FUNDAMENTOS DO TURISMO 1

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FUNDAMENTOS DO TURISMO 1
FT1X1 – AULA 03:
HISTÓRIA DO TURISMO
(PRÉ-HISTÓRIA E IDADE ANTIGA)
INTRODUÇÃO
•"O movimento é natural no homem. O mais
além das colinas para o aldeão, o mais além do
horizonte para o marinheiro. A sede de
conhecer leva o homem a inventar, mais tarde
a deslocar-se. No mais além as coisas não
podem ser senão melhores....Por que
contentar-se com a mediocridade dos espaços
reconhecidos?”
•Jean Favier - Les grandes découvertes, 1991
• http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/viajantes1.htm
INTRODUÇÃO
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR
• MITO DA CAVERNA (PLATÃO): http://www.suapesquisa.com/platao/mito_da_caverna.htm
• O que é o mito
• O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro “A República” do
filósofo grego Platão. É mais uma alegoria do que propriamente um mito. É considerada uma das mais importantes
alegorias da história da Filosofia. Através desta metáfora é possível conhecer uma importante teoria platônica: como,
através do conhecimento, é possível captar a existência do mundo sensível (conhecido através dos sentidos) e do
mundo inteligível (conhecido somente através da razão).
• O Mito da Caverna
• O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam
todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são
projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do
dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
• Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna
e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando
apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado
com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo
conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o
que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da
caverna. Os prisioneiros vão o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias
consideradas absurdas.
O que Platão quis dizer com o mito
• Os seres humanos tem uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e
acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A
caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a
realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.
INTRODUÇÃO
• Os deslocamentos sempre acompanharam o
desenvolvimento humano (Nomadismo – Povos
Pré-históricos).
• Já as viagens, com motivações definidas e
previamente planejadas, viriam depois da
Revolução Agrícola (10.000 a.c. - Sedentarismo).
• E o turismo, no sentido pleno, mais tarde ainda,
quando as viagens ganham conotação comercial
e se desenvolve uma estrutura para torná-la mais
prática e acessível (a partir da Rev. Industrial –
Séc. XVIII e XIX).
INTRODUÇÃO
PRÉ-HISTÓRIA
• QUAIS OS MOTIVOS LEVAVAM O HOMEM PRÉHISTÓRICO AO DESLOCAMENTO?
• Necessidades básicas: sobrevivência (alimentação +
abrigo)
• Assim, os povos se deslocavam de forma nômade,
temporária, até que os recursos de determinado
localidade se esgotassem.
• Com o avanço tecnológico surge o sedentarismo, com
ele houve o aumento populacional, o desenvolvimento
populacional e as disputas.
• Algumas viagens passaram a ocorrer, portanto, por
motivação de disputa territorial.
PRÉ-HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA
• Surgem, neste contexto, as primeiras
estratificações sociais (diferenciação de
classe).
• Líderes espirituais: sacerdotes que passaram a
dominar e compreender melhor os
fenômenos da natureza.
• Líderes guerreiros: formada pelos homens que
se destacavam nas disputas territoriais.
• Ambos ganharam destaque social dentro da
tribos pré-históricas.
PRÉ-HISTÓRIA
PRÉ-HISTÓRIA
• Cabe lembrar que tais sacerdotes detinham
conhecimento sobre o uso de ervas, raízes e
outros elementos da natureza.
• Isso incentivou os primeiros deslocamentos
para tratamentos de saúde.
• As primeiras crenças ligadas ao sobrenatural
surgiram, o que também provocava
deslocamentos.
• Com tudo isso, pode-se afirmar que as
disputas territoriais, a fé/espiritualidade, e os
PRÉ-HISTÓRIA
IDADE ANTIGA
• Com a invenção da escrita por volta de 4.000 a.c. muitas
epopeias de conquistas das civilizações antigas foram
eternizadas.
• Alguns exemplos: Ilíada e Odisséia (Homero); Eneida
(Virgílio); A Divina Comédia (Dante); Os Lusíadas
(Camões).
• Todas têm em comum heróis que desbravaram
territórios desconhecidos e trouxeram grandes
conquistas para seus povos.
