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HIDROLOGIA FÍSICA Evaporação e Evapotranspiração Benedito C. Silva Conceito Geral Evaporação (E) – Processo pelo qual se transfere água do solo e das massas líquidas para a atmosfera. No caso da água no planeta Terra ela ocorre nos oceanos, lagos, rios e solo. Transpiração (T) – Processo de evaporação que ocorre através da superfície das plantas. A taxa de transpiração é função dos estômatos, da profundidade radicular e do tipo de vegetação. Definições Processo de Transpiração no Sistema Solo Planta Atmosfera. A transpiração ocorre desde as raízes até as folhas, pelo sistema condutor, pelo estabelecimento de um gradiente de potencial desde o solo até o ar. Quanto mais seco estiver o ar (menor Umidade Relativa), maior será esse gradiente. Definições Evapotranspiração (ET) – Processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera através da evaporação (E) e da transpiração (T) ET = E + T Evaporação Evaporação ocorre quando o estado líquido da água é transformado de líquido para gasoso. As moléculas de água estão em constante movimento, tanto no estado líquido como gasoso. Algumas moléculas da água líquida tem energia suficiente para romper a barreira da superfície, entrando na atmosfera, enquanto algumas moléculas de água na forma de vapor do ar retornam ao líquido, fazendo o caminho inverso. Quando a quantidade de moléculas que deixam a superfície é maior do que a que retorna está ocorrendo a evaporação. Energia e evaporação A quantidade de energia que uma molécula de água líquida precisa para romper a superfície e evaporar é chamada calor latente de evaporação. 2 ,501 0 , 002361 Ts em MJ.kg-1 Ts é temperatura da superfície Portanto o processo de evaporação exige um fornecimento de energia, que, na natureza, é provido pela radiação solar. Condições que favorecem a evaporação que a água líquida esteja recebendo energia para prover o calor latente de evaporação esta energia (calor) pode ser recebida por radiação ou por convecção (transferência de calor do ar para a água) que o ar acima da superfície líquida não esteja saturado de vapor de água. Se o ar for continuamente renovado, pelo vento, por exemplo, ou pela turbulência Fatores que afetam Umidade do ar Temperatura do ar Velocidade do vento Radiação solar Tipo de solo Vegetação (transpiração) Temperatura Quanto maior a temperatura, maior a pressão de saturação do vapor de água no ar, isto é, maior a capacidade do ar de receber vapor. Para cada 10oC, P0 é duplicada. Temp. oC P0 (atm) 0 0,0062 10 0,0125 20 0,0238 30 0,0431 Umidade do ar Umidade relativa medida do conteúdo de vapor de água do ar em relação ao conteúdo de vapor que o ar teria se estivesse saturado Ar com umidade relativa de 100% está saturado de vapor, e ar com umidade relativa de 0% está completamente isento de vapor UR 100 w em % ws onde UR é a umidade relativa; w é a massa de vapor pela massa de ar e ws é a massa de vapor por massa de ar no ponto de saturação. do Ar Umidade doUmidade ar A umidade relativa também pode ser expressa em termos de pressão parcial de vapor. De acordo com a lei de Dalton cada gás que compõe um a mistura exerce uma pressão parcial, independente da pressão dos outros gases, igual à pressão que se fosse o único gás a ocupar o volume. No ponto de saturação a pressão parcial do vapor corresponde à pressão de saturação do vapor no ar, e a equação anterior pode ser reescrita como: UR 100 . e es em % onde UR é a umidade relativa; e é a pressão parcial de vapor no ar e es é pressão de saturação. Vento O vento renova o ar em contato com a superfície que está evaporando (superfície da água; superfície do solo; superfície da folha da planta). Com vento forte a turbulência é maior e a transferência para regiões mais altas da atmosfera é mais rápida, e a umidade próxima à superfície é menor, aumentando a taxa de evaporação. pouco vento muito vento Radiação Solar A quantidade de energia solar que atinge a Terra no topo da atmosfera está na faixa das ondas curtas. Na atmosfera e na