PAISAGISMO - aula 3 22-03-2010

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Transcript PAISAGISMO - aula 3 22-03-2010

Paisagismo - Horticultura
Prof. Dr. Mauricio Romero Gorenstein
Aula 3 – Estilo de Jardins
(continuação)
Dois Vizinhos, 22/03/2010
Objetivo da Aula de hoje
Apresentar os conceitos sobre estilos de jardins. Bibliografia:
Cap. 2 Historiando a paisagem – p. 71 à 126 do livro
Paisagismo - conceitos básicos
CONTEÚDO
1. Jardins da antiguidade clássica
2. A extrema simplicidade dos jardins medievais
3. Jardins renascentistas
4. Jardins contemporâneos
5. Jardins do Brasil
JARDINS DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

São os jardins: Jardins da China, Jardins do Egito,
Jardins Suspensos da Babilônia, Jardins da Grécia,
Jardins da Pérsia, e os Jardins de Roma.

Dividi-se em formais (artificiais) e naturais
JARDINS DA CHINA
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Grandeza nos elementos da composição e impactos à vista;
A sucessão das dinastias favoreceu um alto grau de misticismo;
Reproduzir em pequena escala a grandeza da natureza;
Um local onde se podia andar, sentar, contemplar e repousar;
A essência do jardim chinês foi praticamente transferida para o Japão;
- retratavam com perfeição a natureza, lembrando pinturas paisagísticas.
- no seu traçado, as linhas e as curvas eram suaves.
- as plantas possuíam funções decorativas.
- tanto as árvores como os arbustos eram agrupados com aparência
casual (imitar a natureza)
- Uso dos desníveis do relevo sem alterar a sua conformação natural.
Possuíam vastas dimensões
Contavam sempre com a presença de um lago centralizado com plantas
aquáticas.
JARDINS DA CHINA
JARDINS DO EGITO
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Eram também chamados de Oásis (ambiente agradável);
Amenização do calor do vale do Rio Nilo;
O Oásis privado era um lugar que oferecia paz e fuga, abrigo e sombra;
Lugar onde as plantas poderiam crescer e o homem poderia descansar.
- traçado em linhas retas e formas geométricas com simetria rigorosa;
- desenvolvimento em planos horizontais;
- utilizavam tanques ou canais de irrigação;
- Tanques continham plantas aquáticas como o lótus e o papiro (plantas
sagradas);
- Ornamentação de residências e templos;
- Elemento de composição: escadarias, tanques, vias de acesso, terraços e
água;
- Espécies mais utilizadas: limoeiros, sicômoros, tamareiras, romãzeiras,
figueiras, videiras, palmeiras e plantas aquáticas.
JARDINS DO EGITO
JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
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Construídos pelo Imperador Nabucodonosor no 2º Império
Babilônico (800 a.C);
Arte original, sem nenhuma influência de outra civilização;
Apresentavam terraços que apoiavam-se sobre grossos muros;
O teto das galerias era formado por blocos de pedra revestidos
por uma camada de caniços, asfalto, tijolos e argamassa e
lâminas de chumbo;
Sobre isso colocava-se terra para o cultivo (palmeiras, tamareiras
e flores);
Aparelhos hidráulicos e um sistema de canalização faziam subir a
água do rio;
Ocupava uma área de 16.000 m2, com recantos ajardinados;
Distribuição em patamares de terraços suspensos até 90 m;
Objetivo: obter vistas do vale e do deserto ao redor;
Forte dominância dos elementos arquitetônicos sobre os naturais.
JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
JARDINS DA GRÉCIA

Fortes influências dos jardins egípcios;

Diferença: gregos dominavam o meio geográfico;

Jardins gregos eram condicionadas a topografia do local;

Seu traçado acompanhava as formas naturais do terreno;

Tinham simplicidade, sem preocupação com a rigidez das
linhas;

