‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin de uma arquitetura da luz a uma menor utopia entre o real e o potencial ou o disciplinar e.

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‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 2

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 3

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 4

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 5

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 6

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 7

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 8

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 9

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 10

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 11

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 12

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 13

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 14

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 15

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 16

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

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I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 17

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 18

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

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C

D

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J

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CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 19

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]


Slide 20

‘Leatatlin’, 1929\32 – vladímir tatlin

de uma arquitetura da luz
a uma menor utopia
entre o real e o potencial ou
o disciplinar e o transdiciplinar

`proposta de reformulação
de conteúdos e metodologias`
( maio de 1978 – coordenador prof. edgar graeff )

universidade católica de goiás
departamento de artes e arquitetura
“ ...as mais graves deficiências resultam da estrutura
curricular e dos métodos que ela impõe, uma e outros
conduzindo à participação quase estanque das atividades
docentes e discentes, à atomização do curso em diversos
cursinhos isolados e ao envolvimento do estudante em um
sem número de solicitações desarticuladas, motivo de
graves confusões e desnorteamento.”
“...os cursos requerem, com urgência, face a vastidão do
mundo do conhecimento e seu incessante crescimento, o
recurso a sistemas e métodos de síntese, apoiados na
integração das matérias estudadas.”

[se]
aos olhos hipnoticamente acomodados pela estrutura de superfície das paisagens
urbanas panopticamente planejadas, alardeada por suas arquiteturas luminosas e
conexões ordenadoras de um único sentido, têm-se a compreensão de uma “TESE” de
verdade inquestionavelmente real, - especialmente àqueles que a circunscrevem como
estrutura de transparência lisa, utilitária e tecnocrática, é a arquitetura
incorporada à toga dos reconhecidamente técnicos especialistas, herdeiros do discurso
pedagógico dogmático de pulsão escópica e onividente,

[mas]
se pela aproximação microscópica projeta-se uma outra realidade `menor`,
implícita à verdade deste real como sua “ANTÍTESE” em versão latente, de um perpasso
microfísico do geometricamente instituído por uma profusão de fluxos menores
migratórios, astúcias e combinações rugosas de poderes anônimos, estranhos `espaços
marginais móveis`, luminescências humanas incorporativas e apropriativas conformando
catedrais cotidianas instáveis intrapostas que transpõem os limites do olhar
totalizante, têm-se enxurradas vitais de vazios fecundos para além dos diques
retentores do inquestionavelmente real, - são germens de vida vitaminada a construir
as possíveis novas formas de existência tangível, ou os esbarros para o `esfolamento`
necessário ao acontecimento arquitetural,

[daí]
que poderíamos considerar que a “ARQUITETURA”, desmistificada como objeto de
encantamento luminoso, ao adquirir sentido ou significado na “PALAVRA”, permite a
superação recíproca de seu estado isoladamente estanque, próprio ao reinado dos
`arquitetos ícaros`, pela constituição de uma nova instrumentalidade operativa do
homem entre o real e o potencial ou entre o disciplinar e o transdisciplinar
ou entre a palavra e o `saber-fazer arquitetura`.

sede da banda velha - corporação musical sta cecília de itabirito

[menor]
“... o que no seio das grandes literaturas ocorre em baixo e
constitui como que algo não indispensável ao edifício, na
literatura menor ocorre em plena luz, - o que lá provoca um
tumulto passageiro, aqui é uma sentença de vida ou de morte.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

“... mas quem pensa que eu sou covarde ou que edifico minha
construção por covardia me desconhece.”
FRANZ KAFKA, A Construção

“...as metáforas são uma das coisas que me fazem perder a
esperança na literatura.”
FRANZ KAFKA, Diário, 1921

[zona de desenvolvimento proximal]
para VYGOTSKY
a zona de desenvolvimento proximal nutre exatamente da diferença
entre o conhecimento já consolidado do real e o desenvolvimento
que esta por vir do potencial.
a Zona de Desenvolvimento Real como o lugar da macrofísica panóptica das Disciplinas
reconhecidas e muito bem delimitadas e a Zona de Desenvolvimento Potencial como os
fragmentos de lugares da
microfísica incompleta e instável de um porvir que se “consolidará”, ou seja, alcançará a
EXPRESSÃO DE UM GESTO TANGÍVEL pela intervenção de “outros” e a Zona de Desenvolvimento
Proximal como o lugar que revela a DINÂMICA DESSE PROCESSO incessante e irrefreável.

