MENINGITE BACTERIANA MANEJO NA EMERGÊNCIA Camila Amaral Venuto – R1 pediatria HRAS/SES/DF Orientador: Dr.
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MENINGITE BACTERIANA MANEJO NA EMERGÊNCIA
Camila Amaral Venuto – R1 pediatria HRAS/SES/DF Orientador: Dr. Bruno Vaz www.paulomargotto.com.br
INTRODUÇÃO
Infecção aguda do SNC é a causa mais comum de febre + sintomas neurológicos em crianças Causas dependem de idade, condições do hospedeiro e epidemiologia Vírus > bactérias > fungos > rickétsias > micoplasmas Patógeno / hospedeiro / área afetada QC Infecção difusa (meningite, encefalite) ou focal (abscesso)
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ETIOLOGIA
Até 2 meses: estreptococos grupo B e D, gram- e Listeria monocytogenes >2 meses: pneumococo, meningococo, Haemophilus influenzae b Alterações das defesas do hospedeiro aureus, estafilococos coagulase -, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus Salmonella sp e Listeria monocytogenes
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EPIDEMIOLOGIA
Fatores de risco: baixa idade, falha na imunidade, colonização recente, contato próximo, aglomerações, pobreza Transmissão: pessoa – pessoa por secreções ou gotículas do trato respiratório Lactentes e crianças pequenas com bacteremia oculta têm risco aumentado Regiões com epidemias periódicas
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FATORES DE RISCO ADICIONAIS
Streptococcus Pneumoniae: Otite média, sinusite, pneumonia, comunicação congênita ou adquirida de LCR, doença enxerto hospedeiro Neisseria meningitidis: defeitos do sistema properdina (maior letalidade), defeitos no sistema complemento (recorrência), contactante Doença epidêmica: sorogrupo A, primavera e inverno Portador rinofaríngeo
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FATORES DE RISCO ADICIONAIS
Haemophylus influenzae tipo b: disfunção esplênica, imunodeficientes Listeria monocytogenes: defeitos dos linfócitos T Gram negativos: mielomeningocele e seio dérmico lombossacral Estafilococos: derivações liquóricas
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SANGUE PATÓGENO CONTIGUIDADE SNC – PLEXO CORÓIDE ESPAÇO SUBARACNÓIDE ATIVAÇÃO DE CÉLULAS *Astrócitos *Céls. Encoteliais *Céls. Gliais *Céls. ependimárias REAÇÃO PRÓ-INFLAMATÓRIA DISTÚRBIO NA FUNÇÃO ENDOTELIAL NA MICROVASCULATURA Citocinas: *FNT- alfa *IL 1, 6, 8, 10 *Óxido nítrico *Prostaglandinas *Metaloproteinase *Fator ativador de macrófagos FEBRE CEFALÉIA ALTERAÇÃO NA BARREIRA HEMATO-ENCEFÁLICA TROMBOXANO FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA PRODUTOS PROTEOLÍTICOS + RADICAIS LIVRES MENINGISMO CONFUSÃO HIPOGLICORRAQUIA ENCEFALOPATIA QUÍMICA SINTOMAS FOCAIS CONVULSÃO PERDA DE CONSCIÊNCIA
EDEMA CEREBRAL + HIC
TROMBOSE DE VEIAS MENÍNGEAS VASCULATURA DE NERVOS CRANIANOS E PARÊNQUIMA OBSTRUÇÃO DO FLUXO DE LCR
DANO NEURONAL
PARALISIA PERDA COGNITIVA SEQUELAS COMA
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DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO DO SNC
HDA Fatores de risco (asplenia, DVP, contato com caso índice, herpes genital em mãe de RN) QC Sintomas não específicos (preditor fraco) Tríade “clássica”: febre, rigidez nucal e alteração do estado mental (incomum em crianças) Convulsão: considerar idade, evolução e associação com febre
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DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO DO SNC
Exame físico: Meningismo: presente em 60-70% dos pctes pediátricos com meningite bacteriana ou viral, menos comum em crianças pequenas Rigidez nucal e sinais de Kerning e Brudzinski: baixa sensibilidade Alteração do estado mental e sintomas focais: sugestivos de encefalite Sinais de edema cerebral, herniação e choque (complicações)
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DIAGNÓSTICO
Punção Lombar (PL) Hemocultura TC de crânio PCR Procalcitonina
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PUNÇÃO LOMBAR
Corrigir coagulopatia antes Confirmação diagnóstica Complicações: cefaléia, dor local, sangramento local, herniação cerebral HIC + obstrução na drenagem do LCR
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ANÁLISE DO LCR INFECÇÃO VIRAL
Leuco < 300/mm3
INFECÇÃO BACTERIANA
Leuco > 1.000/mm3 Neutrófilos < 20% Neutrófilos >80% Proteína normal ou pouco aumentada Glicose normal Poteína aumentada (100 – 500mg/dl) Glicose diminuída (< 50% da glicemia)
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ANÁLISE DO LCR
Uso 48h) de antibiótico afeta primeiramente bacteriologia e cultura (LCR estéril em até Bacterial Meningitis Score: ausência dos 5 critérios tem valor preditivo negativo para meningite bacteriana de 99.99% Bacteriologia + Leuco no LCR >1000 Proteínas no LCR > 79mg/dl Neutrófilos periféricos > 10.000
História de convulsão antes da apresentação
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AGLUTINAÇÃO NO LATEX LCR
Sensibilidade varia entre 50% e 100% Útil em infecção por gram negativo em paciente que já recebeu antibiótico
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PCR VIRAL NO LCR
Teste rápido (resultado em menos de 3h) qualitativo para enterovirose Sensibilidade de 97% e especificidade de 100% Detectar Herpes Simples
