Sinais e Sintomas
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Transcript Sinais e Sintomas
Curso Avançado de Trauma
Janeiro de 2014
Trauma
Crânio Encefálico
Trauma Crânio-encefálico
TCE –> Fonte significativa de morbilidade e
mortalidade
< 5 anos, >70 anos Maior Frequência
15-24 anos Consequências Sociais
Importantes
1as 24h pós-TCE 50% óbitos
Conceito
TCE inclui:
História definida de trauma sobre a cabeça
Laceração do couro cabeludo ou fronte
Alteração da consciência independentemente da
duração
Jenneth & Teasdale, 2006
Anatomia Crânio
Imagem Anterior
Imagem Posterior
Anatomia Crânio
Mecanismos de Lesão
Acidentes de viação
Quedas
Lesões em actividades recreativas
Traumatismos por impacto
Traumatismos penetrantes:
Por armas de fogo ou branca
Por empalamento
Lesão Cerebral Traumática
Critérios de classificação das lesões:
Temporal
Primária
Secundária
Topográfica (anatomopatológico)
Focais
Difusas
Lesão Cerebral Traumática
Primária
Momento impacto
Causada pelas forças de aceleração/desaceleração
ou rotação
Secundária
Consequência da agressão após o trauma original
Causada pela resposta fisiológica do organismo
Causa sistémica ou intracraniana
Lesão Cerebral Secundária
Causas
Sistémicas:
Hipóxia
Hipotensão
Híper/hipocapnia
Híper/hipoglicémia
Anemia
Intracranianas:
Convulsões
Edema cerebral
Hematomas
Contusão cerebral
Aumento PIC
Infeção
Lesão Cerebral Traumática
Focais
Macroscópicas - limitadas a determinada área
(ex.: contusão cerebral, hematoma intracraniano, hemorragia)
Difusas
Axiais difusas
(ex.: lesão cerebral hipóxica, edema cerebral difuso, hemorragias
múltiplas cerebrais)
P. I. C.
Espaço Craniano
80% Parênquima Cerebral
10% Sangue
10% LCR
PIC 5 a 15 mmHg
↑ PIC
↓ fluxo sanguíneo cerebral
↓ pressão de perfusão cerebral
Hipertensão Craniana
Edema Cerebral
Lesão Secundária
↑ PIC
Hipóxia
Hipertensão Craniana
Compensação Intracraniana Limitada
Mecanismos Compensatórios:
Drenagem LCR
↓ produção LCR
Vasoconstrição redução do volume sanguíneo
(TCE mecanismos compensatórios comprometidos)
P.I.C.
PPC 60mmHg
PAM 60 ~ 150mmHg
PPC = PAM - PIC
Fluxo Sanguíneo Cerebral – varia com:
Pressão Arterial (TA Sist. > 110mmHg)
Níveis de CO2 (35 ~ 40mmHg)
↑CO2 Vasodilatação
↓CO2 Vasoconstrição
P.I.C. Elevada
Sinais e Sintomas
Iniciais
Cefaleias
Náuseas e Vómitos
Agitação, Confusão, Juízo Crítico
Alterações na fala
Amnésia para o acidente
Alteração de estado de consciência
P.I.C. Elevada
Sinais e Sintomas
Tardios:
Pupilas dilatadas / não reactivas
Não reactividade a estímulos verbais / dolorosos
↑ TA Sistólica
Alteração do Padrão Respiratório
Padrões de postura anormais
(descorticação/descerebração)
Bradicardia
Tríade de Cushing
Bradicardia
Hipertensão Arterial Progressiva
Alteração do ritmo/padrão respiratório
Irregularidade Respiratória
Avaliação Neurológica
Escala de Coma de Glasgow
Avaliação Neurológica
Pupilas
Tamanho
Midríase (A)
Miose (B)
Simetria
Anisocoria (C)
Isocoria (D)
Reflexo Fotomotor
Lesões Crânio-Encefálicas
Classificação dos TCEs
Lesões Cerebrais
Laceração do Couro Cabeludo
Fracturas do Crânio
Concussão
Contusão
Laceração Cerebral
Hematomas – Epidural, Subdural, Intracerebral
Lesões por Projétil
Lesão Axonal Difusa
Crise Convulsiva
Laceração Couro Cabeludo
Couro cabeludo vascularização com pouca
capacidade vasoconstritora pode existir sangramento
abundante
Tratamento compressão directa, tratamento da
ferida e, se indicado, profilaxia do tétano
Fracturas do Crânio
Fratura Linear
Fratura Alinhada
Sinais e sintomas:
Cefaleia
Alteração do estado de consciência
Fracturas do Crânio
Fratura com afundamento
