Índice de Estabilidade Fisiológica para Risco no Transporte (TRIPS) : um sistema prático no cuidado do transporte do recém-nascido Transport risk index of physiologic.
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Transcript Índice de Estabilidade Fisiológica para Risco no Transporte (TRIPS) : um sistema prático no cuidado do transporte do recém-nascido Transport risk index of physiologic.
Índice de Estabilidade Fisiológica para Risco
no Transporte (TRIPS) : um sistema
prático no cuidado do transporte
do recém-nascido
Transport risk index of physiologic stability: A practical system for
assessing infant transport care
Shoo K. Lee, et al
J Pediatr 2001;139:220-6
Apresentação: R2 Julianna Moura C. da Silveira
Orientadora: Dra Alessandra de Cássia G. Moreira
Unidade de NeonATOLOGIA DO Hospital Regional da Asa
Sul (HRAS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
INTRODUÇÃO
O transporte neonatal é um componente
chave nos cuidados neonatal-perinatal.
Há uma falta de instrumentos apropriados,
com os quais avaliar os cuidados neste
transporte.
O Score Neonatal de Estabilização avalia o
processo de transporte e não a estabilidade
do recém-nascido.
INTRODUÇÃO
O Score de Transporte de Hermansen e
cols é validado somente para neonatos de
muito baixo peso ao nascimento, usa
parâmetros atribuídos aleatoriamente e
depende de testes laboratoriais.
INTRODUÇÃO
O Score de Status Neonatal e O Score de
Estabilização no Transporte Neonatal de
Alberta (Canadá) usa parâmetros atribuídos
aleatoriamente em vez de uma avaliação
dos transtornos fisiológicos. Nenhum
destes dois instrumentos foi validado.
INTRODUÇÃO
São scores baseados na gravidade da
doença:
Índice de Risco Clínico para Bebês (CRIB)
Score para um Estado Fisiológico Neonatal
Grave (SNAP-II)
Não são adequados para o transporte
porque eles exigem um levantamento de
dados prolongado, acima de 12 horas.
INTRODUÇÃO
Sistemas para avaliar os cuidados no
transporte são inerentemente mais exigentes e
de difícil elaboração que scores de gravidade
de doenças pois a avaliação é limitada pela
breve duração do transporte, escassez de
suporte laboratorial e necessidade de medidas
breves e rápidas que sejam suficientemente
sensíveis para capturar mudanças na
condição do paciente resultantes do processo
de transporte.
OBJETIVO
Desenvolver e validar um sistema
prático,
fisiológico,
empiricamente
importante, para avaliação dos cuidados
durante o transporte de recém-nascidos.
DESENHO DO ESTUDO
Amostra
Todos os recém-nascidos que foram
transportados para 8 Unidades de Cuidados
Intensivos Neonatais (UCINs) terciárias
canadenses pelas equipes hospitalares de
transporte entre janeiro de 1996 a outubro
de 1997 (n=2437).
DESENHO DO ESTUDO
Amostra
Critério de inclusão: pacientes cujos dados do
transporte estavam completos (n=1723), ou
seja, 71% do total da amostra.
Critérios de exclusão: 226 pacientes com
dados incompletos (9%) e 488 pacientes
(20%) que não foram recrutados para o
estudo.
DESENHO DO ESTUDO
Amostra
O não recrutamento e informações
incompletas ocorreram predominante
devido a omissão no levantamento de
dados imediatamente na chegada ao
hospital de origem, e não à dificuldade
na obtenção dos dados.
DESENHO DO ESTUDO
Amostra
Não houve diferença significativa (P<.05)
nas características (peso ao nascimento,
IG, sexo, gestações múltiplas, cesariana,
Apgar no 5º minuto, PIG) entre os
pacientes transportados que foram
incluídos e aqueles que foram excluídos
do estudo.
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS)
São 7 variáveis fisiológicas:
Temperatura
PA
Desconforto respiratório
Tempo de enchimento capilar
Oximetria de pulso
Resposta aos estímulos nocivos
Glicemia capilar
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS):
Desconforto respiratório + oximetria de
pulso = status respiratório
São 6 variáveis no modelo resultante.
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS):
Foram excluídos variáveis de risco
perinatais (IG, PIG, e Apgar em 5 min) a
fim de criar um instrumento que não é
afetado por contribuições maternas para
a mortalidade ao longo do tempo.
