Instrumentos Cirúrgicos Básicos

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Instrumentos Cirúrgicos Básicos D1 Brunno Zeni de Lima

Escolha do material

• • • Interfere no resultado final e sucesso da cirurgia, além do conforto do cirurgião Os instrumentos são feitos de aço inoxidável Devem ser delicados e especiais

Porta-agulhas

• • • • Segura o corpo da agulha e facilita o nó cirúrgico Deve ser confortável e funcional Mandíbulas lisas: agulhas finas e suturas delicadas Mandíbulas serrilhadas: agulhas grossas e suturas mais fortes (pex: unhas)

Porta-agulhas

• Mais utilizados: – Derf e Webster: mais delicados, úteis para fios 4.0 a 7.0 e suturas delicadas – Hegar: mais forte, fios 3.0 e suturas mais fortes – Castroviejo: suturas extremamente delicadas (pálpebras) e agulhas muito finas. Cabo funciona como uma mola e é seguro entre os indicadores e o polegar – Olsen-Hegar: tesoura logo atrás das mandíbulas

Fig. 12.1 –

direita: Hegarforte, Webster com vídea e Derf delicado.

Porta-agulhas: da esquerda para a

Tesouras

• • • 5 funções: – Cortar tecido e fios de sutura, descolar tecidos, retirar fios de sutura e curativos Podem ter pontas retas ou curvas (não traumáticas), lâminas longas ou curtas, bordas serrilhadas ou lisas.

É importante respeitar a função de cada tesoura

Tesouras

Tesoura

Metzenbaum Iris Stevens Spencer Lister Kaye Castroviejo

Pontas

Rombas Retas

Lâminas

Longas Curtas Finas, delicadas Curvas, precisa Rombas Curtas Rombas Largas Rombas Finas Curtas Curtas

Bordas

Lisas Lisas Lisas Lisas Lisas Lisa/serrilhada Lisas

Ideal

Tecidos, retalhos e descolamentos mais espessos Tecidos e descolamentos mais delicados Remoção de fios Corte de fios Corte de materiais blefaroplastia fios muito finos (abaixo de 6.0)

Fig. 12.2 –

Tesouras: da esquerda para a direita: Iris, Stevens, Iris mais longa, Spencer, Metzenbaum e Kaye (blefaroplastia).

Pinças

• • • Função: – Manuseio do tecido, apreensão da pele e agulhas no momento da sutura Ponta serrilhada – apreensão de fios e curativos Ponta com dente – manusear o tecido e segurar a agulha

Pinças

• • • • Adson com dentes – manuseio de estruturas mais espessas Graefe, Foerster, Bishop-Harmon – dentes muito finos e delicados. Apreensão de tecidos e vasos finos, minienxertos de cabelo, pele e na cx de cicatrizes de acne Semkin – pontas finas e longas. Introdução de calços de algodão sob a lâmina ungueal encravada Castroviejo – fina e delicada, cx de pálpebras

Fig. 12.3 –

Pinças: da esquerda para a direita: Graefe mais delicada, Graefe Iris, Adson com dente, Adson serrilhada, Semkin delicada.

Bisturis

• • • • • • Mais comum – cabo 3 com lâmina 15 Cabo de bisturi Van Sickle – comporta múltiplas lâminas – retirada de faixas de pele do CC nas áreas doadoras de cabelo Há bisturis descartáveis Lâmina 10 – grandes excisões e tecido espesso (CC e dorso) Lâmina 11 – pontiaguda e reta, abscessos/cortes finos Colocar e retirar lâmina do cabo com porta-agulhas ou pinça hemostática

Fig. 12.4 –

lâminas.

Cabos de bisturi: de baixo para cima: três cabos de bisturi no 3 com formas diferentes. Um cabo de bisturi Van Sickle para múltiplas

Fig. 12.5 –

Lâminas: da esquerda para a direita: lâmina 15; lâmina 11; lâmina persona para transplante de cabelo; lâmina de dilatação de orifícios receptores de transplante de cabelo.

Curetas

• • • • Curetagem e eletrocoagulação de tumores cutâneos Tecido tumoral – desliza facilmente Tecido normal – dureza e resistência Mais utilizadas são as cureta de Piffard e Heath, que variam de 2 a 4 mm

Fig. 12.6 –

Curetas dermatológicas: De baixo para cima: uma cureta de Piffard — 2mm; uma cureta de Heath — 2mm; duas curetas de Heath — 3mm; duas curetas de Heath — 4mm.

Punchs

• • • Biópsia e transplante de cabelos Mais utilizados são os de Keyes, com cabo pesado e aberturas que variam de 2 a 6 mm Punch de Orentreich é específico para tx de cabelos

Fig. 12.7 –

diâmetro).

Punchs de Keyes (2 mm a 6 mm de

Pinças hemostáticas

• • • • Apreensão de vasos e hemostasia Melhores e mais precisas são de Halsted (pinça mosquito) e Hartmann Pinça de Kelly é mais pesada e incômoda Ponta serrilhada pode ser curva ou reta

Fig. 12.8 –

Pinças hemostáticas tipo Halsted (mosquito); pontas curvas e retas.

Ganchos

• • • • • Favorecem o manuseio do tecido cutâneo com o mínimo de trauma Úteis no descolamento de tecidos, na aproximação de bordas cirúrgicas e no movimento de retalhos Podem ter pontas únicas/duplas/triplas, rombas ou afiadas Mais utilizados são os de ponta única e afiada Mais populares são de Joseph, Frazier, Guthrie

Fig. 12.9 –

Ganchos de Joseph, ponta única.

