Brasão de Armas Escudo azul com castelo lavrado em prata, aberto e iluminado de negro, sobre uma serpe alada de prata, realçada.

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Transcript Brasão de Armas Escudo azul com castelo lavrado em prata, aberto e iluminado de negro, sobre uma serpe alada de prata, realçada.

Brasão de Armas
Escudo azul com castelo lavrado em prata, aberto e iluminado de
negro, sobre uma serpe alada de prata, realçada a negro.
Coroa com mural de prata de 4 torres. Listem branco com os
dizeres, a negro:
“NOTÁVEL VILA DE SERPA”
No segundo lanço das escadas dos Paços do
Concelho, encontra-se esta Pedra de
Armas,em mármore encimada por coroa do
tempo de D. Sebastião, tendo por baixo uma
serpe assente numa lápide com a seguinte
inscrição:
“EXPENSIS POPVLI PROCERVM INDV
STRIA E FABRICATVM ANNO DOMINI
1675”
Esta legenda certifica a data da construção do
edifício das “Casas da Câmara” entretanto
demolido para dar lugar ao actual “in Brasões
de Serpa de João Cabral”
Francisco Manuel de Melo Breyner
Último Conde de Ficalho
Nasceu em 27/07/1837 Faleceu 19/04/1903
O Palácio do Marquês
ou Palácio dos Condes de Ficalho
Não se sabe ao certo quem o mandou construir, há quem defenda a sua construção por
volta do Sec. XVII, por ordem do Bispo da Guarda, D. Martin a Afonso, natural de Serpa.
O Tombo da antiga Câmara, elaborado em 1625, faz alusão à porta nova, aberta para
serventia do Palácio, como já existente no ano 1611. Em arco ogival dá acesso ao terreiro
onde se situa o Palácio
À zona envolvente cresceu um Bairro a que se deu o nome de “Porta Nova”.
No interior do Palácio, grandiosa escadaria dupla, leva a enormes salões ladrilhados de dois
andares de altura, de profundas abóbadas de berço branqueadas a cal e lambris azulejados.
Ao longo das paredes correm sucessivas estantes baixas, onde se encontram antigos livros
com encadernações em pele de bezerro e pergaminho.
Bancos, arcases, bufetes de carvalho e de pau-santo, retratos brasonados de antepassados,
damas e cavalheiros , em que predominam os trajes da corte a poltronas de couro de
Córdova, constituem a decoração destes salões.
A Rua dos Arcos, a mais emblemática das ruas de Serpa. Com os
seus dezanove arcos este Aqueduto foi construido para levar água
desde a "Nora" existente na extremidade sul da arcada, até ao Palácio
do Marquês.
Gosto muito da rua como está agora deixando ver as muralhas, mas
recordo-me muitas vezes de como era nos anos 60 do século passado
e das pessoas que nela viviam.
A Srª. Ermelinda e o Sr. José de Brito, muito especiais para mim; a
vizinha Constança, que sabia, porque via da "gateira" da sua porta,
tudo o que se passava na rua; o Sr. Roque, que achávamos excêntrico
por usar, não um mas 3 a 4 relógios em cada braço. Era relojoeiro o
Sr. Roque e a sua excentricidade não era mais que profissionalismo;
A Srª. Margarida, da fábrica de curtição de peles. Às vezes o cheiro
era nauseabundo mas os trabalhos que ali se faziam, pelicos, safões,
casacos e tapetes de pele de ovelha, eram lindíssimos.
Lembro-me também da Srª. Mariana, que vendia carvão e petróleo,
mas também rebuçados e “pirolitos”, uma espécie de chupa-chupa
feitos de açúcar água e vinagre.
Da mercearia do Sr. Figueira onde antes estivera estabelecido o Sr.
José Pago, este nos idos de 50.
Havia ainda dois atelieres de costura o da Margarida e o da Arminda,
neles aprenderam algumas jovens entre as quais eu, a arte de
transformar metros e metros de tecido em vestidos, saias e blusas.
Esta rua é para mim um marco, uma referência da minha juventude.
