Regulação no Setor de Petróleo Mauricio Canêdo Pinheiro Pesquisador - IBRE/FGV Regulação no Setor de Infraestrutura Fipe • São Paulo-SP • 15 de Agosto.
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Regulação no Setor de Petróleo Mauricio Canêdo Pinheiro Pesquisador - IBRE/FGV Regulação no Setor de Infraestrutura Fipe • São Paulo-SP • 15 de Agosto de 2014 1) Introdução Cadeia Produtiva do Petróleo Produtores de Petróleo Produtores de Biocombustíveis Refinarias Distribuidores TRRs Revendedores Consumidores Finais Importadores 2) Controle de Preços Brasil – Licenciamento de Autoveículos Novos (Milhões) 4,0 Licenciamento de Autoveículos Novos (Milhões) 3,5 3,0 2,5 Etanol + Flex + Elétrico Gasolina + Diesel 50% dos veículos que circulam no Brasil podem ser abastecidos com etanol 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 1976 1975 Fonte: ANFAVEA, Sindipeças. 2) Controle de Preços • • Os mercados de açúcar e etanol estão ligados pelo lado da oferta (mesmo insumo). Os mercados de etanol e gasolina estão ligados pelo lado da demanda. — • Aumento de 10% na percentagem de carros flex reduz o preço do litro do etanol e da gasolina em 8 centavos e 2 centavos, respectivamente [Pessoa et alli (2013)]. Causalidade parece ser [Balcombe & Rapsomanikis (2008)]: preço do petróleo preço do açúcar preço do etanol 2) Controle de Preços • • • Além de fragilizar financeiramente a Petrobras (em um momento no qual ela tem um plano ambicioso de investimentos), o controle de preços desorganizou o mercado de etanol. Quem investe sem saber exatamente como o preço do seu produto é formado? O que tem acontecido no refino, agora também ocorre no etanol. 3) Da Concessão para a Partilha • Por que regular o segmento de E&P? — — — O problema do ‘common pool’. Competição excessiva não maximiza o bem-estar da sociedade. Por isso é dado monopólio de determinadas áreas a algumas empresas. 3) Da Concessão para a Partilha • Precisava mudar? — — — — O antigo modelo era sufucientemente flexível para permitir adaptações ao novo contexto do Pré-sal. Inclusive calibrar as participações especiais para aumentar o ‘government take’. As novas regras de reembolso de custos são mais onerosas em termos regulatórios e criam menos incentivos para redução de custos por parte das empresas. Elas seriam adequadas em um contexto de risco muito alto, justamente o contrário do que o governo apregoou. 3) Da Concessão para a Partilha • Petrobras como operador único: — — — Perda de diversidade em termos de soluções tecnológicas e percepções geológicas. A competição é um mecanismo poderoso de incentivo à inovação e efeciência. Não por acaso, há evidências de que a competição fez bem a Petrobras [Bridman et alli (2013)]. A empresa será obrigada a entrar em empreendimentos que, para ela, não seriam desejáveis. 4) Regras dos Leilões • Em linhas gerais, os leilões eram bem desenhados [Canêdo-Pinheiro (2014)]: — — — — — Davam conta do problema da ‘maldição do vencedor’. Induziam a formação de consórcios para mitigação de riscos (mas não por motivação anticompetitiva). Não levavam em conta as sinergias entre blocos, mas isso não parece ser tão importante no caso brasileiro. Agora é parte variável do ‘government take’ (ou seja, o pagamento contingente ao sucesso do empreendimento) que é objeto de lance. Isso aumenta o potencial de arrecadação de receita. De todo modo, não era preciso mudar o regime de exploração para fazer alterações nas regras do leilão. 5) Conteúdo Local • • • • Há um dilema que não é tornado claro: maior produção local à custa de custos mais altos. Idealmente o bem-estar da sociedade deveria ser maximizado e não o percentual produzido domesticamente. Para tanto a política deveria ser menos ambiciosa e sofrer redução ao longo do tempo. Não é isso que está sendo sinalizado. Pelo contrário. 6) Considerações Finais • É preciso tornar previsível a formação de preços dos combustíveis. — • O regime de exploração não precisava ser mudado por conta do Pré-sal. — • Caso se queira subsidiar o preço dos combustíveis, que se faça com recursos do orçamento do governo. Essa mudança ainda causou uma paralisia de cinco anos no setor, por conta da discussão da divisão dos recursos entre os entes federativos. A política de conteúdo local precisa ser redesenhada. OBRIGADO! [email protected] Referências • • • • BALCOMBE, K., RAPSOMANIKIS, G. (2008). Bayesian estimation and selection of nonlinear vector error correction models: the case of the sugar-ethanol-oil nexus in Brazil. American Journal of Agricultural Economics, v. 90, p. 658–668. BRIDGMAN, B., GOMES, V., TEIXEIRA, A. (2013). Threatening to Increase Productivity: Evidence from Brazil’s Oil Industry. World Development, v. 39, p. 1372-1385. CANÊDO-PINHEIRO, M. (2014). O que sabemos sobre os leilões de petróleo e gás no Brasil? Cadernos FGV Energia, n. 1, p. 37-41. PESSOA, J. P., REZENDE, L., ASSUNÇÃO, J. (2013). Flex Cars and Competition in Ethanol and Gasoline Retail Markets. CEP Discussion Paper, n. 1251.