implantes curtos e finos no tratamento da maxila atrófica
Download
Report
Transcript implantes curtos e finos no tratamento da maxila atrófica
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE/SOEBRAS
MAURICIO SERIKAWA
IMPLANTES CURTOS E FINOS NO TRATAMENTO
DA MAXILA ATRÓFICA: APRESENTAÇÃO DE CASO
CLÍNICO
FLORIANÓPOLIS
2013
1
MAURICIO SERIKAWA
IMPLANTES CURTOS E FINOS NO TRATAMENTO DA MAXILA
ATRÓFICA: APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização Lato Sensu em implantodontia
da Funorte/Soebrás – Florianopolis, como
requisito parcial a obtenção do título de
Especialista em Implantodontia.
Orientador: Professor Estevo D`Agostini Derech
Florianópolis
2013
2
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE/SOEBRÁS
IMPLANTES CURTOS E FINOS NO TRATAMENTO DA MAXILA
ATRÓFICA: APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
MAURICIO SERIKAWA
Essa monografia foi analisada pelo professor orientador e aprovada para
obtenção do grau de Especialista em Implantodontia.
Florianópolis, de Julho de 2013.
.
___________________________
Prof. Estevo D’Agostini Derech
Orientador
________________________
Prof.Rafael Manfro
_________________________
Prof. Luciano Melo Pratto
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, pois
sem o apoio deles não seria possível a
realização de um sonho; e, ao meu filho
Matheus, mesmo longe, esteve e estará
sempre presente no meu coração...
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar por conceder
sabedoria, esperança,
confiança e força e perseverança para a realização deste trabalho.
E aos meus pais Joaquim Sakae Serikawa e Kunico Uno Serikawa pelo
incentivo, amor e por terem concedido a oportunidade de realizar o meu sonho.
A minha companheira Marilda, pela convivência, paciência, amor e incentivo.
Aos meus irmãos Marcos, Marcelo e Ieda, pela amizade sincera, pela
convivência, pelo amor e paciência.
Agradeço ao professor orientador Rafael, Estevo, Luciano, Marcel e Gislaine
por apontarem os atalhos no decorrer deste trabalho, colaborando com seus
conhecimentos, amizade, compreensão, paciência, competência e experiência.
Aos verdadeiros mestres, com os quais tivemos a oportunidade de aprender e
crescer.
Aos nossos colegas de turma: Rafael, Saimon, Fabrício pela experiência de
vida que nos proporcionaram com a convivência que tivemos nesta longa jornada.
E, aos meus pacientes que depositaram sua confiança no meu trabalho.
Enfim, a todos aqueles que amo e que tornaram os meus momentos mais
alegres e iluminados.
5
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar um caso de maxila atrófica tratado com
implantes curtos e finos do sistema Straumann e prótese tipo protocolo. O caso foi
tratado com implantes de 3,3 mm de diâmetro e\ou 6 a 8 mm de comprimento. Após
um ano de função, foi possível observar normalidade de todos os implantes, seja
clínica ou na radiografia e estabilidade dos componentes protéticos.
Palavras chave: Maxila Atrofica. Implantes Dentários. Osteointegração.
6
ABSTRACT
This work aims to present a case of atrophic maxilla treated with short implants and
Straumann fine system and prosthetic protocol type. The patient was treated with
implants of 3.3 mm diameter and \ or 6 to 8 mm long. After one year of normal
function was observed in all the implants are in clinical or radiographic and stability of
the prosthetic components.
Keywords: Atrophic maxilla. Dental implants. Osseointegration.