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS):
Fatores de risco não-fisiológicos que podem
afetar a mortalidade (tratamento com
esteróide
pré-natal,
classificação
diagnóstica, e anomalias congênitas) foram
excluídos para evitar fatores que não são
atribuíveis ao processo de transporte.
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS):
Um membro da equipe de transporte
coletava os dados dentro de 15 minutos na
chegada ao hospital de origem e
imediatamente depois da chegada no
hospital de destino.
Outros membros da equipe de transporte
avaliavam o paciente ou ocupavam-se dos
cuidados.
DESENHO DO ESTUDO
Índice de Estabilidade Fisiológica para
Risco no Transporte (TRIPS):
Conseqüentemente, mudanças no índice
TRIPS medido antes e depois do
transporte incluem os efeitos do cuidado
fornecido ao recém-nascido pela equipe
de transporte.
DESENHO DO ESTUDO
Definições das variáveis
IG: a melhor estimativa baseada nos
achados ultra-sonográficos precoces,
exame obstétrico, história obstétrica, a
menos que a estimativa da IG pós-natal
pelo pediatra discorde da obstétrica em
mais de 2 semanas.
DESENHO DO ESTUDO
Definições das variáveis
A estimativa pediátrica baseou na melhor
estimativa do neonatologista assistente
ou no método de Ballard. Em nossa
amostra, a estimativa pediátrica ou o
método de Ballard foi usado somente
para 12 neonatos.
DESENHO DO ESTUDO
Definições das variáveis
IG ao transporte foi definida como IG no
momento do transporte.
Um neonato foi identificado como PIG se
o peso ao nascimento foi < que o
percentil 3 para a IG de acordo com as
curvas de crescimento estabelecidas por
Whitfield.
DESENHO DO ESTUDO
Definições das variáveis
HIV foi definida de acordo com os critérios
de Papile e cols através de ultra-sonografia
transfontanela antes de 14 dias de vida.
SNAP-II é um score que avalia a gravidade
de uma doença a partir de 6 parâmetros
fisiológicos, feitos durante as 12 primeiras
horas de admissão nas UCINs.
DESENHO DO ESTUDO
Obtenção do índice TRIPS (Amostra de
Derivação, n= 1115)
O índice TRIPS foi validado para avaliar a
mortalidade dentro de 7 dias da admissão.
A mortalidade foi usada previamente para
validar outras medidas de estabilidade
fisiológica.
Foram excluídos os óbitos após 7 dias, pois
estes refletem mais as intervenções nas
UCINs do que o processo de transporte.
DESENHO DO ESTUDO
Obtenção do índice TRIPS
As informações pré-transporte foram
usadas para obter o índice TRIPS
porque elas refletem o estado dos
recém-nascidos antes do transporte e
permite uma comparação com o estado
do paciente após o transporte.
DESENHO DO ESTUDO
Análise Multivariada
A amostra total foi randomicamente
distribuída em uma amostra de derivação
(2/3 da amostra total) e em uma amostra de
validação (o 1/3 restante).
Não houve diferença significativa nas
características dos neonatos nas duas
amostras, exceto pelo score de Apgar no 5º
minuto (Tabela I).
Tabela I. Características dos recém-nascidos em amostras de
derivação e validação.
Características
Amostra de
Derivação
Amostra de
Validação
Valor p
Recémnascidos(n)
1115
608
NA
Transportes (n)
1127
610
NA
Peso de
nascimento (g)
2607 +/- 1010
2661 +/- 1063
.31
IG (semanas)
36 +/- 5
36 +/+ 5
.55
IG ao transporte
(semanas)
36 +/- 4
36 +/- 4
.88
Sexo feminino
40.1
38.6
.57
Parto cesária
38.1
39.4
.59
Gestação múltipla
9.0
8.3
.63
Apgar<7 no 5’(%)
22.2
27.9
.01
PIG (%)
3.6
4.0
.64
DESENHO DO ESTUDO
Análise Multivariada
Regressão logística multivariada foi
usada para o modelo de mortalidade em
7 dias.
Categorias
de
risco
significativas
(nenhum ou leve, moderada, severa)
foram derivadas das 6 variáveis
fisiológicas (Tabela II), exceto a glicemia
capilar e perfusão capilar.
Tabela II. TRIPS – modelo de regressão, itens, escala fisiológica,
contagem de pontos.
