Transcript Carnauba

Extrativismo da Carnaúba no
estado do Piauí:
Potencialidades e
Vulnerabilidades Econômicas,
Sociais e Ambientais
Palestrante
Jaíra Maria Alcobaça Gomes
Piripiri-PI, 12/11/2010
EXTRATIVISMO
• simples atividade de coleta, excluindo as técnicas de cultivo,
criação e beneficiamento, e não considera o nível cultural
das populações locais, é chamada de primitiva (REGO,
1999).
• conceito de extração, portanto, é amplo em seu objeto, por
se aplicar à totalidade do ecossistema natural, e restrito em
sua função, por limitar a apropriação dos recursos às
qualidades e quantidades dos estoques primitivos, sem
intervenção racional para sua ampliação. Tal concepção
supõe uma separação entre o homem e a natureza, ao
admitir a existência de áreas naturais intocadas pelo
homem (REGO, 1999)
NEOEXTRATIVISMO
• OS RECURSOS NATURAIS SÃO ESGOTÁVEIS
• PRECISO EXPLORÁ-LOS DE MANEIRA
SUSTENTÁVEL
CONCEPÇÃO
• atividade que engloba todo uso econômico de
recursos naturais não conflitantes com o modo de
vida e cultura extrativas, obtido através da
combinação de atividades estritamente extrativas
com técnicas de cultivo, criação e beneficiamento
inseridas no ambiente social dominado por essa
cultura singular (REGO, 1999).
IBGE
• Extrativismo vegetal é o processo de
exploração dos recursos vegetais nativos
que compreende a coleta ou apanha de
produtos como madeiras, látex, sementes,
fibras, frutos e raízes, entre outros, de
forma racional, permitindo a obtenção de
produções sustentadas ao longo do tempo,
ou de modo primitivo e itinerante,
possibilitando, geralmente, apenas uma
única produção.
Carnaúba (cera)
2,9%
Produtos extrativos nãoOutros
madeireiros
8,4%
Açaí
21%
Castanha-do-Pará
7,2%
Carnaúba (pó)
9,8%
Babaçu (amêndoa)
18,2%
Erva-mate (nativa)
16,1%
Fonte: Dados básicos (IBGE, 2008).
Piaçava (fibra)
16,4%
Produção primária do país
A produção primária do país em 2008 foi de R$ 12,7 bilhões
Fonte: Dados básicos (IBGE, 2008).
Ranking dos estados na produção extrativista
brasileira
ESTADOS
VALOR
(mil reais)
1 Pará
1280097
2 Bahia
ESTADOS
VALOR
(mil reais)
14 Rio Grande do Sul
52839
482059
15 Tocantins
30054
3 Maranhão
392347
16 Acre
26179
4 Mato Grosso
280636
17 Pernambuco
23133
5 Minas Gerais
279141
18 Roraima
21298
6 Paraná
243151
19 Rio Grande do Norte
15647
7 Mato Grosso do Sul
163312
20 Amapá
12173
8 Rondônia
119124
21 Sergipe
7082
9 Amazonas
99919
22 Paraíba
6103
10 Piauí
99222
23 São Paulo
2691
11 Goiás
98749
24 Espírito Santo
1859
12 Santa Catarina
82805
25 Alagoas
917
13 Ceará
76794
26 Rio de Janeiro
188
POTENCIALIDADES
CARNAÚBA
APROVEITAMENTO DA CARNAUBEIRA
3 PALHA
4 OLHO
6
T
A
L
O
5 FRUTO
2 CAULE
1 RAIZ
DELIMITAЗ Г O DA AMOSTRA
Parnaнba
Buriti dos Lopes
#
Luнs Cor reia
#
#
Joaquim Pires
Car aъbas do Piauн
Luzilв ndia
#
#
#
#
Morro do Chapйu do Piauн
Piracuruca
#
#
Esperantina
#
Brasileir a
#
Batalha
Piripiri
#
#
Pedr o II
Josй de Freitas
#
#
Cam po Maior
#
N
Altos
W
Cas telo do P iauн
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S
#
Sг o Miguel do T apuio
Oeiras
Floriano
Pimenteiras
#
Sг o Josй do Peixe
#
#
#
Picos
#
Localização Geográfica
do Extrativismo da
Carnaúba
#
#
Santa Cr uz do Piauн
#
#
Santo Inбcio do P iauн
Cam pinas do Piauн
#
Conceiзг o do Canindй
Sг o Joг o do Piauн
LE GEN DA
Fo nt e: El abo raз г o pr у pr ia (2 004 )
Mu nicнpios pe sq uisado s
Ve geta зг o
Caa tinga
Cerra do
Cerra do / Ca ating a
Flore sta Se mi D ecнdu a
Flore sta Se mi D ecнdu a / C erra do
Ve geta зг o Litorвne a
APROVEITAMENTO INTEGRAL DA
CARNAÚBA
Aproveitamento Integral da Carnaúba
Palmeira
(Copernicia prunifera)
produtos provenientes
do caule
produtos provenientes
do fruto
lenha
cerca
óleo comestível
material construção
palmito
pó substituto do café
linhas, caibros e ripas
farinha alimentícia
produtos provenientes
da palha e talo
celulose
corda
cera
artigos domésticos
papel carbono, cera p/ piso
Emulsões p/ veículos e móveis
Fita p/ computador
cosméticos, etc.
