (CUTI, 2010, pp. 44-45)

CAROLINA MARIA DE JESUS

“Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circo. Eles me respondiam: - É pena você ser preta. Esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto, onde põe, fica.

É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça ele já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta.” “... Os políticos sabem que eu sou poetisa. E que o poeta enfrenta a morte quando vê o seu povo oprimido.” (Quarto de Despejo, 1960, p. 40) “Eu prefiro empregar o meu dinheiro em livros do que no alcool. Se você achar que eu estou agindo acertadamente, peço-te para dizer: – Muito bem, Carolina!” (Quarto de Despejo, 1960, p. 73) “O senhor Manuel apareceu dizendo que quer casar-se comigo. Mas eu não quero porque já estou na maturidade. E depois, um homem não há de gostar de uma mulher que não pode passar sem ler.

E que levanta para escrever. E que deita com lápis e papel debaixo do travesseiro. Por isso é que eu prefiro viver só para o meu ideal.” (Quarto de Despejo, 1960, p. 50) “... Fui na sapataria retirar os papeis. Um sapateiro perguntou-me se o meu livro é comunista.

Respondi que é realista. Êle disse-me que não é aconselhavel escrever a realidade.” (Quarto de Despejo, 1960, p. 105) “[...] na África os negros são classificados assim: - Negro tú.

- Negro turututú.

- Negro sim senhor!

Negro tú é o negro mais ou menos. Negro tutututú, é o que não vale nada. E o negro Sim Senhor é o da alta sociedade.” (Quarto de Despejo, 1960, p. 52)

Precursores o cânone enegrecido

Cruz e Sousa Machado de Assis Lima Barreto

"Não! Não! Não! Não transporás os pórticos milenários da vasta edificação do Mundo, porque atrás de ti e adiante de ti não sei quantas gerações foram acumulando, acumulando pedra sobre pedra, pedra sobre pedra, que para aí estás agora o verdadeiro emparedado de uma raça.

Se caminhares para a direita baterás e esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente no espanto! Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto...

E, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações e Sociedades... Mais pedras, mais pedras! E as estranhas paredes hão de subir, — longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho...“ (CRUZ E SOUSA. Emparedado)

HISTÓRIA DE QUINZE DIAS - VIII De interesse geral é o fundo da emancipação, pelo qual se acham libertados em alguns municípios 230 escravos. Só em alguns municípios!

Esperemos que o número será grande quando a libertação estiver feita em todo o império.

A lei de 28 de setembro fez agora cinco anos. Deus lhe dê vida e saúde! Esta lei foi um grande passo na nossa vida. Se tivesse vindo uns trinta anos antes estávamos em outras condições.

Mas há 30 anos, não veio a lei, mas vinham ainda escravos, por contrabando, e vendiam-se às escancaras no Valongo. Além da venda, havia o calabouço. Um homem do meu conhecimento suspira pelo azorrague.

- Hoje os escravos estão altanados, costuma ele dizer. Se a gente dá uma sova num, há logo quem intervenha e até chame a polícia. Bons tempos os que lá vão!

Eu ainda me lembro quando a gente via passar um preto escorrendo em sangue, e dizia: "Anda diabo, não estás assim pelo que eu fiz!" ? Hoje...

E o homem solta um suspiro, tão de dentro, tão do coração... que faz cortar o dito.

Le pauvre homme!

(DUARTE, Eduardo de Assis. Machado afrodescendente. Rio de Janeiro: Pallas, 2007. 2ª ed. p. 31 32.)

ESCRAVOCRATAS Oh!. trânsfugas do bem que sob o manto régio Manhosos, agachados - bem como um crocodilo, Viveis sensualmente à luz dum privilégio Na pose bestial dum cágado tranqüilo.

Eu rio me de vós e cravo-vos as setas Ardentes do olhar - formando uma vergasta Dos raios mil do sol, das iras dos poetas, E vibro vos à espinha - enquanto o grande basta O basta gigantesco, imenso, extraordinário Da branca consciência - o rutilo sacrário No tímpano do ouvido - audaz me não soar.

Eu quero em rude verso altivo adamastórico, Vermelho, colossal, d' estrépito, gongórico, Castrar-vos como um touro - ouvindo-vos urrar!

