DOSAGEM DO CONCRETO
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Transcript DOSAGEM DO CONCRETO
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE
CONTRUÇÃO
Estudo direcionado para a escolha dos
materiais constituintes e afixação de suas
proporções ou quantidades relativas nas
misturas de concreto para assegurar um
determinado desempenho.
Ou seja, é o proporcionamento mais
adequado e econômico de materiais:
◦ Cimento, água, agregados, adições e aditivos
O objetivo da dosagem é que se obtenha um
concreto que atenda as seguintes condições:
◦ No estado fresco: seja trabalhável e mantenha sua
homogeneidade em todas as etapas;
◦ No estado endurecido: apresente as propriedades
exigidas no projeto estrutural;
◦ Seja durável em toda sua vida útil;
◦ Seja econômico.
A resistência de dosagem fcj expressa em
MPa, está definida no item 6.4.3 da NBR
12655/96 e deve ser calculada pela fórmula:
Onde:
◦ fcj = fck + 1,65xSd
◦ fcj = resistência média do concreto à compressão,
prevista para a idade de j dias;
◦ fck = resistência característica do concreto à
compressão, especificada no projeto;
◦ Sd = desvio padrão da dosagem.
Dados dos projetos da edificação (projeto
estrutural, ...)
Resistência característica do concreto (fck);
Dimensão das formas da estrutura;
Menor dimensão das peças em planta;
Menor espessura da laje;
Menor espaçamento, distribuição e posicionamento
das barras das armaduras;
◦ Resistência a agentes externos;
◦ Acabamentos específicos;
◦
◦
◦
◦
◦
Tipo e classificação do concreto compatível com o
projeto
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
Densidade: leve, média ou alta;
Resistência: “leve, média ou alta”;
Granulometria: microconcreto, normal, ciclópico e especial;
Plasticidade: úmido, semiplástico, plástico, fluido ou
líquido;
Adequada ao conforto: térmico, acústico e estético;
Estanqueidade: denso, impermeável quanto possível;
Concreto poroso para uma situação que necessite de
passagem de água;
Retração mínima possível;
Trabalhabilidade: adequada às estruturas, tipo de mistura,
transporte, lançamento e adensamento;
Lançamento: Bombeado e convencional.
Trabalhabilidade
◦ Consistência (plasticidade) adequada;
◦ Agregados: granulometria, forma e tamanho dos
grãos;
◦ Dimensões das peças de lançamento;
◦ Menor afastamento e distribuição das barras das
armaduras;
◦ Aditivos: plastificantes, superplastificantes,
retardadores, aceleradores, incorporadores de ar,
etc.;
◦ Processo de mistura, transporte, lançamento e
adensamento.
De que forma os materiais influenciam no
concreto?
◦ CIMENTO
◦ AGREGADO MIÚDO
◦ AGREGADO GRAÚDO
Características dos materiais
Fixar a relação a/c
Determinar o consumo dos materiais
Apresentação do traço – proporção de mistura
Cimento
Agregados
Concreto
Cimento
◦ Tipo
◦ Massa específica
◦ Resistência do cimento aos 28 dias
Agregados
◦ Análise granulométrica
Módulo de finura do agregado miúdo
Dimensão máxima do agregado graúdo
◦ Massa específica
◦ Massa unitária compactada
CONCRETO
◦ Consistência desejada no estado fresco
◦ Condições de exposição
◦ Resistência de dosagem do concreto
◦ Sd = desvio padrão
Condição A
(Sd = 4,0 MPa)
Condição B
(Sd = 5,5 MPa)
Materiais dosados em massa e a água de
amassamento é corrigida em função da correção
da umidade dos agregados
Classe C10 a C80
Cimento dosado em massa, agregados dosados
em massa combinada com volume, a umidade do
agregado miúdo é determinada e o volume do
agregado miúdo é corrigido através da curva de
inchamento.
Classe C10 a C25
Condição C
(sd = 7,0 MPa)
Cimento medido em massa, agregados e água em
volume, umidade dos agregados estimada.
Classe C10 a C15
NBR 12655
Características dos materiais
Fixar a relação a/c
Determinar o consumo dos materiais
Apresentação do traço – proporção de mistura
Critérios
◦ Durabilidade – ACI ou NBR 12655 e NBR 6118
Escolha da a/c é função da curva de Abrams do
concreto
◦ Resistência Mecânica
Relação a/c e tipo de cimento
◦ É utilizada a menor relação a/c obtida pelos
critérios acima.
