ALVENARIA ESTRUTURAL E SUAS PATOLOGIAS rev5
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Transcript ALVENARIA ESTRUTURAL E SUAS PATOLOGIAS rev5
ALVENARIA ESTRUTURAL
E SUAS ANOMALIAS
Autores:
Josemar Araújo
Paulo Costa
Rio de Janeiro
Julho de 2010
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INTRODUÇÃO
Conceito da Alvenaria Estrutural
São paredes dimensionadas com a
finalidade de suportar as cargas dos pisos. Sua
capacidade é o resultado do conjunto de
materiais constituídos, tais como o bloco de
concreto estrutural, a argamassa e o graute, ou
seja, além das funções de uma alvenaria
convencional (vedação, divisão de ambientes e
isolamento termo – acústico) a alvenaria tem a
função estrutural de substituir pilares e vigas.
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HISTÓRICO
A utilização da alvenaria como elemento estrutural
apenas comprimido é uma das mais antigas formas de
construção empregadas pelo homem.
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HISTÓRICO
1966 - No Brasil o primeiro registro de construção em
alvenaria estrutural, com execução de habitação popular
de 04 (quatro) pavimentos.
1972 - Foi executado no Central Parque - Lapa – São
Paulo 04 (quatro) torres com 12 pavimentos.
1990 - Tem–se inicio ao desenvolvimento tecnológico
no Brasil, com formação de centros de pesquisa e
disseminação na produção de edifícios de padrão
médio, há registro de construções com até 24
pavimentos, mas a corrente de calculistas prefere como
patamar edifícios de até 16 pavimentos.
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Tipos de Alvenaria Estrutural
• Alvenaria Estrutural Não Armada
Constituída de blocos assentados com argamassa,
podendo ter armaduras sem função estrutural.
• Alvenaria Estrutural Armada / Parcialmente
Alvenaria onde há a colocação de armaduras
(verticais e horizontais) nos blocos e calhas U
grauteadas, sendo essas dimensionadas para
absorver esforços calculados.
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A figura ao lado verificamos
que a priori há uma alteração
do Fbk (resistência do bloco),
Fgk (resistência do graute) e
Fak (resistência da argamassa
de assentamento) à medida
que nossa obra é executada,
ou seja, à medida que
levantamos a edificação
esses valores diminuem.
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VANTAGENS DA ALVENARIA ESTRUTURAL
•
•
•
•
•
•
Redução de armaduras
Redução de formas
Redução de resíduos
Redução do tempo de execução
Integração com outros subsistemas
Flexibilidade no planejamento de execução das
obras
• Possibilidade de diferentes níveis de
mecanização
• Custos otimizados
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DESVANTAGENS DA ALVENARIA ESTRUTURAL
A alvenaria estrutural não admite improvisações tais
como: “depois tira na massa”, “faz e quebra” e “depois a
gente dá um jeito”
• Condiciona a Arquitetura
• Inibe a destinação dos edifícios
• Restringe a possibilidade de modificações
arquitetônicas
• Vãos livres limitados
• Vãos em balanço
• Esbeltez
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
A principal ocorrência de anomalia em alvenaria
estrutural são as fissuras, que são originadas
quando as cargas atuantes excedem a
capacidade resistente da estrutura solicitada.
Suas causas principais são as seguintes.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras por variação de temperatura
As fissuras mais comuns são as horizontais devido à
movimentação térmicas da laje de cobertura, podendo
ocorrer mesmo em lajes protegidas por telhados, no
caso da proteção térmica ser insuficiente ou se não
tiver sido adotado nenhum detalhe construtivo na
interface entre as lajes e as paredes, portanto torna –
se de suma importância a confecção de projeto de
isolação térmica e impermeabilização das lajes
superiores para que se obtenha desempenho
satisfatório das alvenarias imediatamente abaixo.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras por variação de temperatura
A
B
C
(a) movimentações que ocorrem numa laje de cobertura,
sob ação da elevação da temperatura; (b) e (c) fissuras
típicas presentes no topo da parede ao comprimento da laje
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras decorrentes de excessivo carregamento de compressão
São geralmente verticais e decorrentes de
esforços transversais de tração induzidas nos
blocos pelo atrito da superfície da junta de
argamassa com a face maior dos blocos.