Variável TRIPS
Coeficiente
β
IC 95%
Pontos do
score TRIPS
Temperatura (°C)
< 36.1 ou > 37.6
0.83
1.01
5.22
8
36.1-36.5 ou 37.2-37.6
0.08
0.44
2.65
1
36.6-37.1
0
Padrão respiratório
Grave (apnéia,
gasping, VM)
1.44
1.91
9.35
14
Moderado (FR > 60
e/ou SpO2 < 85)
0.50
0.43
6.37
5
Nenhum (FR < 60 e/ou
SpO2 > 85)
0
Tabela II. TRIPS – modelo de regressão, itens, escala fisiológica,
contagem de pontos (continuação).
Variável TRIPS
Coeficiente
β
IC 95%
Pontos do
score TRIPS
PA Sistólica (mmHg)
< 20
2.56
2.88
57.67
26
20 – 40
1.63
2.31
11.30
16
> 40
0
Resposta a estímulo
nocivo
Nenhum, convulsão,
relaxamento muscular
1.74
2.46
13.30
17
Resposta letárgica,
ausência de choro
0.64
0.72
5.01
6
Retirada vigorosa,
choro
0
DESENHO DO ESTUDO
Atribuição de pontos às variáveis
A análise por regressão logística foi usada
para atribuir pontos às variáveis. A adição
simples das pontuações foi usada para criar
o índice TRIPS, que representa o status
neonatal
medido
pelos
transtornos
fisiológicos.
DESENHO DO ESTUDO
Procedimentos de Validação (n = 608)
Capacidade preditiva e validação de
critérios: foi usada a área sob a curva ROC
para avaliar o desempenho do índice
TRIPS em prever uma mortalidade em 7
dias para neonatos de todas as IG ao
transporte, e para neonatos com IG ≤32
semanas no transporte e > 32 semanas de
IG ao transporte, separadamente.
DESENHO DO ESTUDO
Habilidade em detectar mudanças no estado
do recém-nascido
Os recém-nascidos foram estratificados em
4 categorias, pré-transporte, de pontuações
TRIPS:
0-10
11-20
21-30
> 30
DESENHO DO ESTUDO
Habilidade em detectar
estado do recém-nascido
mudanças
no
Para cada categoria, os recém-nascidos
foram separados em 3 grupos:
TRIPS pós-transporte < pré-transporte
(30% dos neonatos)
TRIPS pós-transporte = TRIPS prétransportes (48% dos neonatos)
TRIPS pós-transporte > que TRIPS prétransporte (22% dos neonatos)
DESENHO DO ESTUDO
Habilidade em detectar mudanças no
estado do recém-nascido
Foram calculadas e representadas
graficamente as taxas de mortalidade em
7 dias para os 3 grupos.
DESENHO DO ESTUDO
Previsão de mortalidade total nas UCINs
O score TRIPS foi usado para avaliar a
mortalidade além da primeira semana de
admissão nas UCINs (ie, mortalidade até
a alta médica).
DESENHO DO ESTUDO
Previsão de HIV
O score TRIPS foi avaliado para a
previsão de HIV grave (≥ grau 3)
HIV ocorre geralmente durante os
primeiros dias de vida, e é mais provável
ser afetada pelo transporte do que outra
grande morbidade.
DESENHO DO ESTUDO
Previsão de HIV
Para esta análise, foram incluídos
somente neonatos com IG ≤32 semanas
que foram transportados para uma UCIN
dentro de 72 horas de nascimento
porque aquele é o período mais
relevante para o desenvolvimento de
HIV.
DESENHO DO ESTUDO
Comparação
do
desempenho
de
modelos de previsão com e sem o score
TRIPS
Para determinar se o score TRIPS
melhora o desempenho dos modelos de
previsão de mortalidade em 7 dias,
mortalidade total nas UCINs e HIV grave,
foram usados modelos de regressão
logística.
DESENHO DO ESTUDO
Comparação do desempenho de modelos
de previsão com e sem o score TRIPS
Para isso foram usadas as variáveis de
risco populacionais como preditor de
mortalidade (IG, PIG, score de Apgar < 7 no
5º minuto, parto cesariana) e HIV grave
(tratamento com esteróide pré-natal, IG,
sexo, PIG, score de Apgar < 7 no 5º minuto
5, parto vaginal).