superfície terrestre a radiação solar é refletida e sofre transformações. Parte da energia incidente é refletida pelo ar e pelas nuvens (26%) e parte é absorvida pela poeira, pelo ar e pelas nuvens (19%). Parte da energia que chega a superfícies é refletida de volta para o espaço ainda sob a forma de ondas curtas (4% do total de energia incidente no topo da atmosfera). Radiação Solar A energia absorvida pela terra e pelos oceanos contribui para o aquecimento destas superfícies que emitem radiação de ondas longas. Além disso, o aquecimento das superfícies contribuem para o aquecimento do ar que está em contato, gerando o fluxo de calor sensível (ar quente), e o fluxo de calor latente (evaporação). Finalmente, a energia absorvida pelo ar, pelas nuvens e a energia dos fluxos de calor latente e sensível retorna ao espaço na forma de radiação de onda longa, fechando o balanço de energia. Radiação Solar Radiação solar O processo de fluxo de calor latente é onde ocorre a evaporação A intensidade desta evaporação depende da disponibilidade de energia. Regiões mais próximas ao Equador recebem maior radiação solar, e apresentam maiores taxas de evapotranspiração Da mesma forma, em dias de céu nublado, a radiação solar é refletida pelas nuvens, e nem chega a superfície, reduzindo a energia disponível para a evapotranspiração. Outros fatores Tipos de Solos: para evaporação direta do solo Vegetação: diferentes vegetações podem exercer mais ou menos controle sobre a transpiração Tamanho do reservatório, ou lago O que existe em volta: efeito oásis Solos Solos arenosos úmidos tem evaporação maior do que solos argilosos úmidos. Medição de evaporação Tanque classe A Evaporímetro de Piché Tanque classe A . O mais usado é o tanque classe A, que tem forma circular com um diâmetro de 121 cm e profundidade de 25,5 cm. Construído em aço ou ferro galvanizado, deve ser pintado na cor alumínio e instalado numa plataforma de madeira a 15 cm da superfície do solo. Deve permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior. . O fator que relaciona a evaporação de um reservatório e do tanque classe A oscila entre 0,6 e 0,8, sendo 0,7 o valor mais utilizado. Tanque Classe A Tanque Classe A Tanque Classe A Fonte : Sabesp Medindo a evaporação Tanque classe A Tanque Classe A • manutenção da água entre as profundidades recomendadas evita erros de até 15% • a água deve ser renovada turbidez evita erros de até 5% • as paredes sofrem com a influência da radiação e da transferência de calor sensível superestimação da evaporação • próximos a cultivos de elevada estatura subestimação da evaporação Evaporação Porto Alegre x Cuiabá Evaporímetro de Piché O evaporímetro de Piche é constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de aproximadamente 30 cm de comprimento e um centímetro de diâmetro, fechado na parte superior e aberto na inferior. A extremidade inferior é tapada, depois do tubo estar cheio com água destilada, com um disco de papel de feltro, de 3 cm de diâmetro, que deve ser previamente molhado com água. Este disco é fixo depois com uma mola. A seguir, o tubo é preso por intermédio de uma argola a um gancho situado no interior do abrigo. Evaporímetro de Piché Comentários Piché é pouco confiável Cálculo da evaporação Equações de evaporação Balanço Hídrico Equações empíricas São Equações do tipo: E 0 K .f w .e s T s e a Onde: K = constante; f(w) = função da velocidade do vento; ea = tensão parcial do vapor de água; es(Ts) = tensão de vapor saturado. Equação de Penman qef . Ei L E 0 mm / dia 1 Onde: qef L 4 G .1 a .T . 0,56 0,09 .e a 0 ,5 .0,1 0,9 .p L qef é radiação efetiva (mm/dia); L é o calor latente de vaporização, igual a 59 cal/(cm2.mm); a é o albedo; T é temperatura em oK; é a constante de Stefan-Boltzman, igual a 1,19.10-7 [cal/(cm2.d.dia/oK4)]; p é a proporção entre horas efetivas de brilho solar e o máximo possível Equação de Penman G R t .0,24 0,58 . p G é radiação incidente de onda curta (cal/cm2.dia); Rt é a Radiação no topo da atmosfera (cal/cm2.dia) ea U .e s 100 ea é a tensão parcial do vapor de água (mmHg); U umidade relativa do ar (%) e s 4 ,58 . 