Há deslocação óssea para baixo da superfície craniana
Pode existir compressão do tecido cerebral
Sinais e sintomas:
Cefaleias,
Alteração do estado de consciência
Possível fractura exposta
Fracturas do Crânio
Tratamento:
Todos os doentes com # crânio devem ficar sob
vigilância
# aberta intervenção cirúrgica remoção de
fragmentos ósseos e encerramento da dura-máter
Fracturas basilares complicações:
Lesão nervo craniano
Derrame LCR fístula ( probabilidade de fístula
contaminação bacteriana meningite)
Concussão
Grau leve de lesão axonal difusa
Resulta de mecanismos de aceleração/desaceleração
Alteração temporária das funções neurológicas após
TCE ligeiro com possível perda de consciência
Recuperação < 24h
Amnésia retrógrada e pós-traumática
Pode não ser identificada na TAC ou RMN
Sinais e sintomas:
Cefaleias, tonturas, náuseas, vómitos
Confusão, desorientação, fadiga, irritabilidade
Contusão
Lesão que danifica o tecido cerebral
Pode surgir como resultado de #
com afundamento
Mais frequente nos lobos frontal e
temporal Relevo Ósseo
Contusão
Se aceleração/desaceleração duas
contusões:
Local do impacto(golpe)# localizadas
Local oposto(contragolpe)estiramento
Contusão
Fase aguda lesões necro-hemorrágicas
Fase crónica áreas atróficas
Sinais e sintomas:
Alteração do estado de consciência
Comportamento e discurso anormal
Postura motora anormal (flexão, extensão ou
flacidez )
Sinais de ↑ da PIC
Tardiamente hematoma intracerebral
Laceração cerebral
Lesão penetrante ou # do crânio com
afundamento laceração do parênquima
cerebral
Frequentemente hemorragia (hematoma
intracerebral) e necrose do cérebro
Hematoma Epidural
Colecção de sangue
arterial entre o crânio e a
dura-máter ↑ PIC
lesão cerebral secundária
Formação rápida de
hematoma
Morbilidade e mortalidade
> 50%
Hematoma Epidural
Sinais e sintomas :
Perda temporária da consciência
Rápida deterioração do estado de consciência
Cefaleias severas
Náuseas/vómitos
Tonturas e sonolência
Pupila fixa ou dilatada do lado da lesão
Hemiparesia ou hemiplegia contra-lateral
Hematoma Subdural
Colecção de sangue venoso entre a duramáter e a aracnoide
Formação aguda
sintomas nas 48h após
a lesão
Sinais e sintomas :
Alteração do estado de
consciência
Sinais de ↑ da PIC
Pupila fixa ou dilatada
Hemiparesia ou hemiplegia
contra-lateral
Hematoma Subdural
Formação crónica sintomas até 2 semanas
após a lesão (associado aos idosos,
hipocoagulados e alcoólicos crónicos)
Sinais e sintomas:
Cefaleia
Deterioração progressiva do estado de consciência
Incontinência
convulsão
Hematoma Intracerebral
Surge no tecido cerebral
Resulta de traumatismo
fechado ou penetrante
Sinais e sintomas (variam
consoante a área afectada):
Sinais de ↑ da PIC
Deterioração neurológica
Rápida/progressiva
alteração do estado de
consciência
Cefaleias, náuseas e vómitos
Pupilas anormais
Hemiplegia contra lateral
Lesão por Projéctil
Causadas por objectos que produzem danos focais
significativos
Lesão:
Afundada # de crânio com penetração de osso no tecido
cerebral
Penetrante projéctil entra na cavidade craniana e não sai
Perfurante:
Baixa velocidade (faca) pode provocar danos focais sem perda
de consciência
Alta velocidade(tiro) lesão causada pela bala e lesão causada
pelas ondas de choque (transmitidas através do cerebro)
Lesão Axonal Difusa
Resulta de traumatismos não penetrantes
Designa ocorrências fisiopatológicas importantes
associadas à forma mais grave do TCE
Sinais e sintomas:
Inconsciência imediata
Postura de descerebração ou descorticação
Sinais de ↑ da PIC
Coma
LAD leve entre 6 a 24 h
LAD severa entre semanas a meses
Hipertermia (fase mais tardia) hipotálamo (40ºc)