Ao ser comprimida a argamassa deforma mais
do que os tijolos, tendendo a expandir
lateralmente e transmitindo tração lateral aos
blocos. Esses esforços laterais de tração são
responsáveis pelas fissuras verticais.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras decorrentes de excessivo carregamento de compressão
Existem fatores que minimizam esses efeitos.
• A resistência da alvenaria é inversamente proporcional
à quantidade de juntas de assentamento.
• Em alvenaria sendo executada com juntas de
amarração sua resistência será superior à alvenaria
assentada com juntas verticais aprumadas.
• Um fator a ser levado em conta neste tipo de
fissuração é a presença de aberturas de portas, janelas
e vãos de ar condicionado nas alvenarias de
estruturais em cujos vértices ocorrem acentuadas
concentrações de tensões e a maneira visual para
combate-las é a utilização de vergas e contra - vergas.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras decorrentes de excessivo carregamento de compressão
Fissuras típicas nos cantos das
aberturas, sob atuação de
sobrecarga.
Fissuras verticais de alvenaria
causadas por excessivo carregamento
vertical
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras provenientes de recalques nas fundações
De uma maneira geral
são inclinadas e tendem
a se localizar próxima ao
primeiro pavimento da
edificação, entretanto
dependendo da
gravidade e do tipo de
construção o grau de
fissuração nos
pavimentos superiores
pode ser quase tão
intenso quanto no
primeiro pavimento.
Fissuras oriundas de
recalque das fundações
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras provenientes de recalques nas fundações
Entre outros fatores
podemos citar que
construções
assentadas sobre
seções de corte e
aterro, rebaixamento
de lençol freático e
falta de
homogeneidade do
solo, são as causas
mais freqüentes
dessa anomalia.
Fissuras oriundas de
recalque das fundações
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras provenientes de reação química
É decorrente de depósitos salinos principalmente de sais de
metais alcalinos e alcalinos terrosos na superfície de alvenarias,
provenientes da migração de sais solúveis nos materiais e
compostos das alvenarias, criando, pois alteração na aparência da
superfície sobre o qual se depositam e em determinados casos
seus componentes podem ser agressivos causando desagregação
profunda como no caso de compostos expansivos.
Para que ocorra tal fenômeno é necessário ao mesmo tempo
existam três condições, tais como, existência de teor de sais
solúveis, presença de água e pressão hidrostática; é necessário
que a solução migre para a superfície, portanto como maneira
eficaz de combater a essa ocorrência é a eliminação de uma das
condições.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras provenientes de reação química
Com relação à origem da água, a mesma poderia ser
proveniente da umidade do solo, água de chuva acumulada antes
da conclusão da parede no pavimento ou cobertura da obra ou
infiltrada por meio de aberturas ou fissuras existentes na alvenaria,
ou vazamento provenientes das alvenarias, das instalações
hidráulicas, esgoto, águas pluviais e proveniente de limpeza e uso
constante em determinados locais.
Por fim em relação a pressão hidrostática verifica–se que do
encaminhamento da água por meio dos materiais e
conseqüentemente cristalização dos sais solúveis na superfície
ocorrem por capilaridade sob efeito de gravidade percolação sobre
pressão por vazamentos de tubulações de água ou vapor, pela
condensação de vapor de água dentro das paredes, ou pelo efeito
combinado de duas ou mais dessa causas.
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ANOMALIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Fissuras provenientes de reação química
A remoção da eflorescência sobre a superfície da
alvenaria só poderá ser realizada após a eliminação da
causa da infiltração da água, com secagem da
superfície, procedida de escovação, e se fizer
necessário reparo da região afetada.
