Valoração Econômica Ambiental

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Transcript Valoração Econômica Ambiental

VALORAÇÃO ECONÔMICA AMBIENTAL
Aline Guimarães Monteiro, D.Sc.
Rio de Janeiro,
Agosto de 2010
A PERÍCIA surge em decorrência de uma
demanda, por iniciativa de uma das PARTES
INTERESSADAS na busca de provas de atos e
fatos por ela levantados. Também pode surgir
por iniciativa do juiz, para o conhecimento e
esclarecimento de atos e fatos. O juiz nomeia
um PERITO de sua confiança. Este profissional
acompanhará todas as fases da perícia e
expressarão sua opinião técnica.
INFRAÇÕES POSSÍVEIS DE PERÍCIA
ECOLÓGICA








Dar início ou prosseguir na operação de atividade real ou
potencialmente poluidora sem haver obtido a LO.
Poluir o ar por fumaça proveniente de fontes fixas/ móveis ou por
queima ao ar livre ou por lançamento de resíduos gasosos ou de
material particulado.
Poluir a água ou solo por lançamento de resíduos sólidos ou
líquidos/ substâncias tóxicas ou vazamentos de óleo
(acidentalmente).
Polui mananciais destinados ao abastecimento de água.
Causar degradação ambiental que provoque erosão, deslizamento
ou modificação nas condições hidrográficas e superficiais.
Causar alterações de qualquer natureza, que provoque a
destruição da biota ou em ecossistemas em processo de extinção.
Causar alterações ao ambiente em áreas protegidas por lei.
Dispor ou instalar inadequadamente equipamentos com risco de
poluição.
Objetivos do módulo
Conhecer a metodologia de identificação e
valoração dos danos ambientais (DAS
EXTERNALIDADES NEGATIVAS)
provenientes da implementação das ações.
PRIMEIRO:
Identificar e avaliar os aspectos geradores
ambientais e seus respectivos impactos.
SEGUNDO:
Levantar as metodologias de valoração
econômica ambiental.
Aspecto  Impacto  Externalidade

Os impactos ambientais e sociais resultam
em efeitos econômicos/ externalidades, que
podem ser cobradas da empresa em
momento futuro.

A externalidade é quando o consumo ou a
produção de um bem geram efeitos
adversos ou benéficos a outros
consumidores e/ou empresas, e estes não
são efetivamente compensados no
mercado.
Externalidade
Efeitos do comportamento das pessoas ou empresas

EXTERNALIDADES
POSITIVAS e NEGATIVAS
Caracterização:
Definição imprecisa do direito de propriedade
 Caráter incidental e involuntário
 Falta de controle sobre as fontes dos efeitos externos

Economia do Meio Ambiente

Externalidade
Fonte de ineficiência na alocação dos RN

Intervenção do Estado
(taxação das externalidades negativas)
Externalidade monetizada e contabilizada
- cálculo econômico 
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES
Referências



MONTEIRO, Aline Guimarães. Metodologia de
avaliação de custos ambientais provocados por
vazamento de óleo: o estudo de caso do complexo
REDUC-DTSE. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE/PPE, 2003.
MOURA, L. A. A. Economia Ambiental. Gestão de
Custos e Investimentos. São Paulo: Editora Juarez de
Oliveira, 2000.
MOTTA, R.S. Manual para Valoração Econômica de
Recursos Ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPq.
Brasília, 1998. Economia Ambiental pela FGV (2006)




MAY, LUSTOSA e VINHA (orgs). Economia do Meio
Ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier,
2003
KASKANZIS NETO, G. Apostila de Perícia Ambiental.
Curso de Perícia Judicial Ambiental. Rio de Janeiro,
Rui Juliano Perícias, 2005.
TOLMASQUIM, M.T. et al. Manual de Valoração de
Danos Ambientais Causados pelo Setor Elétrico. Rio
de Janeiro. PPE/COPPE/UFRJ. 2000
BARATA, Martha Macedo de Lima. Um roteiro para
apropriação de custos ambientais na avaliação do
desempenho econômico das empresas. Tese de
Doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE/PPE, 2001.