Não usavam a simetria.
JARDINS DA PÉRSIA
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Reprodução da vida do rei, para engrandecê-lo;
Construíram palácios imensos e luxuosamente decorados;
Com jardins internos para divertimento dos soberanos;
Finalidade principal: gozar as delícias da natureza e recreação;
Deram outro rumo aos jardins: da ornamentação
Até os dias atuais é a maior função dos jardins.
Possuíam composições mista de elementos gregos e egípcios;
Uso de árvores e arbustos de flores perfumadas (vida sensual);
Vegetação: valor decorativo das suas flores (não utilitário)
Traçado: aspecto cruciforme (um canal de água com plantas).
JARDINS DA PÉRSIA
JARDINS DE ROMA
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Influência forte dos gregos
Conquista da Grécia no século 2 a.C
Saquearam grande quantidade de estátuas (cultura grega
dominou)
- possuíam pouca originalidade;
- faziam a utilização metódica e ordenada de elementos da
composição;
- proporcionavam a interpenetração casa-jardim;
- tinham vasta perspectiva;
- tinham grandiosidade e magnificência na composição (luxo e
pompa);
- valorizavam a arquitetura da paisagem;
- possuíam um número grande de elementos de composição
(estátuas);
- usavam o jardim mais para o aspecto recreacionista.
JARDINS DE ROMA
JARDINS DE ROMA
JARDINS MEDIEVAIS

Época entre a antiguidade e o renascimento (recolhimento
devido a guerras e pragas);

População enclausurada em castelos e mosteiros;

Vilas formadas por muitas casas, sem espaços recreativos
(jardins reduzidos);

Jardins utilitários dentro dos castelos (pomares, hortas, flores
de corte para altares);

Formação do estilo romântico (fuga do formalismo geométrico
para a vida na natureza);

Jardins românticos (em forma de cruz, sentido religioso)

Jardins góticos (traçados mais complexos e maior riqueza de
elementos, percursores dos jardins Italianos)
JARDINS MONACAIS (monges)

Jardins puramente utilitários (frutas, verduras, legumes,
plantas medicinais, flores de corte);

Cada cultura dividida em uma parte;

Jardins simples, sem luxo

Àreas gramadas cercadas de arbustos; viveiros de peixes de
pássaros, locais para banho.
JARDINS MONACAIS (monges)

Jardins puramente utilitários (frutas, verduras, legumes,
plantas medicinais, flores de corte);

Cada cultura dividida em uma parte;

Jardins simples, sem luxo

Àreas gramadas cercadas de arbustos; viveiros de peixes de
pássaros, locais para banho.
JARDINS MONACAIS (monges)
JARDINS MOURISCOS

Jardins Espano-árabe (fixação dos árabes na Espanha - ano
711);

Água como elemento de composição básico;

Uso de efeitos aromáticos através do emprego da cerâmica e
do azulejo

Utilização de plantas que produziam colorido e aromas
agradáveis

Alfazema, roseiras, jasmins, cravos e jacintos.
JARDINS MOURISCOS
JARDINS RENASCENTISTAS

Objetivo: produzir flores para ornamentar os templos das
igrejas

Pomares e hortas para o abastecimento diário do povo.

Os jardins eram reduzidos (aglomerados de construções)
   
tinham pouca criatividade;
eram desenvolvidos em recintos fechados;
possuíam alamedas e caminhos com traçados ortogonais;
cultivavam plantas de valor utilitário e ornamental;
JARDINS RENASCENTISTAS

Abrigos intelectuais onde estudiosos e artistas podiam
trabalhar e debater na serenidade da região rural fora do calor
e das frustrações da cidade no verão.

