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Crise Dolorosa Abdominal na
Anemia Falciforme
Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Programa de Residência Médica em Pediatria
Autora: Flávia Watusi de Faria
Orientadoras: Dra. Mariana e Dra. Enoy
www.paulomargotto.com.br
14/10/2008
RELATO DE CASO
• IDENTIFICAÇÃO
– K. C. A
– Feminina
– 3 anos
– Natural de Posse – GO
– Procedente de Formosa – GO
– Internação: 25/09/08
RELATO DE CASO
• QP
Dor na barriga há 1 dia
• HDA
Mãe refere que a criança, portadora de
anemia falciforme, queixa de dor abdominal
há 1 dia. Nega vômitos ou diarréia. Nega febre
associado ao quadro. Fez uso de paracetamol
em casa, sem melhora.
RELATO DE CASO
• Revisão de Sistemas
– Há 5 dias vem apresentando tosse cheia, associada a
coriza hialina e vômitos pós- tosse.
– Nega queixas urinárias.
• História patológica
– Diagnóstico de AF pelo teste do pezinho. Em
acompanhamento com o H. Apoio.
– Faz uso regular de P. Benzatina (21/21 d)
– 5 internações anteriores
• 3 por pneumonia
• A última há 9 meses por crise álgica
– 3 hemotransfusões
RELATO DE CASO
• História Familiar
– Mãe, 21 anos, saudável
– Pai, 34 anos, saudável
– Irmãos (1): masculino, 2 anos, saudável
• Habitação
– Casa com > 5 cômodos, com rede de esgoto
– Nega convívio com animais.
RELATO DE CASO
• Exame físico na admissão
– REG, dispneica, desidratada (1+/4+), hipocorada
2(1+/4+), afebril, gemente, hipoativa, anictérica.
– ACV: RCR, 2T, BNF, SS (2+/6+) em BEE. FC =92bpm
– AR: MVF, simétrico, com roncos difusos. TIC leve
BAN leve (dor?)
– ABD: globoso, algo distendido, flácido, doloroso à
palpação difusamente, com fígado a 2cm do RCD,
não palpado baço.
– EXT: bem perfundidas, sem edemas.
RELATO DE CASO
• Hipótese diagnóstica à admissão:
AF + Crise Álgica
• Conduta inicial
– Hidratação venosa – 1 fase rápida + Holliday 130%
– Dipirona de 6/6h e ibuprofeno de 8/8h.
– Solicitado rotina de abdome agudo + HC +
reticulócitos + Bioq+ EAS + provas inflamatórias.
RELATO DE CASO
Rotina de abdome agudo
25/09/08: Normal
Bioquímica
25/09/08
Glic
131
Hemogr.
25/09/08
Uréia
15
HG
7,32
Creatinina
0,4
HT
20,2%
Ca ++
8,6
PLAQ
275000
Na+
141
LEUC
18200
K+
4,5
Seg
60
Cl-
108
Bast
01
BT
1,9
Linf
32
BI
1,5
Mono
06
TGO
82
eos
01
TGP
13
Reticul.
15%
VHS
27
RELATO DE CASO
Evolução
– Dia 26/09: Internação na ALA B. Persiste com dor
abdominal e desconforto respiratório leve (dor?)
• ABD: flácido, distendido, doloroso à palpação profunda
difusamente, RHA+ e diminuídos, fígado a 5cm do RCD
e baço impalpável.
• AR: MV rude, com tempo expiratório prolongado. FR:
28irpm
• CD: prescrito tylex de 8/8h, ibuprofeno de 8/8h e
dipirona SOS.
RELATO DE CASO
• Evolução
– Dia 27/09/08: Persiste
REG, com dor, distensão
abdominal e desconforto
respiratório leve.
• CD: novo Rx tórax +HC:
decidido iniciar
ampicilina + sulbactam,
por provável foco
pulmonar + analgesia
mantida.
Hemogr.
27/09/08
HG
6,3
HT
18
Plaqt
232000
Leuc
22.200
Seg
44
Bast
17
Linf
35
Mono
04
Eosin
00
Basof
00
RETIC
11,5%
PCR
19,5
Rx tórax: Não há descrição
do laudo.
RELATO DE CASO
• Evolução
– Dias 29/09 a 01/10: passou a apresentar 1 pico
febril diário. Melhora parcial da dor abdominal e
da dispnéia.
• ABD: doloroso à palpação difusamente.