ALMEIDA, J.R. e colaboradores. Perícia Ambiental,
Judicial e Securitária. Rio de Janeiro: Thex Editora,
2007.
MOTA, J. A. O valor da natureza: economia e política
dos recursos naturais. Rio de Janeiro: Garamond,
2001.
CUNHA, S.B. e GUERRA, A.J.T.(orgs) Avaliação e
perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2000.
BARBIERI,J.C. Gestão ambiental empresarial. RJ:
Saraiva, 2006.
SANCHEZ, L.E. Desengenharia: o passivo ambiental
na desativação de empreendimentos industriais. São
Paulo: Editora da USP, 2001.
PORTANTO,
POR ONDE
INICIAR?
Levantamento de aspectos geradores e
impactos ambientais
Diagnóstico ambiental e social  ISO
Sustentabilidade
LEVANTAMENTO, COLETA E AVALIAÇÃO:
1a ETAPA: Definição da etapa do empreendimento
2a ETAPA: Caracterização dos aspectos ambientais
3a ETAPA: Identificação, mensuração e classificação
do impacto ambiental e social.
1a ETAPA:
Definição da etapa do empreendimento

Avaliação dos impactos ambientais e sociais que
surgirão em cada fase do empreendimento:
- PLANEJAMENTO,
- CONSTRUÇÃO,
- OPERAÇÃO e
- DESCOMISSIONAMENTO
2a ETAPA:
Caracterização dos aspectos ambientais
Um aspecto gerador ambiental gera vários impactos
ambientais e sociais, negativos e positivos
DEFINIÇÕES
O ASPECTO GERADOR AMBIENTAL: É o elemento das
atividades, produtos ou serviços de uma organização
que pode interagir com o meio ambiente.
2a ETAPA:
Caracterização dos aspectos ambientais
DEFINIÇÕES
O IMPACTO AMBIENTAL é definido como a
alteração no meio ou em algum de seus
componentes por determinada ação ou atividade.
3a ETAPA:
Identificação, mensuração e classificação do
impacto ambiental e social.
Critérios para avaliação dos aspectos, impactos e seus
efeitos econômicos:





Situação operacional: rotineira (R), não rotineiro
(NR), acidental (A)
Classe: adverso (A), benéfico (B)
Área afetada: local (L), regional (R), global (G)
População afetada: força de trabalho (FT),
fornecedores (F), clientes (C), comunidade (CO),
consumidor (CF), governo e sociedade (S)
Agente econômico: interna (I), externa (E), ambos
(A)
Planilha de aspecto AMBIENTAL e impacto
Unidade :
Postos
A L
A Alteração dos recursos hídricos
A L/R Efeito na saúde A
humana
A L
A L/R Efeito na saúde A
humana
C Gastos potenciais com multas e
O processos
Gastos potenciais provenientes de
incidentes/ acidentes
Gastos para prevenção e tratamento
das operações rotineiras/ acidentais
C Gastos potenciais com multas e
O processos
A
I
A
I
A
I
Gastos potenciais provenientes de
incidentes/ acidentes
Gastos para prevenção e tratamento
das operações rotineiras/ acidentais
FT Gastos potenciais com multas e
,C processos
O
A
I
População Afetada
Classe
Efeito sobre a biodiversidade
Geração e disposição de resíduo R Alteração dos recursos hídricos
(embalagens, embalagens de
óleos recicláveis, estopas, latas)
Alteração das condições do solo
Vazamento de produtos em
tanques, tubulações, bocais de
enchimento e bombas
Área Afetada
Alteração das condições do solo
A L/R Efeito na saúde A
humana
A L
Agente Econômico
R Alteração dos recursos hídricos
IMPACTO
ECONÔMICO
Classe
Geração e descarte efluentes
IMPACTO
SOCIAL
Classe
ASPECTO
Freqüência
AMBIENTAL
EFEITO
A E
A A
A
I
E AGORA,
COMO MENSURAR:
-
OS EFEITOS ECONÔMICOS
E
- AS EXTERNALIDADES
AMBIENTAIS ?
Identificação e valoração dos efeitos
econômicos