7
LISTA DE ABREVIATURAS
SLA
Sup. jateada de areia e ataque ácido
SLActive
Sup. jateada de areia, ataque ácido
TPS
Superfície de spray de plasma de titânio
ITI
International Team for Implantology
e quimicamente ativada
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Maxila atrofica ............................................................................................14
Figura 2: Reabsorção da maxila e mandíbula ...........................................................14
Figura 3: Aspecto da cavidade bucal, boca e lábio no inicio do tratamento ..............20
Figura 4: Cavidade bucal, aspecto oclusal................................................................21
Figura 5: Cavidade bucal, aspecto vestibular............................................................21
Figura 6: Tomografia .................................................................................................22
Figura 7: Tomografia volumétrica Cone Bean 6meses depois da cirurgia ................23
Figura 8: Aspecto oclusal da cirurgia (com reparos) .................................................24
Figura 9: Aspecto após coloção dos implantes .........................................................25
Figura 10: Prova dos dentes no enceramento...........................................................26
Figura 11: Prótese encerada, aspecto oclusal ..........................................................26
Figura 12: Aspecto oclusal (180 dias) .......................................................................27
Figura 13: Aspecto vestibular ....................................................................................28
Figura 14: Sorriso leve ..............................................................................................28
Figura 15: Distribuição espacial dos implantes .........................................................31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição dos implantes.........................................................................23
9
SUMARIO
1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................10
2
OBJETIVO .........................................................................................................12
3
REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................13
3.1
A Maxila (considerações anatômicas) ........................................................13
3.2
Opções de tratamento maxila atrófica........................................................15
3.2.1 Osteotomia lefort 1 .........................................................................................15
3.2.2 Reconstruções ósseas ...................................................................................15
3.2.3 Implantes zigomáticos ....................................................................................16
3.2.4 Implantes inclinados .......................................................................................16
3.2.5 Implantes curtos .............................................................................................17
3.2.6 Tratamento das Superfícies............................................................................18
4
RELATO DO CASO .......................................................................................20
5
DISCUSSÃO ..................................................................................................29
6
CONCLUSÃO ................................................................................................32
REFERÊNCIAS.........................................................................................................33
10
1 INTRODUÇÃO
Maxila atrófica é uma reabsorção severa do osso alveolar associado a
outros problemas como a perda dentaria precoce, fatores sistêmicos, dieta,
morfologia facial, hormônios, osteoporose, período de edentulismo, associados ou
não ao uso de próteses e pneumatização do seio maxilar. Com a perda dos
elementos dentais osso alveolar vai reabsorvendo e diminuindo de tamanho tanto
em espessura como em altura, dificultando tanto a cirurgia de implantação como a
reabilitação oral propriamente dita, devido a perda de dimensão vertical e perda da
relação harmônica antero-posterior dos maxilares exigindo maior atenção no
planejamento do implantodontista (SUTTON et al., 2004). Por estes fatores é um dos
tratamentos mais difíceis de ser realizados pelos implantodontistas.
Diversos tratamentos são descritos na literatura como enxertos ósseos,
ancoragens com implantes convencionais ou implantes zigomáticos associados ou
não a técnicas de cirurgia ortognática (ZAGO et al., 2009). Todas estas técnicas
apresentam alto grau de morbidade, dificuldade técnica e alto custo.
A melhoria dos implantes principalmente em termos de superfícies,
geometria de roscas e componentes protéticos permitem a utilização de implantes
de menores tamanhos e diâmetros para diversos tratamentos na implantodontia
(OZKAN et al., 2011, ANNIBALE, et al., 2012).
O planejamento neste caso foi realizado de forma que o tratamento fosse
rápido e menos mórbido possível, evitando assim as cirurgias mais invasivas e
internações hospitalares e com uma recuperação mais rápida e um custo biológico
11
pequeno, seis implantes finos e curtos instalados na maxila atrófica sustentando
uma prótese tipo protocolo superior.
12
2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho será apresentar um caso de maxila atrófica
tratado com implantes curtos e finos do sistema Straumann® e prótese tipo
protocolo com controle de 6 e 12 meses.
