Vanguardas europeias 3

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Transcript Vanguardas europeias 3

VANGUARDAS
EUROPÉIAS
Em seu sentido literal, vanguarda (que
vem do francês Avant Garde, "guarda
avante") faz referência ao batalhão
militar que precede as tropas em ataque
durante uma batalha. Daí deduz-se que
vanguarda é aquilo que "está à frente".
Desta dedução surge a definição adotada por
uma série de movimentos artísticos e políticos
do fim do século XIX e início do século XX.
Os movimentos europeus de vanguarda
eram aqueles que, segundo seus próprios
autores, guiavam a cultura de seus tempos,
estando de certa forma à frente deles. Muitos
destes movimentos acabaram por assumir um
comportamento próximo ao dos partidos
políticos: possuíam militantes, lançavam
manifestos e acreditavam que a verdade
encontrava-se com eles.
Paul Cézanne
Origem
A pintura de Cézanne abriu caminho para as
várias experimentações estéticas que viriam
a caracterizar as vanguardas do início do
Século XX.
Originalmente, e como muitos destes artistas
estavam ligados ao movimento realista, a
vanguarda estava identificada com a
promoção do progresso social: o indivíduo
ou grupo a ela ligado seria responsável
por um movimento de reformas sociais.
Com o tempo, o termo passou a ser usado
também para referir-se a artistas mais
preocupados somente com a experimentação
estética (como as vanguardas do início do
século XX, normalmente as mais associadas à
expressão). De qualquer forma, sempre se
manteve a idéia de um movimento artístico
como um movimento político (composto por
manifestos, militância, etc).
Movimentos
vanguardistas
Fauvismo
Foi um movimento artístico do começo do século XX. Teve inicio
em 1901, embora tenha ganhado esta denominação somente em
1905. A palavra tem origem no vocábulo francês fauves que
significa feras. Este movimento seguiu características
expressionistas. O artista plástico Henri Matisse é conhecido como
o pai deste movimento artístico.
Principais características :
- Uso de cores intensas (rojo, verde, amarelo, azul e vermelho)
- Busca de estabelecer harmonia, tranqüilidade, pureza e equilíbrio
nas obras de arte.
- Uso de formatos planos, grandes, simples e com traços largos;
- Intenção de demonstrar sentimentos nas obras;
- Temas preferidos: cenas urbanas e rurais, retratos, ambientes
internos, nus e cenas ao ar livre.
"Harmonia vermelha Mesa de jantar" - 1908
A dança - 1910
Cubismo
O cubismo é um movimento estético que
ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como
principais fundadores Pablo Picasso e Georges
Braque.
O cubismo tratava as formas da natureza por
meio de figuras geométricas, representando
todas as partes de um objeto no mesmo plano.
A representação do mundo passava a não ter
nenhum compromisso com a aparência real das
coisas.
O movimento cubista evoluíu
constantemente em três fases:
Cubismo pré-analítico ou Cubismo Cézanniano
- uma espécie de "preparação" para o cubismo,
onde as primeiras características surgem.
Cubismo analítico - que se caracterizava pela
desestruturação da obra, pela decomposição de
suas partes constitutivas;
Cubismo sintético - foi uma reação ao cubismo
analítico, que tentava tornar as figuras
novamente reconhecíveis.
Pablo Picasso
Aos pedaços - Pablo Picasso
Futurismo
O futurismo é um movimento artístico e literário, que
surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a
publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano
Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os
adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o
passado, e suas obras baseavam-se fortemente na
velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do
final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus
também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo
desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos
artistas que depois fundaram outros movimentos
modernistas.
Boccioni
Boccioni
ODE TRIUNFAL
À DOLOROSA LUZ das grandes
lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera
para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente
desconhecida dos antigos.
Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do
Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica
cosmopolita!
Eia! eia! eia, eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio,
engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Galgar com tudo por cima de tudo!
Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-lá! He-hô Ho-o-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
Ah não ser eu toda a gente e toda a
parte!
Dadaísmo
O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma
vanguarda moderna fundada em Zurique, em 1916, por
um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles
desertores do serviço militar alemão. Embora a palavra
dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua
utilização marca o non-sense ou falta de sentido que
pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para
reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi
escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um
dicionário. Isso foi feito para simbolizar o caráter antiracional do movimento, claramente contrário à Primeira
Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento
alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona,
Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.
Principais características
O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a
qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de
pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo
ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o
ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da
aparente falta de sentido, o movimento
protestava contra a loucura da guerra. Assim,
sua principal estratégia era mesmo denunciar e
escandalizar.
A princípio, o movimento não envolveu uma
estética específica, mas talvez as formas
principais da expressão dadá tenham sido o
poema aleatório e o ready made. Sua tendência
extravagante e baseada no acaso serviu de base
para o surgimento de inúmeros outros
movimentos artísticos do século XX, entre eles
o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o
Expressionismo Abstrato.