RESULTADOS
Variáveis TRIPS e os valores atribuídos
As variáveis que compõe o índice TRIPS
(temperatura, padrão respiratório, PA e
resposta a estímulos nocivos) foram
diretamente e significativamente (p < .05)
correlacionadas com a mortalidade em 7
dias.
RESULTADOS
Variáveis TRIPS e os valores atribuídos
A área ROC para a previsão de
mortalidade do índice TRIPS com
informações pós-transporte não foi
estatisticamente (p < .05) diferente
daquela com informações pré-transporte.
RESULTADOS
Previsão de mortalidade dentro de 7 dias
Performance do TRIPS melhor que IG e
Score de Alberta, sem diferença quanto
ao SNAP - II
A adição do índice TRIPS ao modelo de
previsão que inclui IG mais outras
variáveis
de
risco
populacionais
significativamente (p < .05) melhora a
previsão do modelo.
RESULTADOS
Habilidade em detectar mudanças no
status infantil
Mudanças no índice TRIPS após o
transporte foi associado com uma
mudança na mortalidade em um período
de 7 dias (Figura):
Figure. Seven-day mortality rate associated with pre-transport TRIPS and change in
TRIPS after transport.
RESULTADOS
Habilidade em detectar mudanças no status
infantil
A diminuição do índice TRIPS após o
transporte foi associada com baixa
mortalidade.
Um aumento no índice TRIPS em seguida
ao transporte foi associado com alta
mortalidade.
Risco de mortalidade para neonatos com
índice de 0 a 10 era muito baixo e não
mudou significativamente após o transporte.
RESULTADOS
Previsão de mortalidade total nas UCINs
A performance preditiva do índice TRIPS
para a mortalidade total nas UCIN foi
significativamente (p < .05) melhor que a de
ANTSS (score Alberta) ou IG, mas não
significativamente melhor que SNAP-II.
A adição de TRIPS à modelos preditivos que
inclui somente IG e outras variáveis de risco
populacionais
variou
significativamente
(p<.05) melhorado a previsão do modelo.
RESULTADOS
Previsão de Hemorragia Intraventricular
grave
A performance preditiva do índice TRIPS
para HIV grave foi significativamente (p <
.05) melhor que ANTSS mas similar a IG e
SNAP-II.
Adição de TRIPS ao modelo de previsão
que inclui somente IG e variáveis de risco
populacionais aumentaram a área ROC de
0.76 a 0.80, mas não alcançaram
significância estatística (P = .1).
DISCUSSÃO
O índice TRIPS é um score de risco para o
transporte neonatal.
Os resultados confirmam a utilidade de
parâmetros importantes comparados com
parâmetros arbitrários na avaliação de
riscos.
Embora o índice TRIPS tome breves
medidas em um único ponto no tempo, ele
avaliou bem a mortalidade em 7 dias.
DISCUSSÃO
O índice TRIPS corretamente previu
mudanças na mortalidade em 7 dias
quando o estado do paciente mudou após o
transporte.
Índice TRIPS também pode ser usado para
examinar possíveis razões para a mudança
de estado do paciente após o transporte e
identificar possíveis intervenções.
DISCUSSÃO
Por exemplo, deterioração no score
TRIPS após o transporte atribuível a um
subscore específico (por exemplo,
hipotermia) pode identificar intervenções
(por exemplo, melhorar a monitoração e
a regulação da temperatura, uma melhor
incubadora para o transporte), que
melhorem a qualidade dos cuidados
durante o transporte.
DISCUSSÃO
Deve-se notar que uma diminuição no
índice TRIPS após o transporte pode ser
devido à deterioração não prevenida em
vez de uma pobre qualidade nos
cuidados. Comparação dos resultados
com aqueles de pacientes similares
transportados por outras instituições
podem ajudar a distinguir entre eles.
DISCUSSÃO
TRIPS também pode ser usado para
avaliar aspectos não relacionados ao
transporte. Por exemplo, variações interhospitalares no índice TRIPS prétransporte podem fornecer percepções
sobre o cuidado fornecido a neonatos
antes da chegada da equipe de
transporte.
DISCUSSÃO
Isto pode ajudar a identificar potenciais
intervenções (por exemplo, treinamento
de reanimação, melhor comunicação
entre médicos referentes e consultores,
melhores equipamentos e suporte no
hospital de origem), que melhorem a
estabilização dos recém-nascidos antes
da chegada da equipe de transporte.