“...pois é a interiorização da ação manifesta que faz o pensamento, e, particularmente, é a
interiorização do diálogo exterior que
leva o poderoso instrumento da linguagem a exercer influência sobre
o fluxo do pensamento. O homem, por assim dizer, é modelado pelos
instrumentos e ferramentas que usa, e nem a mente nem a mão podem,
isoladamente, realizar muito”.
SEMYONOVITCH VYGOTSKY, A Formação Social da Mente,
- Integração entre Aprendizado e Desenvolvimento

[ uma ‘recomendação’ ] :

detalhe da gravura Paisagem com a Queda de Ícaro,
BRUEGHEL

“... filho ÍCARO,
voemos pelo meio, entre o céu e a terra,
voemos por onde é possível voar.”
DÉDALO
( A fonte literária é As Metamorfoses de OUVÍDIO.
Onde DÉDALO, o grande ARQUITETO da mitologia grega, que fora condenado a construir o LABIRINTO para o rei MINOS,
desenha e constrói as asas que permitiriam a ele e a seu filho ÍCARO fugir do LABIRINTO.
ÍCARO, deveras ambicioso, ignorou o aviso de seu pai, voando demasiadamente alto perto do SOL, cujo calor derreteu a cera que
sustentava as duas asas.
O filho de DÉDALO encontrou a morte caindo e mergulhando no mar, o qual foi por isso chamado de Mar Icariano )

[ uma ‘premissa’ ]:
- adão não tinha uma casa no paraíso

a primeira chuva

ao contrário de RYKWERT, que afirma a casa de ADÃO no Paraíso, argumentando
que esta casa encontra-se implícita no fato de ADÃO viver em um jardim e, segundo ele,

“um jardim sem uma casa é
como uma carruagem sem cavalos...” ,
( A Casa de Adão no Paraíso, JOSEPH RYKWERT )

partiremos do pressuposto de que, como MUNTAÑOLA,

“... um mínimo de realismo me inclina a crer que o homem e sua ARQUITETURA não
foram nunca, nem serão, nem uma SELVA nem um PARAÍSO,
sim uma casa, cidade, paisagem e lugar; quer dizer:
algo que nasce, se desenvolve e morre ENTRE a SELVA e o PARAÍSO,
que se nutre precisamente desta diferença.”
( Topogénesis 1, JOSEP T. MUNTAÑOLA )


[ o liso ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço nômade – o espaço onde se desenvolve a guerra tática + visão
aproximada – espaço háptico + operado gradualmente - variação continua de
orientações, referências e junções, perspectiva desfocada
+ o espaço local


[ o estriado ]
gilles deleuze + félix guattari

+ o espaço sedentário – o espaço estratégico instituído pelo aparelho de
estado+ visão distanciada – espaço óptico + operado totalmente - constância
da orientação, invariância das distâncias, perspectiva de foco central
+ o espaço global


os dois espaços só existem de fato graças às misturas entre si – o espaço
liso não para de ser traduzido, transvertido num espaço estriado.
o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um espaço liso.

a.
[‘cartografia’ crítica do território ]:

[ a terra ]:
a terra que entalha o perfil do
homem, o homem que reage a
uma paisagem ativa,
terra/personagem inóspita
protagonista do drama do
homem
“É uma paisagem
impressionadora.
As condições estruturais da terra
lá se vincularam ‘a violência
máxima dos agentes exteriores
para o desenho de relevos
estupendos.
“...da extrema aridez à
exuberância extrema.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Terra

construção de um mapeamento
:
cartografia crítica desta terra –
os sertões (1ªp.) a terra de
euclides da cunha,

montagem do teatro oficina de
josé celso martinez corrêa

[ o homem ]:
o testemunho do ‘sem-terra’ – o homem
no limite da despatriaçãodesterritorialização.
“ O sertanejo é, antes de tudo um forte.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro
lance de vista, revela o contrário. Faltalhe a plástica impecável, o desempeno, a
estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto.
É o homem permanentemente fatigado.
Entretanto, toda esta aparência de
cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo
desaparecer de improviso. Naquela
organização combalida operam-se em
segundos, transmutações completas.
Basta o aparecimento de qualquer
incidente exigindo-lhe o desencadear
das energias adormecidas. O homem
transfigura-se. Empertiga-se estadeando
novos relevos, novas linhas na estrutura
e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta,
sobre os ombros possantes, aclarada
pelo olhar desassombrado e forte; ...”
Euclides da Cunha - Os Sertões : O Homem

construção de um diagrama deste
homem
– o parangolé de helio oiticica : a total
‘in-corpo-ração do homem na