• CD:
– Solicitado ecografia abdominal (30/09) = Normal
– Prescrito dipirona + ibuprofeno de horário + tylex
SOS
RELATO DE CASO
• Dia 02/10/08: D6 de Ampi +
sulbactam
– 2 picos febris. Piora
importante da dor abdominal,
com gemência. Não evacua
há 24h.
– ABD: Rha diminuídos. Dor
difusa à palpação, sem
defesa.
– Cd:
– Nova ecografia abdominal
– Substiuído a analgesia por
morfina IV em BIC.
– Colhidos novos exames.
Hemog
02/10
Bioq
02/10
HB
7,8
Uréia
19
HT
22,3
Creat
0,4
Plaq
487000
Cl
106
Leuc
24700
Na
142
Seg
54
K
5,5
Bast
00
Amilase
74
Linf
40
BT
0,7
Mono
04
Bd
0,1
Eos
00
TGO
39
Retic
26%
TGP
15
VHS
65
LDH
2000
Eco abdome: Intensa distensão
abdominal. Ausência de alterações em
fígado, pâncreas, baço, rins e bexiga.
Vesícula biliar contraída.
RELATO DE CASO
• Dia 03/10: D7 Ampi + • Dia 05/10: D9 atb /D2
sulbactam.
metronidazol
– Persiste febre + dor
abdominal, mais em HD.
Não evacua há 36h
– CD:
• Mantido Morfina IV em
BI
• Iniciado Metronidazol
oral.
– Persiste febre diária, mas
melhora importante da
dor abdominal. Evacuou
– CD:
• Morfina SOS
• Dipirona de 6/6h.
RELATO DE CASO
• De 06/10 a 11/10:
– Completou 13 dias de ampicilina + sulbactam e 5
dias de metronidazol oral.
– Evoluiu afebril e com melhora progressiva da dor
abdominal e do estado geral
– Desmame progressivo da analgesia
– Recebeu alta hospitalar em 11/10, em bom estado
geral, para acompanhamento no H. Apoio.
Crises Dolorosas1
• A dor durante os eventos vaso-oclusivos são
resultado da obstrução da microcirculação
causada pelo afoiçamento das hemácias.
• É o quadro mais dramático da doença
• A crise dolorosa abdominal está relacionada
ao infarto de pequenas veias mesentéricas e
das vísceras abdominais.
1
LOBO, Clarisse at all. Crises dolorosas na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2007; 29(3):
247-258
Aspectos Fisiopatológicos
Processo de
falcização
Obstrução da
microcirculação
Hipóxia
Lesão (isquemia)
tecidual ou de
vísceras
Liberação de
mediadores
inflamatórios
Estímulo dos
receptores
nociceptivos de
vasos/ órgãos
Síndromes Clínicas associadas a Dor
abdominal
• Infarto Mesentérico
• Crises vasoclusivas viscerais
– Hepatobiliares
•
•
•
•
•
Crise aguda de falcização hepática
Sequestro hepático
Colestase intra-hepática
Colelitíase e coledocolitíase
Hepatite viral
Síndromes Clínicas associadas a Dor
abdominal
– Pancreatite aguda
– Colite isquêmica
• Sequestro esplênico
• Apendicite aguda
Infarto Mesentérico1,2
• Diagnóstico mais frequente associado a crise
álgica abdominal
• Pode acompanhar febre e íleo paralítico.
• Dor abdominal intensa, desproporcional aos
achados clínicos.
• Pode ser acompanhada de sinais de irritação
peritoneal.
• Difícil diagnóstico diferencial com apendicite;
1
LOBO, Clarisse at all. Crises dolorosas na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2007; 29(3): 247-258
2JL
BRANDT - Current Diagnosis & Treatment in Gastroenterology, 2002 - books.google.com
Infarto
Mesentérico
• Laboratório: inespecífico
– Leucocitose com desvio
– Aumento de : CK, LDH, fostato
sérico, amilase, FA
• Imagem
– Normal
– Inespecíficos:
distensão
gasosa de alças, íleo
adinâmico,
padrão
de
pseudoobstrução intestinal
• Tratamento: o mesmo da crise
álgica.
Radiology museum;
http://myweb.lsbu.ac.uk/dirt/museum/p7-651.html
•
1: J Pediatr Surg. 1990 Mar;25(3):301-2. Links
• Clinical features of abdominal painful crisis in sickle cell
anemia.
•
•
•
Bonádio WA
Department of Pediatrics, Medical College of Wisconsin, Milwaukee.