DISCUSSÃO
Nos atuais scores de gravidade de doenças
neonatais (Índice de Risco Clínico para
Bebês - CRIB e SNAP-II) medidas
fisiológicas feitas durante um período
prolongado de 12 horas podem ser
afetadas por intervenções das UCINs
durante esse período.
DISCUSSÃO
Neste sentido, o score TRIPS faz medidas
fisiológicas práticas em um breve período
de tempo.
Não foi encontrada nenhuma diferença
significativa entre TRIPS e SNAP-II na
previsão da mortalidade em 7 dias,
mortalidade total nas UCINs e HIV grave.
DISCUSSÃO
TRIPS pode ser usado para avaliar a
gravidade da doença no momento da
admissão na UCIN, mas isto exige uma
validação separada em neonatos
nascidos no mesmo hospital das UCIN.
DISCUSSÃO
Para recém-nascidos com IG ≤ 32 semanas, a
IG isolada foi tão preditiva quanto o score
TRIPS ou SNAP-II para a ocorrência de HIV
grave e mortalidade total nas UCIN. Isto não
implica que SNAP-II e TRIPS não sejam úteis
para a previsão de HIV grave ou mortalidade
em neonatos com IG ≤ 32 ao transporte. Ao
contrário, isto mostra que o status fisiológico
isolado é tão preditor de HIV grave ou de
mortalidade quanto IG.
DISCUSSÃO
O score TRIPS melhora significativamente o
desempenho dos modelos da previsão que
usam somente a IG e outras variáveis de risco
populacionais.
Os resultados confirmam que os modelos de
previsão das UCINs deveriam usar o score
TRIPS associado à IG e à outras variáveis de
risco.
LIMITAÇÕES
A amostra somente incluiu 71% da população
de estudo; isto pode resultar em viés.
Recém-nascidos incluídos e excluídos tiveram
características similares, e a porcentagem
perdida da amostra foi na maior parte devido a
omissão inadvertida no levantamento de dados
imediatos pelas equipes de transporte na
chegada ao hospital de origem.
LIMITAÇÕES
Foram avaliados somente a ocorrência de
mortalidade e de HIV grave. Validações futuras
poderiam igualmente avaliar a previsão para
outros resultados nas UCIN (por exemplo,
doença pulmonar crônica ou leucomalácia
periventricular).
O índice TRIPS não é destinado a tomada de
decisões éticas e não deve ser usado como
um substituto para o julgamento clínico.
NOTA: Do editor do site
www.paulomargotto.com.br
Dr. Paulo R. Margotto
AVALIAÇÃO DO
TRANSPORTE
TRANSPORTE DO RECÉM-NASCIDO
Autor(es): Dr. Raulê de Almeida/Paulo R. Margotto
Embora o transporte infantil seja um componente chave
no cuidado neonatal/perinatal, há uma falta de instrumentos
adequados para avaliar o cuidado no transporte.
O SNAP-II (Score for Neonatal Acute Physiology - Version
II) não é adequado para o transporte porque requer coleta de
dados prolongados por mais de 12h.
Lee e cl examinaram todas as crianças, nascidas
externamente, que foram transportadas por 8 Unidades de
Cuidado Intensivo Canadense (N=2437 crianças), com uma
proposta de criar um sistema baseado na fisiologia, validado e
prático para a avaliação dos resultados de transporte de RN.
O estudo incluiu 1723 crianças (71%) que tenham dados
completos do transporte.
O TRIPS compreende 4 itens: temperatura, pressão
arterial, status respiratório e resposta ao estímulo álgico .
Os dados foram colhidos imediatamente antes da saída do
Hospital de origem e imediatamente na chegada ao Hospital de
referência (dentro de 15 minutos). Assim, a mudança na
pontuação TRIPS medida antes e após o transporte inclui o
efeito do cuidado proporcionado à criança pela equipe de
transporte.
Os autores usaram a Curva ROC para avaliar a performance
do TRIPS na predicção dos critérios padrões da mortalidade no
7º dia (idade gestacional 32 semanas e > 32 semanas) . Para
as crianças 32 semanas de gestação e com idade dentro de
72h de vida, o TRIPS foi avaliado para a predicção de
hemorragia peri/intraventricular - HP/HIV severa ( grau 3 da
classificação de Papile e cl). A HP/HIV é mais provável ser
afetada pelo transporte do que qualquer outra morbidade maior
na UTI Neonatal.
