Recordar o Holocausto

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Recordar o Holocausto
Monumento às crianças judias mortas durante o Holocausto . Os pilares quebrados representam as vidas inacabadas.
Parque do Yad Vashem, Jerusalém (Israel)
Alberto Neuwirth, sobrevivente do gueto de Budapeste, na Hungria
Alberto Neuwirth nasceu em 1932, na Hungria, último país a
ser ocupado pelos nazis, no ano de 1944.
Por essa altura viviam nesse país 800 000 judeus.
A 1.ª medida discriminatória na Hungria foi a obrigatoriedade
para os judeus do uso da estrela amarela. Em cada edifício
onde viviam judeus, foi colocada uma estrela grande, na
porta.
Mais tarde, todas as famílias judias tiveram de entregar aos
nazis o ouro que possuíam, incluindo alianças de casados.
Quando lhes foi ordenada a entrada nos guetos, apenas lhes
foram dadas 72 horas para se agruparem.
Entre Maio e Agosto de 1944, 600 000 judeus foram
deportados para o campo de concentração de Auschwitz.
No gueto de Budapeste, vivia-se com grandes dificuldades. Só lá
chegava arroz, um sucedâneo de café, 50 gramas de pão de milho
para os menores de 12 anos e uma sopa que era quase só água
quente (cada família recebia um balde de 12 litros para a ir buscar).
Dormiam no chão, a água era obtida a partir da neve, a casa-debanho era um buraco aberto numa esquina. Morriam muitas
pessoas diariamente, e não havia lugar para enterramentos: abriuse uma vala comum.
Saiu, a certa altura, uma lei que obrigava todas as mulheres judias,
entre os 16 e os 60 anos, a ir trabalhar numa fábrica de ladrilhos.
Depois, essas mulheres tiveram de caminhar até Bergen-Belsen (um
campo de concentração), que ficava a 132 km. Muitas morreram
pelo caminho.
Dos 220 000 judeus que entraram no gueto de Budapeste, terão
sobrevivido uns 150 000 que, no fim da guerra, foram libertados
pelos soldados russos.
Judeus a caminho do gueto de Varsóvia.
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Concentração de judeus à entrada do gueto de Varsóvia
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
A vida no gueto de Varsóvia
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Uma família pobre no gueto de Varsóvia
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Distribuição de alimentos no gueto de Varsóvia
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Imagens e objectos de judeus polacos
(Museu das crianças, Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Os pertences de um judeu enviado para o gueto
(Museu das crianças, Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
Maqueta do campo de concentração de Treblinka
(Museu do Kibutz Lohamei Haguetaot, Galileia, Israel)
O Jardim dos Justos
Trata-se de um jardim evocativo das grandes figuras que contribuíram para a salvação
de judeus. Cada árvore está dedicada a uma dessas figuras.
Parque do Yad Vashem, Jerusalém (Israel)
Placa que assinala a árvore dedicada ao cônsul português Aristides de Sousa
Mendes, o único português que é considerado como um “Justo da Nações”
Vagão de comboio que transportou judeus para um campo de concentração
Parque do Yad Vashem, Jerusalém (Israel)
Jacky Hendeli
Sobrevivente de Salónica
(Grécia)
O Holocausto começou na Grécia
em 1940, com a ocupação pelas
tropas de Mussolini.
Existiam, então, 65 000 judeus na
Grécia, a maioria dos quais
concentrados em Salónica.
A primeira acção contra os judeus
gregos foi a destruição das suas
sepulturas, nos cemitérios.
Jacky Hendeli foi enviado, com a
sua família, para Auschwitz. Só
podiam transportar sacos até
20kg e tinham de pagar o bilhete
do comboio que os levaria para o
campo de concentração.
Passaram 7 dias e 8 noitas dentro
do vagão. Dos 25 vagões do
comboio, um estava vazio e servia
para colocar lá os corpos dos que
iam morrendo.
Jacky Hendeli mantém no
braço o número que lhe foi
gravado em Auschwitz
Ao chegar a Auschwitz, a família
separou-se. Jacky viu pela última
vez a mãe e as irmãs.
No campo de concentração, os
judeus eram submetidos a
trabalhos forçados. Jacky
trabalhou numa fábrica de
borracha. A cada 15 dias, os nazis
faziam uma selecção. Os que já
não podiam trabalhar eram
mortos.
Em Janeiro de 1945, quando os
russos estavam às portas de
Auschwitz, os prisioneiros foram
transportados para outro campo
de concentração : Bergen-Belsen.
Permaneceu aí durante duas
semanas, até à libertação do
campo pelos britânicos.
Para pensar…
Primeiro levaram os judeus,
Mas não falei, por não ser judeu.
Depois, perseguiram os
comunistas,
Nada disse então, por não ser
comunista,
Em seguida, castigaram os
sindicalistas
Decidi não falar, porque não sou
sindicalista.
Mais tarde, foi a vez dos católicos,
Também me calei, por ser
protestante.
Então, um dia, vieram buscar-me.
Mas, por essa altura, já não
restava nenhuma voz,
Que, em meu nome, se fizesse
ouvir.
[Poema de Martin Niemoller]