Ex.: Cimento CP 32 – Concreto com
resistência de dosagem 25 MPa aos 28 dias
Características dos materiais
Fixar a relação a/c
Determinar o consumo dos materiais
Apresentação do traço – proporção de mistura
Água
Cimento
Agregados
Miúdo
Graúdo
O consumo de cimento depende diretamente
do consumo de água
Teor ótimo de agregado graúdo
◦ Dimensão máxima do agregado graúdo
◦ Módulo de finura da areia
Teor ótimo de areia
◦ Teor de pasta
◦ Consumo de agregado graúdo
AREIA
Vb = Volume do agregado graúdo (brita) seco
por m³ de concreto
Mu = Massa unitária compactada do
agregado graúdo (brita)
Critério do menor volume de vazios;
Proporcionar as britas de maneira a obter a
maior massa unitária compactada
BRITAS
PROPORÇÃO
B0 E B1
30% B0 E 70% B1
B0 E B1
50% B0 E 50% B1
B0 E B1
70% B0 E 30% B1
Onde:
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
◦
Vm – volume de areia
Cc – consumo de cimento
Cb – consumo de brita
Ca – consumo de água
Cm – consumo de areia
Υc – massa específica do cimento
Υb – massa específica da brita
Υa - massa específica da água
Υm – massa específica da areia
Características dos materiais
Fixar a relação a/c
Determinar o consumo dos materiais
Apresentação do traço – proporção de mistura
Cimento: areia: brita: a/c
Falta de argamassa: acrescentar areia,
mantendo constante a relação a/c
Excesso de argamassa: acrescentar brita,
mantendo constante a relação a/c
Agregados com alta absorção de água:
acrescentar no consumo de água
Diferentes métodos de dosagem do concreto:
◦
◦
◦
◦
◦
ABCP/ACI
EPUSP/IPT
INT/ Lobo Carneiro
ITERS/ Petrucci
SNCF/ Vallete
Histórico
◦ O método ABCP foi publicado em 1984 pela
Associação Brasileira de Cimento Portland como um
Estudo Técnico titulado “ Parâmetros de Dosagem
do Concreto”, da autoria do Eng. Públio Penna
Firme Rodrigues (revisado em 1995).
◦ Este método, baseado no texto da Norma ACI
(American Concrete Institute)211.1-81, constitui-se
numa adaptação prática do método americano às
condições brasileiras e permite a utilização de
agregados graúdos britados e areia de rio que se
enquadram na norma NBR 7211 (ABNT, 1983)Agregados para concreto.
Este método considera tabelas e gráficos
elaborados a partir de valores médios de
resultados experimentais e constitui-se numa
ferramenta de dosagem de concretos
convencionais, adequada aos materiais mais
utilizados em várias regiões do Brasil;
Preocupa-se com a trabalhabilidade através
de diversos fatores relativos aos materiais ,
às condições de execução e adensamento e
às dimensões da peça
Este
procedimento
de
dosagem
,
desenvolvido para concretos de consistência
plástica a fluida, fornece traços com baixos
teores de areia, tentando obter misturas mais
econômicas;
Pode ser apresentado numa seqüência de
etapas bem definidas, que incorporam um
conjunto de tabelas, que facilitam a
determinação dos parâmetros necessários
para a obtenção do traço de partida.
PASSO 1: Escolha do abatimento do tronco de
cone.
PASSO 2: Escolha da dimensão máxima
característica do agregado graúdo
◦ Segundo exigências da NBR6118 – Projeto e
Execução de Obras de Concreto Armado
PASSO
3:
Estimativa
de
água
de
amassamento (expressa em litros/m³)em
função da dimensão máxima do agregado
e do abatimento.
Consumo de água aproximado ( l/m³ )
Dmax agregado graúdo (mm)
ABATIMENTO
9,5
(mm)
40 - 60
220
60 - 80
80 - 100
225
230
19,0
25,0
32,0
38,0
195
200
205
190
195
200
185
190
195
180
185
190
PASSO 4: Escolha da relação água/cimento.
◦ Recomenda como forma mais precisa o emprego
das curvas de Abrams. Entretanto, quando não for
possível dispor destas curvas, pode-se proceder a
determinação aproximada da relação a/c em função
da resistência.