Fissuras horizontais no
revestimento provocadas pela
expansão da argamassa de
assentamento
Fissuras na argamassa de
revestimento provenientes
do ataque de sulfatos
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PRINCIPAIS CAUSAS DAS ANOMALIAS
Decorrem principalmente da falta de
planejamento e cuidados nas fases de:
• Projeto
• Materiais
• Controle da execução
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Projeto
Durante a concepção e projeto deve–se tomar os
seguintes cuidados:
• Conceituação dos projetos arquitetônicos e estruturais
• Conhecimentos técnicos adquiridos com base em experiência
racional, visando a adequação e concepção dos projetos de
fundação e estrutural
• Normalização técnica existente quanto à especificação das
materiais constituintes e procedimentos de execução
• Controle de qualidade efetiva, seja dos materiais, com relação ao
recebimento e estocagem, bem como da execução
• Critérios de qualificação técnica dos fabricantes de blocos
estruturais, argamassa e graute
• Especificação técnica mediante normas técnicas e cadernos de
encargos
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PROJETO DE 1ª FIADA
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PROJETO DE 1ª FIADA
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Materiais
Ensaios dos materiais aplicativos
•
Blocos
–
–
–
•
Resistência à compressão
Umidade
Absorção de água e características dimensionais
Argamassa
–
–
–
Dosagem
Retenção de água
Resistência à compressão
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Materiais
Ensaios dos materiais aplicativos
•
Graute
Se ensacado
–
Resistência à compressão
Se confeccionado na obra
–
Dosagem em laboratório de controle tecnológico
–
Resistência à compressão
Os demais materiais utilizados (aço, cimentos, agregados, aditivos
e água) deverão ser especificados conforme suas normas
técnicas.
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Graute ensacado
Graute confeccionado na obra
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Materiais
Especificações Técnicas
• Pedidos de compras: Deverão conter as especificações
técnicas do projeto.
• Controle de recebimento e estocagem
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Controle da execução
•
•
•
•
•
•
Máquinas e ferramental adequados
Treinamento da mão de obra
Organização do layout da laje
Controle de prumo, nível e alinhamento.
Juntas e amarração de paredes
Uso de pré-moldados (Gabaritos de portas, janelas
e vão de ar condicionado)
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Controle da execução
Máquinas e ferramental adequados
•
•
•
•
•
•
Máquina de corte
Escantilhão
Esquadro
Caixote metálico e suporte
Linhas de nylon
Andaimes adequados às
dimensões internas da
edificação
• Carrinhos plataforma c/ 04
rodas para transporte
horizontal e adequado às
dimensões internas da
edificação
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Conclusão
Em síntese um projeto executivo de
alvenaria estrutural bem concebido e o
controle de sua execução sendo seguida à
risca podem reduzir significativamente as
anomalias neste processo e suas
conseqüências que desgastam a relação
Cliente x Construtor. .
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Referências Bibliograficas
•
-ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland - Apostila do Curso de Alvenaria
Estrutural com Blocos de Concreto, Rio de Janeiro, 2008 - Guilherme C. Andrade
•
- Prof. Dr.Luiz Sérgio FRANCO - PCC 2515, Patologias da Alvenaria Estrutural,
Escola Politécnica da USP.
•
- ABCP Prof. Dr.Luiz Sérgio FRANCO – Como evitar Patologias sem prejudicar a
Produtividade das Obras, Escola Politécnica da USP.
•
- CT5 Caderno Técnico de Alvenaria Estrutural,Revista Prisma, Patologias em
Alvenaria Estrutural- LA Falcão Bauer
•
- Qualidade da Alvenaria Estrutural em Habitações de Baixa Renda,Tese de
Mestrado UFRS – Cristiano Richter, Porto Alegre,2007.
•
- Rafael Mattos CANO – Patologias em Alvenaria Estrutural ,Trabalho de Conclusão
de Curso,Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo- 2005
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