Apoiar na identificação e incorporação dos benefícios
provenientes das iniciativas de SGA e RSA da
empresa na sua análise de viabilidade econômica
Fornecer procedimento para a identificação e
valoração dos efeitos econômicos provenientes da
implementação de:
AÇÕES PARA MITIGAÇÃO E CONTROLE DOS
IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS NEGATIVOS
AÇÕES PARA GERAÇÃO DE
IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS POSITIVOS
E as EXTERNALIDADES AMBIENTAIS?
Benefícios econômicos
A empresa investe em melhoria do desempenho ambiental e
social, através de programas sociais  responsabilidade
Não apenas os GASTOS em responsabilidade socioambiental e
social, mas também os BENEFÍCIOS econômicos. Estes últimos
podem ser traduzidos em:
- REDUÇÃO DE GASTOS E AUMENTO DE RECEITA decorrentes
de atividades implementadas com objetivo de preservar,
controlar,...
- REDUÇÃO DE CUSTOS DECORRENTES DE MELHORIAS
OPERACIONAIS.
- REDUÇÃO DE GASTOS POTENCIAIS decorrentes da diminuição
da probabilidade de ocorrência de acidentes.
- MELHORIA DAS VENDAS, DA IMAGEM e do relacionamento com
as partes interessadas.
CUSTOS DAS AÇÕES
X
REDUÇÃO DAS
EXTERNALIDADES
(BENEFÍCIOS)
Metodologia de identificação e valoração dos
efeitos econômicos/ externalidades negativas
1a ETAPA: Identificação das atividades, aspectos ambientais e
impactos ambientais/ sociais  efeitos econômicos 
externalidades ambientais.
2a ETAPA: Identificação dos custos ambientais que minimizam o
dano.
Identificação dos custos e benefícios a serem incorridos e com
potencial de se efetivarem, em face da implementação de ações
que promovam a qualidade ambiental
EM TERMOS GERENCIAIS
3a ETAPA: Avaliação econômica da ação de RSA adotada pela
empresa sobre o desempenho econômico
O gestor da empresa avalia a influência da medida em
andamento ou a ser adotada pela empresa
Custos Ambientais
Os custos ambientais podem ser tipificados em
decorrência das falhas que houver na atividade
operacional para o controle ambiental e social e tratam
com atividades relativas à prevenção, correção e
controle.
ADEQUANDO-SE A NOVA TIPOLOGIA ...

Custos de adequação (prevenção, correção e controle)

Custos de falhas de adequação
 Externalidades
Custos Ambientais
SOB O PONTO DE VISTA EMPRESARIAL,
são custos ambientais incorridos para tratar atividades
relativas à PREVENÇÃO, à AVALIAÇÃO, às FALHAS
INTERNAS e EXTERNAS ao processo de produção.
As informações sobre os custos ambientais auxiliam
nas propostas de melhorias para reduzir / eliminar
os danos.
- Custo de Falha de Adequação
Prevenção
- Custos de Adequação Correção
Controle
- Custo de Externalidade
Custo Ambiental
– Custo de Adequação –
Custos necessários para se alterar o processo
produtivo e se adequar às leis impostas por órgãos
fiscalizadores, às leis de mercado, às normas
ambientais e às tecnologias limpas.
PREVENÇÃO – Gastos associados às atividades que
buscam reduzir / eliminar a poluição.
VANTAGENS: custos decrescentes para a sociedade,
minimização dos custos de disposição final dos
resíduos, melhora da imagem da empresa, aumento da
competitivdade
da
empresa,
facilidade
no
cumprimento de novas leis, crescente motivação dos
empregados.
Custo de Adequação através da Prevenção






Contratação de mão-de-obra especializada na área
ambiental;
Treinamento e conscientização de pessoal, em todos
os níveis hierárquicos, para implementação dos
Sistemas de Gestão Ambiental;
Contratação de consultorias e auditorias ambientais;
Adequação aos preceitos das legislações federais,
estaduais e municipais;
Criação de banco de dados ambientais;
Certificação pelas normas ISO 14000 (meio
ambiente) e BS 8800 (segurança e saúde), incluindo
custos de implantação, custos de conscientização e
treinamento de todos os níveis hierárquicos
envolvidos,
custos
com
manutenção
e
acompanhamento e custos com melhoria contínua;
Custo de Adequação através da Prevenção







Substituição
de
matérias-primas,
insumos
e
componentes poluentes e revisão de equipamentos;
Reciclagem e reutilização de materiais de escritório,
embalagens, containers, sobras, etc;
Compra de máquinas, equipamentos e instalações
cujas funções específicas atuem no processo de
minimização dos níveis de emissão danosos;
Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento para
aprimoramento dos processos de tratamento e
tecnologias "limpas", que não agridam o meio
ambiente ou a sociedade;
Serviço de atendimento ao consumidor;
Divulgação das ações preventivas da empresa;
Gastos com seguros ambientais.
Custo Ambiental
– Custo de Adequação CORREÇÃO – Despesas necessárias para a
reparação de um dano causado.
CONTROLE – Custos implementados para manter a
fiscalização e monitoramento de empreendimentos
impactantes ao meio ambiente.
PREVENÇÃO - CONTROLE - CORREÇÃO
(prevenir o dano)
(remediar o dano)
Custo de Adequação através da Correção







