O Círculo de Praga. A fonética e a fonologia - jhpr

Download Report

Transcript O Círculo de Praga. A fonética e a fonologia - jhpr

O Círculo de Praga. A
fonética e a fonologia
Universidade de Vigo, 2007
O estruturalismo



No âmbito da linguística designa toda a linguística que
concebe a língua como umha estrutura de tipo relacional,
seguindo os princípios expostos por Saussure. De facto, toda
a linguística após-saussureana é estruturalista.
No âmbito das restantes Ciências Humanas denominamos
estruturalismos os esforços de aplicaçom (ou elaboraçom) de
métodos originalmente concebidos em linguística a qualquer
um dos campos destas ciências: antropologia, filosofia,
história, sociologia, ciência política, psicologia, economia,
geografia ou direito.
Roland Barthes (conhecido estruturalista francês): “Não é
umha escola nem mesmo um movimento (polo menos por
enquanto), pois a maior parte dos autores que se associam
geralmente a essa palavra nom se sentem de modo algum
ligados entre eles por uma solidariedade de doutrina ou de
combate”.
O estruturalismo

Funcionalismo: Estudo do significado e do uso
das formas linguísticas em actos comunicativos.
As estruturas fonológicas, gramaticais e
semânticas das línguas som determinadas polas
funções que exercem nas sociedades em que
operam.
•
•
•
•
•

Escola de Praga
Escola de Copenhague
André Martinet e discípulos
Gramática Funcional
Etc.
Formalismo: Estudo das formas linguísticas.
• Gramática gerativa
• Etc.
O estruturalismo
FORMALISTAS
FUNCIONALISTAS
VISOM DA LÍNGUA
Fenómeno mental
Fenómeno social
UNIVERSAIS
LINGUÍSTICOS
Derivados dumha
herdança linguística
genética comum da
espécie humana
Derivados da
universalidade dos usos
que as sociedades
humanas fam da língua
AQUISIÇOM DA LÍNGUA
Capacidade humana
inata para aprender
línguas
Desenvolvimento das
necessidades e
habilidades
comunicativas da
criança na sociedade
ESTUDO DA LíNGUA
Como um sistema
autónomo
Em relaçom à sua
funçom social
A Escola de Praga



Escola funcionalista que se desenvolveu na cidade de
Praga, fundamentalmente entre os anos 1926 (data
do primeiro encontro) e 1939.
Desenvolveu as suas actividades principalmente nos
âmbitos da Crítica Literária e da Linguística.
Membros principais: Roman Jakobson, Nikolai
Troubetzkoy, Sergei Karcevskiy (russos) e René
Wellek, Jan Mukařovský e Vilém Mathesius (checos).
A Escola de Praga

No 1º Congresso Internacional de
Linguística de Haia (Holanda) formulam as
chamadas Teses de Praga. As principais
som:
• A) A língua é um sistema funcional orientado
para umha determinada finalidade
• B) Divisom entre a fonética (facto físico) e a
fonologia (sistema funcional)
• C) A natureza das funções linguísticas
determina a estrutura da língua
• D) O estudo dumha língua exige que se
considere a variedade das funções linguísticas
e os seus modos de realizaçom
A Escola de Praga

Roman Jakobson elabora a classificaçom
mais usada das funções da linguagem, cada
umha delas associada a umha dimensom do
processo comunicativo:
A Escola de Praga


Trubetzkoy sistematiza a fonologia como
disciplina na 1ª Conferência Internacional
de Fonologia, ocorrida em Praga (1930),
ao formular a diferença entre som e
fonema
Fonema: a menor unidade distintiva que
existe na estrutura dumha determinada
língua
Fonética e Fonologia
A Fonética