Crise Convulsiva
Após TCE pode ser:
Imediata despolarização neuronal traumática
(pouca morbilidade)
Precoce 1ª semana após TCE, sugere a presença
de contusões, hemorragia cerebral, hipoxia ou
alterações metabólicas. Pode causar lesão
secundária hipoxia, acidose e ↑ da PIC
Tardia em qualquer momento
Avaliação Primária - A
A - Permeabilidade da Via Aérea com controlo da coluna
cervical
Protecção cervical
Permeabilização da via aérea subluxação da mandíbula
Aspiração de vómito/secreções
Introdução de dispositivos nasais contraindicada fraturas
da base do crânio
Se necessária entubação orotraqueal (EOT):
Sedação sempre ECG 3 (podem persistir reflexos ↑ PIC)
Pré-oxigenação ~SpO2 ≥ 95%
Estômago cheio evitar insuflador manual com máscara /
manobra de Sellick
Avaliação Primária - A
• Lesões da Via aérea superior dificultam a EOT Cricotomia
Avaliação Primária - A
• Técnica de Seldinger
Avaliação Primária - B
B – Ventilar e Oxigenar
Administração de O2 suplementar;
Monitorização contínua da SpO2 e, se
possível, de capnografia (EtCO2)
Idealmente, SpO2 ≥ 98%; evitar SpO2 < 90%;
Assegurar normoventilação (EtCO2 entre 35 e
40 mmHg) - evitar hipo ou hiperventilação.
Avaliação Primária - C
C - Assegurar a circulação com controlo da hemorragia
Monitorização frequente da pressão arterial
Controlo da hemorragia (atenção à compressão em feridas
cranianas uma vez que podem ter fracturas subjacentes
passíveis de afundamento)
Colocação de 2 acessos venosos de grande calibre
Tratamento agressivo da hipotensão arterial (evitar pressão
arterial sistólica < 90 mmHg);
Reposição de volume soros isotónicos não glicosados
(cristalóides)
Soros glicosados estão contra-indicados aumento da área
de lesão cerebral
Avaliação Primária - C
Administração de volume de forma controlada:
Combater a hipotensão
Evitar a elevação da pressão intracraniana por sobrecarga
de volume (objectivo euvolémia);
A hipertensão arterial permitida:
PA Sist. < 180 mmHg
PA Diast. < 120 mmHg;
Controlo da hipertensão arterial não usar substâncias com
efeito vasodilatador cerebral (ex.: nifedipina, nitratos).
Avaliação Primária - D
D - Disfunção Neurológica e sinais focais
Avaliação neurológica:
Elevação da cabeça (em plano duro) 30 ~ 45°
Garantir a permeabilidade das veias jugulares
internas (principal meio de drenagem venosa do
encéfalo – atenção ao colar cervical muito
apertado)
Avaliação da glicemia capilar;
Controlo de convulsões
Avaliação Primária - D
Controlo da febre:
Controlo da dor;
Sedação adequada;
Em caso de deterioração neurológica aguda:
1.ª linha - Manitol - 0,25-1 g/kg ev, durante 30
minutos;
2.ª linha - hiperventilação por um período curto
(EtCO2 30-35 mmHg):
Empiricamente, no adulto 20/minuto; na criança 25/minuto,
no lactente (< 1 ano) 30/minuto;
Evitar utilizar nas primeiras 24h por potenciar o risco de
isquemia cerebral.
Avaliação Secundária
Reavaliação Frequente
Dados Importantes:
Mecanismo de Trauma
Existência de Evento prévio ao Trauma
Pesquisar:
Fraturas / Outras Lesões (cabeça, face) - # de LeForts
Equimose peri-orbitária – “Racoon eyes”/ sinal de
Guaxinim
Equimose retroauricular – sinal de Battle
Epistáxis/Rinorráquia
Otorragia/Otorráquia
Avaliação Secundária
Fraturas de LeFort
“Racoon eyes”
Pontos Importantes
TCE por norma não é causa Hipotensão arterial
Evento Prévio ao Trauma
Corticoterapia contra-indicada!
Retenção de CO2 ↑ da PIC
Correta Imobilização Cervical do Doente
Promover a Euvolémia
Promover boa Oxigenação (SpO2 > 95%)
Adotar medidas que evitem a subida da PIC
Controlar situações que aumentam o
metabolismo cerebral (febre, convulsões)
O que está errado?