MARCO REFERENCIAL EM AGROECOLOGIA

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Transcript MARCO REFERENCIAL EM AGROECOLOGIA

Eng. Florestal: Léo Lince do Carmo
Almeida
Unidade de Apoio Organizacional
Agroecologia e Meio Ambiente
BASES CONCEITUAIS DE AGROECOLOGIA
 Agroecologia
Etimológica:
refere-se
especificamente ao meio natural inerente a toda e
qualquer forma de produção agrícola seja ela
convencional ou alternativa.
 Agroecologia
no caráter humano: área de
conhecimento social e culturalmente construída.
.
 Agroecologia no sentido multidimensional:
- sustentabilidade econômica (potencial de renda e trabalho,
-
-
acesso ao mercado);
ecológica (manutenção, melhoria de qualidade dos
recursos naturais e das relações ecológicas de cada
ecossistema);
social (inclusão das populações mais pobres e segurança
alimentar);
cultural (respeita as culturas tradicionais);
política (organização para a mudança e participação nas
decisões);
- ética (valores morais transdecendentes).
EM SÍNTESE:
 A Agroecologia é considerada como ciência
emergente orientada por uma base epistemológica
e metodológica.
 A Agroecologia é considerada como campo de
conhecimento transdisciplinar que recebe as
influências das Ciências Sociais, Agrárias e
Naturais, em especial a Ecologia Aplicada.
Segundo Altieri (2001), a Agroecologia encerra
os seguintes elementos técnicos:
 Conservação e Regeneração dos recursos naturais –
solo, água, recursos genéticos, além da fauna e flora
benéfica.
 Manejo dos recursos produtivos – diversificação e
reciclagem dos nutrientes e da matéria orgânica e
regulação biótica.
 Implementação dos elementos técnicos – definição
de técnicas ecológicas, escala de trabalho, integração
dos elementos do sistema em foco e adequação a
racionalidade dos agricultores.
TRANSIÇÃO ECOLÓGICA
Amparado pela:
 A pesquisa científica (solos, fisiologia, entomologia,
fitopatologia e outras áreas).
 Os conhecimentos relacionados à Agroecologia
formulados por diversos autores, incluindo os
fundadores das correntes clássicas (Howard, Steiner,
Fukuoka, Chaboussous) e os contemporâneos.
 Os conhecimentos tradicionais camponeses e
indígenas de manejo dos recursos.
 O aprendizado acumulado na prática recentes de
sistemas sustentáveis em diversos locais do mundo.
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA (GLIESSMAN,
2000)
 Transição interna ao sistema agropecuário:
Passo 1: redução e racionalização do uso de insumos
químicos;
Passo 2: substituição dos insumos;
Passo 3: manejo da biodiversidade e redesenho dos sistemas
produtivos.
 Transição
-
externa
ao
sistema
produtivo
agropecuário:
Expansão da consciência pública;
Organização dos mercados e infra-estrutura;
Mudanças institucionais na pesquisa, ensino e extensão;
Políticas públicas;
Inovações na Legislação Ambiental.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA AGRICULTURA
ALTERNATIVA
 Início do século XX: euforia gerada por Liebig – Lei
Dominismo.
 Segundo Ehlers (1999):ações contrárias a Liebig.
 Na Europa:
- Agricultura Biodinâmica – Rodolf Steiner em 1924.
- Agricultura Orgânica – Albert Howard – 1925.
- Agricultura Biológica – Hans Muller – 1925.
 Japão – 1935
- Agricultura natural – Fukuoka e Mokiti Okada.
 Outras
- A Permacultura – Bill Molisson.
- Agricultura Ecológica.
- Agricultura Regenerativa.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA
AGROECOLOGIA
 Agroecologia é tão antiga quanto a origem da
agricultura. Estudo das agriculturas tradicionais,
indígenas ou camponesas, revela sistema agrícolas
complexas adaptadas as condições locais, com
agroecossistemas estrutural e funcionalmente muito
similares às características dos ecossistemas naturais.
(Hecht, 1997).
 Conhecimento das culturas campesinas tradicionais,
desaparece a idéia preconcebida pela sociedade
industrial-urbana de que as práticas agrícolas eram
primitivas e insuficiente. (manejo do ecossistema e da
importância destes para melhorar os sistemas
produtivos atuais (Altieri, 1992).
POR QUE AGROECOLOGIA?
 Riechmann (2002)
- É relevante rever o modelo de produção
agropecuária, pois seus pressuposto originais ( AI)
não contemplaram as salvaguardas ao meio
ambiente e a saúde humana.
- Agroecologia caracteriza um esforço de construção
de modelos de agricultura e de sociedade onde não
haja custos socioculturais, ambientais e
econômicos ocultos.
AGROECOLOGIA PARA QUEM?
 Se a Agroecologia se propõe a desenhar e manejar
agroecossistemas sustentáveis e construir estratégias
de desenvolvimento rural englobando as dimensões
ecológicas, sociais, culturais e econômicas, podemos
afirmar que a agroecologia é uma ciência que serve à
sociedade como um todo, às gerações atuais e futuras,
aos atores do mundo rural e urbano.
PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E
INOVAÇÃO EM AGROECOLOGIA.
 O perfil e a formação dos pesquisadores muitas vezes
continuam sendo convencionais.
 Projetos apresentados com a mesma lógica da pesquisa
clássica (por produtos disciplinares baseado no
delineamento linear clássico, com pouca ou nenhuma
participação dos produtores.
 Estratégias metodológicas de pesquisa, desenvolvimento
-
e inovação em Agroecologia:
Ensaios sistêmicos,
Ensaios de síntese,
Indicadores e avaliação de experiências agroecológicas.
Redes de referência,
Pesquisa participativa.
DESAFIOS FUTUROS E DIRETRIZES DA
EMATER EM AGROECOLOGIA
 Estar diante de um processo de construção de um modelo
de desenvolvimento rural sustentável, indo além de um
processo sistêmico participativo, integrado e ético.
 Diretrizes e demandas em pesquisa Agroecológica.
- Institucionalizar o marco referencial a Agroecologia.
- Fortalecer a capacitação das equipes em Agroecologia.
- Sistematizar ações e experiências dos agricultores em
Agroecologia.
- Desenvolver processos participativos com enfoque
sistêmico.
- Trabalhar dimensão da equidade.
PÚBLICO PREFERENCIAL E DEMANDAS DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS
 Agricultor familiar;
 Pequeno e médios Agricultores;
 Grande Agricultor ( futuramente);
 Políticas Públicas
- Reforma Agrária;
- Formação de novos profissionais;
- Estimular a criação de um Programa Nacional de Transição
Ecológica;
- Incrementar Programa de Orientação e Acompanhamento Técnico;
- Incentivar processos de certificação participativa e avaliação de
conformidade;
- Fortalecer os programas de agregação de valor e comércio solidário;
- Educação Ambiental e Ecoturismo.
FAZENDINHA AGROECOLÓGICA – EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO
FAZENDINHA AGROECOLÓGICA – EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO
FAZENDINHA AGROECOLÓGICA – EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO
FAZENDINHA AGROECOLÓGICA – EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO
DO DESENVOLVIMENTO RURAL CONVENCIONAL AO
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
 A revolução verde transformou-se no modelo básico para
mudança da agricultura contribuiu para elevar a
produtividade nas propriedades e regiões em que as rendas
já eram mais elevadas, mas nada conseguiu fazer para
melhorar a situação dos pobres do campo. Ao contrário,
ampliou a expansão e as desigualdades sociais e agravou os
efeitos negativos sobre a agricultura e o meio ambiente.
 Os sucessivos fracassos das estratégias do difusionismo
deram lugar a vários estudos críticos sobre os impactos do
modelo, dos quais nasceriam novas e diferentes estratégias
de intervenção nos processos de promoção do
desenvolvimento agrícola e rural.
A CAMINHO DA SUPERAÇÃO DO MODELO
CONVENCIONAL DO DESENVOLVIMENTO
 1962 – Primavera silenciosa (Rachel Calson);
 1970/ 72 – 1º Trabalho do Clube de Roma e limites do