• Assim, há várias contribuições dos povos antigos para a
consolidação da “Era das Viagens”, período que vai da
Revolução Agrícola (10.000 a.c.) até a Revolução
Industrial (1750 d.c.).
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• É importante salientar que diversos povos
contribuíram para a consolidação das viagens.
• Os sumérios, por exemplo, inventaram a roda,
facilitando o acesso e, consequentemente, o
intercâmbio entre povos.
• Contudo, boa parte da literatura sobre a
história do turismo no ocidente valoriza
essencialmente os legados da Grécia e Roma
Antigas.
• Obviamente, tais povos se destacaram pelo
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Na Grécia, o mar era um dos principais elementos
para a movimentação de pessoas e produtos
comerciais.
• Tal vocação marítima, além da questão geográfica,
tinha relação com a estrutura políticoorganizacional, pois as cidades-estado não tinham
uma autoridade central para ordenar e planejar a
construção de estradas.
• Um dos primeiros grandes viajantes da história
vem da civilização grega. Trata-se de Heródoto (pai
da Geografia e da História – Séc. V a.c.).
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• As viagens dos gregos eram feitas por diversos
motivos.
• Boa parte das mesmas tinha como motivação
mistura de “turismo religioso” e “turismo de
saúde”.
• Haviam centros de cura como Epidauro,
cidade do Deus da Cura Esculápio. Nesses
locais muitos viajantes eram recebidos por
poderosos sacerdotes.
• Outro motivador de viagens eram os banhos.
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Tessália era um dos destinos que ofereciam
águas minerais com poderes curativos.
• Contudo, o primeiro grande motivo de viagem
relacionado a lazer foi a disputa olímpica.
• A cada 04 anos muitos se deslocavam até
Olímpia para celebrar uma disputa esportiva
em homenagem a Zeus.
• A estrutura de recepção era precária. Os
atletas dormiam em alojamentos (Leonidaion,
em homenagem ao Patrocinador, Leônidas) e
IDADE ANTIGA
• A programação dos jogos olímpicos da
antiguidade, iniciados em 776 a.c., eram
extensas.
• Incluía cerimônias religiosas, sacrifícios,
discursos de filósofos, recitais de poesias,
paradas, banquetes, além das disputas
esportivas e das celebrações das vitórias.
IDADE ANTIGA
• A hospitalidade era praticada por todos os
gregos e era baseada em uma dádiva divina.
• Estrangeiros e viajantes eram protegidos por
Xênios o que tornava honroso ser benevolente
com quem chegasse a uma cidade grega.
• Aqueles que recebiam deveriam dar de beber,
oferecer-lhes sal e lavar seus pés.
• Haviam inclusive membros do estado,
chamados Proxenos, que cuidavam da
hospitalidade pública. Eram uma mistura de
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Por fim, além dos jogos olímpicos, uma cidade
ganha notoriedade em termos de visitação,
pelo seu patrimônio cultural: Atenas.
• Haviam pequenas hospedarias, junto a
templos e próximas a portos marítimos, para
receber curiosos e estudiosos.
• As instalações ofereciam apenas camas para
dormir, sem calefação, janelas e banheiros.
• As cortesãs “treinadas nas artes musicais,
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Alguns viajantes da antiguidade,
especialmente os gregos mais esclarecidos,
almejavam o cumprimento do primeiro
grande “roteiro turístico”.
• Este, simplesmente, incluía as chamadas Sete
Maravilhas, o que comprova a existência da
conotação de status como motivação de
viagens desde seus primórdios.
IDADE ANTIGA
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As 07 Maravilhas do Mundo Antigo são:
Estátua de Zeus, em Olímpia;
Colosso de Rodes;
Templo de Artêmis, em Éfeso;
Mausoléu de Halicarnassus;
Farol de Alexandria;
Pirâmide de Gizé;
Jardins Suspensos, na Babilônia.
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Muitos monumentos exibiam nomes de
viajantes em marcas riscadas na pedra, como
prova que tinham estado lá
• Trata-se, portanto, de um dos primeiros
exemplos de impactos negativos que as
viagens podem ocasionar, feito por visitantes
sem consciência da importância da
preservação dos monumentos violados.
