O Fenómeno Espírita BREVE ESTUDO SOBRE A EVOCAÇÃO DOS MORTOS, POR DIVERSOS POVOS, AO LONGO DO TEMPO.

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Transcript O Fenómeno Espírita BREVE ESTUDO SOBRE A EVOCAÇÃO DOS MORTOS, POR DIVERSOS POVOS, AO LONGO DO TEMPO.

O Fenómeno Espírita
BREVE ESTUDO SOBRE A
EVOCAÇÃO DOS MORTOS, POR
DIVERSOS POVOS, AO LONGO
DO TEMPO.
O FENÓMENO ESPÍRITA
O Fenómeno Espírita é de todos os tempos.
A crença na Imortalidade da Alma está presente
em todos os povos e culturas.
A História conserva a memória do intercâmbio
permanente estabelecido entre os vivos e os
chamados “mortos”.
Mas só o Espiritismo pode explicar essa ordem
de fenómenos racionalmente.
NOS POVOS DA
ANTIGUIDADE
Eram gerais as crenças:
- NA IMORTALIDADE DA ALMA
- NA COMUNICAÇÃO ENTRE OS VIVOS
E OS MORTOS.
A EVOCAÇÃO DOS MORTOS
Os sacerdotes conheciam os segredos ocultos
pelo véu da morte, pois contactavam com as
almas desencarnadas.
Mas só a eles era lícito esse contacto.
O povo era mantido na ignorância quanto ao
verdadeiro estado da alma após a morte.
Este assunto era, pois, considerado sagrado.
As cerimónias, pelas quais os sacerdotes
entravam em contacto com os “mortos”,
eram, para eles, uma fonte de lucro.
NA ÍNDIA DOS VEDAS
OS VEDAS SÃO O MAIS ANTIGO CÓDIGO
RELIGIOSO CONHECIDO.
APARECE MILHARES DE ANOS ANTES DE
JESUS CRISTO.
NOS VEDAS AFIRMA-SE A EXISTÊNCIA DOS
ESPÍRITOS.
O GRANDE LEGISLADOR MANU
EXPRIME-SE A ESTE RESPEITO:
“Os espíritos dos antepassados, no estado
invisível, acompanham certos brâmanes
convidados para as cerimónias em
comemoração dos mortos, sob uma forma
aérea;
seguem-nos e tomam lugar a seu lado quando
eles se assentam”.
OUTRO AUTOR HINDU DECLARA:
“Muito tempo antes de se despojarem do
envoltório mortal, as almas que só praticaram
o bem, como as que habitam os corpos dos
sannysassis e dos vanaprastha (anacoretas e
cenobitas) adquirem a faculdade de
conversar com as almas que as precederam
no swarga;
é sinal que para essas almas, a série das suas
transmigrações sobre a terra terminou”.
– ( TEXTO DO BAGAVATTA )
OS FAQUIRES E A EVOCAÇÃO DOS
ESPÍRITOS
Desde tempos imemoriais, os sacerdotes
iniciados nos mistérios preparam os
indivíduos chamados faquires para a
evocação dos espíritos e para a obtenção dos
mais notáveis fenómenos do magnetismo.
O segredo da evocação era reservado àqueles
que pudessem ter quarenta anos de
noviciado e obediência passiva.
OS TRÊS GRAUS DA INICIAÇÃO
O PRIMEIRO GRAU FORMAVA OS BRÂMANES DO CULTO
VULGAR E OS ECÔNOMOS DOS PAGODES
ENCARREGADOS DE EXPLORAR A CREDULIDADE DA
MULTIDÃO.
APRENDIAM A COMENTAR OS TRÉS PRIMEIROS LIVROS DOS
VEDAS,
A DIRIGIR CERIMÓNIAS
E A CUMPRIR SACRIFÍCIOS.
OS BRÂMANES DO 1º GRAU ESTAVAM EM COMUNICA-ÇÃO
CONSTANTE COM O POVO: ERAM OS SEUS DIRECTORES
IMEDIATOS.