Extratores de comedões

• • • Cômedos abertos, milios e molusco contagioso Mais utilizados são de Unna e Stone – orifícios estreitos na duas extremidades Schamberg – orifícios maiores

Fig. 12.10 –

Extrator de comedões tipo Unna.

Miscelânia

• Pinça de Allis – pinça forte, pontas com dentes, apreensão de estruturas espessas e profundas (lipomas, LN)

Miscelânia

• Conjunto de cx de pálpebras

Fig. 12.12 –

Conjunto para cirurgia de pálpebras. Da esquerda para direita: afastador de pálpebra Love; pinça de pálpebra; pinça de Calázio Desmarres; tesoura de blefaroplastia.

Miscelânia

Instrumentos para cx de calos e unhas

Fig. 12.13 –

Cirurgia de calos e unha. Da esquerda para a direita: descolador Rugina reto 6mm; cinzel reto 6mm; martelo de metal; raspa curva com dentes para baixo; gancho de Joseph; pinça Goifa; deslocador de unha; porta-agulha Hegar-forte .

• Apreensão de gazes para antissepsia

Miscelânia

• Fixação de campos operatórios

Fig. 12.15 –

Pinça Cherron pequena.

Fig. 12.16 –

Pinças Backhaus de 10 cm.

Miscelânia

Conjunto para cx de cicatrizes de acne

Fig. 12.17 –

de 4 mm.

Conjunto para cicatrizes de acne. Da esquerda para a direita: um jogo de punchs; um mandril (portapunchs); uma tesoura de Iris e uma de Stevens; uma pinça de subscisão; duas pinças curvas delicadas; uma cureta dermatológica

Miscelânia

• Conjunto para cx de tx de cabelos

Fig. 12.18 –

micropunchs.

Conjunto para transplante de cabelo. Da esquerda para a direita: um cabo de bisturi de múltiplas lâminas Van Sickle; duas pinças Foerster curvas, serrilhadas; uma pinça de relojoeiro; um dilatador de orifício; três

Miscelânia

• Régua – excisões fusiformes e medição de retalhos

Seringas e agulhas

• Boa escolha a fim de minimizar a dor no momento da anestesia

Fig. 12.21 –

13 x 3, 30-G ½; 25 x 7, 22-G; 40 x 12, 18-G ½; 40 x 11, 16-G ½.

Agulhas. Da esquerda para a direita:

Miscelânia

• • • Luvas, máscaras, gorros, óculos e escudos Aventais e campos cirúrgicos Gazes e cotonetes

Cuidados com o instrumental

• • • • Afiação: regularmente, no mínimo em 6 em 6 meses Lubrificação: ideal com óleo de silicone Limpeza: imersão em água morna mais detergente por uma hora, em seguida escovados em água fria, na sequência totalmente seco antes de ser enviado para esterilização ou limpeza ultrassônica Embalagem: antes de esterilizados, devem ser embalados, identificados e datados com fita própria de autoclave

Fios e Materiais para Sutura

Introdução

• • • Sutura ideal é forte, flexível, de fácil de manuseio, com nós seguros Deve provocar mínima inflamação do tecido Nenhum agrupa todas características ideais, por isso a necessidade de saber os diversos materiais de sutura

Introdução

• • • Força tensora: – Quantidade de peso necessário para romper a sutura dividida por sua área de corte transversal (identificação pelo formato dígito-hífen-zero) Força do nó: – Quantidade de força necessária para que o nó escape e é diretamente relacionado ao coeficiente de atrito do material usado Configuração física: – Filamentos curvos ou trançados (estes mais fácil manuseio, porém maior risco de infecção)

Introdução

• • • Elasticidade: – Tensão intrínseca gerada na sutura após seu estiramento, fazendo que ela volte ao seu comprimento normal (maior elasticidade, menor estrangulamento do tecido) Memória: – tendência que o material tem de voltar a sua forma normal após ter sido manipulado (reflexo de sua firmeza) Reação do tecido: – – Resposta inflamatória gerada pela presença do material (2 a 7 dias) Naturais (categute e seda) reações mais intensas, sintéticos (náilon e polipropileno) geram menor reação

Materiais de sutura absorvíveis

• Ideal – alta força tensora, baixa reação do tecido, boa segurança do nó e demora no tempo de absorção

Materiais de sutura não absorvíveis

• • Forte elemento de preferência pessoal A menor sutura que propiciará o fechamento da ferida deve ser usada para minimizar o excesso de material dentro dela, reduzindo o risco de infecção, quelóide e necrose

Materiais especiais

• Grampos: – – Formados por aço inoxidável Fácil colocação e podem reduzir o tempo de fechamento em cerca de 70 a 80% – – Boa indicação para locais sob forte tensão (tronco, CC, extremidades) Não devem ser usados em tecidos delicados, sobre proeminências ósseas ou áreas de grande mobilidade – Vantagens – menor risco de isquemia, infecção e reação; melhor eversão das bordas – Desvantagens – necessidade de auxiliar, maior risco de cicatrizes inestéticas, custo mais elevado – São retirados de forma indolor, utilizando um jogo de extrator específico

Materiais especiais

• Tecidos adesivos: – Octilcianoacrilato (Dermabond, Ethicon) polimerizado é disponível em cápsulas de 0,5 ml – Fáceis de serem aplicados e secam rapidamente – Boa indicação – laceração simples em cças, pctes que não cooperam – Não devem ser usados em áreas de alta mobilidade e onde houver alta fricção