• Por outro lado, representa uma forma de
comunicação e de conquista, muito comum
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• QUAIS MOTIVOS FACILITARAM O FLUXO DE
VIAJANTES À GRÉCIA ANTIGA?
• 1) A troca de moedas foi um fator que facilitou
o fluxo de visitantes pela Grécia, o que
eliminou a necessidade de levar consigo
grande quantidade de carga, para escambo.
• 2) Conhecimento do idioma grego em todo o
Mediterrâneo, tornando a viagem mais fácil e
segura.
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• ROMA: as viagens prosperaram ainda mais na
época do Império Romano.
• Há 05 grandes motivos que explicam isso:
– Controle de um vasto Império estimulava o
comércio.
– As moedas romanas eram o único requisito para
se viajar.
– Estradas e vias aquáticas tinham excelente
estrutura para a época.
– Comunicação relativamente fácil, pois o grego e o
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Roma era um vasto império com autoridade
central que exigia medidas eficazes para a
manutenção de sua integridade territorial.
• Assim, o governo incentivava viagens de
funcionários, tropas e comerciantes,
desenvolvendo ampla infraestrutura para tal.
• A Pax Romana foi fundamental para o
aumento das viagens. Por 02 séculos, o
Império garantia a segurança dos viajantes
que se deslocavam dentro de seus domínios.
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Houve a primeira segmentação econômica de
turistas durante o Império Romano.
• Os mais ricos possuíam casas de veraneio
próximas a Roma.
• Já os viajantes mais pobres, boêmios, bêbados
e briguentos costumavam se dirigir à baía de
Nápoles.
• Independente da classe social, o romano
praticava o otium: viagem e permanência à
beira-mar.
IDADE ANTIGA
IDADE ANTIGA
• Com intenso movimento de viagens,
especialmente nos meses de verão, Roma viu
o surgimento de outros 02 fenômenos muito
comuns até os dias atuais:
– Sazonalidade: diferença entre o número máximo e mínimo
de visitantes comparados em um determinado período de
tempo. Pode-se dizer que define a Alta Temporada e a
Baixa Temporada, por exemplo.
– Falsos Operadores: há relatos que se vendiam falsificações
de estátuas gregas, para viajantes mais leigos.
IDADE ANTIGA
• Grande parte das estâncias termais europeias
em funcionamento tiveram seu início com os
romanos. Exemplos:
– Ischia, Abano ou Chiancciano (Itália)
– Vichy, Mont-Dore ou Évian (França)
– São Pedro ou Luso (Portugal)
– Bath (Inglaterra)
IDADE ANTIGA
• A grandeza das instalações termais, com
piscinas, banheiras de água quente, salas de
sudação e massagens não eram o único
atrativo das estâncias termais.
• Nesses locais também eram oferecidas
representações teatrais, jogos de circo,
corridas de cavalos e outras distrações.
• Assim, já se desenvolvia o conceito de
complementaridade da oferta de atrativos,
algo que estudaremos com mais detalhes em
IDADE ANTIGA
• As festas e os jogos eram tradições gregas
herdadas pelos romanos.
• As exibições teatrais e o combate de
gladiadores tinham origem nos sacrifícios
religiosos de culto a deuses e ocorriam em
homenagem ao imperador (líder político).
• Contudo, ao contrário da Grécia, a maior parte
do público de tais festividades em Roma era
composto pela população local em momento
de lazer.
IDADE ANTIGA
• A rede viária romana se estendia por cerca de
50 mil milhas.
• Os viajantes podiam se deslocar por até 100
milhas por dia, usando vários cavalos
fornecidos nas casas de etapa.
• Tratavam-se de postos de controle, troca de
veículo e descanso, ofertados a cada 5 milhas,
em um amplo e complexo sistema integrado
de deslocamento.
• Pela facilidade de acesso, se incentivou a
IDADE ANTIGA
• Além disso, a Tabula Peutingeriana mostrava,
além da distância entre as cidades, vários
símbolos de alojamentos onde o viajante
poderia parar para repouso, de acordo com
suas posses e necessidades.
• Trata-se do precursor dos Guias Turísticos de
classificação de hospedagem. Haviam as
seguintes classificações:
• A) Acomodação somente para descanso.
• B) Acomodação um pouco maior que lugares