13
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 A Maxila (considerações anatômicas)
A maxila é um osso par, curto, com forma irregular (quadrilátera) e
encontra-se no centro da face. Este osso articula-se com os ossos frontal, lacrimais,
nasais, conchas nasais inferiores, vômer, esfenoide, etmoide, palatinos e
zigomáticos. Ela está constituída por um corpo, pelos processos frontal, zigomático,
palatino e alveolar (SICHER; DUBRUL, 1991; ROSENBAUER et al., 2001).
O corpo da maxila apresenta as faces orbital, nasal, infratemporal e
anterior. No interior dela encontra-se uma cavidade pneumática, revestida de epitélio
respiratório ciliado, denominada seio maxilar (ROSENBAUER et al., 2001). Suas
dimensões médias são 35 x 35 mm na base, altura de 25 mm e volume de 15 cm3
(NAVARRO, 1997; MAGINI, 2006; MARZOLA, 2008).
Normalmente, os seios maxilares se estendem dos segundos molares aos
primeiros pré-molares superiores. Apesar de estar confinado no osso da maxila, em
pacientes idosos desdentados o seio maxilar pode se estender para o osso palatino
e zigomático (MAGINI, 2006).
14
Figura 1: Maxila atrofica
Fonte: Do autor (2013).
Figura 2: Reabsorção da maxila e mandíbula
Fonte: Do autor (2013).
15
3.2 Opções de tratamento maxila atrófica
3.2.1 Osteotomia lefort 1
Consiste em uma cirurgia avançada ortoguínatica, simplificando seria
levar o osso maxilar para posição mais anterior e inferior aumentando a oferta de
osso na região, sendo preenchido com enxertos ósseos, por ser uma cirurgia muito
mórbida e com custo e tempo elevados fica inviável para maioria dos casos (DE
SANTIS, 2012).
3.2.2 Reconstruções ósseas
Outras opções para o tratamento da maxila atrófica é a reconstrução com
enxertos ósseos. Por necessitar de grandes quantidades de osso normalmente a
origem deste material é a crista ilíaca ou a calota craniana. Esta técnica permite
aumento em altura e espessura do rebordo ósseo possibilitando a instalação dos
implantes em melhor posição e menor compensação protética. Por outro lado essa
técnica também aumenta o tempo de tratamento além de aumentar muito a
morbidade e o custo o que diminui a aceitação pelos pacientes (TOLEDO et al.,
2010).
16
3.2.3 Implantes zigomáticos
Outra opção no tratamento das maxilas atróficas seria a utilização de
fixações zigomáticas. Estes implantes apresentam como vantagem a possibilidade
de realização do tratamento em carga imediata diminuindo assim o tempo de
tratamento e a morbidade. Como desvantagens desta técnica: o pos operatório
apresenta uma morbidade maior comparado aos implantes curtos e apresenta
grande compensação protética já que os implantes são instalados no osso
remanescente o que muitas vezes dificulta a adaptação do paciente, pois
geralmente interfere na deglutição e fonação além de dificultar a higiene bucal
devido a posição final dos implantes (MALO et al., 2012).
3.2.4 Implantes inclinados
Temos também a opção de inclinação dos implantes aproveitando o
maximo de osso disponível e melhorando a ancoragem dos implantes e podendo
utilizar implantes maiores ou associar a técnicas a outras opções de tratamento
(DEL FABBRO et al., 2012).
17
3.2.5 Implantes curtos
Os implantes sofreram grandes evoluções durante os anos. Hoje os
implantes curtos são considerados os de 8,0 mm ou menos. Vários estudos nos
evidenciam que os desenhos dos implantes, o tratamento da superfície e o
aprimoramento das técnicas cirúrgicas possibilitaram a confecção de implantes cada
vez menores, com características que tornaram sua utilização mais segura, tendo
taxa de sobre vida maior e alem de evitar a utilização de procedimentos mais
invasivos, como cirurgias avançadas.
Os implantes curtos de 6 mm tem uma osteointegração igual aos
implantes de 11 mm (BRESSAN et al., 2012).