chapéu
bolsa
esteira, rede
saco, etc.
VISÃO SISTÊMICA DA CADEIA PRODUTIVA
DA CARNAÚBA
CADEIA PRODUTIVA DA CARNAÚBA
Visão Sistêmica
Cadeias
Produção
Extrativa
(Pó)
Pré-Porteira
Produtores
Tradicionais
Medicamentos
Cera
Artesanato
Celulose
Fornecedores
Produtores
Modernos
Pós-Porteira
Consumidores
Alimentos
Construção
Civil
Programa de Cooperação Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento Regional
Arranjos Produtivos Locais
FNDCT/CT – VERDE AMARELO
PRINCIPAL APROVEITAMENTO
ECONÔMICO
OLHO, BANDEIRA E PALHA
PROCESSO DE EXTRAÇÃO DO PÓ
CERÍFERO
corte da palha
(vara de cortar)
recolhimento
(formação de feixes de 25 palhas)
transporte
(animais)
secagem
(ao sol ou em secadores)
retirada do pó
(Máquina de bater)
pó de palha
pó de olho
Novas Tecnologias
• SECADOR PARA PALHA DE CARNAÚBA (UFPI
– DEPÓSITO DE PATENTE)
• PAPEL ARTESANAL
• EMULSÃO – PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
• CERA DEPILATÓRIA
FATORES CRÍTICOS
1. Instabilidade da rentabilidade e lucratividade em todos
os elos da cadeia da cera de carnaúba;
2. Inexistência de coordenação da cadeia;
3. Poder de mercado (oligopsônio);
4. Padrão tecnológico arcaico – EXTRAÇÃO DO PÓ;
5. Políticas setoriais restritas;
6. Organização e relações de produção arcaicas;
7. Incentivo à preservação da cultura local da carnaúba;
8. Associativismo.
Cenários
I
B
RENTABILIDADE/LUCRATIVIDADE
E
AD
D
LI
COORDENAÇÃO DA CADEIA
PODER DE MERCADO
E
IC
SUS
TE
NT
A
FORÇAS RESTRITIVAS
D
D
E
S
E
M
P
E
N
H
O
U
ÇÃ O
A
L
T
SAR
PADRÃO TECNOLÓGICO
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
POLÍTICAS SETORIAIS
AGROECOLOGIA DA CARNAÚBA
FORÇAS PROPULSORAS
PASSADO
PRESENTE
FUTURO
MACROCENÁRIOS POSSÍVEIS:
NACIONAL E INTERNACIONAL
CENÁRIOS
CENÁRIO 1
CENÁRIO 2
FATORES
DESARTICULAÇÃO INTERNA E EXTERNA
DA CADEIA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA
CADEIA
1. Rentabilidade/lucratividade
Preço baixo
Entrada de novas empresas
Garantia de preço
Capitalização das empresas
2. Coordenação
Desconfiançaentre os agentes
Rivalidade entre os agentes
Organização do setor (cada elo)
Articulação interestadual
3. Poder de mercado
Preço baixo
Entrada de novas empresas
Ameaça de produtos substitutos
Amplitude do mercado externo e interno
Produto sustentável
Marketing
Controle de qualidade
Ausência de financiamento para pesquisa de
novas tecnologias
Manutenção do padrão tecnológico atrasado
Novas aplicações e novos produtos
Difusão de novas tecnologias
Pesquisa sobre agroecologia da carnaúba
4. Padrão tecnológico
5. Relações de produção
6. Políticas setoriais
7. Agroecologia da carnaúba
Manutenção de relações de dependência
Ausência de política de preços mínimos
Diminuição crédito de custeio produção
Disponibilidade de crédito para capital
Desconhecimento da carnaúba
Negociação dos interesses
Ampliação do crédito
Existência da PGPMBIO
Incentivos fiscais
Desenvolvimento de pesquisa
MATRIZ FORÇAS RESTRITIVAS E
PROPULSORAS MATRIZ FATORES
CRÍTICOS POR AMBIENTE
FATORES E
FORÇAS
FATORES CRÍTICOS
AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
