Um tema de grande inspiração e de irisados matizes – eis que cada coração é um coração...
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Um tema de grande inspiração e de irisados matizes – eis que cada coração é um coração... Cada Emoção é uma Emoção... Sentires plurais pulsando diferentemente no enunciado do verso, da palavra... Afinal, cada qual é feito de uma intensidade... De uma corrente elétrica que pode chamuscar a hipersensível pele da Alma... Que pode enfartar o coração mais bobo e emotivo – ao ver se presa dos riscos de uma Paixão!
Quem sabe, de repente, eu esteja dizendo alguma bobagem. Ou, até, sendo um tanto piegas... (Embora não me sinta!) Todavia, é assim que escrevo. Pois é assim que sinto. É assim que meus Sentimentos afloram. É assim que meu coração trabalha e minh’Alma tece as manifestações mais recônditas, mais escondidas dentro de mim mesmo!
Ah, eu sou de um tempo da Amada, à janela... Das mãos dadas – entrelaçadas, pelas ruas... Como a alardear: eis a minha Amada! De um tempo de um J.G. de Araújo Jorge carregado para lá e para cá – lido a quatro mãos, a duas bocas, a dois corações batendo em uníssono, lado a lado... sentido na lírica Comunhão de Almas amorosamente enamoradas... Sim: do tempo em que o flerte era quase que possuir o olhar do outro dentro do seu... E degustá-lo, assim, como se fosse possível degustá-lo – nessa navegação feita de Luz, de Silêncio, de Poesia...
Reminiscências... eu sei! Todavia, proíbam-me as reminiscências e murcharei... Assim como murcham os roseirais que dão seus versos em flor... e suas rimas tangidas de perfume! E, então, (a ruminar reminiscências, como costumo dizer e escrever): como eu gostava de ver a namorada – seu jeito e seu corpo adolescente – com o uniforme da escola!
Mais: como eu amava ver a namorada vestida de mulher! Ah, seu corpo fragrante e feminino sob um vestido que lhe acentuava as formas virginais e as curvas sensuais e delicadas... (E enquanto escrevo, movido a inebriante Nostalgia, chego a ouvir: Você menina moça/Mais menina que mulher/Confissões não ouça/Abra os olhos se puder... E por aí vai tanta Lembrança e tanta Saudade nesta divagação tecida de metáforas e melodia...) Hoje, ao trocar-se o namorar pelo ficar, infelizmente, quebrou-se o Encantamento das coisas Amorosas do coração... Baniram-se as nuanças amorosas... Acabaram-se os Mistérios femininos... Derrubaram se as Catedrais das Ilusões. Os Sinos calaram sua alegria. Quebraram se as Alianças... Foi-se a ternura... Fez-se um novo tempo ao qual jamais me adaptarei, pois, com as franquezas escancaradas e o verbo transar sendo a ordem do dia, a Alma, (se não morreu!), passa por dolentes Agonias – eis que o dito racional age irracionalmente, também no capítulo das Searas Amorosas!
E perambulando entre poder, dinheiro, droga e sexo, o dito ser humano se perde de si mesmo, pois que extinguiu a admiração pelo Belo e o respeito pelo Amor – este, em todos os seus matizes! Então, esse homem-sem-tempo, esse homem-do imediato, não tem tempo sequer para se deliciar com os Mistérios e os Segredos do Amor... Pois que Mistérios e Segredos só são tecidos com os Fios Dourados do Lirismo e do Romantismo... E isso não sendo mais possível, e em nome da banalidade cotidiana dos Sentimentos, até que, enfim, o sapos não virarão mais príncipes... Visto que os príncipes morreram – já que eram muitos feios! – e o sapo se eternizou como paradigma de Beleza e Sonho, na “ótica” dos amores contemporâneos!
Em que pese tudo isso, continuarei Romântico – enquanto homem comum e lírico, enquanto poeta. Diga-se, a bem da verdade: eu não poderia, mesmo, ser de outro jeito.
Um Feliz e Belo Dia dos Namorados!! Pois, na filosofia amorosa deste poeta, namorar é bom demais... Traz leveza à Alma e doçura ao Coração...
Com franciscano abraço, J.J. Oliveira Gonçalves Presidente de Honra/CAPPAZ Porto Alegre, 10 de junho/2009. 19h13min