10 7 , 5 .T /( 237 , 3 T ) es é a tensão de vapor saturado (mmHg); T temperatura (oC) Equação de Penman 38640 . 10 7 , 5 T /( 237 , 3 T ) 237 ,3 T 2 w2 E i 0 ,35 . 0 ,5 e s e a 160 w2 é a velocidade do vento medida a 2 metros de altura (km/dia) Exemplo 7.1 (Tucci) Equação de Penman Rt Evaporação de reservatórios e lagos A evaporação da água de reservatórios é de especial interesse para a engenharia, porque afeta o rendimento de reservatórios para abastecimento, irrigação e geração de energia. Reservatórios são criados para regularizar a vazão dos rios, aumentando a disponibilidade de água e de energia nos períodos de escassez. A criação de um reservatório, entretanto, cria uma vasta superfície líquida que disponibiliza água para evaporação, o que pode ser considerado uma perda de água e de energia. Evaporação de lagos e reservatórios A evaporação da água em reservatórios pode ser estimada a partir de medições de Tanques Classe A, entretanto é necessário aplicar um coeficiente de redução em relação às medições de tanque. Isto ocorre porque a água do reservatório normalmente está mais fria do que a água do tanque, que tem um volume pequeno e está completamente exposta à radiação solar. Elago = Etanque . Ft onde 0,6 < Ft < 0,8. Sobradinho: um rio de água para a atmosfera O reservatório de Sobradinho, um dos mais importantes do rio São Francisco, tem uma área superficial de 4.214 km2, constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil. Em conseqüência disso, a evaporação direta deste reservatório é estimada em 200 m3.s-1, o que corresponde a cerca de 10% da vazão regularizada do rio São Francisco. Esta perda de água por evaporação é superior à vazão prevista para o projeto de transposição do rio São Francisco, idealizado pelo governo federal. Exercício Um rio cuja vazão média é de 34 m3/s foi represado por uma barragem para geração de energia elétrica. A área superficial do lago criado é de 5000 hectares. Medições de evaporação de um tanque classe A correspondem a 1500 mm por ano, qual é a nova vazão média a jusante da barragem após a formação do lago? Solução E ( mm / ano ) A ( km ) 2 E (m / s ) 3 3600 . 24 . 365 E = 1500 x 0,7 mm/ano E = 1,66 m3/s Q = 34 – 1,66 = 32,34 m3/s Redução de 4,9 % da vazão 1000 Estimativa da evapotranspiração Medição Cálculo Medição de evapotranspiração Lisímetro Peso Medir chuva Coletar água percolada Coletar água escoada Superfície homogênea Medições de evapotranspiração Medidas diretas: Lisímetro: depósito enterrado, aberto na parte superior, contendo o terreno que se quer estudar. O solo recebe a precipitação, e é drenado para o fundo do aparelho onde a água é coletada e medida. ET = P - D - R Lisímetro Lisímetro Medições micrometeorológicas Medições micrometeorológicas Evapotranspiração de floresta Fonte: INPE Luz Adriana Cuartas Javier Tomasella Carlos Nobre Antonio Donato Nobre Camilo Daleles Rennó Cálculo da evapotranspiração Equações de evapotranspiração Balanço Hídrico Balanço hídrico Método de estimativa simples com base nos dados precipitação e vazão de uma bacia. A equação da continuidade S(t+1)=S(t) + (P –E - Q)dt Desprezando a diferença entre S(t+1) – S(t) Q= P- E Simplificação aceita para dt longos como o um ano ou seqüência de anos. Equações de cálculo da evapotranspiração Usando apenas a temperatura Usando a temperatura e a umidade do ar Usando a temperatura e a radiação solar Equação de Penman (insolação, temperatura, umidade relativa, velocidade do vento) Cálculo da Evapotranspiração (mm) Métodos baseados na temperatura: Thornthwaite: empírica, caracterizada por um único fator, a temperatura média. Foi desenvolvida para climas temperados (inverno úmido e verão seco). Blaney-Criddle: também utiliza a temperatura média e horas do dia com insolação, para regiões semi-áridas ETP=(0,457 T + 8,13) p p % luz diária ET = ETP . Kc kc é o coeficiente de cultura Método de Thornthwaite O método de Thorntwaite é calculado da seguinte forma: a Onde: T ETP Fc 16 10 I • ETP = Evapotranspiração potencial (mm/mês) • Fc = Fator de correção em função da latitude e mês do ano; • a = 6,75 . 