2º grau da iniciação
Era composto pelos exorcistas, adivinhos,
profetas e evocadores de Espíritos.
Estes, em certos momentos críticos, eram
encarregues de actuar sobre a imaginação
das massas, por meio de fenómenos
sobrenaturais.
Liam e comentavam o Atharva-Veda, repositório
de conjurações mágicas.
o 3º grau de iniciação
Era composto pelos brâmanes que já não
tinham mais relações directas com a
multidão.
Ocupavam-se unicamente do estudo das forças
físicas e naturais do Universo.
Quando se manifestavam exteriormente,
faziam-no sempre por meio de fenómenos
aterrorizadores e de longe.
NA CHINA
Desde tempos imemoriais que os chineses se
entregaram à evocação dos Espíritos dos
avoengos.
Com o tempo, e em consequência
das guerras que forçaram parte da
população hindu a emigrar, o
segredo das evocações espalhouse por toda a Ásia, encontrandose ainda entre os egípcios e entre
os hebreus a tradição que veio da
Índia.
NO EGIPTO
Os historiadores são unânimes em atribuir aos
sacerdotes egípcios poderes que parecem
sobrenaturais e misteriosos.
A Bíblia narra alguns dos prodígios (com algum
excesso à mistura) realizados por estes
magos.
É certo que eles evocavam os mortos, pois
Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente
os hebreus de se entregarem a estas práticas.
A PROIBIÇÃO DE MOISÉS
“Que entre nós ninguém use de
sortilégio e de encantamentos, nem
interrogue os mortos para saber a
verdade”.
Deuteronómio
NO ANTIGO TESTAMENTO:
Saúl consulta a pitonisa de Endor e comunicase com a sombra de Samuel (fenómeno de
materialização).
A CABALA
Apesar da proibição de Moisés, houve sempre
investigadores tentados por essas evocações
misteriosas.
Institui-se, então, uma doutrina secreta a que
chamaram Cabala.
Cercaram-na de precauções, fazendo o adepto
jurar inviolável segredo para o vulgo
DIZ O TALMUD:
“Qualquer pessoa que, sendo instruída nesse
segredo ( a evocação dos mortos), o guarda
com vigilância num coração puro pode contar
com o amor de Deus e o favor dos homens;
o seu nome inspira respeito, a sua ciência não
teme o olvido, e torna-se ele herdeiro de dois
mundos: aquele em que vivemos agora e o
mundo futuro”
NA GRÉCIA
A crença nas evocações era geral.
Todos os templos possuíam mulheres,
chamadas pitonisas, encarregues de proferir
oráculos, evocando os deuses.
Muitas vezes o consultante queria, ele próprio,
ver e falar à sombra desejada, e, como na
Judeia, conseguia-se pô-lo em comunicação
com o ser que desejava interrogar.
HOMERO, NA “ODISSEIA”:
descreve as cerimónias pelas quais Ulisses
pôde conversar com a sombra do divino
Tirésias.
Estas práticas eram frequentemente
empregadas por aqueles que desejavam
entrar em relação com as almas dos
parentes, ou amigos,que tinham perdido.
APOLÓNIO DE TIRANA
Este sábio filósofo pitagórico e taumaturgo de
grande poder, possuía vastos conhecimentos
referentes às ciências ocultas;
a sua vida é pródiga em factos extraordinários;
ele acreditava firmemente nos Espíritos e nas
suas comunicações com os encarnados.
EM ROMA
As sibilas romanas, evocando os mortos,
interrogando os Espíritos, são continuamente
consultadas pelos generais.
Nenhuma pessoa importante decidia sem
receber prévio aviso dessas sacerdotisas.
Em Itália, tal como na Índia, no
Egipto e entre os hebreus, o
privilégio de evocar os mortos,
primitivamente reservado aos
membros da classe sacerdotal,
espalhou-se, pouco a pouco,
entre o povo.