(CRUZ E SOUSA. O Livro derradeiro. Poesia completa, p. 201)

Os seus protetores tinham sido abastados; eram descendentes de um alferes de milícias que tinha terras, para as bandas de S. Gonçalo, em Cubandê.

Pouco depois da maioridade, com a morte do chefe da casa, filhos e filhas se transportaram para a Corte, procurando aqueles empregaram-se nas repartições do governo. Um dos irmãos já habitava a capital do Império e era cirurgião do Exército, tendo chegado a cirurgião-mor, gozando de grande fama. Para a cidade não trouxeram nenhum escravo. Venderam a maioria e os de estimação libertaram.

Com eles só vieram os libertos que eram como da família. Pelo tempo de nascimento de Engrácia, havia poucos deles e delas em casa. Só a Babá, sua mãe e um preto estavam sob o teto patriarcal dos Teles de Carvalho.

Engrácia foi criada com mimo de filha, como os outros rapazes e raparigas, filhos de antigos escravos, nascidos em casa dos Teles.

Por isso, corria, de boca em boca, serem filhos dos cochicho varões da casa. O não era destituído de fundamento, naquela família, compostas de irmãs e irmãos que, ainda bastardos, se compraziam, tanto uns como as outras, em tratar filialmente aquela espécie de ingênuas que viam a luz do dia pela primeira vez, em sua casa. As senhoras então eram de uma meiguice de verdadeiras mães.

Engrácia recebeu boa instrução, para a sua condição e sexo; mas, logo que se casou — como em geral acontece com as nossas moças — tratou de esquecer o que tinha estudado. O seu consórcio com Joaquim, ela o efetuara na idade de dezoito anos (LIMA BARRETO, 1949, p. 83-84).

Cadernos Negros

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1978 – Participam de CN1: Henrique Cunha, Ângela Galvão, Celinha, Jamu Minka, Eduardo de Oliveira, Cuti, Oswaldo de Camargo e Hugo Ferreira.

1980 – criação Quilombhoje - Cuti, Oswaldo de Camargo, Paulo Colina, Abelardo Rodrigues e Mário Jorge Lescano.

1983 Quilombhoje – ruptura (Triunvirato) e ampliação (Cuti, Esmeralda Ribeiro, Jamu Minka, José Alberto (até julho de 1984), Márcio Barbosa, Miriam Alves, Oubi Inaê Kibuko, Sonia Fátima Conceição e Vera Lúcia Alves (CUTI, 2010, p. 129). No ano seguinte entra José Abílio Ferreira.

1995 Quilombhoje (Esmeralda Ribeiro, Márcio Barbosa, Sônia Fátima da Conceição); inclusão do subtítulo contos/poemas afro-brasileiros. 1999 – Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro assumem a organização da série até os dias atuais.

CADERNOS NEGROS 1

A África está se libertando! já dizia Bélsiva, um dos nossos velhos poetas. E nós brasileiros de origem africana, como estamos?

Estaremos no limiar de um novo tempo. Tempo de África vida nova, mais justa e mais livre e, inspirados por ela, renascemos arrancando as máscaras brancas, pondo fim à imitação. Descobrimos a lavagem cerebral que nos poluía e estamos assumindo nossa negrura bela e forte. Estamos limpando nosso espírito das idéias que nos enfraquecem e que só querem nos dominar. ‘Cadernos Negros’ marca passos decisivos para nossa valorização e resulta de nossa vigilância contra as idéias que nos confundem, nos enfraquecem e nos sufocam. As diferenças de estilo, concepções de literatura, forma, nada disso pode mais ser muro erguido entre aqueles que encontram na poesia um meio de expressão negra. Aqui se trata da legítima defesa dos valores do povo negro. A poesia como verdade, testemunha do nosso tempo.

Neste 1980, 90 anos pós-abolição – esse conto do vigário que nos pregaram – brotaram em nossa comunidade novas iniciativas de conscientização, e ‘Cadernos Negros’ surge como mais um sinal desse tempo de África-consciência e ação para uma vida melhor, e nesse sentido, fazemos da negritude, aqui posta em poesia, parte da luta contra a exploração social em todos os níveis, na qual somos atingidos. (...) 25 de novembro de 1978. (ALVES, 2012, p. 222)

SER E NÃO SER

(Oliveira Silveira)

O racismo que existe, o racismo que não existe.