TABELA 03 :
CORRELAÇÃO ENTRE RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO
E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO
Relação água/cimento em massa
Resistência a compressão à
28 dias* em MPa
41
34
28
21
14
Concreto sem ar
incorporado
Concreto com ar
incorporado
0,41
0,48
0,57
0,68
0,82
0,40
0,48
0,59
0,74
* Valores médios estimados de concretos contendo não mais que
a porcentagem de ar mostrada na tabela 2. Para uma relação
água/cimento constante, a resistência do concreto é reduzida
quando o teor de ar é aumentado. A resistência está baseada em
cilindros de =15cm e altura de 30cm curados durante 28 dias a
temperatura de (23±1,7)°C.
TABELA 04 : CORRELAÇÃO ENTRE RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO E
A DURABILIDADE DO CONCRETO
TABELA 05 : CORRELAÇÃO ENTRE RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO E
A DURABILIDADE DO CONCRETO
PASSO 05: Estimativa do consumo de cimento
◦ C (Kg/m³) = Água(Kg/m³)/ x
PASSO 6: Estimativa do consumo de agregado graúdo
O valor extraído da tabela, que corresponde
ao volume compactado seco Vcs de agregado
graúdo por m³ de concreto, é multiplicado
pela massa unitária do agregado compactado
seco, determinando-se a massa do agregado
graúdo a ser adicionado na mistura
PASSO 7: Estimativa do consumo de agregado
miúdo
◦ Método do Volume Absoluto
◦ Método do peso
TABELA 6 : ESTIMATIVA DA MASSA
ESPECÍFICA DO CONCRETO FRESCO
Dimensão máxima
característica do
agregado, em mm
9,5
12,5
19
25
38
50
75
150
Estimativa da massa específica do
concreto*fresco, em kg/m³
Concreto sem
Concreto com ar
ar incorporado
incorporado
2278
2189
2307
2230
2349
2278
2379
2313
2414
2349
2444
2373
2468
2396
2509
2444
* Os valores apresentados consideram concretos usuais (326 kg de
cimento por m³ de concreto), de consistência plástica e com
agregados de massa específica igual a 2700 kg/m³.
Consumo de água baseado em valores de 75 a 100mm de
abatimento, de acordo com tabela 2.
Quando necessário e desde que haja dados disponíveis, a
estimativa deve ser refinada através de: para cada 6 litros de
água a mais reduzir a massa específica em 9kg/m³, para cada
diferença de 60kg de cimento por m³ relativo aos 326 kg/m³,
corrigir a massa específica do concreto em 9kg/m³, na mesma
direção; para cada diferença de 100 kg/m³ na massa específica
do agregado, relativo a 2700 g/m³, corrigir a massa específica
do concreto em 60 kg/m³, na mesma direção
Finalmente, a apresentação do traço em
massa é feita em função das relações dos
diversos componentes em relação à massa de
cimento:
◦ 1: A/C : B/C // Q/C 1:a:b//x
Uma vez determinado o traço teórico
procede-se à mistura experimental, que
permite realizar os acertos necessários para
obtenção de um concreto adequado aos
requerimentos
de
trabalhabilidade
e
desempenho exigidos.
PASSO 8: Ajustes devido à umidade dos
agregados
PASSO 9: Ajustes nas misturas experimentais
Histórico
◦ O método denominado EPUSP/IPT, apresentado no
Manual de Dosagem e Controle do Concreto
(HELENE;TERZIAN,
1992),
constitui-se
numa
atualização e generalização feita na Escola
Politécnica da USP a partir do método desenvolvido
inicialmente no IPT – Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo
Este método de dosagem estabelece, como
resultado final de sua aplicação, um diagrama
de dosagem graficado sobre três quadrantes
onde
serão
apresentadas
“leis
de
comportamento” expressas pelas correlações
apresentadas a seguir.
i) Lei de Abrams:
ii) Lei de Lyse:
iii) m = (a+b)
iv)Lei de Molinari:
v) Teor de argamassa seca:
As
constantes
A,B
e
Ki
dependem
exclusivamente dos materiais empregados
(cimento, agregados miúdos, agregados
graúdos, aditivos), ou seja, fixando certos
materiais, os valores das constantes Ki, ficam
determinadas.
Fórmulas complementares