Se crermos em Tertuliano, o Espiritismo
era exercido entre os antigos pelos
mesmos meios que, hoje, entre nós.
Diz ele: “Se é dado aos magos fazer aparecer
fantasmas, evocar as almas dos mortos,
poder forçar a boca das crianças a proferir
oráculos; se eles realizam grande número de
milagres, se explicam sonhos, se têm às suas
ordens Espíritos mensageiros e demónios,
em virtude dos quais as mesas que
profetizam são um facto vulgar, com que
redobrado zelo esses Espíritos poderosos
não se esforçarão por fazer em próprio
proveito o que eles fazem em serviço de
outrem ?”
(Tertuliano - “Apologética”, 23)
AMIANO MARCELINO
Escreve, numa passagem sobre Patrício e Hilário,
levados perante o tribunal romano por crime de magia,
acusação esta de que eles se defenderam referindo
que “tinham fabricado, com pedaços de loureiro, uma
mesinha (mensulam) sobre a qual colocaram uma
bacia circular feita de vários metais, tendo um alfabeto
gravado nas bordas. Em seguida, um homem vestido
de linho, depois de ter recitado uma fórmula e feito
uma evocação ao deus da profecia, tinha suspendido
em cima da bacia um anel preso a um fio de linho
muito fino e consagrado por meios misteriosos. O
anel, saltando sucessivamente, mas sem confusão,
sobre várias letras gravadas, e parando sobre cada
uma, formava versos perfeitamente regulares, em
resposta às questões propostas”.
Hilário acrescentou:
“Um dia, ele tinha perguntado quem sucederia
ao imperador actual, e o anel, designando as
letras, deu a sílaba: Theo.
Nada mais inquiriram, persuadidos de que se
tratava da palavra Theodoro”.
Os factos, diz Amiano Marcelino, desmentiram
os magos, mais tarde, porém não a predição,
porque esta foi Theodósio.
A evocação dos mortos foi geral na
Antiguidade, como vimos.
O poder teocrático e o poder civil estavam
muito intimamente ligados para que esta
prescrição fosse severamente observada.
Não convinha que as almas dos mortos
viessem contradizer o ensinamento oficial
dos sacerdotes e lançar a perturbação entre
os homens, fazendo-os conhecer a verdade.
A IGREJA CATÓLICA E A IDADE
MÉDIA
A Igreja Católica, mais do que qualquer outra,
teve necessidade de combater essas práticas
para si detestáveis.
Durante a Idade Média milhares de vítimas
foram queimadas sem piedade, sob o nome
de feiticeiros e mágicos, por terem evocado
os Espíritos.
A tortura e os horrores cometidos para
encontrarem os vestígios do diabo no corpo
das vítimas, ainda hoje causam arrepios e
desgosto e tudo isso para maior glória de um
Deus de amor e de misericórdia !
JOANA D’ARC
Esta figura heróica mostra como as
comunicações dos Espíritos podem dar
resultados tão grandiosos quão inesperados.
Não fosse a História registar os factos e a
história dessa pastora que expulsa o
estrangeiro do seu país, guiada pelas
potências espirituais, pareceria maravilhosa
ficção.
Apesar de todas as perseguições, a
tradição conservou-se.
A História conserva ainda os nomes de
Paracelso, Cornelius Agripa,
Swedenborg, Jacob Boehm, Martinez
Pascalis, Conde de Saint-Germain,
Saint-Martin, etc.
Às vezes as manifestações eram
públicas e atingiam extraordinário
desenvolvimento.
Não é sem terror que se lêem as
narrações relativas aos possessos de
Loudun, os factos estranhos atribuídos
aos convulsionários de Cevenas e aos
visionários do cemitério de SaintMédard.
CONCLUSÃO
Fica demonstrado que, em todos os
tempos, a evocação dos mortos foi
praticada universalmente, e que todos
esses fenómenos, na realidade, são
tão velhos quanto o mundo