O sim que é não, o não que é sim.

É assim o Brasil ou não?

(RIBEIRO, Esmeralda; BARBOSA, Márcio (Orgs.). Cadernos Negros: Três Décadas – ensaios, poemas, contos. São Paulo: Quilombhoje; SEPPIR, p. 108)

PONTO HISTÓRICO

(Éle Semog)

Não é que eu Seja racista...

Mas existem certas Coisas Que só os NEGROS Entendem.

Existe um tipo de amor Que só os NEGROS Possuem, Existe uma marca no Peito Que só nos NEGROS Se vê, Existe um sol Cansativo Que só os NEGROS Resistem.

Não é que eu Seja racista..., Mas existe uma História Que só os NEGROS Sabem contar ... Que poucos podem Entender.

(Éle Semog e José Carlos Limeira. O Arco-Íris Negro. 1978, p. 94)

IDENTIDADE (José Carlos Limeira) Houve um tempo em que constava de sua carteira o dado cor na minha: pardaescuracabeloscarapinhados.

Diante do espelho, me pergunto que faço com estes lábios grossos, este nariz achatado?

Que faço com esta memória de tantos grilhões, destas crenças me lambendo as entranhas?

Será que não é demais ter o direito de ser negro?

Causa espanto?

Pardaescura é o aspecto que vocês deram à nossa história.

Morra de susto!

Sou, vou sempre ser: NEGRO!

ENE, É, GÊ, ERRE, Ó.

Aqui, Ó!

(In: Atabaques. 1979. p. )

OUTRA NEGA FULÔ

(Oliveira Silveira)

O sinhô foi açoitar a outra nega Fulô - ou será que era a mesma?

A nega tirou a saia, a blusa e se pelou.

O sinhô ficou tarado, Largou o relho e se engraçou.

A nega em vez de deitar pegou um pau e sampou nas guampas doz sinhô.

- Essa nega Fulô!

Esta nossa Fulô!, dizia intimamente satisfeito o velho pai João pra escândalo do bom Jorge de Lima, seminegro e cristão.

E a mãe-preta chegou bem cretina Fingindo uma dor no coração.

- Fulô! Fulô! Ó Fulô!!

A sinhá burra e besta perguntou onde é que tava o sinhô que o diabo lhe mandou.

- Ah, foi você que matou!

- É sim, fui eu que matou – disse bem longe a Fulô pro seu nego, que levou ela por mato, e com ele aí sim ela deitou.

Essa nega Fulô!

Esta nossa Fulô!

(RIBEIRO, Esmeralda; BARBOSA, Márcio (Orgs.). Cadernos Negros: Três Décadas – ensaios, poemas, contos.

São Quilombhoje; SEPPIR, p. 109-110) Paulo:

TRADIÇÃO

(Cuti)

sob a vasta bigodeira de machado os lábios da raça escondidos acho a lâmina do riso e o discreto escracho em cruz fico muito à vontade para reunir setas de revolta angústias e cravos ensaio o arrombamento de portas com o pé-de-cabra que me empresta com o deboche de sua risada o gama com o lima afio as facas entro na trama solano eu abraço no boi-bumbado socialistado num salto a-rap-iado chego junto com os mano nossa vida muito tato e tutano.

(Negroesia, p. 14)

QUEBRANTO (Cuti) às vezes sou o policial que me suspeito me peço documentos e mesmo de posse deles me prendo e me dou porrada às vezes sou o porteiro não me deixando entrar em mim mesmo a não ser pela porta de serviço às vezes sou o meu próprio delito o corpo de jurados a punição que vem com o veredicto às vezes sou o amor que me viro o rosto o quebranto o encosto a solidão primitiva que me envolvo com o vazio às vezes as migalhas do que sonhei e não comi outras o bem-te-vi com olhos vidrados trinando tristezas um dia fui abolição que me lancei de supetão no espanto depois um imperador deposto a república de conchavos no coração e em seguida uma constituição que me promulgo a cada instante também a violência dum impulso que me ponho do avesso com acessos de cal e gesso chego a ser às vezes faço questão de não me ver e entupido com a visão deles sinto-me a miséria concebida como um eterno começo fecho-me o cerco sendo o gesto que me nego a pinga que me bebo e me embebedo o dedo que me aponto e denuncio o ponto em que me entrego.