[ a luta ]:
“Antônio Conselheiro
adquirira em Juazeiro certa
quantidade de madeiras, que
não podiam fornecer-lhes as
caatingas paupérrimas de
Canudos. Contratara o
negócio com um dos
representantes da autoridade
daquela cidade. Mas ao
terminar o prazo ajustado
para o recebimento do
material, que se aplicaria no
remate da igreja nova, não
lho entregaram. Tudo
denuncia que o distrato foi
adrede feito, visando o
rompimento anelado.
Aproveitou, por isto, a
situação, que surgia a talho
para a desafronta. Sabia que
o adversário revidaria ‘a
provocação mais ligeira. De
fato, ante a violação do trato
aquele retrucou com a
ameaça de uma investida
sobre a bela povoação do
São Francisco: as madeiras
seriam de lá arrebatadas, à
força.”
Euclides da Cunha - Os Sertões : A Luta

construção de um mapa de
organização
arquitetônico/territorial que
contextualize as

mapeamento [ crítico ]
território fronteiriço
entre coronel fabriciano
e ipatinga

[ G.1 ]

1

1- São cristovão- RU [16]
2- Beira do rio- B. Floresta- RE [14]
3- Centro social urbano- B. Floresta- RE[14]
4- Conjunto Habitacional- B. Floresta- RE[14]
5- Encostas- B. Floresta- RU[15]
6- Posto de gasolina desativado- Centro- CC[12]
7- Morro do carmo- Centro- RE[11]
8- Encostas- Caladinho do meio- RE[10]
9- Terreno vago-BR- C. Meio- CB[01]
10- Lagoa e área vaga- BR- C. Meio- CB[02]
11- Encostas- C. Baixo- RE[09]
12- Córrego a céu aberto- C. Baixo- RE[08]
13- Casas amontoadas- C. Baixo- RE[08]
14- Galpão vazio- Trevo- Centro- BR- CB[05]
15- Praça- Trevo- Centro- CB[07]
16- Loja vazia- Centro- BR- CB[06]
17- Encostas- Giovaninni- RE[11]
18- Encosta- BR- CB[04]
19- Loja vazia- BR- CB[03]

2
RU

3

RU

RU Re

1,5- Áreas próximas às áreas residenciais, sem comércio e grandes pastágens
próximas à mata nativa ao pé da serra dos cocais.

4

2,3,4- Área residêncial com comércio pouco desenvolvido, distante da BR e
do centro.
6- Área vazia no centro da cidade, cercada de intensa atividade comercial e de
grande fluxo de pessoas e altomóveis, próximo a rodovia.
7- Área residencial próximo ao centro da cidade e com pouca atividade
comercial, pouco fluxo de altomóveis.

5

8,11,17,18- Intensa ocupação de encostas com pouca infra-estrutura, próximo
ao eixo rodoviário.
9,10- Grande área vazia às márgens do eixo rodoviário próximo à intensa
atividade comercial.
12,13- Área residencial às márgens da BR.

6

14,16,19- Lojas vazias às márgens do eixo rodoviário com intensa atividade
comercial e próximo ao centro da cidade.
15- Área vaga, às márgens da BR, próximo a intensa atividade comercial, e ao
centro da cidade.

Cb
Cb

7

Numer ação
Ár ea

8
9

Ressonância
Inf r a est r ut ur a viár ia

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

CIDADE EM CORTES
TP2 Análise de Coronel Fabriciano

VARIAÇÃO DO ANGULO DE VISÃO

A elaboração de um quadro de referência baseado na
compreensão de uma rede urbana particular, entendida como uma
extensão sócioespacial desobediente, porém muito dessas
resultantes urbanas de Coronel Fabriciano se dam por uma conexão
ao sistema econômico globalizado, modificando constantemente
essa rede. Além de relacionar a dinâmica global, vale evidenciarmos
que a cidade de Coronel Fabriciano já mantêm movimentos
dinâmicos espontâneos , e são através dessas investigações que torna
possível a visualização de uma estratégia também para a leitura da
cidade ; dando abertura a apropriações e modificações. Em particular
a característica de coronel Fabriciano ter uma "lei momentânea".
"Temos a experiência de um mundo , não no sentido
de um sistema de relações que determinam
inteiramente cada acontecimento, mas no sentido de
uma totalidade aberta cuja síntese não pode ser
acabada . Temos a experiência de um EU, não no
sentido de uma subjetividade absoluta, mas
indivisivelmente desfeito e refeito pelo curso do
tempo."
Tentamos então tematizar vários espaços que não se
reduzissem a uma unidade, mas a várias localidades que
mantivessem uma certa relação uma com as outras, tendo também
características de centralidade de arranjo espacial distintas, onde
houvesse tensões com áreas dinâmicas e estagnadas. Eixos que
permitem expansão e que se relacionam com áreas estagnadas, o que
implica num conflito que pode possibilitar a dinamização dessas
áreas estagnadas e uma estratégia de inserção não somente a rede
urbana mas também ao "sistema".

[ G.2 ]