10-7 . I3 – 7,71 . 10-5 . I2 + 0,01791 . I + 0,492 (mm/mês) • I = índice anual de calor, correspondente a soma de doze 1 , 514 12 índices mensais; t i I 5 i 1 • t =temperatura média mensal (oC) Método de Thornthwaite Método de Thornthwaite Para corrigir os valores da evapotranspiração para cada tipo de cultura é só multiplicar a ETP pelo coeficiente de cultura Kc: ETPcultura = Kc . ETP Onde: ETPcultura = Evapotranspiração potencial da cultura (mm/mês); ETP = evapotranspiração potencial (mm/mês). Kc = coeficiente de cultura. Coeficiente de Cultivo Os valores de Kc são tabelados para diferentes culturas nos seus vários estágios de desenvolvimento. Exercício 1. Para uma latitude de 10º S , calcule o valor da ETP pelo Método de Thornthwaite para Janeiro, em um ano que a temperatura média desse mês foi 25,0oC, sabendo que a bacia é coberta por pasto. Mês T (°C) Jan 26,9 Fev Mar Abr MAi Jun Jul 26,1 26,2 25,6 25,5 24,9 25,0 Ago Set 25,7 26,7 Out Nov Dez 27,3 27,5 27,1 Equação de Penman-Monteith Combina energia solar outras variáveis meteorológicas e e s d R G c L A p ra 1 E W r s 1 r a Penman-Monteith O fluxo de água para as camadas superiores da atmosfera deve vencer a resistência superficial (plantas) e aerodinâmica (camada mais baixa de ar). analogia com circuito elétrico Penman - Monteith e e s d R G c L A p ra 1 E W r s 1 r a E [m.s -1 ] taxa de evaporação [MJ.kg -1 ] calor latente de vaporizaçã [kPa. C ] taxa de variação -1 -2 R L [MJ.m da água; -1 .s ] radiação o; da pressão de saturação líquida na superfície ; G [MJ.m -2 .s ] fluxo de energia para o solo; A [kg.m -3 ] massa específica do ar; W [kg.m -1 -3 ] massa específica da água; do vapor; Penman - Monteith Cp [M J.k g . C ] calo r esp ecífico d o ar ú m i d o (C p 1, 0 1 3 .1 0 -1 -1 es [k P a ] p ressão d e satu ração d o vap o r; es [k P a ] p ressão d o vap o r; [k P a. C ] co n stan te p sicro m étrica ( 0 ,6 6 ); rs [ s.m ] resistên cia su p erficial d a veg et ação ; ra [ s.m ] resistên cia aero d in âm ica; -1 -1 -1 3 1 M J.k g . C 1 ); Equação de Penman-Monteith Pode ser usada para calcular evapotranspiração em intervalo de tempo de horas ou dias. e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a calor latente e massa específica da água e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a energia solar líquida na superfície Energia solar líquida Como calcular? A situação de estimativa mais simples ocorre quando existem dados de radiação medidos, dados normalmente em MJ.m-2.dia-1, ou cal.cm-2.dia-1. Neste caso, o termo RL da equação de PenmanMonteith pode ser obtido da equação a seguir, que desconta a parte da radiação refletida. R L S SUP 1 a onde a é o albedo da superfície Albedo Tipo de superfície Albedo mínimo Albedo máximo Água profunda 0,04 0,08 Solo úmido escuro 0,05 0,15 Solos claros 0,15 0,25 Solos secos 0,20 0,35 Areia branca 0,30 0,40 Grama, vegetação baixa 0,15 0,25 Savana 0,20 0,30 Floresta 0,10 0,25 Neve 0,35 0,90 Energia solar líquida E quando não existem dados de radiação medida? Quando existem apenas dados de horas de insolação, ou da fração de cobertura de nuvens, a radiação que atinge a superfície terrestre pode ser obtida considerando-a como uma fração da máxima energia, de acordo com a época do ano, a latitude da região, e o tipo de cobertura vegetal ou uso do solo. Radiação no topo da atmosfera A radiação solar no topo da atmosfera, medida por satélites, é da ordem de 1366 W.m-2. Sobre a superfície da terra esta energia atinge áreas diferentes, de acordo com a latitude e a época do ano. Radiação no topo da atmosfera Radiação no topo da atmosfera S TOP 15 ,392 W 1000 d r s sen sen cos cos sen s Radiação através da atmosfera Horas de sol valores máximos considerando ausência de nuvens e relevo plano Numero máximo de horas de sol por dia A insolação máxima em um determinado ponto do planeta, considerando que o céu está sem nuvens, é dada pela equação abaixo. N 