às vezes!...

(In: Negroesia – antologia poética. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007. p. 53-54)

APARTHEID (Jamu Minka)

humanidade vesga o homem lobo do homem heresia, branquistudo estúpida eurhorrores hipocriazul nos músculos hitlerismo hoje humanidade outra

esperança

ébanidade heroica azeviche-húmus virando o século

• • • • • • • • • • Lumumba Nkrumah Touré Mondlane Cabral Biko Mandela Moloise Tutu Neto (Cadernos Negros 11, p. 42) Marley Tambo Makeba Nujoma e Samora semente sempre

AS VOZES-MULHERES NEGRAS

vozes insubmissas do inconformismo contra o sexismo e o racismo

A produção textual das mulheres negras é relevante, pois põe a descoberto muitos aspectos de nossa vivência e condição que não estão presentes nas definições dominantes de realidade e das pesquisas históricas. Partindo de um outro olhar, debatendo-se contra as amarras ideológicas e as imposições históricas, propicia uma reflexão revelando a face de um BrasilAfro (destaque no original) feminino, diferente do que se padronizou, humanizando esta mulher negra, imprimindo um rosto, um corpo e um sentir mulher com características próprias (MIRIAM ALVES, 2010, p. 67).

“E agora apresento um elemento vital na constituição de uma literatura afro-brasileira – a autoria. (...) Eu sou uma escritora brasileira, mas não somente. A minha condição de brasileira agrega outras identidades que me diferenciam: a de mulher, a de negra, a de oriunda das classes populares e outras ainda, condições que marcam, que orientam a minha escrita, consciente e inconscientemente. Nesse sentido, não tenho receio algum em não só afirmar a existência de uma literatura afro-brasileira, como ainda me encaixar no grupo de autores/as que criam um texto afro-brasileiro. E ainda asseguro a existência de um texto feminino negro, ou afro-brasileiro, como queiram. (...) E, nesse sentido, afirmo que, quando escrevo, sou eu, Conceição Evaristo, eu-sujeito a criar um texto e que não me desvencilho de minha condição de cidadã brasileira, negra, mulher, viúva, professora, oriunda de classes populares, mãe de uma especial menina, Ainá etc., condições estas que influenciam na criação de personagens, enredos ou opções de linguagem a partir de uma história, de uma experiência pessoal que é intransferível (EVARISTO, 2011, p. 114-115)

DE MÃE (Conceição Evaristo) O cuidado da minha poesia aprendi foi de mãe mulher de pôr reparo nas coisas e de assuntar a vida.

A brandura da minha fala na violência dos meus ditos ganhei de mãe mulher prenhe de dizeres fecundados na boca do mundo.

Foi de mãe todo o meu tesouro, veio dela todo o meu ganho, mulher sapiência, yabá, do fogo tirava água do pranto criava consolo.

Foi de mãe esse meio riso dado para esconder alegria inteira e essa fé desconfiada, pois, quando se anda descalço cada dedo olha a estrada.

Foi mãe que me descegou para os cantos milagreiros da vida, apontando-me o fogo disfarçado em cinzas e a agulha do tempo movendo no palheiro.

Foi mãe que me fez sentir as flores amassadas debaixo das pedras os corpos vazios rente às calçadas e me ensinou, insisto, foi ela a fazer da palavra artifício arte e ofício do meu canto da minha fala.

(RIBEIRO, Esmeralda; BARBOSA, Márcio (Orgs.). Cadernos Negros: Três Décadas – ensaios, poemas, contos.

São Paulo: Quilombhoje; SEPPIR, p. 120-121)

VOZES-MULHERES

(Conceição Evaristo)

A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio.

Ecoou lamentos de uma infância perdida.

A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo.

A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado rumo à favela A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue e fome.

A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas.

A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato.

O ontem – o hoje – o agora.

Na voz de minha filha se fará ouvir a ressonância o eco da vida-liberdade.

(Cadernos negros 13, p. 32-33)

NÃO VOU MAIS LAVAR OS PRATOS (CRISTIANE SOBRAL) Não vou mais lavar os pratos.

Nem vou limpar a poeira dos móveis.

Sinto muito. Comecei a ler. Abri outro dia um livro e uma semana depois decidi. (...) Ah, esqueci de dizer. Não vou mais.