Fonética: Ramo da linguística que
estuda a produçom, natureza física e
percepçom dos sons dumha língua.
Estuda, pois, parte dos componentes
que constituem a camada da
substância da expressom, tal como
definida por Hjelmslev.
A Fonética
• Fonética acústica: estuda os sons orais do
ponto de vista físico, reunindo e quantificando
os dados sobre a emissom e percepçom das
ondas sonoras que componhem o som
articulado.
• Fonética articulatória: estuda os sons
dumha língua dum ponto de vista fisiológico,
quer dizer, descrevendo que órgãos orais
intervenhem na sua produçom, em que
posiçom se acham, etc. Interessa-lhe o lugar e
a forma de articulaçom dos diferentes sons.
• Fonética auditiva: estuda a percepçom da
fala, especialmente como o cérebro forma as
representações conceptuais dos sons que
percebe.
A Fonética

Fonética acústica: Características dos sons: amplitude
(intensidade), tempo e frequência
• Frequência: Número de períodos (vibrações) por unidade de tempo.
• Formante: frequência ou conjunto de frequências que caracterizam o
timbre dum som.
Médias das frequências dos três primeiros
formantes das vogais orais do português
brasileiro:
A Fonética

Fonética articulatória:Características dos
sons: ponto de articulaçom, modo de
articulaçom, sonoridade, nasalidade,
grau de abertura...
Pontos de articulaçom
das vogais do
espanhol
Triângulo de Helwag
(vogais do espanhol)
Trapécio de Daniel
Jones (vogais do
inglês)
A Fonética



A Associaçom Fonética Internacional
(AFI), reconhece actualmente por volta
de 100 sons que podem ser distintivos nas
diversas línguas.
Alfabeto AFI:Um sistema de notaçom
fonética baseado no alfabeto latino. Em
2007 reconhece 107 letras diferentes e 56
diacríticos e traços suprassegmentais.
Frequentemente a AFI elimina ou introduz
novos símbolos.
As transcrições fonéticas realizadas
mediante o alfabeto AFI costumam situarse entre colchetes: [ ]
A Fonética
A Fonética
A Fonética
A Fonologia


Ramo da linguística que estuda a
organizaçom e valor funcional dos
sons dumha língua.
Estuda, pois, os componentes
mínimos que constituem a camada
da forma da expressom, tal como
definida por Hjelmslev.
A Fonologia

Parte importante do seu trabalho consiste
em delimitar que sons possuem valor
distintivo (=funcional) numha língua dada.
Os sons que possuem esse valor distintivo
denominam-se fonemas. P.ex:



Em galego a oposiçom /ɔ/-/o/ tem valor funcional:
/’bɔlo/ vs. /’bolo/. (serve para opor significados)
Em espanhol, nom. Portanto, nesta língua estamos
frente a um único fonema.
Os fonemas representam-se também
mediante os símbolos da AFI, mas som
representados entre barras: / /
A Fonologia


Em fonologia, as características dos sons (ponto
e modo de articulaçom, sonoridade, nasalidade,
grau de abertura...) som denominadas traços
fónicos.
Os traços fónicos podem ser pertinentes (quando
servem para opor significados) ou redundantes
(quando nom servem).
• P.ex: a abertura das vogais médias é pertinente em
galego (/ɔ/-/o/, /ε/-/e/), mas nom em espanhol (/o/,
/e/).

Quando dous sons ou fones se oponhem por um
traço fónico redundante, correspondem a um
único fonema e som denominados alofones.
• P.ex: em galego da Galiza (e de Portugal) [d] e [ð] som
alofones do fonema /d/: [‘deðo] > /’dedO/. No galego do
Brasil nom existe o alofone [ð]: [’dedu] > /’dedu/
• Mas em inglês som fonemas diferentes: they /’ðei/vs.
day /’dei/.
A Fonologia

Neutralizaçom: Em determinados
contextos, um traço fónico distintivo pode
deixar de ser pertinente.
• P.ex: em posiçom explosiva o ponto de
articulaçom das consoantes nasais deixa de ser
pertinente.

Arquifonema: Conjunto de traços
distintivos comuns a dous ou mais fonemas
neutralizados. Indica-se mediante letras
maiúsculas.
• P.ex: balom [ba’lõŋ] > /ba’loN/ (nesta posiçom nom
som possíveis /n/, /ɲ/ ou /m/, só /ŋ/. Portanto, os
fonemas nasais velar, alveolar, palatal e bilabial
neutralizam-se num único arquifonema nasal)