O implante dentário do Sistema Strumann
(Waldenburg, Suíça) foi
inicialmente concebido para ser colocado em uma fase cirúrgica. Os resultados
clínicos deste sistema tem sido satisfatória e bem documentado.
Com as alterações em geometria, superfícies e componentes protéticos o
índice de sucesso dos implantes curtos atualmente é semelhante ao dos implantes
convencionais. Vários trabalhos mostram índices de sucesso que variam entre 95 a
100% (ANITUA; ORIVE, 2010).
18
3.2.6 Tratamento das Superfícies
A superfície SLA é produzida por um jato de areia de granulação grossa
que provoca rugosidades na superfície do titânio. Isso é seguido por um forte ataque
ácido (mistura de HCl / H2SO4) em elevada temperatura por vários minutos,
produzindo rugosidades de 2-4 um sobrepostas na superfície jateada com areia
(BUSER et al., 1991), o condicionamento ácido da superfície apresentou uma
influência estimulante adicional quanto às taxas de aposição óssea. A superfície
SLA foi desenvolvida em 1994 e lançada no mercado através dos implantes
Straumann com superfície endóssea SLA, oferecendo promissoras soluções para a
rápida ancoragem óssea. O desempenho da superfície rugosa SLA é superior às
superfícies lisas com relação ao nível de contato com o osso, torque de remoção,
além da aplicação de carga em menor tempo. A característica mais importante da
superfície SLA é a sua alta capacidade de conseguir estabilidade secundária, como
demonstrada em experiências de torque de remoção. Testes clínicos demonstraram
que sob condições definidas, os implantes padrão com superfície endóssea SLA
(Straumann) podem receber restaurações após 6 semanas de instalação do
implante com índices de sobrevivência acima de 96,62% após 5 anos (COCHRAN et
al., 2002).
É unânime entre os pesquisadores que as propriedades físico-químicas
das superfícies dos implantes exercem um papel fundamental no sucesso do
fenômeno biológico da osseointegração. As interações moleculares e celulares que
norteiam o destino biológico dos implantes ocorrem nos estágios iniciais da
cicatrização.
19
Muitas são essas propriedades e dentre as mais investigadas destacamse: os resultados superficiais dos diferentes métodos de esterilização e as várias
técnicas de tratamento das superfícies.
Estes resultados permitem o aumento na indicação destes implantes. Na
literatura encontramos trabalhos em posterior de maxila com sucesso de 97,92%,
(CORRENTE et al., 2009) e em mandíbulas atróficas todos com bons índices de
sucesso. Por esta razão neste trabalho piloto passamos a indicar implantes curtos
associados a implantes de pequeno diâmetro na reabilitação de maxilas atróficas
sustentando próteses tipo protocolo.
Na base na literatura disponível até o momento, Não existem dados
clínicos que demonstram falhas nos implantes em pacientes diabéticos, e estudos
mais recentes apoiam o uso de implante dentário em pacientes com ausência de um
bom controle glicêmico. No entanto, bom controle glicêmico pode ser dependente,
em parte, da função mastigatória adequada. Portanto, com o potencial beneficio que
o implante tem que oferecer, pode ser que o paciente diabético considere melhor o
tratamento com implantes, mesmo com ausência de controle glicêmico adequado.
Enquanto isso representa uma mudança de atitude em relação à assistência ao
diabético, é que exige uma melhor avaliação dos riscos e benefícios (OATS et al.,
2011).
A colocação de implantes sla e slactive tem uma estabilização normal
mesmo em pacientes diabéticos tipo2 com um pobre controle glicêmico
(KHANDELWAL et al., 2013).
20
4 RELATO DO CASO
Paciente gênero masculino de 57 anos compareceu na clinica da
SOEBRAS com queixa de que gostaria de colocar os dentes superiores relatando
insatisfação com sorriso e função mastigatória, o paciente possuía somente 2
elementos superiores, 13 com uma coroa metalo cerâmica e o elemento 14 com
uma restauração de amalgama com infiltrações, à palpação digital, observou-se
perda óssea no sentido antero-posterior.