A retrospective review of children having sickle cell anemia and abdominal painful
crisis (APC) was performed in order to delineate the pattern of their presenting
cases of APC
that occurred
a 4-yearof
period
clinical characteristics. Of 43106
children
accounting
for during
106 cases
APC that
occurred during a 4-year period, 94 cases involved a child who had had a previous
episode of APC. Symptoms included vomiting (10) and concomitant bone or joint
pain (42).
Physical
findings showed
98 children
with normoactive
98 children
with normoactive
bowel sounds,
96 with a nonrigid
abdomen to bowel sounds,
96 with
a nonrigid
to palpation,
with involuntary
palpation,
two withabdomen
involuntary guarding,
and two two
with rebound
tenderness. guarding, and
two with rebound tenderness. Certain clinical characteristics are useful in
distinguishingAschildren
withtraditional
sickle findings
cell anemia
anda "surgical"
APC. As
compared with
compared with
that suggest
abdomen,
most of that
the children
whoahave
sickle cellabdomen,
APC do not experience
traditional findings
suggest
"surgical"
most ofvomiting,
the children who
and
present
with
normoactive
bowel
sounds,
nonrigid
abdomen,
and normoactive
have sickle cell APC do not experience vomiting, and present with
absence of involuntary guarding or rebound tenderness.
bowel sounds, nonrigid abdomen, and absence of involuntary guarding or
rebound tenderness. Children having presumed APC who receive analgesic
medication in an outpatient setting with symptomatic improvement should be
hospitalized for observation to monitor for recurrence/progression of symptoms
indicative of an abdominal disease process requiring surgery.
PMID: 2313497 [PubMed - indexed for MEDLINE]
Complicações Hepatobiliares
• São frequentes em doentes falciformes
– Predomina nos homozigotos
• As mais frequentes são as hepatites virais e a
obstrução do trato biliar3
Hepatites virais
• Quadro clínico semelhante à população geral
• Hepatites B e C relacionadas às hemotransfusões
múltiplas
3Traina,
Fabíola; Saad, Sara. Complicações hepáticas na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol.
Hemoter. 2007: 29(3):299-303
Complicações Hepatobiliares
• Colelitíase e Coledocolitíase 3, 4, 5
– É a complicação digestiva + comum no paciente
pediátrico.
– Decorrente da constante e elevada excreção de
bilirrubinas
– Mais frequente nos homozigotos
– Prevalência aumenta com a idade
3Traina,
Fabíola; Saad, Sara. Complicações hepáticas na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2007:
29(3):299-303
4Timothy A. Woodward, M.D. Gastrointestinal Manifestations Of Sickle Cell Disease
http://www.dcmsonline.org/jax-medicine/2000journals/june2000/gastro.htm
5Ana Paula S. Gumiero, at all; Colelitíase no paciente pediátrico portador de doença falciforme. Rev Paul Pediatr
2007;25(4):377-81.
Complicações Hepatobiliares
– Podem servir como
focos de infecção →
colecistite e colangite
– Clínica:
•
•
•
•
plenitude pós-prandial
Dor abdominal em QSD
Naúseas e vômitos
Intolerância a alimentos
gordurosos
– Laboratório: leucocitose
– USG: acurácia de 95 a
98%
– Colecistectomia nos
pacientes sintomáticos
– Colecistectomia
profilática?
Complicações Hepatobiliares
Decorrentes do processo de falcização3, 4,5
1. Crise aguda de falcização hepática
– Dor no quadrante superior D, náuseas,
hepatomegalia dolorosa, febre e icterícia.
– Leucocitose com desvio
– AST e ALT < 300UI/L e BT < 15mg/dl
– Processo autolimitado (3-14 dias)
– Tratamento: analgesia e hidratação
5BANERJEE,
at all; Sickle cell hepatopathy. HEPATOLOGY Vol. 33, No. 5, 2001
Complicações Hepatobiliares
2. Sequestro hepático
– Dor no QSD, hepatomegalia, anemia aguda,
aumento de reticulócitos.
– Transaminases normais
– USG e CT mostram apenas hepatomegalia
– A reversão do processo pode levar a
hipervolemia e hiperviscosidade
– Tratamento: transfusão de troca ou simples.
Complicações Hepatobiliares
3. Colestase intra-hepática
– Processo de falcização intra-sinusoidal
– Clínica semelhante à crise de falcização hepática
– Pode evoluir com coagulopatia e encefalopatia
hepática.
– Leucocitose com desvio
– AST e ALT normais ou altas
– Aumento acentuado da bilirrubina (+BD)
– LDH, TAP e TTPA aumentados
– Tratamento: Transfusão de troca e suporte à
coagulopatia.