Coordenação da Cadeia
AMBIENTE
INSTITUCIONAL
Políticas setoriais
AMBIENTE
TECNOLÓGICO
Padrão tecnológico
arcaico
Agroecologia da
carnaúba
AMBIENTE
COMPETITIVO
Poder de mercado
Rentabilidade/lucrati vida
de
Relações de produção
Preço baixo
FORÇAS
RESTRITIVAS
FORÇAS
PROPULSORAS
Desconfiança entre os
agentes
Rivalidade entre os
agentes
Acesso ao crédito
restrito
Guerra fiscal entre os
Estados
Núcleo Gestor APL
Ampliação do crédito
Legislação Ambiental
Organização do setor
(cada elo)
Articulação interestadual
Câmara Setorial/Técnica Incentivos fiscais
Fiscalização e PGMBIO
Nº reduzido de projetos
pesquisa de novas
tecnologias
Manutençãoo do padrão
tecnológico atrasado
Novas aplicações e
novos produtos
Difusão de novas
tecnologias
Pesquisa sobre
agroecologia da
carnaúba
Ameaça de produtos
substitutos
Qualidade do pó de
carnaúba
Relações de produção
arcaicas
Novos mercados
Turismo/Artesanato
Produto sustentável
Controle de qualidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Solucionar
• problema da coordenação da cadeia;
• integração de novas tecnologias com as técnicas
tradicionais – transferências de tecnologia;
•capacitação para conhecimento da agroecologia da
carnaúba;
•qualificação profissional e fomento ao processo de
educação da população envolvida no campo – cultura
local;
•organização social;
•consorciamento de atividades e distribuição da renda;
•novas atividades – Turismo rural em carnaubais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Plano de Ação:
•Estratégias inovadoras de forma sistêmica nos
ambientes
organizacional,
competitivo,
institucional e tecnológico;
•Sustentabilidade econômica, social e ecológica
do
extrativismo
da
carnaúba
NEOEXTRATIVISMO;
Os sete elementos da eco-eficiência são:
•
•
•
•
•
•
•
•
Redução do consumo de materiais com bens e serviços;
Redução do consumo de energia com bens e serviços;
Redução da emissão de substâncias tóxicas;
Intensificação da reciclagem de materiais;
Maximização do uso sustentável de recursos renováveis;
Prolongamento da durabilidade dos produtos;
Agregação de valor aos bens e serviços.
(ALMEIDA, 2002, P.103)
Os elementos são correlacionados com 3 Objetivos
• Redução do consumo de recursos;
• Redução do impacto na natureza;
• Aumentar o valor do produto ou serviço.
• (WBCSD 2004, p. 15
OBRIGADA!
GRUPO DE PESQUISA – Diretório de Grupos de
Pesquisa no Brasil do CNPq
Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental –
DESA
Laboratório de SocioEconomia – LASE – UFPITROPEN- Dep. de Economia
•
•
•
•
•
•
•
Jaíra Maria Alcobaça Gomes (Líder) - e-mail: [email protected]
José Luís Lopes Araújo
Karla Brito dos Santos
José Natanael Fontenele de Carvalho
Emiliana Barros Cerqueira
Vera Lúcia dos Santos Costa
Danilo José Sousa
REFERÊNCIAS
• GOMES et al. Cadeia Produtiva da Cera de
Carnaúba:Diagnóstico e Cenários.EDUFPI.2006
• IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura. Rio
de Janeiro. 2008.
• REGO, José Fernandes. Amazônia: do Extrativismo ao
Neoextrativismo. Ciência Hoje, v. 25, n. 147, p. 62-65,
mar. 1999.