Gastos com materiais (consumido e/ou perdido) e
embarcações de apoio para limpeza e recuperação
de rios, mares e lagos, e de terrenos;
Gastos com serviços (locações de lanças e barcos);
Gastos com mobilização de pessoal (contratação de
mão-de-obra);
Custos com a paralisação;
Gastos com reparos devido a acidentes causados em
mares, lagos, rios, solos, ou ar;
Correções na linha de produção;
Limpezas desnecessárias (causada por ineficiências
no processo)
Custo de Adequação através do Controle







Implementação de equipamentos para controle de
efluentes provenientes das estações de tratamento,
áreas de bombas e áreas sujeitas a vazamentos de
derivados de petróleo ou de resíduos oleosos;
Instalação de filtros;
Compra de equipamentos utilizados nos testes para
verificar os impactos causados ao meio ambiente;
Verificação de métodos e processos;
Testes e inspeções para verificação dos parâmetros
poluentes
nas
matérias-primas,
insumos
e
componentes comprados;
Testes e inspeções para verificação dos parâmetros
poluentes nos produtos acabados;
Avaliação da deterioração das matérias-primas e
componentes em estoque.
Custo Ambiental
– Custo de Falha de Adequação –
Custos empresariais quando há uma falha no
processo de adequação, seja através da
PREVENÇÃO, do CONTROLE ou da CORREÇÃO.
Evidencia as ineficiências no processo produtivo e a
não adequação às leis e normas ambientais


CUSTOS DAS FALHAS INTERNAS – perdas de
matéria-prima, desperdício de energia elétrica,
ações trabalhistas
CUSTOS DAS FALHAS EXTERNAS – custos com
testes externos (queixas), multas por órgãos
ambientais
Custo das Falhas de Adequação - Internas





Perdas de matéria-prima fora dos limites normais;
Desperdícios de energia elétrica e de água;
Gastos com mão-de-obra do pessoal empregado em
manuseio de material rejeitado por problemas
ambientais;
Remediação de áreas internas contaminadas;
Ações trabalhistas resultantes de condições
ambientais inadequadas da empresa.
Custo das Falhas de Adequação - Externas





Retrabalhos decorrentes de queixas de clientes
sobre a qualidade ambiental do produto;
Custos com testes externos para corrigir
imperfeições decorrentes de queixas;
Remediação de áreas externas contaminadas;
Recursos legais por problemas ambientais;
Multas de órgãos ambientais.
E OS EFEITOS
ECONÔMICOS QUE
NÃO PODEM SER
VALORADOS?
Importância da inserção da variável
ambiental
Avaliação sócio-econômica de projetos
- CUSTO DE DEGRADAÇÃO/ CUSTO EXTERNO/
EXTERNALIDADE NEGATIVA 
Externalidade sócio-ambiental
Custo dos efeitos negativos resultantes de uma
atividade, não internalizados pelas entidades
geradoras mas impostos a terceiros e não tem
valor no mercado.
Identificação e Valoração das
Externalidades (Custos de Degradação)
Permite a caracterização global das externalidades
provenientes dos empreendimentos

Metodologias de Valoração Econômica
do Meio Ambiente




Caracterização dos aspectos geradores dos
impactos.
Identificação dos impactos ambientais.
Identificação dos efeitos econômicos não
incorporados.
Levantamento das técnicas de valoração ambiental.
Natureza e Classificação dos Valores
Ambientais
Valor econômico dos recursos ambientais
é derivado de seus atributos, que geram a satisfação
de consumo, podendo estar associado ou não a
um uso.
Valor econômico do recurso ambiental (VERA)
Valor
de Uso
Valor de não-uso
ou de existência
VERA = (VUD + VUI + VO) + VNU
VALOR DE USO é o valor atribuído pelas pessoas que
realmente usam de bens e serviços ambientais.