Figura 3: Aspecto da cavidade bucal, boca e lábio no inicio do tratamento
Fonte: Do autor (2013).
21
Figura 4: Cavidade bucal, aspecto oclusal
Fonte: Do autor (2013).
Figura 5: Cavidade bucal, aspecto vestibular
Fonte: Do autor (2013).
22
Paciente não usava prótese parcial removível, e foi verificado que alguns
elementos dentais inferiores com problemas de carie, periodontais e fraturas.
Durante anamnese foi constatado que o paciente era diabético e
hipertenso compensado. Foram solicitados exames complementares e avaliação
médica, que contataram a possibilidade da realização do tratamento do paciente
apesar do mesmo ser ASA II.
Foi solicitado também exames por imagens dos maxilares (radiografia
panorâmica e tomografia computadorizada) onde foi observada pouca quantidade de
osso em altura e em espessura.
Figura 6: Tomografia
Fonte: Do autor (2013).
Algumas opções de tratamento foram dadas ao paciente. Inicialmente foi
pensado em uma reabilitação com implantes zigomáticos. Outra opção foi a
utilização de implantes curtos e finos que apesar de necessidade de um tempo de
23
osseointegração era uma opção mais conservadora e principalmente menos
mórbida já que o paciente apresentava ASA II.
Foram implantados na maxila 1 slactive e 5 implantes sla dispostos da
seguinte maneira região do 18 implante 4.1 mm RN SLActive 6 mm, região do 16
3,3 mm RN sla 8mm, região do 13 3,3 mm RN sla 8mm região do 22 3,3 mm RN sla
10 mm, região do 25 3,3 mm RN SLA 8 mm ,região do 28 4,1 mm RN , SLA 6 mm.
Tabela 1: Distribuição dos implantes
Local
17
16
13
22
25
28
SLActive
SLA
SLA
SLA
SLA
SLA
Largura mm
4,1
3,3
3,3
3,3
3,3
4,1
Espessura mm
6,0
8,0
8,0
8,0
10,00
6,0
Synocta
reto
Synocta
reto
Synocta
reto
Synocta
reto
Synocta
reto
Synocta
reto
Tissue
Level
Tissue
Level
Tissue
Level
Tissue
Level
Tissue
Level
Tissue
Level
Superfície
Pilares
Tipo
Fonte: Do autor (2013).
Figura 7: Tomografia volumétrica Cone Bean 6meses depois da cirurgia
Fonte: Do autor (2013).
24
A cirurgia foi realizada em ambiente ambulatorial na clinica odontológica
SOEBRAS Florianópolis com o paciente submetido à anestesia local e sedado via
oral.
A incisão foi realizada sobre o rebordo alveolar, seguida de descolamento
do tecido tanto por vestibular quanto por palatina, realizamos os reparos cirúrgicos.
A distribuição espacial dos implantes na maxila foi obedecendo a quantidade de
osso e de modo que se configuraria um polígono maior possível.
A fresagem foi realizada conforme instrução do fabricante.
Figura 8: aspecto oclusal da cirurgia (com reparos)
Fonte: Do autor (2013).
25
Figura 9: Aspecto após coloção dos implantes
Fonte: Do autor (2013).
Após 60 dias de osseointegração foi realizado a cirurgia de reabertura e
extração dos dentes 13 e 14. No mesmo procedimento foram instalados pilares
synocta retos e realizados a moldagem dos mesmos. Nas consultas seguintes foram
realizados as provas das infra-estruturas metálicas, dentes em cera e aspectos
faciais da reabilitação.
26
Figura 10: Prova dos dentes no enceramento
Fonte: Do autor (2013).
Figura 11: prótese encerada, aspecto oclusal
Fonte: Do autor (2013).