Estilos principais: Jardins Italianos, Franceses e Ingleses.
JARDINS ITALIANOS
Sem alterar o relevo natural do terreno;
 Uso de elementos como: escadarias, terraços e fontes
 Objetivo: desfrutar o máximo da paisagem local;
 Apesar de arquitetônicos, usaram plantas decorativas.
 Uso freqüente da poda (manutenção e criação de efeitos);
 Jardins mais abertos: sob a sombra das árvores, luz forte e
brilhante.
 Água: pequenas quedas
 Grande enfoque: exposição de coleções de estátuas
roubadas das ruínas de Roma e da Grécia.
 - possuíam grande influência da Grécia;

as culturas eram desenvolvidas em banquetas ou
terraços;
 - utilizavam a água em excesso, principalmente como
fontes e repuxo;
 - possuíam ambientes confinados e direcionados a um
atrativo;
 - Cercado por árvores com algo para se observar:
paisagens, colinas, fontes e quedas d'água;
 - eram ricos em detalhes;
 - Composição era feita de poucos elementos, porém
bastante interessantes;
 - utilizavam poucas flores;
 - as espécies utilizadas eram: louro, cipreste, azinheiro e
pinheiro.

JARDINS FRANCESES
Criados paralelamente aos castelos (= linhas
arquitetônicas destes)
 Na época de Luís XV foi criada a Escola de Jardins do
Renascimento Francês (surgiram muitos artistas:
idéias próprias e inovações).
 - colocou o estilo formal no seu apogeu;
 - possuía abundância de água;
 - consistia de uma vegetação densa, formação de
barreira que delimitava o jardim;
 - seu traçado obedecia a uma escala de complexidade;
 - tinha como finalidade principal a ornamentação.
 - Usavam podas também para a criação de formas
 Espécies utilizadas: tuias, ciprestes, pingo-de-ouro,
buxinho, murta, hera, amor-perfeito, roseira, azaléia.

JARDINS INGLESES

Sofreu forte influência dos jardins chineses (aproximação homem
natureza)

Rompe a retidão e simetria das linhas e distribuição dos maciços
arbóreo/arbustivos

Maior aproximação com a natureza.

Predominado por linhas curvas das alamedas (vistas e paredes)

Presença de grandes gramados, com amplos caminhos e se
valoriza a topografia do terreno.

Plantas floríferas compõem grandes manchas coloridas sobre o
verde, onde árvores aparecem em pequenos grupos.
SURGIMENTO DO ESTILO INGLÊS

Influência da China (o homem agrupou plantas tentando
imitar a natureza)

Este foi o embrião do Estilo Paisagístico (Inglês).

Pouco depois da China, surgiu na Pérsia e Egito, outra
tendência de jardim - o geométrico ou regular.

Espécies utilizadas: árvores nativas, árvores esculturais,
arbustos, grama-são-carlos, grama-preta, pinheiros,
jasmim, sálvia-vermelha, margaridas, vitória-régia.
CARACTERÍSTICAS DO ESTILO
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Marcado por extensos gramados, pequenos bosques,
caminhos em curvas suaves, estes em pequeno número,
e arbustos ou árvores isoladas.
Representado por linhas grandiosas, terrenos
acidentados
Visão de belas perspectivas; pequenos bosques, mesma
ou dif. Espécies
Uso de plantas isoladas; implantação de árvores mortas;
construção de ruínas.
Presença de elementos como: flores; plantas
ornamentais; arbustos, tanques (plantas aquáticas);
riachos; rochas; colinas artificiais; labirintos; quiosques e
obras fabricadas, com a presença de ruínas, grutas, etc.
Proporcionavam belas perspectivas devido à topografia
do terreno acidentado;
JARDIM ORIENTAL OU JAPONÊS
Surgido nos templos budistas (cada elemento tem
significado)
 Originalmente as flores não são usadas (se transformam
constantemente)
 Elementos:
Lago e as Carpas 
 Queda d'água 
 Lanterna 
 Pedras das Cascatas 
 Bambu e os adornos 