Valor de uso direto (VUD) - o indivíduo utiliza um
recurso sob a forma de extração, de produção ou
de consumo direto.
Valor de uso indireto (VUI) - o benefício do uso do
recurso deriva de funções ecossistêmicas.
Valor de opção (VO) - valor atribuído pelo indivíduo,
de forma direta ou indireta, ao recurso ambiental
que pode ser utilizado em futuro próximo.
VALOR DE NÃO USO é o valor que está dissociado do
uso e deriva de uma posição moral ou cultural em
relação aos direitos de existência de espécies nãohumanas ou preservação de riquezas naturais.
Metodologias de Quantificação do Dano Função Dose-resposta
Relacionam a atividade impactante (causa)
ao dano ambiental (efeito)
FUNÇÃO DOSE-RESPOSTA
relata o nível de atividade impactante com o grau do
dano físico ao ativo natural/ impacto sobre a saúde
É o estabelecimento de uma relação entre a dose
(causador, fonte, poluente) e a resposta (efeito,
mudanças, alterações)

valor à resposta ou ao efeito
Etapas para aplicação
do método dose-resposta:
1) Identificação e caracterização das emissões de
poluentes.
2) Determina-se a dispersão dos poluentes no meio
ambiente através de modelos de dispersão.
3) Estabelecimento da relação quantitativa entre a
dose e os efeitos causados pelo poluente.
4) Determina-se o risco incremental individual trazido
pelos poluentes e em seguida, o risco coletivo.
5) Estima-se a variação do dano sobre a população, a
partir do preço do dano físico.
Método Dose-Resposta - Estimativa do efeito da
poluição atmosférica na saúde humana
1a Etapa:
Emissões = f (potência estimada, tecnologia,
combustível)
taxa de =
emissão
(g/ano)
produção anual , fator de , eficiência no
de energia
emissão
controle
(kWh)
(g/kWh)
(%)
2a Etapa:
Modelos de dispersão - simulam a distância máxima
percorrida a partir da fonte emissora
A concentração dos poluentes emitidos
 direção predominante do vento
 faixa de velocidade média de vento (0,5 - 6,0 m/s)
 altura da chaminé
Concentração = taxa de , distância da , velocidade
do poluente
emissão fonte emissora do vento
(g/m3)
(g/ano)
(km)
(m/s)
3a Etapa:
Estudos epidemiológicos  coeficiente dosee toxicológicos
resposta
(bij)
4a Etapa:
Externalidade  risco
risco
= concentração do , coeficiente dose
individual
poluente
dose-resposta


relação linear entre a concentração do poluente e
efeitos
efeitos sinérgicos entre os poluentes
5a Etapa:
Impacto do dano sobre a saúde da população
impacto na
= risco
, população da
saúde humana individual
área afetada
6a Etapa:
Valor econômico do dano físico
 Morbidade: despesas de saúde, dias parados de
trabalho, perda de produtividade
 Mortalidade: disposição a pagar para reduzir a
probabilidade de morte ou reduzir o risco de morte
prematura
2 maneiras: Teoria do
/
Gastos
Capital Humano
hospitalares
Valor Total do Dano Causado à Saúde Humana
Valor da Impacto na + Valor dos
Impacto na
vida
saúde
gastos
saúde
estatística (morte)
hospitalares (doenças)
Função Dose-resposta
- dificuldades 




Relações causais em ecologia são pouco
conhecidas e de estimativa bem complexa.
As condições de dispersão dos poluentes nem
sempre são possíveis.
Uso de dados secundários para a população.
Variedade de poluentes presentes e a interação na
atmosfera dificulta a identificação do real efeito de
cada poluente.
Os fatores relacionados ao clima, à topografia, às
especificidades do local, ao estilo de vida das
pessoas devem ser considerados.
Metodologias de Valoração Econômica do
Meio Ambiente
Determinação dos custos e benefícios sociais/
ambientais, quando as decisões de investimentos
públicos e privados afetam o bem-estar da sociedade
-
A adoção de cada método depende:
do objetivo da valoração,
das hipóteses assumidas,
da disponibilidade dos dados e
do conhecimento da dinâmica ecológica do objeto a
ser valorado.
Apresentam limitações e recomendações.
Métodos de Valoração Ambiental