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PCR - SANGUE OU SORO
Boa sensibilidade e ruim especificidade para valores >20mg/l Resultado negativo pode potencialmente elucidar diagnóstico
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TC DE CRÂNIO ANTES DA PL
Identifica fatores de risco para herniação após PL e diagnostica outras patologias no SNC Escore para indicação: >60a, convulsão na última semana, imunocomprometidos, história de doença de SNC, alteração do estado mental, alterações do campo visual, movimentos de MI ou MS, face / olhar paralisado, anormalidades na verbalização ou no entendimento de comandos TC anormal em 1 de cada 11 pacientes Não pode retardar início do tratamento
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PROCALCITONINA NO SORO
Alta especificidade e sensibilidade limitada para valores >0,5ng/dl
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TRATAMENTO
Antimicrobiano Corticóide Suporte
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ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA
Cefalosporina de 3ª. geração (ceftriaxona e cefotaxima): excelente penetração no SNC e boa cobertura para os patógenos mais comuns (meningococo e pneumococo) Cloranfenicol para alérgicos Vancomicina: pneumococo resistente a cefalosporina de 3ª. geração adicionada para cobrir Ampicilina: amplia cobertura para L. monocytogenes (alcoolistas, gestantes, RN, >50a, imunocomprometidos) Sulfametoxazol+trimetoprim para alérgicos
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ANTIBIOTICOTERAPIA
Duração: Meningococo: 4 – 7 dias H. influenzae: 7 – 10 dias Pneumococo e L. monocytogenes: 10 – 14 dias GBS: 14 – 21 dias Repetir PL em 24 – 48h quando: Pneumococo resistente / gram negativo entérico Melhora clínica pobre Neonatos (QC não ajuda na evolução)
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CORTICOTERAPIA
Atenua inflamação no espaço subaracnóide e edema vasogênico (previne mas não reverte danos no SNC) PIC Associada a menor ocorrência de perda auditiva severa e seqüela neurológica a longo prazo
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CORTICOTERAPIA
Metanálise de 1997: tratamento beneficia todos os pacientes com Hib e crianças com pneumococo quando iniciado antes ou juntamente com a primeira dose de antibiótico Contra-indicações: Crianças muito jovens Meningite associada a hospitalização e a shunt de LCR Desnutrição Paciente com outro foco infeccioso
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CORTICOTERAPIA
Pontos de conflito: Procedência do paciente Imunocomprometidos Efeitos adversos: hemorragia gastrointestinal, febre secundária, atraso cognitivo Etiologia: gram negativos Falha na antibioticoterapia Vancomicina e aminoglicosídeos (reduz penetração no SNC) Dose: 0,15mg/Kg 6/6h por 4 dias ou 0,4mg/Kg 12/12h por 2 dias
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INÍCIO DO TRATAMENTO
Atraso de mais de 3 - 6h (a partir da admissão) é associado a maior risco de morte e maior índice de complicações
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TERAPIA DE SUPORTE
Restrição hídrica: Paciente hidratado Evidência de secreção inapropriada de hormônio anti diurético (hiponatremia) Manutenção da PA (drogas vasoativas) Controle de convulsão: benzodiazepínico, fenitoína e fenobarbital Medidas de controle da PIC: Evitar procedimentos desnecessários, cabeceira elevada Hiperventilação por curto período Manitol Antipirético Alta dose de barbitúrico
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PERSPECTIVAS DE TRATAMENTO
Proteína C ativada Fator de crescimento endotelial Anticorpo contra IL8 Anticorpo contra moléculas de adesão tecidual Natalizunab (anticorpo monoclonal contra integrina)
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QUIMIOPROFILAXIA
PESSOAS COM INDICAÇÃO
H. influenzae N. meningitidis
Todos os contactantes domiciliares (pelo menos 4h por 5 – 7 dias antes da admissão), inclusive adultos, se *Criança imunocomprometida residir no domicílio *Pelo menos 1 contato <4a com vacinação incompleta *criança imunocomprometida, desde que seja >4a e vacinação completa *enfermagem / cuidadores do contato desde que existam pelo menos 2 casos nos últimos 60 dias Exposição direta a secreção do caso índice nos 7 dias que antecederam a doença Profissionais de saúde que realizaram procedimentos entrando em contato direto com secreção Babás que tiveram contato durante os 7 dias anteriores à doença DROGA RECOMENDADA Rifampicina 20mg/Kg (máximo de 600mg) VO 1x/dia por 4 dias Menores de 1 mês: 10mg/Kg Rifampicina 10mg/Kg, VO, 1x/dia por 2 dias (<1mês 5mg/Kg) Ou Ceftriaxona 125mg (<15a) ou 250mg (>15a) IM, dose única Ou Ciprofloxacina 500mg VO, dose única (só para >18a)
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BIBLIOGRAFIA
Emergency Department Management os Meningitis and Encephalitis, FITH et al; Infectious Disease of North America (2008) Bacterial Meningitis in Children, CHÁVEZ-BUENO et al; Pediatric Clinics os North America (2005) Adjunctive Dexamethasone treatment in acute bacterial meningitis, CHAUDHURI, Abhijit; The Lancet Neurology (2004) Tratado de pediatria, NELSON, 17ª.ed
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