27
No dia seguinte, a prova dos dentes foi realizado a acrilização da prótese
com gengiva artificial caracterizada e, a prótese foi instalada com torque definitivo de
acordo com o fabricante. Uma semana após a instalação, foi realizado uma
reavaliação, onde não foi observada nenhuma intercorrência ou alteração oclusal.
Durante esse intervalo de tempo demonstrando satisfação estética e funcional após
a prótese definitiva ter sido instalada.
O paciente foi controlado 30, 120 e 180 dias, onde foram conferidos os
torques dos componentes e das próteses, além do ajuste oclusal, em 120 dias foi
observado normalidade dos tecidos moles e duros.
Figura 12: Aspecto oclusal (180 dias)
Fonte: Do autor (2013).
28
Figura 13: Aspecto vestibular
Fonte: Do autor (2013).
Figura 14: Sorriso leve
Fonte: Do autor (2013).
29
5 DISCUSSÃO
O tratamento de maxila atrofiada representa um grande desafio para os
cirurgiões dentistas. A perda dos elementos dentais superiores resulta em uma
reabsorção do osso alveolar e com a pneumatização do seio maxilar para anterior
contra indica à instalação de implantes convencionais. Nesses casos, o tratamento
seria baseado em grandes reconstruções ósseas, o que resultaria em alto grau de
morbidade, aumento dos custos, dos riscos de complicações, diminuição da
previsibilidade e necessidade de internação.
Atualmente,
as
técnicas
cirúrgicas
minimamente
invasivas
são
defendidas para melhorar o conforto do paciente durante o período pós-operatório,
além de reduzir a morbidade e possíveis complicações (ANGELS et al., 2012).
Os implantes com ancoragem zigomático têm indicações e, quando estas
são preenchidas, pode ser o melhor tratamento para o paciente. No caso
apresentado, poderia ser indicado os implantes zigomáticos, mas também, havia
algumas contraindicações, por exemplo: o paciente queria um tratamento mais
rápido e menos mórbido possível. Apesar dos implantes zigomáticos serem rápidos,
o tempo final de tratamento pode ser um pouco mais elevado que os implantes
convencionais. E, mesmo o pós operatório com implantes curtos, a recuperação é
mais rápida, e o paciente era ASA II. Foi optado pelos implantes da Straumann, por
ser mais previsível e com menos chances de trazer problemas pós operatórios e
facilidade protética.
A inclinaçao dos implantes hoje, pode ser considerada um aliado para o
cirurgião. Assim, pode aumentar o tamanho do implante conforme a quantidade
30
óssea disponibilizada e estudada previamente, através de exames complementares
aumentando também a ancoragem óssea.
Existem algumas vantagens nas inclinações dos implantes, como por
exemplo: vantagens bio-mecânicas, vantagens cirúrgicas e simplificação da técnica.
Na maxila desdentada, inclinação dos implantes é uma alternativa para
procedimentos de enxerto de osso. Implantes de comprimento convencional podem
ser colocados, permitindo o uso do osso cortical, aumentando a estabilidade
primária. Além disso, aumentando a distância entre os implantes e reduzindo o
comprimento do cantilever, uma melhor distribuição de carga pode ser alcançada
(DELL FABBRO et al., 2012).
O caso demonstrado possui uma maxila atrofiada, onde foi optado por
utilizar os implantes curtos e finos de 3.3 mm e 4.1 mm por 6 mm, 8 mm e 10 mm
respectivamente da straumann sla e slactive.
Os implantes curtos e finos para reabilitação de maxila atrofica são muito
bem indicados, pois possibilitam uma reabilitação odontológica em menos tempo e
menos mórbido para o paciente.
Com a geometria das roscas e o tratamento da superfície dos implantes
sendo melhorados cada vez mais, os implantes curtos vem ganhando espaços cada
vez maiores nas indicações de reabilitações (BRESSAN et al., 2012).
No estudo realizado em pacientes diabéticos com implantes sla e slactive,
a estabilização do implante foi semelhante para o SLA convencional e Implantes
SLactive em pacientes diabéticos tipo 2 com controle glicêmico relativamente pobre.