MÉTODOS INDIRETOS DE VALORAÇÃO - a
produção ou o consumo de um bem é afetado
pela variação da quantidade e/ou qualidade de
bem e serviços ambientais (degradação).
O valor das mudanças percebidas nos bens que
serão comercializáveis é medida como
benefícios ou perdas decorrentes da mudança
no recurso ambiental.
- Método da Produtividade Marginal
- Despesas de Reposição e de Re-localização
- Despesas de Proteção e Prevenção/Mitigação
Método de Mudanças na Produtividade
Medir os custos ambientais do desenvolvimento
econômico
Exemplo:
Custo ambiental (da degradação) do solo é a queda da
produtividade agrícola (que está associada às
perdas do solo)
-
Diminuição da produtividade humana associada à
poluição do ar e sonora
(Custo ambiental da degradação da qualidade do
ambiente)
Método da Produtividade Marginal
O valor econômico do recurso ambiental R é
determinado em função de sua contribuição como
insumo para obter o produto P.
Existe um relação de dose-resposta entre a variação na
quantidade/qualidade de R utilizado para produzir P
e a variação na quantidade de P produzida.
VE (recurso) = Preço (produto)* Variação do produto P
face à variação de R
Método da Produtividade Marginal
- Estimativa do valor extraído da venda de produtos
gerados em uma área
1a Etapa: Número de árvores
Realizar um inventário dos RN madeireiros / RN nãomadeireiros. (no e tipo de espécies)
2a Etapa: Produção anual por árvore (kg/unid. kg/m3)


Verificar a taxa de produção anual para árvores
frutíferas (contagem / pesagem de frutas).
Volume comercializado da árvore madeireiro
(altura comercial ~ DAP).
3a Etapa: Preço unitário (US$/unid. US$/m3)
Determinar o valor corrente de mercado
 Preços de mercado
 Custos de transporte, ...
4a Etapa: Valor econômico do recurso ambiental
proveniente das atividades extrativas (US$/área)
- receita total líquida por área impactada
- quantidade de produto recolhido gerado pela
exploração
Despesas de Reposição
(ou Custos de Reposição)
Representam os gastos incorridos pelo consumidor
/usuário para repor os ativos produtivos que foram
danificados pela poluição ou por um gerenciamento
inapropriado.
Deve garantir um nível desejado de P ou R.

Valor mínimo aceitável para medidas que reduzem a
poluição ou melhorem as práticas de gerenciamento.
Exemplo: Custos para reposição do solo
Despesas de Prevenção/Mitigação
Despesas que as pessoas têm na tentativa de evitar um
dano ambiental ou outras atividades ofensivas ao
bem-estar humano ou ao meio ambiente.
Determina a importância que o indivíduo atribui ao
meio ambiente e impactos à saúde humana.

Avalia as despesas para mitigar o dano ambiental
As pessoas agem precipitadamente para se proteger
dos danos e as despesas produzem uma estimativa
que reflete um valor mínimo do dano real.
Exemplo: Construção de diques na Coréia.
Despesas de Proteção
Despesas para se proteger de algum dano ambiental a
fim de melhorar o seu meio (local).
Exemplo: valoração do dano causado pelo ruído.
Solução: Instalação de vidros duplos nas janelas
contra ruídos, porém ... isto somente ocorrerá se o
custo de isolamento acústico for menor que um
certo nível de incômodo permitido pelo indivíduo.
Pela escolha na aquisição do equipamento de
proteção, as vantagens do isolamento acústico
serão superiores ao custo do equipamento
Despesas de Re-localização
(ou Custos de Re-localização)
Estas despesas são utilizadas para avaliar os
benefícios potenciais (e custos associados) de se
prevenir uma mudança na qualidade ambiental.
Exemplo: Realocar o ponto de abastecimento de água.
Viéses dos Métodos Indiretos Comentados
 Métodos indiretos subestimam o valor total do R
onde os VO e VE são significativos.
Métodos de Valoração Ambiental

Métodos Diretos de Valoração - procuram
revelar as preferências através de situações reais ou
de situações hipotéticas.
A preferência revelada através do mercado real
envolve a análise de bens e serviços que são
afetados por impactos ambientais. Os indivíduos
devem escolher entre o impacto ou outros bens.
Exemplo: análise de propriedades localizadas em
duas áreas diferentes revela a disposição a pagar
por um motivo.
Método dos Preços Hedônicos e Método do Custo
de Viagem
- A preferência revelada através de mercados
hipotéticos envolve a construção de mercados
hipotéticos para várias opções de redução de danos
ambientais e questiona se uma amostra de
indivíduos está disposta a pagar por uma redução
do dano ambiental.
Exemplo: construção de funções de demanda que
permitem captar as medidas de disposição a pagar
(ou aceitar) dos indivíduos relativa às variações de
disponibilidade do recurso ambiental
Método de Valoração Contingente
Método de Preços Hedônicos
Identificação de atributos ambientais que podem ser
captados no preço de bens e serviços, como por
exemplo de imóveis ou terrenos.
Determinação de uma função hedônica de preço que
estima o valor dos atributos de bens e serviços
ambientais que estão implícitos no valor de um bem
privado.
Exemplo: Distintas propriedades de mesmo tamanho e
material de construção apresentam diferentes preços
de mercado em função de seus atributos ambientais
(qualidade do ar). Essa diferença reflete a disposição
a pagar por variações destes atributos.
Aplicação do Método de Preços Hedônicos
1) Informações dos vários atributos que influenciam o
preço da propriedade (características da
propriedade, as facilidades de serviços, a qualidade
do local,...). Fonte de dados: Empresa imobiliária
O atributo ambiental deve ser definido com
precaução.
2) Compradores devem possuir informações
suficientes do mercado de propriedades para
avaliar todas as opções de compra.
3) Determinação do preço da propriedade em função
dos atributos escolhidos.
4) O valor econômico do recurso ambiental é dado pelo
excedente do consumidor.
Método de Custo de Viagem
Estima a demanda por um sítio natural com base na
demanda de atividades recreacionais ou serviços
ambientais que o sítio proporciona.
Custos incorridos pelo usuário para acessar o sítio