JARDINS CONTEMPORÂNEOS
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1760 até hoje (Rev. Industrial) Inglaterra (séc. XIX), parques
e jardins públicos;
Mistura de estilos (formais e informais)
Jardins formais (geométricos, caminhos, cercas-vivas naturais
ou podadas, relógios de sol, bancos, caramanchões.
Jardins informais (linhas livres, arranjos irregulares, mais
próximos da natureza)
Maior liberdade estética
Jardins públicos (parques e praças)
– Grande volume de pessoas;
– Espaços grandes, gramados, bucólicos (idéia de estar na
natureza)
– Ex: Regent Park 1810, Londres-Inglaterra
– Paris, Bulevares, largas calçadas e densamente arborizada
JARDINS CONTEMPORÂNEOS
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Jardins residenciais (pós-guerra), extensão da casa
(necessidade dos proprietários);
Melhor locação do espaço, garagem, churrasqueira, piscina,
jardim;
Desenhos modernos, contornos livres;
Vegetação em harmonia com os elementos artificiais.
1900 primeiro curso de arquiteto-paisagista;
Espaços fechados, shoppings, segurança.
JARDINS DO BRASIL


Paisagens naturais (Brasil colônia até composições paisagísticas das
Escolas Carioca e Paulista – Rep. Velha, jardins contemporâneos –
globalizados
BRASIL COLÔNIA – Arquitetura portuguesa sem espaço p/ jardim.
– Famílias abastadas tinham chácaras com horta, pomar, e jardim;
– Recife e Olinda (devido a colonização holandesa – 1637 imitação dos
projetos europeus, plantas e animais exóticos)
– Corte portuguesa, 1807, D. João VI – J. Botânico do RJ;

BRASIL IMPÉRIO – Arborização do RJ, 1836 – Riedel, casamento de
D. Pedro I, agrônomo, 7.000 plantas.
– Quintal, sítio ou roça (pequenas e médias propriedades), com árvores
frutíferas, criações;
– Mudança de concepção no sec. XIX, influência francesa: pequeno
jardim na frente das construções circundado por grades de ferro.
JARDINS DO BRASIL

BRASIL REPÚBLICA – 1890 a 1930, riqueza agropecuária, café SP,
–
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–
–
Jardins copiados dos europeus, metropolização;
Jardim Botânico de SP;
Parques particulares, jardins ingleses ou franceses;
Vegetação diversificada, espécies nativas e exóticas nas propriedades
particulares, cidade quase sem vegetação.
- Início do séc. XX, espaços públicos urbanos, valorização dos espaços
públicos com vegetação.
- Valorização por espécies exóticas, rosas, avencas, bambus, cravos,
samambaias, etc.
- Arborização da Av. Paulista em SP e Av. Central no RJ em estilo Francês

PAISAGISMO MODERNO – a partir de 1930
– Modernidade na Arquitetura, Funcionalidade, valorização das espécies
nativas.
– Década de 50 se consolida as linhas de projeto paisagístico
contemporâneo (Ex: Brasília);
– Escola Paulista: Waldemar Cordeiro e Roberto Cardozo
– Escola Carioca: Roberto Burle Marx
A ESCOLA PAULISTA

Casa no centro do lote e ao redor aproveitamento
racional (mais ricas);
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Mais pobres ou maiores (frente e fundo);

Supremacia de nativas sobre exóticas (Burle Marx);

Roberto Cardozo (Influência Norte-americana),
rompimento com a influência européia;

Waldemar Cordeiro (original, sem influência importadas)
O PAISAGISMO DE ROBERTO
CARDOZO
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Início da déc. 1950 – Fac. Arquit. E Urbanismo – FAO – disc.
Arquitetura paisagística;
Jardins emolduram as edificações;
Uso de plantas nativas e mosaicos português (pisos
complexos);
História natural e reflexão artística (adaptação de cada
projeto a um caso particular);
Exata combinação de espaços vegetados e construídos;
Árvores para controlar o clima;
Geometrização (retas, ângulos e polígonos em meio a
semicírculos e curvas estudadas)
Pisos, muretas e bancadas em meio a forrações, arbustos e
árvores
O PAISAGISMO DE WALDEMAR
CORDEIRO
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Paisagismo original
Artista plástico passou a paisagista
Trabalhava mais volume e cor (como na pintura);
Segunda fase trabalha mais a volumetria, Contrastes
volumétricos de textura. Jogos cromáticos entre a grama
comum (verde clara) e a grama japonesa (verde escura);
Poucas obras (200 projetos)
Fortemente conceitual