"Fountaine" ou "Fonte", de 1917/1964, Ready-made, é um urinol invertido (de
cabeça para baixo) de porcelana, com 23,5 x 18 cm, altura 60 cm. Milão,
Coleção de Arturo Schwartz. Trata-se de um urinol comum, branco e
esmaltado, comprado numa loja de construção. Duchamp compara a peça com
a projeção de Buda. Olhando bem de perto, parece mesmo com a imagem
dele. Entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas
formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se
pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro
masculino lançando urina sobre a forma feminina.
"Fonte", de Marcel Duchamp 1917
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras
que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são
tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.
Surrealismo
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário
surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido
no contexto das vanguardas que viriam a definir o
modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao
Dadaísmo e posteriormente expandido para outros
países. Fortemente influenciado pelas teorias
psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o
surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na
atividade criativa. Seus representantes mais
conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador
Dalí no campo das artes plásticas e André Breton na
literatura.
Visão geral
As características deste estilo: uma
combinação do representativo, do abstrato,
e do psicológico. Segundo os surrealistas, a
arte deve se libertar das exigências da lógica
e da razão e ir além da consciência
cotidiana, expressando o inconsciente e os
sonhos. O principal teórico e líder do
movimento é o poeta, escritor, crítico e
psiquiatra francês André Breton (18961966), que em 1924 publica o primeiro
Manifesto Surrealista.
No manifesto e nos textos teóricos posteriores, os
surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os
valores burgueses como pátria, família, religião,
trabalho e honra. Humor, sonho e a contra-lógica são
recursos a serem utilizados para libertar o homem da
existência utilitária. Segundo a nova ordem, as idéias
de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. Neste
sentido, o Surrealismo aproximava-se daquelas que
eram chamadas de vanguardas positivas, como o
neoplasticismo e a Bauhaus, chegando inclusive a
dialogar com o movimento comunista. No entanto,
pela sua proposta estética, está mais próximo das
vanguardas negativas, como o supracitado dadá, de
onde surgiu parcialmente.
Ficha Técnica – A Persistência da
Memória
Autor: Salvador Dalí
Onde ver: MoMa, Nova York, Estados
Unidos
Ano: 1931
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 24cm x 33cm
Movimento: Surrealismo
A Persistência da Memória destaca:
1 – Relógios derretidos: Um dia, sentado diante dos restos do jantar,
Dalí reparou que seu queijo camembert havia derretido e começava a
se espalhar pelas bordas do prato. Foi a imagem daquele queijo que
deu ao pintor a idéia dos relógios derretidos. Algumas horas depois, a
pintura estava terminada.
2 – Criatura bizarra: No plano central da obra, coberta por um
relógio derretido está a caricatura do próprio Salvador Dalí. Os cílios
sugerem um grande olho fechado em estado de contemplação, do sono
ou da morte. Dalí propõe que apenas a superação do tempo “terreno”
pode soltar as rédeas da consciência.
3 – Litoral vazio: A paisagem atrás da pintura é o litoral perto da casa
de Dalí em Port Lligat, em Barcelona. Percebe-se que o pintor ilumina
os penhascos e o mar com uma luz transparente e melancólica.
4 – Formigas Rastejantes: As únicas criaturas vivas no quadro são as
formigas na parte de trás do relógio laranja e uma mosca no relógio
derretido à esquerda. Dalí odiava formigas e as inclui neste quadro
como um símbolo de putrefação.
Salvador Dali
Salvador Dali
Expressionismo
Denominam-se genericamente expressionistas os
vários movimentos de vanguarda do fim do século
XIX e início do século XX que estavam mais
interessados na interiorização da criação artística do
que em sua exteriorização, projetando na obra de arte
uma
reflexão
individual
e
subjetiva.
O
Expressionismo não se confunde com o Realismo por
não estar interessado na idealização da realidade, mas
em sua apreensão pelo sujeito.
Sob o rótulo expressionista estão movimentos e
escolas como o grupo Die Brücke (do alemão: A
ponte), as últimas Secessões vienenses e de uma
certa forma o fauvismo. A arquitetura produzida
por Mendelsohn também é chamada de
expressionista.
Em uma acepção mais ampla, a palavra se refere
a qualquer manifestação subjetiva da criação
humana.
Edvard Munch
Rene Magritte
Debruça-se a alma neles, trazendo para si o
mundo.
Afinal, janelas são feitas pra se olhar de dentro
pra fora.
Mas de fora pra dentro o que poderia se ver?
O que diriam hoje?
Se eu pudesse observar através desse olhar
eu diria que há muitas e carregadas nuvens.
Sim, hoje chove dentro.
Dentro do meu país.
por Silvia