As Muralhas de Serpa
As Muralhas de Serpa sofreram ao longo dos tempos atentados de destruição como pode ser
confirmado em documentos existentes no Tombo da Câmara, como nos diz João Cabral, no seu livro
“Arquivos de Serpa” e que cito: «Por proposta do vereador José Ricardo Cortez de Lobão foi pedida,
superiormente, em 7 de Fevereiro de 1863, a demolição das muralhas que em grande parte ameaçam
ruína» mais adiante refere ainda: «Também o Dr. António Joaquim Bentes, em 23 de Janeiro de 1864,
na qualidade de presidente do Municipio, propôs e foi aprovado que "se peça ao Governador de Sua
Majestade e concessão do forte denominado Castelo Velho e bem assim para poder destruir as
muralhas que circundam parte da vila por se considerarem contrárias à saúde pública”» e ainda
«Precisamente um ano depois o presidente lê dois requerimentos pedindo as mesmas demolições, o
que se repetiu em Julho de 1877». Numa outra página do mesmo livro afirma ainda João Cabral: «Em
1 de Fevereiro de 1917 foi deliberado demolir a parte da muralha, que estava em ruínas, à Porta de
Moura». Sabe-se ainda que em meados do séc. passado foram as muralhas levadas a hasta publica para
arrematação e posterior demolição, o que felizmente não se concretizou por falta de licitadores. Já nas
últimas décadas do séc. xx sofreram as muralhas os trabalhos de restauro que se impunha, devolvendo
aos vindouros a possibilidade de apreciar a sua beleza e magnitude.
O Castelo Velho
O Castelo Velho
Não é fácil, segundo os entendidos, concluir-se quando terá sido construído o primeiro Castelo de
Serpa. A povoação, segundo se crê pelas descobertas arqueológicas que se tem vido a fazer, remonta a
muitíssimos anos antes da conquista do Castelo pelos Portugueses.
De formato quadrilátero o Castelo Velho, situa-se do lado nordeste, junto à primeira cintura de
muralhas. A Torre de Menagem é o seu ponto mais alto, logo seguido da Torre do Relógio, que em
tempos foi parte do Castelo.
Os dados históricos que conhecemos acerca da “Vila” de Serpa tem inicio na sua primeira conquista
aos Mouros, por D. Afonso Henriques, em 1158 com a ajuda dos Cruzados.
Várias vezes perdida para os Mouros e outras tantas conquistada, passa para a Coroa Portuguesa em
1232, no Reinado de D. Sancho II que concedeu o senhorio de Serpa a D. Fernando, seu irmão que
nela viveu e que veio a ser conhecido pelo Infante de Serpa. Após algumas atitudes contra a igreja foi
D. Fernando excomungado pelo Papa Gregório IX.
Tendo casado com D. Sancha Fernandez de Lara, filha de um Conde de Castela, ficou D. Fernando por
aquelas terras, nada se sabendo mais, acerca da sua vida.
Mais tarde com a suposta morte de D. Fernando passa a Vila de Serpa, para a posse da Coroa
Portuguesa.
Até ao Séc. XIII, nas várias disputas havidas com Castela perdeu Portugal, as terras de aquém
Guadiana, incluindo Serpa.
Em Maio de 1253, Afonso X de Castela inclui Serpa no dote de sua filha Beatriz , por ocasião do
casamento desta, com Afonso III de Portugal, com a cláusula de que a posse definitiva só teria lugar
quando o primeiro filho do casal completasse 7 anos. Cláusula que não cumpriu. (!)
Foi já no reinado de D. Diniz, em 6 Setembro de 1295, que foi acordada a entrega definitiva da Vila e
seu Termo ao Rei de Portugal.
(foto retirada de: www.cm-serpa.pt) (bibliografia: História de Portugal; Serpa do Passado de João
Cabral)
O Castelo Velho
Os numerosos achados das épocas pré-históricas, romana e mourisca e ainda a
persistência de caracteres antropológicos dos seus habitantes, levam a crer que a
origem da fortaleza, fosse um Castro Lusitano do paleolítico para o monolítico.
De forma quadrilátera, o Castelo Velho, está envolto por uma cintura de muralhas
ameadas com dois metros de grossura, apoiadas em espessas e altas torres.