Resolvi ficar um tempo comigo.

Resolvi ler sobre o que se passa conosco.

Você nem me espere. Você nem me chame. Não vou.

De tudo o que jamais li, de tudo o que jamais entendi, você foi o que passou Passou do limite, passou da medida, passou do alfabeto.

Desalfabetizou. (...) Não lavo mais pratos.

Li a assinatura da minha lei áurea escrita em negro maiúsculo, em letras tamanho 18, espaço duplo.

Aboli.

Não lavo mais os pratos Quero travessas de prata, Cozinha de luxo, e jóias de ouro. Legítimas.

Está decretada a lei áurea.

(Cadernos negros brasileiros, 2000) 23: poemas afro-

MAHIN AMANHÃ

(Miriam Alves)

Ouve-se nos cantos a conspiração vozes precisas baixas sussurram frases escorre nos becos a lâmina adagas das Multidão tropeça nas pedras Revolta há revoada de pássaros sussurro, sussurro: “é amanhã, é amanhã.

Mahin falou, é amanha” A cidade toda se prepara Malês Bantus geges nagôs vestes esperanças coloridas resguardam aguardam a luta Arma-se a grande derrubada branca a luta é tramada na língua dos Orixás “é aminhã, aminhã” sussuram Malês Bantus geges nagôs “é aminhã, Luiza Mahin falô” (Cadernos Negros: poemas, p. 104) os melhores

PARA TODOS OS DIAS

(Ana Cruz)

Nasci onde o rio fazia curva Para descansar, O fogo, água e mato.

A certeza, o tempo passando sem pressa.

A voz dos meninos se transformando.

Flores nas meninas começando a nascer.

Cigarra acordou cantando uma canção diferente e o céu tá côvado, sinal de chuva pesada.

Milho, manga formiga cabeçuda, todo mundo, tudo vida. (...) As rezadeiras, benzedeiras, parteiras, milagreiras.

Alegres faladeiras. (...) História de uma família que acompanhou o progresso mas não quis levar o patuá de identidade.

Desembestaram atrás do progresso, sem saber que o progresso era aquele e para onde ele estava indo.

Daí, o progresso progrediu só de um lado, progrediu ainda mais quem era progredido.

E essas pessoas ficaram feito folha seca ao vento...

Arrebatamento...

Juízo final...

Ressucita, minha avó, para dar jeito nesse meu mundo.

(E... feito de luz, p. 9-10)

Meu Rosário (CONCEIÇÃO EVARISTO) Meu rosário é feito de contas negras e mágicas.

Nas contas de meu rosário eu canto Mamãe Oxum e falo padres-nossos e ave-marias.

Do meu rosário eu ouço os longínquos batuques do meu povo e encontro na memória mal adormecida as rezas dos meses de maio de minha infância.

As coroações da Senhora, em que as meninas negras, apesar do desejo de coroar a Rainha, tinham de se contentar em ficar ao pé do altar lançando flores.

As contas do meu rosário fizeram calos em minhas mãos, pois são contas do trabalho na terra, nas fábricas, nas casas, nas escolas, nas ruas, no mundo.

As contas do meu rosário são contas vivas.

(Alguém disse um dia que a vida é uma oração, eu diria, porém, que há vidas blasfemas).

Nas contas de meu rosário eu teço intumescidos sonhos de esperanças.

Nas contas de meu rosário eu vejo rostos escondidos por visíveis e invisíveis grades e embalo a dor da luta perdida nas contas de meu rosário.

Nas contas de meu rosário eu canto, eu grito, eu calo.

Do meu rosário eu sinto o borbulhar da fome no estômago, no coração e nas cabeças vazias.

Quando debulho as contas do meu rosário, eu falo de mim mesma um outro nome.

E sonho nas contas de meu rosário lugares, pessoas, vidas que pouco a pouco descubro reais.

Vou e volto por entre as contas de meu rosário, que são pedras marcando-me o corpo caminho.

E neste andar de contas-pedras, o meu rosário se transmuta em tinta, me guia o dedo, me insinua a poesia.

E depois de macerar conta por conto do meu rosário, me acho aqui eu mesma e descubro que ainda me chamo Maria.