Para a mortalidade na UTI Neonatal nos primeiros 7 dias e
para a mortalidade total, o TRIPS discriminou mortalidade de
sobrevivência com a área sob a curva (Curva ROC) de 0,83 e
0,76 respectivamente.
O aumento e diminuição do escore TRIPS após o transporte
foi associado com aumento e diminuição da mortalidade
respectivamente.
Para a predicção de HP/HIV: a área sob a curva (Curva
ROC) foi de 0,74.
O TRIPS é um escore de transporte neonatal baseado no risco,
sendo útil na predicção da mortalidade no 7º dia, da mortalidade
total da UTI Neonatal e HP/HIV severa. Houve um prognóstico
correto da mortalidade no 7º dia quando o status do paciente
mudou após o transporte. Assim, o TRIPS pode ser usado para
examinar as possíveis razões para a mudança no status do
paciente durante o transporte e para identificar soluções
potenciais (exemplo: hipotermia - identificar intervenções, como,
melhor monitoramento da temperatura e regulação melhor da
incubadora de transporte). Muitas vezes a diminuição do TRIPS
após o transporte pode ser devido à deterioração da criança em
função da gravidade do seu quadro clínico.
O TRIPS pode ser usado para avaliar os aspectos não
relacionados ao transporte; por exemplo: variações inter-hospitais
no TRIPS do pré-transporte pode proporcionar subsídios no
cuidado oferecido às crianças antes da chegada da equipe de
transporte, podendo ser útil na identificação de intervenções
potenciais, como, treinamento de ressuscitação, melhorando
assim a estabilização das crianças antes da chegada da equipe
de transporte. Assim, o TRIPS pode ser usado para monitorizar a
qualidade do cuidado em Hospitais da comunidade antes do
transporte da criança e seguir decisões para melhorar os
recursos.
Os autores não encontraram diferenças
significantes entre o TRIPS e o SNAP-II na
predicção da mortalidade no 7º dia, na
mortalidade total na UTI Neonatal e na
HP/HIV severa. Assim, o TRIP poderia até
ser usado para avaliar a severidade da
doença no tempo de admissão na UTI
Neonatal, mas isto requer validação
separada em crianças nascidas no mesmo
Hospital da UTI Neonatal.
O TRIP não é dirigido para a tomada de
decisão ética e não deve ser usado como
um substituto para o julgamento clínico.
Consultem também:
APLICAÇÃO DO ESCORE CRIB PARA
AVALIAR O RISCO DE MORTALIDADE
NEONATAL.
Autor(es): Ana Lúcia F. Sarquis, Mitsuru Miyabi,
Mônica N. L. Cat
Escore de Avaliação da Severidade da
Doença Neonatal SNAP II e SNAP-II-PE
Autor(es): Dr. Paulo R. Margotto
Bioestatística Básica
Curva “ROC”
ROC - Receiver Operator Caracteristic
COR - Características de Operação do Receptor
Forma de representar a relação normalmente
antagônica entre SENSIBILIDADE e ESPECIFICIDADE
de um teste diagnóstico quantitativo, ao longo de um
contínuo de valores ponto de corte (“cut off point”)
O “cut off point” vai influenciar as características do
teste
A Curva ROC descreve diferentes valores de SENS e
ESPECIF para um determinado número de valores “cut
off point”
Margotto PR. ESCS
Bioestatística Básica
Curvas “ROC”
-Permitem evidenciar os valores para os
quais existe maior otimização da
sensibilidade em função da especificidade
ponto em que se encontra
mais próximo do canto superior esquerdo
do diagrama
-Permitem quantificar a exatidão de um
teste diagnóstico (proporcional à área sob a
curva)
-Permitem comparar testes diagnósticos
Margotto PR. ESCS
CURVA ROC
Falso- positivo (1-especificidade)
Teste A-melhor acurácia que o teste B (teste inválido: os seus resultados
não são melhores do que os da chance)
Ponto 1: maior valor se sensibilidade e especificidade; ponto 2: maior
sensibilidade, porem menor especificidade; ponto 3: maior especificidade,
porém, menor sensibilidade
A escolha do “cut off” vai depender do interesse em aumentar a sensibilidade ou
a especificidade
Margotto PR. ESCS