Além disso, este estudo demonstrou a colocação do implante clinicamente bem
sucedida, mesmo em pessoas com diabetes mal controlado (KHANDELWAL et al.,
2013).
31
A distribuição espacial dos implantes na maxila também tem sua
importância no sucesso do caso, como foram inseridos 6 implantes, tínhamos que
procurar realizar a cirurgia de modo que as forças oclusais seriam distribuídas
igualmente entre os elementos implantados.
Figura 15: Distribuição espacial dos implantes
Fonte: Do autor (2013).
O sucesso do protocolo imediato em maxila não é diretamente
proporcional ao número de implantes instalados, mas sim no bom posicionamento
do implante e na boa harmonia entre polígono de resistência e polígono de força
(PAGANI, 2012).
A distribuição mais homogênea dos implantes ao longo do arco sem a
inclusão de cantilever gera uma distribuição da tensão ao osso muito mais favorável
e aumenta assim, a sua previsibilidade.
32
6 CONCLUSÃO
De acordo com a limitação do trabalho apresentado, pode-se acreditar
que, a utilização dos implantes finos e curtos da Straumann é uma boa alternativa
para tratamento de pacientes portadores de maxila atrófica.
33
7 REFERÊNCIAS
ANGELS, M. S. G.; COSTA-BERENGER, X ; GAY-ESCODA, C. Short Implants: A
Descriptive Study of 273 Implantscid. Clinical Implant Dentistry and Related
Research, vol. 14, nº. 4, 2012, p. 508-516.
ANIBALE, S.; CRISTALLI, M. P.; DELL AQUILA, D.; BIGNAZZI, I.; LA MONACA, G.;
PILONI,A.; Short Dental Implants: A Systematic Review, J. Dent. Res 91(1):2532,2012
ANITUA, E. e ORIVE, G. (2010). Short Implants in Maxillae and Mandibles: A
Retrospective Study With 1 to 8 Years of Follow-Up. Journal of Periodontology,
81(6), pp. 819-826.
PAGANI, Artur Scortegagna. Analise comparativa das reabsorções ósseas
perimplantares maxilar entre protocolo all on 4 e protocolo convencional de 5
ou mais implante. 2012. 39f. Monografia apresentada ao Curso de Especialização
Lato Sensu em Implantodontia da Faculdade do Norte de Minas. Unidade
Florianópolis-SC. Florianópolis, 2012.
BRESSAN E, SIVOLLELA S, URRUTIA ZA, SALATA LA, LANG NP & BOTTICE D.
Curtas implantes (6 mm) instalado imediatamente em alvéolos de extração: estudo
experimental em cães. Clin. Impl Oral. Res. 23, 2012, 536-541 doi: 10.1111/j.16000501.2012.02432.x
BUSER, D.; SHENK, R.; STEINEMANN, S.; FIORELLINI, J.; FOX, C.; STICH,
H.Influence of surface characteristics on bone integration of titanium implants. A
histomorphometric study in miniature pigs. J. Biomed. Mater. Res, v.25, n.1, p.889902, 1991.
COCHRAN, D.; BUSER, D.; BRUGGENKATE, C.; WEINGART, D.; TAYLOR, T.;
BERNARD, J.; PETERS, F.; SIMPSON, J. The use of reduce healing times on ITI
implants with a sandblasted and acid-etched (SLA) surface: early results from clinical
trials on ITI SLA implants. Clin. Oral Implants Res. v.13 n.2, p.144-153, 2002.
CORRENTE, G. et al. (2009). Short Porous Implants in the Posterior Maxilla: A 3year Report of a Prospective Study. The International Journal of Periodontics &
Restorative Dentistry, 29 (1), pp. 23-29.