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




crescimento.
1973 – O negócio é ser pequeno (E. F. Schumacher)
1974 – 2º Trabalho do Clube de Roma
1976 – 3º Trabalho de Clube de Roma
1980 – Informe Global 2000 (Presidente Carter)
1987 – Informe Brundtland CMMAD
1992 – Rio 92 – Agenda 21
1996 – Futuro Roubado e Conferência da Alimentação
1997 – Rio + 5
2002 –Rio + 10 (Conferência de Johanesburg)
CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA AGROECOLOGIA
Agroecologia
Agricultura
Convencional (Princípios, conceitos
e metodologias
Agricultura
Sustentável
MULTIDIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE A PARTIR DA
AGROECOLOGIA

Dimensão ecológica – Indicadores:
a) Conservação e melhoria das condições físicas,
químicas e biológicas do solo;
b) Utilização e reciclagem de nutrientes;
c) Preservação e recuperação da paisagem natural.

Dimensão econômica – indicadores:
a) Melhoria da renda familiar;
b) Garantia da produção de alimentos;
c) Agregação de valor à produção primária.
•
Dimensão social – indicadores:
a) Produção de subsistência nas comunidades;
b) Qualidade de vida da população rural;
c) Acesso a educação, saúde e previdência social.
Dimensão Cultural – indicadores:
a) Incorporação do conhecimento local nas formas
de manejo;
b) Resgate e aplicação dos saberes locais sobre a
biodiversidade;
c) Valores culturais e suas relações com o trabalho
agrícola.

• Dimensão política – indicadores:
a) Presença de formas associativas e de ação
coletiva;
b) Ambiente de relações sociais adequadas a
participação;
c) Existência de representação local em defesa de
seus interesses no âmbito da sociedade maior.
• Dimensão ética
- Requer o fortalecimento de princípios e valores que
expressam a solidariedade sincrônica(entre as gerações
atuais) e solidariedade diacrônicas entre as atuais e
futuras gerações.
Paradigma Agroecológico de Sustentabilidade
 Aplicação dos princípios, conceitos da Agroecologia
-
-
visa alcançar:
Estilos de agricultura de base ecológica;
Obter produtos de qualidade superior;
Atender requisitos sociais;
Considerar os aspectos culturais;
Permitir a obtenção de resultados econômicos
favorável ao conjunto da sociedade;
Numa perspectiva temporal de longo prazo que
inclua tanto a presente quanto as futuras gerações
(ética de solidariedade)
O QUE PODEMOS FAZER
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INFORME-SE;
TORNA-SE ATIVO;
ESTABELEÇA VÍNCULOS ENTRE PROBLEMAS LOCAIS E
GLOBAIS
ASSUMA RESPONSABILIDADE PESSOAL;
MUDE O ESTILO DE VIDA;
INFORME SUA CIDADE;
CONHEÇA SUA REALIDADE;
COMPAREÇA A EVENTOS;
SUA OPINIÃO PODE FAZER A DIFERENÇA;
ORGANIZE EM ATIVIDADES COMUNITÁRIAS;
DESPERTE ATENÇÃO.
“Nem tudo que é torto é errado, veja as
pernas do Garrincha e as árvores do
Cerrado.”
Nicolas Behr
Poesília
OBRIGADO....
Léo Lince do Carmo Almeida
Engenheiro Florestal
[email protected]