(Poemas da recordação e outros movimentos. p. 16 17)

PIXAIM ELÉTRICO

(Cristiane Sobral)

Naquele dia Meu pixaim elétrico gritava alto Provocava sem alisar ninguém.

Meu cabelo estava cheio de si Naquele dia Preparei a carapinha para enfrentar a monotonia estrada da paisagem da Soltei os grampos e segui, de cara pro vento, bem desaforada...

Sem esconder volumes nem negar raízes.

Pura filosofia Meu cabelo escuro, crespo, alto e grave...

Quase um caso de polícia em meio à pasmaceira da cidade Incomodou identidades novas cabeças e pariu Abaixo a demagogia Soltei as amarras e recusei qualquer relaxante Assumi as minhas raízes ainda que brincasse com alguns matizes Confrontando o meu pixaim elétrico com as cores pálidas do dia.

(In: Não vou mais lavar os pratos, 2011, p. 81)

INVASÃO (Sonia Fátima Conceição) Energizemos as cidades (é o momento) ressoem os atabaques santo sacrifício sacrifique (um bode) na Santa Eucaristia santo sangue nos cubra a todos AXÉ (Finally Us, p. 218)

PLURALISMO DOS TRANSNEGRESSORES a liberdade inventiva da palavra

Adão Ventura - Arnaldo Xavier

Oliveira Silveira - Paulo Colina

Ronald Augusto - Ricardo Aleixo Cuti - Edimilson de Almeida Pereira Henrique Freitas – Ogum

´ s Toques Negros

TRANSNEGRESSÃO tenta dar conta – através da justaposição de vocábulos (negro + transgressão), ao estilo da montagem cinematográfica – de uma proposta estética interessada em lesar tanto as ideias feitas que orientam nossas filosofias de vida quanto à imagem de um cânone totalizante, “universal”, vantajoso (para quem?) a ponto de poder ser aplicado em qualquer tempo espaço (AUGUSTO, 2010, p. 434).

Poemas visuais de Arnaldo Xavier

Poemas visuais de Arnaldo Xavier

Poema-visual de Ronald AGUSTONI, 2010, p. 483 Augusto.

In:

OLIVEIRA SILVEIRA. “Atabaques”.

In: AUGUSTO, Ronald (Org.). Oliveira Silveira – Poesia Reunida. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro; CORAG, 2012, p. 154.

1. cada uma das mãos o dividiu em viagens.

as flores estavam fatigadas com o desconsolo das declarações de amor. não havia relógios nem outras perfurações que os iden tificassem. lygia enxugou os pra tos com o último dos envelopes.

era expressamente proibida a en trada de pessoas de cor naquele REIcinto de segurança. vendem-se empregadas domésticas que sai bam descascar BACH. ou ainda: sensacional liquidação de lilases especializadas em pacto com o amanhecer. tergal também serve para encadernações de corpos hu manos.

ADÃO VENTURA. Abrir-se um abutre ou

mesmo depois de deduzir dele o azul.

1969. s/p.

eles que são brancos e os que não são eles que são machos e os que não são eles que são adultos e os que não são eles que são cristãos e os que não são eles que são ricos e os que não são todos os que são mas não acham que são como os outros que se entendam que se expliquem que se cuidem que se Ricardo Aleixo. In: AGUSTONI, 2010, p. 483

LEITURA DOS ARTIGOS

BLOCO 1 “Preconceito Cultural”, de Ferreira Gullar,

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/12790-preconceito cultural.shtml

“A empáfia do poeta Gullar”, de Cuti

http://www.geledes.org.br/em-debate/colunistas/12190-luiz silva-cuti-a-empafia-do-poeta-goulart

BLOCO 2 Marta diz que critério para levar autor nacional a Frankfurt foi literário, não étnico

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/10/1350634 marta-diz-que-criterio-para-levar-autor-brasileiro-a-frankfurt nao-foi-etnico-mas-literario.shtml

Feira de Frankfurt nega racismo em lista de brasileiros

http://oglobo.globo.com/cultura/feira-de-frankfurt-nega racismo-em-lista-de-brasileiros-10206335

Nota de repúdio pela ausência de escritores negros na lista dos 70 autores brasileiros feita pelo Ministério da Cultura do Brasil para a Feira de Frankfurt 2013

http://www.sul21.com.br/jornal/escritores-convidados-para-a feira-de-frankfurt-literatura-e-emapartheidem-naturalizado/

Leitura complementar

ALVES, Miriam. Brasilafro autorrevelado: literatura brasileira contemporânea. Belo Horizonte: Nandyala, 2010.