34
DE SANTIS D, TREVISIOL L, D'AGOSTINO A, CUCCHI A, DE GEMMIS A, NOCINI
PF. Guided bone regeneration with autogenous block grafts applied to Le Fort I
osteotomy for treatment of severely resorbed maxillae: a 4- to 6-year prospective
study. Clin.
Oral Impl.
Res. 23, 2012;
60–69.
doi: 10.1111/j.16000501.2011.02181.x
DEL FABBRO, M.; BELLINI,C.M.; ROMEU, D.;FRANCETTI, L.; Tilted Implants for
the Rehabilitation of Edentulous Jaws: A Systematic Reviewcid. Clinical Implant
Dentistry and Related Research, Vol. 14, N. 4, 2012.
KHANDELWAL N, OATES TW, VARGAS A, ALEXANDER PP, SCHOOLFIELD JD,
ALEX MCMAHAN C. Conventional SLA and chemically modified SLA implants in
patients with poorly controlled type 2 Diabetes Mellitus – a randomized controlled
trial. Clin. Oral Impl. Res. 24, 2013, 13–19 doi: 10.1111/j.1600-0501.2011.02369.x
MAGINI, R. S. Enxertos ósseos no seio maxilar. Estética e função. São Paulo
Santos, 2006, cap.2, 3, 8 e 9.
MALO, P.; NOBRE, M. A.; LOPES, A.; FRANCISCHONE,C.; RIGOLIZZO, M.; Threeyear outcome of a retrospective cohort study on the rehabilitation of completely
edentulous atrophic maxillae with immediately loaded extra-maxillary zygomatic
implants; Eur J Oral Implantol 2012;5(1):37–46
MARZOLA, C. Fundamentos da cirurgía e traumatologia bucomaxilofacial. São
Paulo: Ed. Bigforms, 2008, vs. I, II, III, IV, V e VI, cap. XIX, LXVII.
NAVARRO, J. A. C. Cavidade do nariz e seios paranasais, anatomia cirúrgica.
São Paulo: Bauru, ed. All dent, 1997, cap. 7, p.73-82.
OATS T.W.; HUYNH-BA G; VARGAS, A.; ALEXANDER, P.; FEINE J. A Critical
Review of Diabetes, Glycemic Control and Dental Implant Therapy. Clin. Oral Impl.
Res. 24, 2013, 117–127doi: 10.1111/j.1600-0501.2011.02374.x © 2011 John Wiley &
Sons A/S
OZKAN, Y.; AKOGLU, B.; OZKAN, Y. K.; Five-year Treatment Outcomes with Four
Types of Implants in the Posterior Maxilla and Mandible in Partially Edentulous
Patients: A Retrospective Study 2011;26:639-647
ROSENBAUER, K. A.; ENGELHARDT, J. P.; KOCH, H. et al. Anatomia.Clinica de
cabeça e pescoço aplicada á odontologia. São Paulo: ARTMED, 2001, p.63, 27072.
35
SICHER, H.; DUBRUL, E. L. Anatomiabucal. 8. ed. São Paulo: Artes Medicas,
1991, p.35-40, 76-81, 382-7 .
SUTTON, D.N.; LEWIS, B.R.K.; PATEL, M.; CAWOOD, J. I.; Changes in Facial Form
Relative to Progressive Atrophyof the Edentulous Jaws. Int. J. Oral Maxillofac.
Surg. 2004; 33:676-682
TOLEDO G.L., ASTUDILLO SILVA M.A., CAPELARI M.M., MARZOLA C., TOLEDOFILHO J.L., PASTORI C.M. Soluções cirúrgicas para o tratamento de maxilas
atroficas enxertos ósseos e implantes zigomaticos, revisão de literatura e
apresentação de casos clínicos. Bauru: APCD, 2010.
ZAGO, C. D. R.; MANFRO, R.; BORTOLUZZI,M. et al. Implantes carregados
imediatamente em maxila reconstruída com enxerto ilíaco: 14 e 30 meses de
avaliação. ImplantNews, v. 6, n. 5, p. 501-7, 2009.