custo de visitação a um sítio
= máxima (DAP) do usuário pelo serviço ambiental
Surge para medir os benefícios proporcionados pelos
locais de recreação ao ar livre
(trabalhos realizados nos EUA).
Aplicação do Método de Custo de Viagem
1) Determinação do número de visitantes (análise de
freqüência de visitação ao parque) usando um
questionário que focaliza informações referentes
ao local de estada, distância viajada, freqüência e
custo de viagem das visitas.
2) Determinação da taxa de visitação ao parque. Para
isso é necessário conhecer o número de visitantes
de uma região, a população da região e o tamanho
da amostra de entrevistados. A taxa de visitação
indica a percentagem de pessoas de cada região
que visita o parque em um período.
3) Determinação do custo total de viagem que inclui
os custos gastos com transporte ao local de
visitação mais os custos do tempo gasto na viagem.
Custos de transporte são os gastos com locomoção
ao local de visitação, incluindo os gastos com
combustível, hospedagem. Custo do tempo inclui a
estimativa das horas de viagem.
4) Determinação da curva de demanda por visitação
para as atividades recreacionais do sítio. A
construção da função de demanda por visitação
utiliza valores diferentes para as taxas de admissão
ao parque. Demonstra como a taxa de visitação varia
quando se altera a taxa de admissão ao parque.
5) Determinação do valor recreacional do parque. Este é
o valor de uso do parque. É a área sob a curva de
demanda.
Método de Valoração Contingente
Mensura o impacto no nível de bem-estar dos
indivíduos decorrente de uma variação dos bens
ambientais.



Vantagem: produz estimativas de valores que não
poderiam ser obtidos por outros meios. Exemplos:
preservação de espécies, diversidade genética.
Desvantagem: Possui a limitação de fornecer
resultados confiáveis para populações-alvo, cuja
faixa de renda permite despesas com
preocupações desta natureza. Método direcionado
aos ricos.
Desvantagem: A confiabilidade das respostas
depende do grau de informação que os
entrevistados possuem sobre a espécie ou área em
questão.
Aplicação da Valoração Contingente
1) Determinar qual o recurso ambiental a ser valorado.
Descrição detalhada do bem ou serviço ambiental.
Deve-se conhecer o nível de disponibilidade do bem
questionado, quem utilizará o bem,...
2) Determinar um dos mecanismos de valoração: a DAP
ou a DAA. Estes são simulados por intermédio de
pesquisas de campo.
3) Definir o instrumento ou veículo de pagamento ou
compensação com que a medida de DAP ou DAA
será realizada. DAP: novos impostos, tarifas e taxas
ou DAA: subsídios, compensações financeiras.
4) Escolher a forma de eliciação (resposta) para valorar
a DAP ou DAA. Artifício de jogos de ofertas, Lances
livres ou forma aberta, Cartões ou opções de
pagamento, Referendo e Referendo com
acompanhamento.
5) Estimativa do valor econômico do recurso ambiental
capta as medidas de disposição a pagar (ou aceitar)
dos indivíduos relativas às variações de
disponibilidade do recurso ambiental. O valor é dado
pelo excedente do consumidor.
Definição do questionário: Definir a amostra da
população entrevistada, a forma como será aplicado
o questionário, determinar o conteúdo das
informações que devem ser prestadas no
questionário (dados sócio-econômicos,
conhecimento sobre o impacto ambiental e a DAP).
Viéses da Valoração Contingente