24 s s depende da latitude, da época do ano Insolação (horas de sol por mês) em Porto Alegre e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a fluxo de calor para o solo: pequena parte, pode ser estimado pela diferença de temperaturas de um dia para o outro e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a dependem da temperatura do ar e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a déficit de umidade do ar: depende da temperatura e umidade relativa do ar e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a termos que dependem da temperatura, umidade e pressão do ar e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a depende da velocidade do vento e da rugosidade rugosidade depende da altura média da vegetação Resistência Aerodinâmica e e d R G c s L A p ra 1 E W rs 1 r a depende do tipo de vegetação e do stress hídrico Comentários sobre eq. Penman-Monteith É a melhor equação disponível é genérica precisa de muitos dados alguns dados são difíceis de obter Exemplo Penman-Monteith Solução Vamos usar a equação de PenmanMonteith e e d R G c s L A p E ra rs 1 r a 1 W Precisamos encontrar os valores dos diversos termos da equação Falta muito Papai Smurf? Exercício Definições Evapotranspiração Potencial Evapotranspiração real (ETR) (ETP) Quantidade Quantidade água água transferida para a atmosfera por transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, nas evaporação e transpiração, em condições reais (existentes) de uma unidade de tempo, de uma fatores atmosféricos e umidade superfície do solo. A ETR é igual ou menor completamente de de extensa, coberta de que a evapotranspiração vegetação de porte baixo e bem potencial (Gangopadhyaya et al, suprida de água (Penman, 1956) 1968) Evapotranspiração Evapotranspiração potencial : é a evaporação do solo e a transpiração das plantas máxima que pode ser transferida para atmosfera. Com base nas condições climáticas e características das plantas é possível estimar a EVT potencial; Evapotranspiração real: é a o total transferido para a atmosfera de acordo com a disponibilidade hídrica existente (umidade do solo) e a resistência das plantas. Evapotranspiração potencial de referência A evapotranspiração potencial é diferente para cada tipo de vegetação. Para simplificar a análise freqüentemente se utiliza o conceito da evapotranspiração potencial da vegetação de referência. E, a partir desta, são calculados os valores de evapotranspiração potencial de outros tipos de vegetação, utilizando um ponderador denominado “coeficiente de cultivo” (Kc). Evapotranspiração potencial de referência A vegetação de referência normalmente adotada para os cálculos é um tipo de grama, e a sua evapotranspiração pode ser estimada a partir de dados de um lisímetro ou usando uma equação como a de Penman-Monteith. Evapotranspiração potencial de referência Grama albedo =0,23 altura = 0,12 m resistência superficial = 70 s.m-1 Usando estes valores em Penman-Monteith temos ET0 Assim, ET0 vai ser diferente em cada região, dependendo das variáveis meteorológicas Resistência aerodinâmica da grama de referência: ra = 208/u2 Resistência superficial da grama de referência Assume-se um valor de rs = 70 s.m-1 Vegetação de referência Grama albedo =0,23 altura = 0,12 m resistência superficial = 70 s.m-1 ET0 Coeficientes de cultivo ET c ET 0 K c K s Potencial de referência Potencial para uma dada cultura Real para uma dada Cultura O coeficiente de cultivo O coeficiente de cultivo Kc depende da frequencia da chuva ou da irrigação Modelo simples para Ks dependendo da umidade do solo Ks=1,0 Ks=0,0 PM 2 PM Ponto de murcha L CC Capacidade de campo Leituras adicionais Uma boa fonte de referência para ampliar os conhecimentos sobre o processo de evapotranspiração e sobre a estimativa da evapotranspiração para diferentes tipos de vegetação, especialmente os cultivos agrícolas, é o FAO Irrigation and Drainage Paper no. 56, de autoria de Richard G. Allen; Luis S. Pereira; Dirk Raes; e Martin Smith, que pode ser encontrado em formato PDF na Internet.