_____. Cadernos Negros (número 1): estado de alerta no fogo cruzado. In: FIGUEIREDO, Maria do Carmo Lanna; FONSECA, Maria Nazareth Soares (Orgs.). Poéticas afro-brasileiras. 2 ed. Belo Horizonte: Mazza; PUC Minas, 2012. p. 221-240.

BERND, Zilá (Org.). Antologia de poesia afro-brasileira: 150 anos de consciência negra. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011.

_____. Poesia negra brasileira: antologia. Porto Alegre: AGE; IEL; IGEL, 1992.

_____. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BROOKSHAW, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

CAMARGO, Oswaldo de (Org.). A razão da chama – antologia de poetas negros brasileira. São Paulo: Edições GRD, 1986.

_____. O negro escrito: apontamentos sobre a presença do negro na literatura brasileira. São Paulo: Secretaria do Estado da Cultura, 1987.

COLINA, Paulo (Org.). Axé – antologia contemporânea de poesia negra brasileira. São Paulo: Global, 1982.

CUTI. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.

_____. Quem tem medo da palavra negro. Belo Horizonte: Mazza Edições, s/d.

_____. O leitor e o texto afro-brasileiro. In: FIGUEIREDO, Maria do Carmo Lanna; FONSECA, Maria Nazareth Soares (Orgs.).

Poéticas afro-brasileiras. 2 ed. Belo Horizonte: Mazza; PUC Minas, 2012. pp. 19-36.

DALCASTAGNÈ, Regina. Entre silêncios e estereótipos: relações raciais na literatura brasileira contemporânea. Disponível em http://www.gelbc.com.br/pdf_revista/3105.pdf

______.

A personagem do romance http://www.gelbc.com.br/pdf_revista/2602.pdf

brasileiro contemporâneo: 1990-2004.

Disponível em DUARTE, Eduardo de Assis (Org.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 1,2 ,3 e 4 . Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

EVARISTO, Conceição. Literatura negra. Rio de Janeiro: CEAP, 2007.

_____. Literatura negra: uma voz quilombola na literatura brasileira. In: PEREIRA, Edimilson de Almeida. Um tigre na floresta de signos – estudos sobre poesia e demandas sociais no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010.

_____. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. In: Scripta, Belo Horizonte, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2º sem. 2009.

_____. Da Grafia – Desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: ALEXANDRE, Marco Antônio (Org.). Representações Performáticas Brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007, p 16-21.

FANON, Frantz. Pele negra, máscara branca. Salvador: EDUFBA, 2008.

FIGUEIREDO, Maria do Carmo Lanna; FONSECA, Maria Nazareth Soares. (Orgs.). Poéticas afro-brasileiras. 2 ed. Belo Horizonte: Mazza; PUC Minas, 2012. pp. 191-220 KHOTE, Flávio R. O cânone colonial. Brasília: Editora da UnB, 2003.

QUILOMBHOJE. Reflexões sobre a literatura afro-brasileira. São Paulo: Quilombhoje 1985.

MUNANGA, Kabenguele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil – identidade nacional versus identidade negra. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

PEREIRA, Edimilson de Almeida. Um tigre na floresta de signos – estudos sobre poesia e demandas sociais no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010. p. 425-437.

QUILOMBHOJE. Cadernos Negros: os melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje, 1998.

RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1965.

REIS, Roberto. Cânon. In: JOBIM, José Luis (Org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

RISO, Ricardo. Negras substâncias de conscientização: a literatura negro-brasileira. In: Seminário Internacional Acolhendo As Línguas Africanas – SIALA – Africanias, Imagens e Linguagens, Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 2012. Disponível em: < http://www.siala.uneb.br/pdfs/2012/ricardo_silva_ramos_de_souza.pdf > Acesso em 27 de novembro de 2013.

SILVA, Jônatas Conceição da. Vozes quilombolas – uma poética brasileira. Salvador: EDUFBA, 2006.

SOUZA, Florentina da Silva. Afro-descendência em Cadernos Negros e Jornal do MNU. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.