Complicações Hepatobiliares
Conduta no paciente falcêmico com dor no QSD3
 Todos os pacientes devem ser submetidos aos
exames:
 HC, reticulócitos, TAP, TTPA, AST e ALT, Bbs, uréia e
creatinina
 USG auxilia no diagnóstico diferencial
 Todos os doentes falcêmicos politransfundidos
devem ser submetidos a exames sorológicos
periódicos para hepatite B e C
3Traina,
Fabíola; Saad, Sara. Complicações hepáticas na doença falciforme. Rev. Bras.
Hematol. Hemoter. 2007: 29(3):299-303
Complicações Hepatobiliares
Particularidades da avaliação hepática do paciente
falcêmico6:
• Os testes de função hepática podem ser
cronicamente alterados, por causa não-hepática:
– LDH e AST → hemólise
– Fosfatase alcalina → origem óssea
• Níveis de ALT são os melhores marcadores de
lesão hepática em doentes falciformes.
6Richard
S, Billett HH. Liver fuction tests in sickle cell disease. Clin Lab. Haematol.
2002; 24(1): 21-7
Pancreatite Aguda8
• É complicação rara de crise vaso-oclusiva.
• Causas:
– Oclusão microvascular → isquemia → ativação de
enzimas pancreáticas → lesão pancreática
– Complicação de litíase biliar;
• Quadro clínico
– Indistinguível das outras causas de crise
abdominal.
– Manifestações atípicas
8Shahid
Ahmed, at all. Acute Pancreatitis During Sickle Cell Vaso-Occlusive Painful Crisis:
American Journal of Hematology 73:190–193 (2003)
Pancreatite Aguda
• Exames complementares:
–
–
–
–
Amilase
Lipase
Leucocitose, aumento de fostatase alcalina e LDH
Padrão-ouro: CT
• Tratamento
–
–
–
–
Repouso gastrointestinal
Hidratação venosa
Suporte e controle dos distúrbios eletrolíticos
Hemotransfusão?
Colite Isquêmica9
• É complicação rara nos
doentes falciformes
• Quando considerar:
– Dor abdominal em cólica;
– Sangramento retal
– Sinais de peritonite
• Exames complementares:
– Enema baritado:
• Sinal do da impressão de
polegar (thumbprinting)
• Edema de mucosa,
• Constricções segmentares
9Jorge
Baixauli, MD: Investigation end Management
of Ischemic colitis. Cleveland Clinic Journal of
Medicine 70: (11): 920-934; 2003
Colite Isquêmica
• Radiografia:
– Pneumoperitônio
– Pneumatose intestinal
– Pneumatose em veia porta
• USG doppler:
– Escassez da vascularização
mesentérica
• CT
– Edema de mucosa
– Estreitamento luminal
• Colonoscopia
– Padrão-ouro
Colite Isquêmica
• Tratamento
– Conservador:
•
•
•
•
Hidratação venosa
Analgesia
Repouso gastrointestinal
NPT
– Indicações de
tratamento cirúrgico
Sequestro Esplênico10
• Complicação aguda de maior gravidade
• Definição:
– Queda da Hb ≥ 2g/dl em relação ao valor basal
– Sinais sugestivos de atividade eritropoética
– Aumento súbito do baço
• Epidemiologia
– Crianças de 1mês a adultos: média 3meses a
5anos
– Mais frequente nos homozigotos SS.
10Paula
Bruniera, Crise de sequestro esplênico na doença falciforme. Ver. bras. Hematol.
Hemoter. 2007; 29(3): 259-261
Sequestro Esplênico
• Quadro Clínico
– Súbito mal estar
– Piora da palidez
– Dor abdominal
– Sudorese, taquicardia e taquipnéia
– Aumento das dimensões do baço
– Síndrome torácica aguda (20%)
Sequestro Esplênico
• Tratamento
– Deve ser imediato
– Expansão volêmica
– Hemotransfusão na fase aguda e hemotransfusão
crônica posterior
– Terapia transfusional: < 3 anos
– Esplenectomia
• > 5 anos
• Após quadros graves
Apendicite Aguda4
• A incidência não parece estar aumentada nos
doentes falciformes
• Mas quando ocorre, parece ter curso mais rápido e
maior incidência de gangrena e perfuração:
– 66,7% nos doentes falciformes
– 5% nos na população geral
• O paciente falcêmico com dor abdominal deve ser
cuidadosamente investigado para apendicite aguda e
ter pronto tratamento para a condição.
