Agrupamento de Escolas da Mealhada Língua Portuguesa Marta Roque nº24 9ºB1 Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é.
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Agrupamento de Escolas da Mealhada Língua Portuguesa Marta Roque nº24 9ºB1 Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração Fernando Pessoa, in “Cancioneiro” Autopsicografia → 3 quadras O poeta é um fingidor. → Escansão: Finge tão completamente • O/poe/ta é/ um/fin/gi/dor – redondilha maior Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. • Fin/ge/tão/com/ple/ta/men – redondilha maior • Que/che/ga a/fin/gir/que é/dor – redondilha maior E os que lêem o que escreve, → Esquema rimático: abab/cdcd/efef – rima cruzada Na dor lida sentem bem, → Recursos estilísticos: Não as duas que ele teve, • Perífrase: “E os que lêem o que escreve” = leitores Mas só a que eles não têm. • Metáfora: “Esse comboio de corda / Que se chama E assim nas calhas de roda coração” Gira, a entreter a razão, • Hipérbato: última estrofe do poema Esse comboio de corda Que se chama coração Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração Autopsicografia AutoA si próprio -psico- -grafia Actividade mental Escrita Estudo psicológico do que se passa na mente do autor durante o processo da produção poética. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente 1ª Parte Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, 2ª Parte Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração 3ª Parte Poesia 1ª parte 2ª parte Processo de criação Leitura 3ª parte Relação entre a razão e o coração desde a criação do poema até à sua leitura. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. “O poeta é um fingidor” ‘Simular’ ‘criar’ / ‘construir’ Duplo sentido E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração Latim “fingere” Intelectualização da dor 2 tipos de dor Dor real Dor intelectualizada Processo de criação poética 2 tipos de dor Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração Dor real. L E I T U R A Dor intelectualizada. 3ª dor Dor que vai surgir da interpretação do poema por parte do leitor. O LEITOR NÃO TEM ACESSO À DOR REAL SENTIDA PELO POETA, NEM À DOR INTELECTUALIZADA. TEM ACESSO APENAS À DOR QUE SURGE DA SUA INTERPRETAÇÃO DO POEMA. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração Coração (= ‘emoções’/’sentimentos’) Motor da poesia Razão Imaginação de onde o poema é inventado