Serpa - na Guerra de Sucessão de Espanha
À entrada para o Castelo Velho podem ver-se dois grandes
blocos de alvenaria de muitas toneladas, despegados dos
seus lugares de origem, em consequência da destruição com
dinamite levada a cabo pelo Duque de Ossuna, quando em
26 de Maio de 1777, foi compelido a abandonar a praça de
Serpa.
Serpa - na Guerra de Sucessão de Espanha
Serpa, foi sempre um ponto de cobiça dos nossos vizinhos, Castelhanos , mais tarde Espanhóis,*
tanto pela sua situação geográfica como por ser uma referência na Organização Militar do país. Não
obstante as constantes razias que as terras deste Concelho sofreram ao longo da sua História, quer
nas investidas da moirama, quer no período da Restauração, ou ainda durante as invasões francesas,
aquela que se tornou mais brutal, foi a perpetrada pelo Duque de Ossuna, durante a guerra de
sucessão espanhola (1702/1712). Durante o conflito, mais propriamente em 26 de Maio de 1707, o
Duque de Ossuna assaltou e tomou pela força, após meses de resistência dos Portugueses, o castelo
da Vila de Serpa. Um ano depois em 1708, quis a sorte que as tropas espanholas fossem obrigadas a
retirar-se desta vila, contudo, não o fizeram sem causarem nas suas muralhas enormes danos.
Testemunhos? Os grandes torreões rochosos, mesmo à entrada do Castelo e que ainda subsistemO
Castelo de Serpa foi classificado como Monumento Nacional por decreto de 30 de Janeiro de
1954.(* abro aqui um parêntesis para recordar que o país nosso vizinho só passou a designar-se por
Espanha, após a unificação dos vários reinos que a compõem a saber: Asturias, Leão, Castela,
Galiza, Navarra e Aragão) Mais tarde quando publicar as lendas e outros escritos voltarei ao
assunto.(Foto publicada em (http://www.olhares.com/) gentilmente cedida pelo meu amigo Edgar
Moreno . O resultado da explosão levada a cabo quando da retirada do Duque de Ossuna, em 1707,
foi terem sido arrancados ao Castelo, dois enormes blocos de alvenaria de muitas toneladas, que
ainda se podem ver à entrada do Castelo Velho.
Um dos quais impressiona quem passa por debaixo já que de um dos lados apenas se apoia
levemente, dando a impressão de que vai cair a todo o momento.
O postal e as fotografias ilustram bem, o que acabei de dizer.
Este é um dos locais mais fotografados da cidade e está considerado como monumento.
A Torre
do Relógio
A Torre do Relógio
Um dos pontos mais altos da Cidade é a sua majestosa Torre do Relógio. As ameias da parte mais
alta da torre, terão caído ou sido derrubadas, no seu lugar foi construído por Mestre Pascoal, em
1440, o apoio onde assentam o relógio e o sino cujas badaladas marcam as horas e se ouve em toda a
cidade.
Este apoio é feito de tijolo e não está em esquadria com a base da Torre.
A data acima referida é a que se encontra na inscrição existente por cima da porta de entrada da torre
no Largo de Santa Maria que se transcreve:
«E : DE : MIL :
CCC :… XL : EM ...
XXXI …
DIAS: DE JANEIRO: …
E…UEEDOR: DESTA
OBRA … I …L …P... ASCOAL … MESTRE: …»
Esta Torre situa-se ao cimo da escadaria monumental sita no largo D. Jorge de Melo que leva à
Igreja Matriz de Santa Maria e ao Castelo Velho.
Possui no seu interior, uma escadaria em madeira com 52 degraus e no tecto de abóbada nervurada
um escudo com quatro flores-de-lis.
O Relógio que sempre marcou a vida dos naturais da Vila, durante anos ficou parado e era uma
tristeza para quem se habituou a ouvi-lo.
Em boa hora a Câmara Municipal o mandou reparar e hoje pode ouvir-se de novo, na agora Cidade
de Serpa as "badaladas" que marcam o tempo. Bibliografia: Arquivos de Serpa de João Cabral, foto
do relógio "roubada" a http://jumento.blogdrive.com/ – A quem apresento as minhas desculpas