Aula03_CiclonesTropicais - IAG -USP

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Furacões, Tufões e Ciclones Tropicais
Foto: Furacão Catarina - Mar/2004
ACA 0430 - Meteorologia Sinótica e Aplicações à Oceanografia
DCA/IAG/USP
O que são?
- Centro de baixa pressão não-frontal;
- Escala sinótica;
- Convecção organizada;
- Intensa circulação ciclônica na superfície;
- Associados às Ondas de Leste.
Classificação
Vento máximo sustentável em superfície
Fenômeno
Menor que 17 m/s
Depressões Tropicais
17 m/s a 32 m/s
Tempestades Tropicais
33 m/s ou maior
Furacões, Tufões etc.
Escala Saffir-Simpson:
Categoria
Vento Sustentável em
Superfície (m/s)
Pressão em
Superfície (mb)
Storm Surge
(m)
1
33 - 42
Maior que 980
1,0 - 1,7
2
43 - 49
979 - 965
1,8 - 2,6
3
50 - 58
964 - 945
2,7 - 3,8
4
59 - 69
944 – 920
3,9 - 5,6
5
70 +
Menor que 920
5,7 +
Ondas de Leste
- Distúrbios que se propagam para oeste imersos no escoamento dos Alíseos,
da superfície do mar até 5km, com máximo em 3km;
- Ondas geradas por instabilidades no African Easterly Jet (norte da África);
- Ocorrem de Abril/Maio até Outubro/Novembro;
- Parte convectivamente ativa ao longo de um trem de ondas;
- Duram de 3 a 4 dias, com comprimentos de onda entre 2 e 2,5 mil km.
Ciclones Tropicais
X
Ciclones Extratropicais
Ciclone Tropical
Ciclone Extratropical
Furacão, Tufão, Tempestade Tropical...
Ciclone frontal, Baixa Extratropical...
Adquire energia da evaporação da água do
mar.
Associado a frentes, adquire energia dos
gradientes latitudinais de temperatura.
Núcleo quente em baixos níveis: ventos
intensos próximos à superfície.
Núcleo frio em baixos níveis: ventos
intensos próximos à tropopausa.
Obs: Núcleos quentes (frios) referem-se a porções mais quentes (frias)
do que o ambiente à mesma pressão.
Ciclone Tropical x Tornado
Ciclone Tropical
Tornado
Diâmetro
Centenas de quilômetros.
Centenas de metros.
Ciclo de vida
Dias.
Minutos.
Proporção
Dezenas de tempestades.
Formado em uma única
tempestade.
Cisalhamento Vertical
Requer baixo cisalhamento
vertical.
Requer alto cisalhamento
vertical.
Local de formação
Oceanos.
Continente (principalmente).
Obs: Ciclones tropicais, ao entrar no continente, favorecem a formação de tornados.
Isto devido ao grande cisalhamento vertical em baixos níveis.
Ciclones Tropicais - Formação
- Águas quentes (~26,5°C) a ~50m de profundidade, no mínimo;
- Atmosfera que se resfrie rapidamente com a altura (instável à
convecção úmida);
- Umidade em níveis médios;
- Distância de ~500km do Equador (força de Coriolis não
desprezível);
- Distúrbio pré-existente em superfície (convergência e
vorticidade suficientes);
- Baixo cisalhamento vertical do vento.
Olho do furacão
- Área circular de ventos calmos (podem ser mais fortes longe do eixo) e tempo bom
no centro de um ciclone tropical;
- Pouca ou inexistente precipitação, céu claro;
- Mínima pressão em superfície, maiores temperaturas em níveis altos (compressão
adiabática de ar subsidente);
- Tamanhos variam de 8 a 12km. Mais freqüentes entre 30 e 60km;
- Parede do olho: área aproximadamente circular de convecção profunda; ventos mais
intensos do ciclone (updrafts e downdrafts);
- Convecção: formação e manutenção
do olho.
Storm Surge
- Aumento do nível do mar no centro do ciclone;
- Causa: ventos em superfície empilham a água superficial para
a esquerda (direita) no Hemisfério Sul (Norte);
- O efeito da queda de pressão no centro da tempestade NÃO é dominante.
- Maior Storm Surge registrada: Furacão Bathurst Bay, com 13m de elevação.
Nomes
- Facilitam comunicação entre cientistas e mídia, diferenciam ciclones
em áreas próximas etc;
- Nomes em ordem alfabética, recomeçando a cada ano.
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Arlene
Alberto
Allison
Arthur
Ana
Alex
Bret
Beryl
Barry
Bertha
Bill
Bonnie
Cindy
Chris
Chantal
Cristobal
Claudette
Charley
Dennis
Debby
Dean
Dolly
Danny
Danielle
Emily
Ernesto
Erin
Edouard
Erika
Earl
Floyd
Florence
Felix
Fay
Fabian
Frances
Gert
Gordon
Gabrielle
Gustav
Grace
Gaston
Harvey
Helene
Humberto
Hanna
Henri
Hermine
Irene
Isaac
Iris
Isidore
Isabel
Ivan
Jose
Joyce
Jerry
Josephin
e
Juan
Jeanne
Katrina
Keith
Karen
Kyle
Kate
Karl
Fatores de Larga Escala
- ENSO (El Niño Southern Oscillation):
Fase quente (El Niño): aumenta o
Cisalhamento vertical, inibindo a
formação de ciclones tropicais.
Fase fria (La Niña): indicativo de
aumento destes ciclones.
- Precipitação no African West Sahel:
Anos secos na região indicam atividade
de furacões reduzida no Atlântico.
Anos úmidos indicam maior tendência
a furacões de baixa latitude.
- Oscilação Estratosférica Quase-Bianual:
Fase Leste: ventos soprando de leste na
Estratosfera equatorial, reduzindo atividade
ciclônica.
Fase Oeste: ventos soprando de oeste,
Aumentando a atividade ciclônica equatorial.
- Anomalias de pressão ao nível do mar:
Valores de pressão abaixo da média:
maior tendência a furacões.
Valores de pressão acima da média:
maior inibição dos furacões.
TSM influencia diretamente a pressão
em superfície.
- Anomalias de vento zonal em
200mb no Caribe:
Anomalias de oeste correspondem a El Niño
E fase seca no African West Sahel.
Fornecem também o cisalhamento do vento
na região.
E no Atlântico Sul...
Por quê não é normal a ocorrência
de ciclones tropicais no Atlântico Sul?
- Forte cisalhamento do vento entre
a superfície e a alta troposfera;
- ITCZ tipicamente inexiste sobre
o Atlântico Sul;
- TSM não é tão elevada.