Indução a respostas ou a compreensão equivocada
dos cenários apresentados.
Viéses estratégicos - falta de credibilidade na
cobrança.
Superestimativa da DAP para resolver problemas
ambientais - sentimentos pessoais.
Método direcionado aos ricos.
Nem todos os indivíduos se beneficiam da
conservação e têm a DAP.
A forma de apresentação e o nível de precisão da
informação influencia a DAP e DAA.
Utilização de entrevistadores treinados e com
experiência.
Existe a intenção, embora não haja a DAP.
Valoração de espécies e habitats
Espécies
Valor (US$ 1990 por pessoa)
Noruega:
Urso marrom e lobo
15,0
USA:
Águia
12,4
Urso pardo
18,5
Carneiro
8,6
Garça
1,2
Baleia azul
9,3
Golfinho
7,0
Lontra do mar da Califórnia
8,1
Baleia "cachalote"
Valor (US$ 1990 por pessoa)
Habitats
USA:
40 - 64
Grand Canyon
Deserto do Colorado
Austrália:
Reserva Natural de Nadgee
UK:
Reserva Natural
Noruega:
Conservação de rios
27,0
9,3 - 21,2
28,1
40
59 - 107
Valor Econômico da Biodiversidade como
Prestadora de Serviço
1a Etapa: Determinar o C liberado na conversão da
floresta em uma atividade econômica (tC. / área)
2a Etapa: Verificar o custo ambiental provocado pelo
lançamento de 1 t. de Carbono (US$ / tC.)
3a Etapa: Calcular o valor econômico relativo à
liberação de C para uma área (US$ / área)
(US$ / área) = (US$ / tC.) * (tC. / área)
DECISÃO GERENCIAL:
CUSTOS DAS AÇÕES
X
REDUÇÃO DAS
EXTERNALIDADES
(BENEFÍCIOS)
Aplicação da metodologia para valorar os
efeitos econômicos identificados
A análise custo-benefício é uma forma racional de
decidir sobre a adequabilidade e aceitabilidade de
prosseguir com a ação.
Para tal, seleciona-se a ação e as respectivas
medidas, considerando os custos para sua
implantação, necessárias para prevenir e/ou
combater/controlar o aspecto gerador do impacto/
dano ambiental.
O benefício econômico proveniente da
implementação destes tipos de ações é a redução
de custos de externalidades, que é calculado a
partir dos métodos de valoração econômica de
danos ambientais.
Análise custo-benefício acerca dos danos à
saúde
BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO
CUSTO DA AÇÃO
DA AÇÃO (REDUÇÃO DOS CUSTOS
EM POTENCIAL)
 Ação de prevenção (com Método pelo custo de doenças:
ambientais,  Gastos diretos com internação (GAD),
auditorias
BS 8800 - segurança e  Perda de produtividade do indivíduo
saúde,
serviço
atendimento
de
impossibilitado de trabalhar (DAR).
ao
consumidor e instalação Gasto com indenizações. Técnicas para
de filtros para controle valorar os gastos potenciais: julgamento
da poluição do ar).
 Ação
de
profissional e técnica atuarial.
controle
(equipamentos
controle de ruídos).
de
Análise custo-benefício acerca da
imagem da empresa
CUSTO DA AÇÃO
BENEFÍCIOS DA
IMPLEMENTAÇÃO DA
AÇÃO (REDUÇÃO DOS
CUSTOS)
intangível:
 Ação de prevenção (Custo com  Custo
conscientização e treinamento Metodologia da valoração
níveis contingente
os
todos
com
hierárquicos, além dos gastos  Gastos potenciais com
com a paralisação da unidade multas,
e
processos
multas obrigações
de
função
em
de
decorrentes da adulteração de conformidade legal.
combustíveis).
 Ação de controle (verificação de Técnicas para valorar os
métodos e processos e dos gastos
potenciais:
testes e inspeções acerca do julgamento
profissional,
combustível).
estudos de engenharia,
técnicas
modelagem,
atuariais, estudo de caso,
valoração.
Análise custo-benefício acerca da
alteração da renda
CUSTO DA AÇÃO
BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA
AÇÃO (REDUÇÃO DOS CUSTOS)
 Medidas
de  Variação na renda em circulação
conscientização
e
treinamento de todos os
níveis hierárquicos da
empresa, investimentos
em novas instalações,
infra-estrutura
e
serviços
de
atendimento
ao
consumidor.