4Timothy
A. Woodward, M.D. Gastrointestinal Manifestations Of Sickle Cell Disease
http://www.dcmsonline.org/jax-medicine/2000journals/june2000/gastro.htm
•
: Pediatrics. 1998 Jan;101(1):E7. Links
•
Is the incidence of appendicitis reduced in patients with sickle cell disease?
•
•
•
Antal P, Gaudener M, Kashy M, Berman B.
Department of Pediatrics, Case Western Reserve University, Rainbow Babies and Children's Hospital,
Cleveland, OH 44106-6019, USA.
BACKGROUND: Patients with sickle cell disease (SCD) often present with abdominal pain, usually
attributable to vasoocclusion. Experience at a single institution suggested that appendicitis was a rare
cause of abdominal symptoms in this population. OBJECTIVE: We sought to determine whether the
incidence of appendicitis was significantly lower in patients with SCD than in the population at large.
METHODS: AA17-year
chart review
reviewwas
wasperformed
performed
at Rainbow
Babies and Children's
17-year retrospective
retrospective chart
at Rainbow
Babies
Hospital, Cleveland,
OH, to Hospital,
determineCleveland
the approximate incidence of acute appendicitis (AA) in patients
and Children's
with SCD. In addition, we performed a statistical analysis comparing the incidence of AA among SCD
comparing the incidence of AA among SCD patients enrolled in the Cooperative
patients enrolled in the Cooperative Study of Sickle Cell Disease with that in the general population.
Study of Sickle Cell Disease with that in the general population
RESULTS: Only two patients with SCD with pathologically confirmed AA were identified among
approximately 200 patients followed at our institution during a 17-year period ( approximately 3500
patient-years), yielding an incidence rate of 5.7 cases per 10 000 patient-years. Among 3765 patients with
SCD enrolled
in 3765
the Cooperative
Study
of Sickle in
Cell
followed
forofaSickle
meanCell
of 5.3
years (19 886
Among
patients with
SCD enrolled
theDisease
Cooperative
Study
Disease
patient-years),
a maximum
cases
of (19
AA 886
werepatient-years),
identified, yielding
an incidence
rateofofAA4.5 cases per
followed
for a meanofof95.3
years
a maximum
of 9 cases
10 000 patient-years.
Based
on data
from therate
National
Survey of 1978 to 1981, the
were identified,
yielding
an incidence
of 4.5Hospital
cases perDischarge
10 000 patient-years
incidence rate of AA in the general population (0 to 44 years of age) is approximately 16 per 10 000
incidence
of AA in
the general population
(0 to 44 years
of age) (P < .001) when
patient-years. the
Paired
t testrate
analysis
demonstrated
a highly significant
difference
approximately
per 10
000 patient-years.
t test analysis
comparing theisincidence
of AA 16
among
patients
enrolled in Paired
the Cooperative
Study of Sickle Cell Disease
demonstrated
a
highly
significant
difference
(P
<
.001)
when
comparing
and the population at large. CONCLUSION: AA is an unusual event in patients with SCD. The likelihood of
incidence
amongwith
patients
enrolled
the Cooperative
of
AA is appendicitis
anthe
unusual
event
inAA
patients
SCD.than
The likelihood
ofofdeveloping
appendicitis
developing
in of
SCD
patients
is less
oneinthird
that forStudy
the
population
at large.
Sickle
Cell
Disease
and
the
population
at
large.
in
SCD
patients
is
less
than
one
third
of
that
for
the
population
at
large.
Conservative
Conservative therapy is warranted in the large majority of patients with SCD who present with acute
therapy
is warranted
in the large
of patients
withwith
SCD clear
who present
acute
abdominal
pain.
Surgical exploration
is majority
best limited
to patients
evidencewith
of potential
surgical
abdominal
pain
pathology or progressive findings during a period of observation. The biologic basis of our findings remains
unknown.
PMID: 9417171 [PubMed - indexed for MEDLINE]
Tratamento da Crise Álgica
Mensuração da intensidade da dor1
• A terapia a ser iniciada deve ser
norteada pela percepção do
paciente:
– Nível 1: escala de 1 a 3
• Analgésicos +/- adjuvantes
– Nível 2: escala de 3 a 6
• Analgésico +
antiinflamatório nãoesteróide em horários
alternados
• Opióide fraco +/- antiinfl
+/_ adj
1
LOBO, Clarisse at all. Crises dolorosas na doença falciforme.
Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2007; 29(3): 247-258
Tratamento da Crise Álgica
– Nível 3: escala de 6 a 10
• opióide fraco + antiinf+ adj
(terapia tripla)
• Opióide forte +/ -antiinfl. +/adj
Terapia Tripla
00
2
4
6
8
10
12
14
Dipirona
Codeína
Ibuprofeno
16
18
20
22
00
Princípios do tratamento
• Em todos os estágios, os
fármacos devem ser
retirados , um de cada vez,
a cada 24h.
• A escala deve ser utilizada
até o desaparecimento do
sintoma
• A associação de opióides e
adjuvantes/antiinf. é
recomendada
Tratamento da Crise Álgica
Analgésicos / AINES
Dipirona
Até 4/4h
• Nas dores agudas e brandas –
meia vida curta
• Nas dores crônicas – meia vida
longa
• Os fármacos devem ser usados
em esquema REGULAR,
observando a meia vida de
cada fármaco.
• Associação com opióide –
quando dose máxima é
atingida.
• Se usar > 15 dias – associar
protetor gástrico.
Tratamento da Crise Álgica
Opióides
• Não têm dose teto
• Opióides mais usados: codeína, morfina, metadona e
fentanil.
Tratamento da Crise Álgica
• Os opióides devem ser usados REGULARMENTE, devendo
ser evitada a formulação SOS.
• Conceito de dose resgate:
– Dose ADICIONAL do fármaco, usada em caso de dor incidental,
entre as doses regulares
– Em geral, é de 5% a 20% da dose total para 24h.
• Uso de meperidina é contra-indicado
• Tramadol – uso restrito (priapismo)
• Desmame de opióide (>15 dias)
– Após resolução da dor: redução da dose total diária em 20-25%
por dia, até dose mínima de 5mg 4/4h→ 8/8h → 12/12h.
Tratamento da Crise Álgica
• Cálculo das doses dos opióides
– Determine a dose total para 24h
– Respeite o intervalo de cada opióide
– Estabeleça uma dose de resgate
– Conheça a equivalência de dose dos opióides
Guideline13
13Blackwell
Publishing Ltd. Guideline for the management of acute painful crisis in sickle cell
disease; British Journal of Haematology. 2003 (120): 744–752
Mas a analgesia não altera a
avaliação inicial do abdomen em
caso de abdome agudo cirúrgico?
• Analgesia in patients with acute abdominal pain14
• Summary
• The use of opioid analgesics in patients with acute abdominal pain is
helpful in terms of patient comfort and does not mask clinical findings or
delay diagnosis.
•
Some surgeons are reluctant in using analgesia in the clinical evaluation of patients
with abdominal pain, to avoid masking clinical findings and delaying diagnosis. In
contrast, other reports suggest that the use of opioid analgesia for acute
abdominal pain does not delay diagnosis or mask clinical findings.
The clinical question is therefore: Does the available evidence support the use of
opioid analgesia in the management of patients with acute abdominal pain?
This review evaluated clinical trials, comparing any opioid analgesia regime to no
analgesia administered before any intervention in adults with acute abdominal
pain without gender restriction. We examined the rate of accurate management
decisions, change in pain intensity pain, change in patient comfort, rate of
treatment error, time taken for diagnosis, time taken to operate, implementation
of diagnostic study, time taken to discharge from hospital and morbidity rates.
14Manterola
C, Astudillo P, Losada H, Pineda V, Sanhueza A, Vial M. Analgesia in patients with acute abdominal
pain. Cochrane Database of Systematic Reviews 2007, Issue 3. Art. No.: CD005660. DOI:
10.1002/14651858.CD005660.pub2
• Early
Analgesia for Children With Acute Abdominal
Pain15
• Results. One hundred eight children were enrolled; 52 received
morphine and 56 received a placebo saline solution. There were no
differences between groups in demographic variables or the degree
of pain. There were no differences between groups in the diagnoses
of appendicitis or perforated appendicitis or the number of children
who were observed and then underwent laparotomy. The reduction
in the mean pain score was significantly greater in the morphine
group (2.2 vs 1.2 cm). The emergency physicians’ and surgeons’
confidence in their diagnoses was not affected by the
administration of morphine.
• Conclusions. Our data show that morphine effectively reduces the
intensity of pain among children with acute abdominal pain and
morphine does not seem to impede the diagnosis of appendicitis.
15Robert
Green, at all. PEDIATRICS Vol. 116 No. 4 October 2005, pp. 978-983
(doi:10.1542/peds.2005-0273).